Encantada escrita por Ana Wayne


Capítulo 25
Capítulo 24




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Dumbledore estava sentado em sua sala. De sua janela conseguia observar a floresta proibida. Havia uma estranha agitação entre alguns seres. Os centauros estavam inquietos, como aqueles que pressentiam a tempestade, as acromantulas estavam irritadas, assim como os trasgos e trestálios, os tronquilhos talvez não tivessem mudado tanto, mas os hipogrifos e os unicórnios pareciam estranhamente tranquilos. A agitação começara no dia em que Hermione acordara.

A onda de energia ainda surtia efeitos nos animais mágicos. Ele também percebera que os druidas da escola começavam a se aproximar cada vez mais de Hermione, atraídos pelo poder que ela emitia inconscientemente. Como se estivessem hipnotizados.

– Diretor? – Chamou-lhe uma voz há muito já conhecida. Minerva.

– Diga, professora McGonagall, o que deseja?

A professora, com mais de meio século, ainda possuía certa beleza, alguma fora até mesmo adquirida com a idade. Ela era elegante, sábia e rígida. Sua rigidez se mostrou presente em um suspiro resignado que dera, antes de sentar-se em uma poltrona avermelhada, próxima a Dumbledore.

– O que está acontecendo, Diretor? – Perguntou a ele. Parecia irritada, mas suas emoções se dividiam entre intrigada e irritada. – Primeiro uma aluna desmaia durante as aulas e mantida em repouso absoluto na Torre Norte, abandonada há mais de 300 anos por motivos que até hoje não foram explicados para alguém que não fosse os Diretores, depois temos uma curandeira especial e uma onda de energia que teve sua origem em Hogwarts, mais exatamente na Torre Norte, e no mesmo dia a aluna adormecida acorda, mas continua em repouso por quase duas semanas e no mesmo dia em que é liberada é atacada por Comensais da Morte que lhe levam a varinha e ela é aceita pela segunda Gêmea do Loire. – Enumerou a lista dos recentes acontecimentos, Dumbledore apenas ouvira, sem dizer uma única palavra esperando o que viria a seguir. – E a aluna era Hermione Granger, o cérebro do trio de ouro, liderado por Harry Potter, inimigo numero um de Voldemort líder dos Comensais da Morte!

– Aonde você quer chegar, McGonagall?

– O que anda acontecendo Dumbledore?

O diretor se recostou na sua poltrona, cansado. Ele sabia o que estava acontecendo, mas seria loucura dizer isso em voz alta. Se ele já parecia louco normalmente, caso contasse a verdade agora Minerva teria motivos suficientes para mandá-lo para o St. Mungos. Suspirou pesadamente e disse baixo, como quem guarda um segredo.

– O início de uma guerra, Minerva...

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“Como infernos eu vim parar aqui mesmo?” perguntei-me em pensamentos. E não, eu não estava nervosa, eu estava era irritada mesmo! A situação era a seguinte: todo ano no dia anterior e no dia do baile de Halloween os estudantes, principalmente as meninas, podiam ir para SPA’s e/ou salões de beleza, se assim quisessem. Esse ano devido a Voldemort, o Ministério não deixara com que isso acontecesse, para a segurança dos alunos.

Só teve um problema, quase toda a população feminina de Hogwarts reclamara. Protestaram, xingaram e brigaram! Então, Maryan, do sétimo ano da Sonserina fizera um abaixo assinado e recolhera as assinaturas de todas, TODAS – sim, isso inclui eu – as estudantes do sétimo e sexto ano e de todas as garotas dos anos inferiores que foram convidadas por seus namorados ou amigos íntimos. Dando o total de 180 assinaturas femininas, como o abaixo assinado em Hogwarts só vale se tiver pelo menos 250, Maryan ainda convenceu as alunas que nem participariam do baile, mais alguns garotos. No fim ficou com 300 assinaturas.

Dumbledore, não nos deixou sair por causa da ordem do Ministério, então qual foi a sua brilhante ideia? Ele pegou o corredor 18 da ala norte do quarto andar, cujas salas já não era usado há 100 anos e transformou em um pequeno SPA bruxo dentro de Howarts! Certo que seria por um dia, e ele recebeu o apoio financeiro do Ministério. Ontem eu não participei disso e hoje eu fui arrastada pela Gina, Lilá e Parvati.

– Lilá, o que infernos eu vou fazer aqui?

– Vamos transformá-la em uma verdadeira princesa para o baile! – Respondeu-me saltitante. – Vem!

