Don't Ever Look Back 2 escrita por Escritora Tay


Capítulo 2
Con los terroristas!




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Pegamos um táxi e fomos até o endereço que os caras tinham mandado. Era uma rua de bares tipo a que o Rafa se perdeu, só que essa rua era bem mais estilosa, os bares eram grandes e as pessoas lotavam até as ruas, mal dava pra passar de carro. Descemos do táxi e fomos até o bar que os caras chamaram a gente, logo na porta eles já apareceram.

XxxX: Holá! Vamos a venir e sentarse.

Emanuel: Que? Como vocês chamam?

XxxX: No lo entiendo...

Rafa: Nombre!

XxxX: Ah, sí. Yo soy Esteban.

XxxX2: Yo soy Caleb.

Queria ser chileno, olha esses nomes que legais. Falamos nossos nomes pra eles e fomos sentar em uma mesa pra conversar. No começo foi bem difícil pra gente se entender, mas depois fomos percebendo que espanhol não era tão difícil assim se falado um pouco mais devagar.

Os gringos eram muito gente boa, ensinaram umas coisas básicas em espanhol pra gente e até umas manhas pra se dar bem com as garotas locais.

Rafa: A gente tem que arranjar uma chica pro Lucas aqui.

Caleb: Rubia o morena?

Lucas: Ah, tanto faz.

Esteban: Es para já!

Eles levantaram e voltaram com um grupo de meninas bem lindas.

Esteban: Son amigos brasilenos.

Não entendi nada do que elas falaram, mas acho que curtiram o fato de sermos brasileiros. Fui logo puxando uma loirinha pra conversar com o Lucas, coloquei um copo de vodka na mão dele e dei um tapa no ombro de incentivo.

Fui dar uma volta pelo bar e vi muita gente bonita, acho que essa localização aqui que é muito boa, não é possível que todas as chilenas sejam gatas desse jeito.

Busquei uma garrafa de vodka nova e quando voltei o Lucas tava conversando com a mina que a gente tinha arranjada de um jeito que parecia que eles iam se dar muito bem. O Rafa tava fazendo uma graça com as garrafas pra impressionar as gringas e o Vine e eu estávamos de boa só curtindo a música.

Caleb: Se está haciendo tarde, vamos a la La Feria.

Emanuel: Partiu.

Não tinha muita certeza do que ele falou, mas La Feria era um dos nomes que estava na nossa lista ‘Baladas para ir em Santiago’. Saímos do bar junto com as meninas e nos dividimos em 2 táxis para ir até a balada, os chilenos nossos amigos não estavam de carro. Como tinha bastante gente para apenas 2 táxis as meninas tiveram que ir no nosso colo e, como elas já estavam animadinhas, acabaram virando presa fácil pro Rafa Lady Killer.

Rafa: Vocês são todas muy lindas.

Emanuel: É hermorosa não é?

Rafa: Sei la, são hermorosas também.

Recebemos vários beijos na buchecha e selinhos das gringas depois dos elogios do Rafa. Chegamos na La Feria e já tava uma fila surreal na porta pra entrar, dava pra ver que a balada era foda só pelo lado de fora: As que pessoas que estavam na fila, o som que tava tocando e o visual do lugar eram brabos demais.

Esteban: Vamos por los fondos.

Seguimos os caras e fomos parar em uma entrada lateral totalmente zuada, o Caleb tirou um monte de pulseiras da balada do bolso e saiu colocando na gente antes de entrarmos. Não faço ideia se eles tinham contatos na chefia da La Feria ou se podíamos nos fuder muito entrando por aqui.

Vine: Essa balada parece ser a coisa mais louca que a gente vai ver na vida.

Quando entramos eu fiquei louco, o lugar era enorme, com vários andares, vários bares espalhados, a música e o DJ eram muito fodas, além da iluminação que dava um ar super latino pro lugar.

Esteban: Estas pulseras también sirven pro camarote.

Caleb: Que comece la fiesta!

