Encantada escrita por Ana Wayne


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Céus! Eu estava tão assustada que já nem sabia direito o que estava acontecendo. Em um instante era eu indo para a loja de George e Fred e no outro havia um duelo a minha frente. Draco e Blaise duelavam contra o tal Avery enquanto Nott duelava contra Kister que ainda me segurava.

Nott estava recuando um pouco aparentemente porque Kister me usava como escudo. Estava sendo um pouco difícil, mas felizmente o tanto de feitiços sendo lançados de um lado para o outro deveria estar chamando atenção da avenida principal, pois já começara a aparecer pessoas curiosas olhando o que estava acontecendo e muitos começaram a fugir. Quando percebi uma leve distração de Kister apliquei-lhe alguns golpes de auto defesa que tinha aprendido com Sam: pisei-lhe no pé, em seguida dei uma cabeçada em seu queixo, uma cotovelada nas costelas, e, me virando para ele, um chute entre as pernas.

Vendo-o no chão eu corri em direção a Nott.

– Lembre-me de nunca provocar você de novo! – Disse ele, segurando meu braço enquanto olhava para o homem que me encarava com raiva.

– Pode deixar! – Respondi com um sorriso nos lábios.

Nott nos defendeu de um ataque de Kister, eu ainda não podia fazer nada, Kister ainda tinha minha varinha, o que era terrível. Não demorou muito e a professora Fontaine chegou juntamente com sua mãe, professor Loster e Termopolis e duelaram contra os dois comensais. Kister ergueu minha varinha enquanto ele, juntamente a seu parceiro, Avery, aparataram.

– Minha varinha! – Resmunguei. Já havia ficado muito tempo sem minha varinha enquanto estava naquela torre e agora aquele desgraçado a roubava.

– Está tudo bem, Srt. Granger... – Garantiu-me a Prof. Fontaine. – Teríamos que testar sua varinha novamente, mas como ela foi roubada a daremos outra.

– Como?

– É uma longa historia, querida! – Disse-me a senhora Fontaine com um sorriso amável.

– Sr. Zabini, se importaria de levar a Srt Granger até o Três Vassouras? – Pediu a professora. – Acredito que ela necessite de algo quente!

– Certo!

– Hermione! – Virei-me para trás e sorri para Harry e Rony que correram e me abraçaram. – O que houve? – Perguntou-me Harry.

– Estou bem! – Respondi.

Harry e Rony me acompanharam até o Três Vassouras, ao invés de Blaise, Nott e Malfoy. Eu queria que os últimos tivessem nos acompanhado, mas sabia que isso seria pedir para um segundo duelo e possivelmente para futuros enfermos. Contei o que sabia para eles e vi quando Blaise se sentou na nossa mesa junto a Nott e Malfoy. Claro, Harry e Rony resmungaram, mas Blaise acabou nos revelando o que sabia sobre os tais comensais.

Kall Kister era de uma família rica que perdera o prestigio, tal como a fortuna, após um membro da família se envolver com uma tal bruxa de origem trouxa chamada Adeline, que o matara e roubara quase toda a fortuna. Desde então sua família se unira a Grindewald e a quase todos os tipos de bruxos das trevas que existiam. Mas Kister também teve uma noiva, que após descobrir que o mesmo estava ao lado de Voldemort na primeira guerra o largou.

Já Johan Avery sempre teve sua família metida com Voldemort, sendo seu pai Justin Avery um dos primeiros seguidores do mesmo. Johan teve em seu passado uma mulher, Lanora Gemmell, uma bela mulher de família de bruxos sangue-puro, mas ela era muito boa, estudava para a Corvinal e era conhecida por ser muito doce. Em um primeiro momento esta mulher, Lanora, se apaixonara por Avery, sua beleza e gentileza a encantara de alguma forma, mas com o passar do tempo ela foi conhecendo a verdadeira natureza cruel e preconceituosa do homem e se decepcionara.