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Eu olhei para o homem a minha frente. Avery era nojento. E eu o odiava. Preconceituoso e arrogante, mas ele seria útil para os planos do meu mestre. Ele seria a ponte para despertar o poder dela. E em seguida eu iria trazê-la para nós, para que ela não tivesse que morrer, então o mundo seria nosso.

– Você tem certeza que consegue atraí-la para a ponte? – Perguntou Avery olhando para mim.

– Sim! A meia noite ela estará lá! – Confirmei pela décima vez. – Você tem certeza que consegue adentrar o terreno de Hogwarts sem que te reparem?

– Isso é um problema meu! – Respondeu-me com arrogância. Tive vontade de lhe bater até que todos os seus ossos estivessem quebrados e seu sangue “puro” espalhado pelo chão negro que pisávamos. – Bom, não a machuque e caso algo dê errado, traga-a imediatamente para a mansão.

Assenti. Sabendo que algo daria errado. Quando me levantei meus olhos cruzaram com os de Kister. Eles estavam raivosos e desconfiados. Senti sua mão pesar em meu ombro me impedindo de passar.

– Por que está nos ajudando a recuperar a filha de Johan? – Um sorriso de canto escorregou pelos meus lábios. Não era forçado, era irônico.

– Digamos que tenho prazer em reunir famílias felizes!

– Eu não confio em você! – Disse-me e eu lhe dei as costas e pelo canto do olho o vi quando respondia-lhe.

– É bem esperto da sua parte! Mas apenas dessa vez vocês podem confiar em mim!

Quando me encaminha para fora da mansão de Avery vi quem menos queria ver. Ele se mantinha impassível como sempre, mas eu não confiava nele. Certo que eu não confiava em ninguém, mas ele... Ele não merecia confiança ou respeito, era movido pelo desejo de vingança contra Nott, e apenas isso o movia. Mas o mestre o julgava útil, então não deveria ir contra as ordens superiores.

Passamos um pelo outro. Sem nos encararmos, ou encostarmos. Não trocamos um olhar, uma palavra ou gesto. Continuávamos impassíveis... Já que em teoria jamais nos encontramos antes.

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– Potter, você viu Hermione por ai?

Ao ouvir o meu nome me virei para trás para ver quem me chamara e já não fora nenhuma surpresa ver Zabini se aproximando. Suspirei. De todos ele era o que mais se aproximava de Hermione, chegava a ser irritante a forma como ele a cercava.

– Hermione foi arrastada para o “SPA” por Lilá! – Respondi, calmo.

– Entendo, se a ver por ai diga-a que quero falar com ela...

– Pode deixar...

– Potter... – Me chamou quando me virei para ir embora. – Eu sei que não gosta de mim, e nem confia em mim!

– Mas?

– Mas eu gosto da Hermione de verdade! – Disse-me e eu olhei para ele novamente.

– Por que está me dizendo isso?

– “Por que?” Você pergunta! Porque ela se importa com você... Porque ela te... – Ele suspirou, repensando sua resposta. Balançando a cabeça ele disse, por fim com um sorriso de canto debochado. – Quer saber isso é um problema dela, que não quer contar e seu que não consegue enxergar algo que está bem na sua frente! Talvez devesse aumentar o grau dos seus óculos, Potter! – Disse indo embora.

Fiquei pensando no que ele me disse. Hermione sempre fora reservada, não contava seus segredos ou sentimentos. Geralmente os escondia até que não aguentasse mais e contasse-os, para mim ou Rony. Por isso nunca a incomodávamos com isso, porque sempre sabíamos que uma hora ela contaria.

– Harry? – Chamou-me Rony aparecendo na minha frente. – Aconteceu algo?

– Tem algo que eu não saiba, Rony? Em relação a Hermione? – Ele bufou e riu.

– Harry... Você deveria realmente arrumar outro par de óculos... – Brincou. – O seu deve estar bem embaçado! – Ele suspirou e ele disse. – Se bem que você, do jeito que é...

E eu realmente me senti como se eu estivesse por fora de algo. E o pior, esse algo me envolve!

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Eu senti meu corpo sugar as ultimas energias daquele homem. E em seu braço vi a marca negra. Novamente eu escolhera um homem por essa afiliação. E o que poderia fazer, esses ratos destruíam o equilíbrio a cada minuto, pela ignorância nem deveriam saber o que estavam fazendo, mas eu temia pelo equilíbrio, eu sabia as consequências para sua queda.

Me levantei da cama e entrei na banheira. Limpando meu corpo do cheiro daquele que estava morto agora. Depois de colocar minha roupa e sair daquele quarto de hotel, sem me preocupar com as lembranças que logo sumiriam da mente humana. Eu conseguia sentir que havia algo errado naquele dia. Uma maior agitação por parte do vento, que anunciava algo.

