Encantada escrita por Ana Wayne


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha, me desculpem pelo atraso! Aqui vai o capitulo 23 feito com muito amor para vocês! B



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7 anos atrás...

A verdade era que Erick nada tinha para reclamar da vida. Tinha uma linda noiva, Ambre, com quem se casaria no próximo ano, pertencia a uma das famílias mais ricas e prestigiadas do mundo bruxo. Ou era assim que muitos pensavam.

Ele não amava Ambre. Na verdade a odiava, ela não passava de uma garota mimada que tinha todas as suas vontades atendidas pelos pais. Ele não era um Nott de sangue, seu pai era Evan Rosier, um terrível comensal da morte que apodrecera em Azkaban junto de seu nome. Não fora criado com carinho pelos Nott, na verdade os Nott não tinham carinho nem mesmo com o único filho, Theo. E tudo o que o lhe era ensinado era que ele deveria obedecer as vontades de Voldemort e odiar a pessoas de sangue ruim.

Mas Erick não conseguia odiar a eles. Na verdade ele amava a um deles. Uma garota chamada Julie Dick, que era carinhosa e solidaria a todos. Uma lufa-lufa. Céus! Se os Nott descobrissem sobre isso, não gostaria de imaginar o que aconteceria com a garota. E aquilo acontecera. George Nott contratara caçadores que matara a família da menina com crueldade sem requinte. Então eles a torturaram, estupraram, marcaram... Mas não a mataram, deixaram que Erick a encontrasse.

Julie estava com medo. Medo dele. Um dos caçadores usara a Polissucos e ficara com a aparência dele durante todo o ato. E quando ele a encontrou. Ela estava louca. Alguns dedos haviam sido multilados, ela estava marcada por todo o corpo com palavras como “sangue ruim” e “escoria”, ela não aceitava seu toque, ela o odiava. E pedia para morrer. Ela queria morrer. E ele a matou. A morte seria melhor que uma existência vazia.

E pela primeira vez ele chorou. Nem mesmo quando seu pai morrera ele chorara, mas agora. Ele já não segurava mais suas lagrimas. Ele odiava Nott, ele odiava Voldemort e seus ensinamentos. Ele simplesmente odiava a todos os Comensais. Mas a morte de Julie fora por suas mãos, mãos que ele odiava. Naquela noite, algo havia nascido em si. Um desejo de vingança. De ver o sangue puro dos caçadores jorrar no chão, de ver a vida se apagar pelos olhos dos caçadores.

– Onde vai, irmão? – Perguntou Theo na porta do quarto de seu quarto. Aquele garoto, de apenas 9 anos não sabia o que acontecera. E não tinha culpa, mas matá-lo seria dar fim ao herdeiro de Nott. Só que não conseguiria. Theo era seu irmão, não de sangue, mas o considerava como tal.

– Vou resolver alguns problemas, Theo!

– Posso ir com você? – O semblante triste do garoto o fez enrugar a testa. – Mamãe e papai estão discutindo de novo!

Um pequeno sorriso atravessou a face de Erick. Este era sete anos mais velho que Theo e por isso se acostumara com os gritos dos Nott. Colocou um colar em torno do pescoço do menino. E se ajoelhou, tentando ficar na mesma altura que seu irmãozinho.

– Não se preocupe, Theo! Vai ficar tudo bem! Quando eu acabar com o que tenho que fazer, eu vou voltar!

– Promete?

– Claro!

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Atualmente

– Como você sobreviveu? – Perguntei aquele que um dia chamei de irmão. – Eu vi você morrendo.

– Correção: você me viu caindo do precipício. Apenas isso!

– Estávamos no inverno! A água deveria ter lhe congelado!

Um sorriso debochado formou-se no rosto de Erick (Ian Somehalder). E parecia cruel. Os olhos azuis não refletiam o brilho gentil do qual eu podia me lembrar, na verdade eles refletiam algo muito parecido com a morte agora. Com um louco desejo de matar. Em seu rosto eu podia ver a falta de expressões, ao contrario do rosto expressivo de antes. Aquele homem podia ser Erick Rosier, mas não era o meu irmão.

– Mas eu congelei, Theo! Eu senti a água tomar conta de meus pulmões, me matando aos poucos, congelando-me por dentro. – Respondeu com amargor. Vi ele fechar os olhos, com raiva. – De qualquer forma, tome conta daquela garota!

– Garota?

– Granger! Há algo nela, ela é importante para os planos de alguém...