Eles começaram a entrar no meio do povo, passando pra lá e pra cá e eu fui ficando pra trás. Era muita gente enlouquecida e a cada música que o DJ tocava o povo agitava mais e eu ficava mais perdido. Consegui, com muita dificuldade, chegar em um bar e pegar uma cerveja. Fiquei encostado ali observando a balada até que vi o Vine perdido no andar de cima e fui atrás dele.

Emanuel: Ow, Vine!

Vine: Nossa, que bom que você apareceu, to completamente perdido.

Emanuel: Eu também, esse lugar é muito louco vei kk

Fomos pegar uma cerveja pro Vine e depois ficamos escolhendo o melhor lugar pra ficar e as minas mais gatas. Em um momento da noite começou a tocar uma música eletrônica bem pesada e cair espuma do teto enquanto as luzes piscavam de um jeito frenético. As pessoas ficaram mais loucas do que já tavam, algumas tiraram a blusa e outras começaram a se pegar, era casal hétero, homossexual e tudo que você possa imaginar. Percebemos que não íamos nos sentir bem aqui se ficássemos sóbrios então começamos a beber tudo que tinha pela frente.

Vine: Vamos subir pro camarote beber mais.

Nem respondi e fui indo, no caminho esbarrei em umas 3 e acabei convencendo elas a subirem junto com a gente. Fui resenhando uma no caminho e as outras duas só descobri que eram lésbicas quando entramos no camarote e elas começaram a se pegar, que beleza.

Emanuel: Essas minas são frenéticas...

Vine: Pois é.

Emanuel: Por isso que eu adoro o Chile!

Fiquei bebendo e pegando a mina por um bom tempo, não faço nem ideia do que aconteceu e quando vi já tava no meio da pista dançando loucamente com o Vine e as minas, todo mundo sem camisa e cheio de espuma. Dei um beijo triplo com as lésbicas e acho que o Vine deu também, não sei mais de nada kk Acho que nunca bebi tanto e nunca me agarrei tanto com uma mina assim em público, no meio da pista.

Vine: Cade o Rafa e o lucas?

Emanuel: Sei la, eles se viram.

Respondi isso, mas na verdade não tava nem pensando direito. Acho que era mistura de bebida, excitação e essa fumaça da La Feria.

Vine: Não Mano, vamos atrás deles.

Emanuel: Que? Ta

O Vine foi me puxando e eu fui puxando a chilena, as lésbicas acabaram ficando pra trás, uma pena.. kk Ia passando por uns caras distraídos e roubava a garrafa ou qualquer coisa que eles tavam bebendo da mão deles, fazendo isso tomei banho de todas as bebidas possíveis e ainda molhava a chilena que já tava até sem blusa.

Chilena: Vosotros brasilenos son los mejores.

Emanuel: É isso ae chica!

Vine: São eles ali?

Ele apontou e eu nem consegui achar, mas que se foda, o Vine foi me puxando como sempre. Chegando perto eu vi que tava o Rafa e o Esteban conversando, o Lucas e a gringa um pouco afastados e o Caleb com as minas do bar.

Do nada deu o blackout, que é aquela hora que o DJ apaga odas as luzes e para a música por uns 10 segundos pro povo se pegar. Quando acendeu a luz de novo o Rafa tava empurrando e batendo no Esteban, eu tentava entender o que eles falavam mas a música estava muito alta.

Vine: Que porra é essa?

O Vine e o Caleb correram pra separar os dois e eu fui tentando puxar o Rafa pra um lugar mais afastado porque ele tava muito puto. Acabamos saindo pela mesma porta lateral que entramos e tava frio pra caralho la fora.

Rafa: Eu vou matar ele!

Emanuel: Calma, porra. O que aconteceu?

Rafa: Ele fez merda, vou quebrar ele.

Emanuel: Quem merda? O cara era maior gente boa, você não ta bêbado não?

Rafa: NÃO, gente boa é o caralho.