Imediatamente pensei em Harmonie... Hermione... Tanto faz! Algo estava se formando e eu não duvidava que ela fosse um alvo.

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– Você está bem, Callie? – Perguntou-me uma voz familiar enquanto abria os olhos. Vi uma garota, cabelos curtos e negros, olhos esverdeados e pele clara. Não deveria ter mais de 19 anos. – Não deveria se mexer... Você bateu feio com a cabeça, e dormiu por quase duas semanas!

– Marion... O que houve com ela? – Perguntei direta.

– Entrei em contato com Aldebaran, ele disse que Feron está com a garota, em breve estarão chegando a Sophia!

Levantei-me enquanto retirava a compressa da minha testa e a pesar de ainda me sentir tonta me forcei a aguentar a dor. Observei que me encontrava em um quarto de madeira do chão ao teto, com uma pequena lareira de pedra e velhos candelabros de madeira. Eu estava deitada na única cama daquele quarto, havia ainda uma mesinha onde estava uma bacia com água quente e outras coisas.

– Como se sente?

– Tirando a dor de cabeça, estou bem! – Respondi-a com simplicidade. – O que aconteceu?

– Eu e Lucian tivemos que ir ao seu resgate, os cavaleiros de Alryned com quem lutamos perderam a memória, mas você caiu e Lucian te resgatou. Eu estive cuidando de suas feridas desde ontem.

– Entendo... – Suspirei e após uma curta pausa voltei a falar com Marion. – Você disse que ela e Feron já estão a caminho de Sophia... Onde exatamente?

– Próximos a montanha... Ou na base dela! Não sei ao certo, já não tenho contato com eles!

– Espero que cheguem logo! Alryned não descansará até encontrá-los. Que os deuses os protejam!

_._._._

Acordei cansada. Era a segunda vez que sonhava com essa mulher, e novamente acordara cansada. Olhei para a janela, as garotas deveriam estar no “SPA”. Sinceramente! Às vezes eu acho que Dumbledore está caducando. Levantei-me e tomei um banho, para relaxar. Troquei de roupa e pensei em ir a biblioteca, decidia a pesquisar sobre “Alryned” e seus cavaleiros. Assim que abro a porta do meu quarto, no entanto, me deparo com Leo.

– Indo a algum lugar?

– Biblioteca, quer vir comigo Leo?

– Não obrigada! – Disse ele tomando rumo para onde quer que esteja indo. – A propósito, você não deveria se arrumar para o baile?

– São 15h30min, não acho que precise me arrumar agora!

– Tanto faz... – Rolei os olhos. Por que ele sempre agia assim, meus deuses?

Na biblioteca conversei um pouco com M. Prince, e logo fui à procura de livros de historia, onde poderia ler sobre este homem “Alryned” que tanto me enchera a paciência. Não sei exatamente quanto tempo fiquei por lá, mas no fim não encontrei nada! Talvez o homem fosse de fato apenas uma coisa de um sonho meu, um sonho sem sentido... E é o que eu mais quero acreditar, mas no fim ainda tenho a sensação de que vou ouvir muito esse nome no futuro próximo! E essa sensação não me abandonou!

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O quarto estava uma bagunça. Depois de toda a lama no “SPA” – banho de lama, mascara de lama, masagem com lama, etc. – nós nos trocamos e demos os últimos toque no meu quarto. Gina foi a nossa convidada e se trocou no nosso quarto, já que das meninas do seu quarto nenhuma fora convidada e todas estavam reclamando.

Eu e Gina dávamos os últimos retoques nas nossas maquiagens enquanto Parvati ajudava Lilá com seu vestido, que estava mais largo do que deveria ficar. E eu ri e me diverti naquele momento pré-baile!

– Pronto estamos, lindas! – Disse Lilá, depois de ajustar seu vestido com o uso de um feitiço. – l-i-n-d-a-s! Ninguém vai estar melhor do que nós essa noite! – Garantiu.

– Essa noite vai mudar nossas vidas, não é mesmo garotas?

– Com certeza, Parvati!

E por alguma razão eu senti que Parvati estava mais certa do que ela mesma imaginava. Não apenas porque eu conheceria o meu misterioso “D”, mas algum motivo a mais. Algo diferente e absurdamente perigoso. Eu realmente senti que essa noite seria um marco, não apenas na minha vida, mas também na vida de muita gente!


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Notas finais do capítulo

Ainda não sabemos quem é "D". Vamos descobrir só no próximo capitulo, porque a autora dessa fic é muito mala! HAHAHA