E então entrou em cena o jovem nascido trouxa Scott Stewart, da Lufa-lufa, que se mostrara gentil e leal a ela, e aos poucos Lanora se apaixonara por Scott Stewart. Avery, sendo quem era, não aceitou ser trocado por um nascido trouxa e quando a guerra estourou ele se dedicou quase que única e exclusivamente a caça de Scott e Lanora, sendo que esta ultima fora uma grande guerreira, mas desaparecera por motivos considerados suspeitos. No fim da guerra Avery e Kister estavam presos em Askaban e mesmo assim o casal continuara desaparecido, tendo apenas mandado uma nota avisando estar vivo.

Me intriguei com essa historia. Mas resolvi esquecer, era o melhor no momento. Estava tão cansada que quando cheguei a Hogwarts fui direto para meu quarto onde dormi.

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Já em Hogwarts eu me perguntava o que diabos havia acontecido. Em um instante eu, Draco e Theo nos dirigíamos para o Cabeça de Javali e no outro uma terrível sensação me invadiu e quando me dei conta já corria por pelas pequenas ruas da cidade, sendo seguido pelos meus amigos. Até que cheguei e vi aquela cena. Não demorei para reconhecê-los e menos ainda para me desesperar e antes que tivesse pensado em qualquer outra coisa eu já me via provocando-os. No fim tudo acabou bem, com exceção do fato da varinha de Hermione que fora roubada.

Hoje eu treinava meus poderes druidas, enquanto tentava me preocupar menos com Hermione. De todos os elementos, Terra era o mais difícil. Logo a porta foi aberta por Fontaine que entrou com um sorriso no rosto.

– O que houve Blaise? Problemas com a Terra? – Perguntou-me.

– Sim... – Ela riu de canto.

– Não é nada estranho isso acontecer. – Disse sorrindo excessivamente. – Você está sendo muito “delicado” com ela... Digo, você faz os movimentos sem impor nada. Não sei se já leu a parte do livro que diz que cada elemento possui sua própria personalidade.

– Na verdade não. – Respondi um pouco curioso sobre tal teoria. Vi quando ela se sentou no chão na posição de lótus e me mandou fazer o mesmo.

– A água é passiva e intuitiva, mas também é introvertida e submissa. O fogo é dinâmico e expansivo, ao mesmo tempo em que é impulsivo, orgulhoso, exaltado e sem foco algum. O ar é suave e comunicativo, mas também é leviano e hiperativo. Já a Terra, bem sua personalidade paciente, persistente e firme pode ser totalmente apagada ou confundida com sua teimosia, vagareza e inflexibilidade.

– Então de todos a Terra é o mais difícil de se domar por causa da personalidade?

– Exatamente! – Respondeu-me com um sorriso. – Sua persistência tem que vencer a dela, tal como sua teimosia, assim você trabalhará, também, com sua paciência, afinal alguém tem que ceder!

– Por meus movimentos não estarem tão firmes sou eu quem estou cedendo?

Ela fez algum movimento. Era delicado, mas firme e seguro, Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Uma pedra que estava no chão se movimentou, erguendo-se no ar, logo ela voltou essa pedra para o chão e me olhou com seus olhos azuis.

– Sim, você está cedendo! Seja mais firme, mais seguro do que quer seja mais paciente e mais persistente, seja mais teimoso e inflexível do que a terra! – Disse ela com um sorriso e por um instante me perguntei se o conselho era apenas em relação a dominação de terra.

– Porque todos se esqueceram dos druidas? – Pergunto a ela. Vejo que ela se sente um pouco retraída ou que não quer falar. Reforço meu olhar, desafiando-a a falar.

– Se você conseguir dominar a terra, e depois os quatro elementos simultaneamente eu o conto o motivo! – Responde-me com um sorriso doce. Eu suspiro. Ela sempre se esquivava dessa pergunta.

– Certo!

Vi Fontaine se dirigir em direção a porta, parecia um pouco preocupada. Mas ela ainda escondia algo, e isso me preocupava. Por que não me contar a verdade? O que pode ter acontecido de tão horrível? Suspiro, e ela se vira para me encarar.

– Saiba, Blaise, que o que você descobrirá e as conclusões que tirará irá mudar a sua vida de uma forma irreversível.

– Por que diz isso?