– Voldemort?

– Alguém mais poderoso! Eu irei protegê-la, e preciso de sua ajuda para isso!

– Por que quer proteger Hermione?

– Há coisas nesse mundo Theo que devem permanecer em segredo! Seja por muito ou por pouco tempo! Mas mais cedo ou mais tarde você saberá! Granger será o pivô de uma guerra! E acredite, o inimigo será mais poderoso que Voldemort!

– Como tem tanta certeza?

– Ele me reviveu! – Com isso ele desapareceu. Deixando-me sozinho naquele beco.

E talvez tivesse algo acontecendo naquele lugar. Talvez Voldemort não soubesse, ou talvez soubesse. Erick estava diferente. E estava com raiva. Havia ódio em seu olhar, assim como uma vontade de matar que não o pertencia, mas por alguma razão ele pareceu se importar com Hermione, ou com o que quer que fosse a consequência dessa segunda guerra. E a verdade é que eu não consegui pensar em mais nada pelo resto da noite.

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Assim que encontrei Hermione dei a ela uma bronca enquanto procurávamos por Draco e Theo. E finalmente consegui arrancar sorrisos dela. Eu gostava dela assim: sorridente e alegre. Era um saco quando ela não estava assim. Quando achamos Draco ele parecia um pouco irritado, e ele deu uma bronca em Hermione. E quando Theo retornou ele apenas mexeu nos cabelos dela dizendo que ela não deveria ter demorado tanto e ela riu. Mas eu percebi que Theo estava preocupado com algo. Draco a levou para comer e eu percebi que Theo ainda estava tenso.

– Aconteceu algo Theo?

– Não...

– Encontrou o que estava procurando? – Perguntei notando a tensão em sua voz.

– Não... Eu pensei ter visto alguém que eu conhecia, mas era só um estranho! – Respondeu-me com pesar. Suspirou pesadamente e balançou a cabeça, como se tentasse esquecer algo.

– Sabe que pode contar comigo, não sabe? – Ele riu, descrente, e me olhou como se eu tivesse falado algo idiota.

– E você, Blaise, você sabe que pode contar comigo? – Perguntou com ironia. Theo sabia que eu sumia, mas nunca senti vontade de lhe contar a verdade. Manei a cabeça e disse-lhe para esquecer, enquanto ia embora. – É sempre assim com você Blaise, você foge! Você nunca tá preparado para contar a verdade. – Desabafou com decepção.

– E você Theo, você tá? – Perguntei-lhe pela ultima vez enquanto ia embora.

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Estava em um túnel pequeno e fechado. O caminho era estreito e eu segurava a mão de alguém atrás de mim. Eu segurava uma tocha e aparentemente eu sabia o caminho. Meu vestido se arrastava pelo chão e eu não me importava com o quão sujo e molhado o chão estava.

– Onde está me levando? – Perguntou uma voz atrás de mim.

– Os cavaleiros de Alryned estão atrás de você! Tens de partir imediatamente!

– Quem é Alryned?

– É uma longa historia meu bem! – Disse a ela e me virei para encará-la, era uma jovem bonita, longos cabelos negros e olhos verdes azulados, a pele era pálida e seus traços eram finos e leves. – Escute-me bem, você deve ir até Sophia, ela a levará até aos cavaleiros que a protegeram.

– O que está acontecendo?

– Você é especial, ***... Em você está escondido um poder incrível, que muitos acreditam estar extinto e é por isso que você deve se proteger dos cavaleiros Alryned, eles querem o poder que você possui.

– Que eu possuo? Eu sou uma nascida trouxa... Meus poderes são realmente fracos!

Olhei-a em seus olhos, eles eram como uma joia, raros. E nesses olhos eu via algo que eu, Clair, vagamente me recordava de alguém, mas mesmo que quisesse e tentasse acho que é algo que eu jamais saberia explicar.

– Um dia, você vai saber! – Ouvimos o som de trotes de cavalos acima de nós e fizemos silencio. Ainda deu para ouvir a voz de um homem gritando para que a encontrassem. Quando ouvi os cavalos indo para longe e não mais a voz dos homens eu disse em um sussurro baixo. – Você deve seguir por este túnel até a hora em que perceber que está chegando em uma gruta, quando perceber isso, saia da gruta e procure entre os elfos brancos, Feron, ele o levará até Sophia!

– E quanto a você?