– Por que não espera para descobrir? – Responde-me saindo da sala. E estou só. Só eu e a terra. E o ar. E não há nada que eu possa fazer. Mas vou seguir seu conselho: vou ser persistente e teimoso. Como a terra.

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Em algum lugar maravilhoso e quente eu me sentia segura. Mesmo sendo uma floresta escura e densa, estava tudo maravilhoso. A noite sem luar era iluminada por vários vagalumes que se movimentavam levemente por entres as arvores, dando luz e cor aquele lugar encantador. Eu usava o mesmo vestido branco da outra vez. Me encontrava em pé olhando para o belo espetáculo a minha frente. O único som que ouvia era o som dos vagalumes e do vento contras as arvores.

Então tudo mudou. Os vagalumes se foram deixando-me no escuro. O vento se calou, deixando-me no silencio. Mas durou pouco. Pois atrás de mim surgiu uma luz quente e aconchegante, que eu conhecia bem em meus sonhos. Me virei e a vi estender a mão para mim, com um sorriso encantador.

– Quem realmente é você? – Perguntei-lhe e ela deixou o sorriso crescer, mas parecia um pouco surpresa.

– Não se preocupe querida, um dia saberá!

– O que eram aquelas trevas?

– Uma parte de você! – Sorri-me, tristemente. Busco em seu rosto sinal de qualquer outra emoção. – Um dia querida, Harmonie, você saberá de tudo!

Ela desapareceu. Eu estendi minha mão em sua direção, tentando alcançá-la.

– Espere! – Mas ela já não estava mais lá. Havia ido sem deixar mais nada, apenas trevas.

O local já não parecia mais tão belo ou quente. Já não ouvia mais o vento cantar e não havia mais nenhuma luz ali. Agora a beleza tornara-se uma mata horrivelmente densa e fechada pela qual eu já não conseguiria andar, sem que caísse e me machucasse. O calor aconchegante se transformara em um frio cortante e mórbido que me fizera estremecer. A canção do vento era agora um grito horripilante e frio que me fazia encolher cada vez que o escutava. A luz era trevas, que me lembravam das que enfrentei um dia e me assustavam, me fazendo sentir só e frágil.

Mas eu queria sair dali. Eu iria sair dali. Tinha que ter um jeito. Eu fechei os olhos. Imaginando uma solução. “Essas trevas são parte de você”. Era a voz dela, daquela mulher. Abri meus olhos. “Parte de você”. Isso me fez tremer. Mas então eu soube. Aquele local era uma parte de mim que sabia que havia algo errado. Era aquele canto da minha consciência me chamando, me alertando.

E como se com aquela constatação algo tivesse mudado. Eu vi tudo se iluminar. As flores desabrocharam e o sol apareceu em um estalar. A mata densa e horrível transformara-se novamente em um lugar quente e belo. Vi os animais aparecerem aos poucos e ouvi o vento cantar novamente. Algo mudara alem daquilo. Era como se tudo tivesse mudado, mas ainda sim, eu não soube dizer o que era esse tudo.

_._._._

Acordei com o sol em meu rosto. Aquele sonho me deixara intrigada. E de certa forma magoada. Era como se eu tivesse conseguido controlar meu sonho, como se eu soubesse exatamente o que eu queria dizer agora. Fora incrível. Mas ela ter me deixado me decepcionou. Percebi que começava a amanhecer e olhei pela janela. Hoje eu teria que ir até o beco diagonal para obter uma nova varinha.

Fui até o banheiro e tomei um banho quente e coloquei uma roupa mais confortável: um vestido curto de saia preta e corpo rosa com bolinhas pretas e um laço rosado, uma meia 7/8 preta e uma sapatilha também preta, como estava mais frio coloquei um sobretudo bege. Passei uma maquiagem básica e coloquei um colar de perolas e os brincos a jogo. Peguei minha bolsa rosa clara e enfiei algumas coisas uteis nela, como dinheiro.

– Hey! Onde vai ser a festa? – Perguntou Lilá assim que me viu saindo do banheiro.

– Aqui mesmo, Lilá! – Brinquei com um sorriso.

– Aonde vai assim, toda arrumada?

– Lembram que minha varinha foi sequestrada pelo tal Kister? – Perguntei a Parvati que acenou positivamente. – Vou ter que comprar outra! – Disse, quase chorando.