– Vou impedir que os cavaleiros te alcancem! – Disse, entreguei-a um saco com algumas moedas e um diário. – Meus encantos mais poderosos estão nesse diário, leve-o com você! – Ouvimos pessoas se aproximando, pelo túnel e a empurrei. – Agora vá!

– Mas Callie! –Com o meu domínio da Terra fiz com que uma parede surgisse entre nós. E um sussurro penoso saiu de meus lábios, com dor.

– Sobreviva...!

_._._._

Acordei em um sobressalto. Percebi que minha respiração estava acelerada, tal como meu pulso. Estava suada e deveria ter me movido muito durante a noite para estar tão cansada. Minha cabeça começou a doer e me senti um pouco tonta. Aquele sonho me deixara desorientada. Estava mais cansada do que nunca. Me levantei e percebi que logo iria me atrasar se continuasse assim. Precisava de um bom banho de agua gelada para me acalmar naquele momento.

– Clair, você está ai? – Perguntou uma voz atrás da minha porta.

– Sim, Leo, o que quer? – Gritei.

– Vai se atrasar pro café!

– To indo! – Resmunguei.

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Levantei-me, cansada. Meu corpo ainda me puxava para a cama. Vou pra cama pensando que vou acordar nova em folha e quando acordo to mais cansada do que quando fui dormir. Essas ilusões da vida! Pensei em um resmungo. Lilá estava cantando pelo quarto, felicíssima, enquanto Parvati arrumava alguma coisa, também muito feliz.

– Aconteceu algo importante? – Perguntei, esfregando os olhos. A minha querida indiana olhou para mim com descrença e me questionou.

– Querida Hermione, que dia é hoje?

– Se não me engano, 30! Por que?

– Amanhã é o baile! – Gritou nossa adorável Lilá, com felicidade exagerada.

– Meu bem... Temos aula em uma hora! – Disse começando a me arrumar. Tomei banho enquanto ouvia os gritos de felicidade de Lilá. Quando sai do banheiro ela basicamente quicava de um lado para o outro. – Ela tem botão de desligar?

– Não, Mi, ela não tem! – Disse Parvati com um sorriso maroto.

Quando fiquei pronta fui diretamente para o refeitório e me sentei de frente para Gina que estava animada como Lilá.

– Gina você não tem baile, então qual a razão de estar quase pulando?

– Porque eu vou ao baile!

– Oi? – Perguntei-lhe, descrente. E balancei a cabeça. – Harry!

– Ele me chamou! – Disse tão feliz que pensei que poderia explodir de felicidade. – O triste é que eu tenho aula hoje o dia todo, mas amanhã é feriado! Ah! Eu to tão feliz, Mi!

– Então vocês voltaram!

– Graças a você!

– Que? Eu só dei um toque nele! – Respondi sorrindo. – Do jeito que você é teimosa, vocês nem mesmo conversam, e do jeito que ele é lerdo ele não percebe os sinais mais claros da Terra, então eu tive que bancar o cupido!

Rimos da piada. E no fim fomos para as aulas. Os professores também estavam animados com o baile. Harry parecia nervoso, e Rony então estava ainda pior, não parava de se remexer em sua cadeira, parecia que tinha aranhas nela, Lilá continuava quicando de felicidade e Parvati estava um pouco mais calma, talvez fosse a única que mantinha a cabeça fria. No fim da aula de história da magia eu vi uma coruja chegar até mim, com um recado.

Que na noite das almas as nossas possam se encontrar
Nas 12 badaladas na ponte estarei
Para com o mistério acabar
Por você, esperarei!

D

Olhando para o pequeno verso eu suspirei. A meia noite de amanhã eu poderia conhecer “D”, mas de alguma forma eu não sabia se eu queria de fato conhecê-lo. Ainda tinha o mistério de “M”. Suspirei pesadamente, eu estava começando a sentir que havia algo estranho no ar.

– Sonhando acordada? – Perguntou Dante, que apareceu na minha frente como um fantasma.

– Se quer me matar acho que um feitiço seria mais prático! – Disse-lhe assustada. E ele riu.

– Não é minha intenção... Então, pronta para o baile?

– Nervosa, mas não saltitante!

– Percebi que sua amiga, Lilá, estava quase explodindo de felicidade!

– Ela é animada! – Respondi-lhe com um sorriso. Dante me olhava como se esperasse algum tipo de mágica. – O que foi?

– Hn? Ah, nada! – Disfarçou. – Eu só estava me perguntando sobre a sua varinha... Ela é fantástica!

– Sim, ela é!


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