– Então vai no Beco Diagonal? – Assenti para a morena.

– Fontaine vai me acompanhar! – Disse com um sorriso. – Mas deixe-me ir, tenho que comprar logo minha varinha... Tchau meninas!

Assim que saí do quarto encontrei-me com Gina bem a minha frente. Como se fosse .bater na porta.

– Vai sair? – Perguntou-me.

– Comprar minha nova varinha! – Sorri para ela. Ela sorriu.

– Não vai comer nada?

– Estava indo para o refeitório agora, quer ir comigo? – Perguntei-lhe.

– Claro!

O caminho para o refeitório foi silencioso e calmo. Eu não queria quebrar o silencio. Havia me acostumado com ele a alguns dias.

– Eu e Harry terminamos! – Disse ela, em um sussurro.

– Sinto mui...

– Não quero que sinta Hermione! – Cortou-me. – Você é apaixonada por ele, e sinceramente se for para perder meu namorado para alguém eu quero que seja para você.

– Do que está falando Gina?

– Harry! Ele pode não admitir, mas também gosta de você. Sempre gostou! Ele só não admite!

Ela estava um pouco nervosa e triste. Mas não iria admitir isso com todo aquele maldito orgulho e teimosia. Ela deixava as palavras jorrarem de sua boca, mas no fim ela não queria dizer nada daquilo. E eu sabia que no fundo eu fora o pivô da separação de Gina e Harry, seja por parte de quem quer que tivesse terminado primeiro.

– Gina... Para! – Eu disse para ela. Ela me olhou com um sorriso triste. – Olha para mim. Eu não quero ficar com Harry! Você o ama.

– Você também! – Ela gritou.

– Mas ele ama você.

– Não, Mione, ele não ama. – Ela disse ameaçando chorar. Eu a abraço e ela começa a chorar. – Quando você estava em coma, ele mal falava comigo e a única coisa da qual ele sempre queria conversar era você. Ele te ama.

Eu não digo nada apenas a abraço forte. Ela também me abraça, mas está chorando.

– Não, Gina! Harry a ama! Céus! Está escrito na testa dele, bem encima daquela cicatriz idiota! – Eu digo a afastando e fazendo com que ela olhasse para mim. – O que ele sente por mim é um amor de irmão.

– Mas e aquela sua carta?

– Minha carta? – Busquei em minhas memórias a tal carta que ela falava. E me lembrei. – Céus Gina! Escrevi essa carta no terceiro ano. Eu tinha a imagem de um príncipe encantado! Ele é meu melhor amigo, e você é minha melhor amiga! Gina, não há nada nesse mundo que me faça mais triste do que ver vocês dois tristes. Então vamos acabar com essa palhaçada! Ele te ama! E sabe, este tempo em que eu estive ausente ou na Torre eu consegui perceber que eu me enganava. Eu via em Harry a imagem de um príncipe encantado, mas eu percebi que sim eu o amo, não da forma que ele pensava! Gina, Harry é simplesmente meu irmão! E nunca haverá nada alem disso entre nós.

– Mas... – Eu a cortei. Sabendo que ela falaria algum argumento inútil.

– Olha esqueça aquela conversa que ouviu e esqueça essa carta. Eu já esqueci! Eu amo Harry, da mesma forma que ele me ama: como um irmão. E você é a minha melhor amiga, e se tem alguém nesse mundo que pode fazer ele feliz, esse alguém é você! – Ela voltou a me abraçar e a chorar. – Agora vamos parar com esse papo de “quem fica com Harry” antes que eu comece a pensar que você é quem não o quer! – Digo e ela ri um pouco.

Dei-lhe um lenço e ela enxugou suas lágrimas Andamos o restante do caminho até o refeitório foi preenchido por algumas conversas banais assim como o café da manhã. Por ser domingo eu já sabia que tanto Rony quanto Harry só tomariam café da manhã quando já fosse hora do almoço.

Logo um aluno do primeiro ano da corvinal me chamou dizendo que a professora Fontaine me esperava em seu escritório. Me despedindo de Gina corro na direção do escritório de Fontaine.


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