Emanuel: O que ele fez?

O Rafa tava tão puto que começou a chutar uma lata de lixo enquanto gritava que ia bater no Esteban até ele morrer. Esperei um pouco até ele cansar pra poder me dizer o que tinha acontecido.

Emanuel: E ae?

Rafa: Ele... me beijou.

Emanuel: O QUE? CARALHO

Rafa: Não vei, ele tentou e eu comecei a bater nele.

Emanuel: Porra, como assim?

Rafa: Não sei vei, ele é um viado de merda que se aproveitou do blackout pra me pegar desprevenido.

Ficamos um tempo em silêncio, isso era realmente uma merda, o Esteban tava fudido com o Rafa a partir de agora.

O frio começou a incomodar muito e resolvemos entrar de novo. Já tava entrando na La Feria quando o Rafa segurou meu braço.

Rafa: Não conta isso pra ninguém, nem pros mlks.

Emanuel: Relaxa, ninguém vai saber.

Voltamos pra dentro e o Lucas tava no mesmo lugar com a gringa, só que agora eles estavam se pegando de um jeito que eu nunca imaginei que o Lucas faria. Até pensei em ir la zoar ele ou contar o que tinha acabado de acontecer, mas isso ia fuder com a primeira chance de sexo que ele está tendo na vida, resolvi deixar ele quieto.

Não vi os outros mlks, mas o Rafa não parava de procurar eles e isso me preocupava um pouco. Mandei sms pro Vine e pro Caleb falando pra eles levarem o Esteban embora antes que o Rafa achasse ele, espero que eles tenham entendido porque escrever SMS bêbado não é nada fácil.

Emanuel: Vamos embora, Rafa.

Rafa: Nem fudendo, depois dessa merda eu preciso pegar umas 10 minas pra purificar meu corpo.

Usando do humor pra esconder que ele tava realmente chateado e constrangido com a situação, nunca vi o Rafa assim então decidi ficar com ele. Começamos a curtir a balada como se não houvesse amanhã, o Rafa nem perguntava o nome das minas e já saía beijando e passando a mão. Eu não lembro de quase nada porque já tava completamente bêbado mesmo antes de começar a beber com o Rafa.

Acordei na manhã seguinte jogado na cama do hotel, cheirando a pinga e gorfo, de tênis e com uma dor de cabeça absurda. Olhei pro lado e o Rafa tava deitado com mais duas minas em uma cama de solteiro, isso que é purificar hein...

Levantei, tomei um bom banho, troquei de roupa e fui no quarto do Vine e do Lucas chamar eles pra tomar café da manhã. Entrei e os dois estavam sentados, cada um na sua cama, conversando.

Emanuel: E ae, vamos comer?

Vine: Opa.

Lucas: Vamos, só espera a Alexia ficar pronta.

Emanuel: Quem?

Nessa hora reparei que o chuveiro tava ligado. O Lucas tava com um puta sorrisão na cara e o Vine rindo.

Emanuel: A gringa? Você perdeu seu cabacinho de ouro finalmente?

Lucas: É, a gringa da festa, Alexia.

Emanuel: Ta, já entendi quem é, agora responde. Perdeu ou não porra?

Vine: Perdeu nada, esse viado ficou com vergonha porque eu tava no quarto também.

Eles me contaram toda história, que o Lucas tava todo apaixonado e tudo mais. Na boa que eu fiquei maior feliz pelo Lucas, por tudo que ele faz pela gente já tava na hora de retribuir.

Tomamos café no restaurante do hotel mesmo, algumas pessoas da escola ainda estavam la. A tal da Alexia era anormal de linda e bastante estilosa, sei que não entendo nada disso, mas ela parecia ser muito ligada nesses negócios de moda. Engraçado que eles combinavam mesmo parecendo viver em mundos diferentes, é como dizem: ‘As pessoas acham seu caminho das maneiras mais estranhas.’

Conversei um pouco com a Alexia e percebi que ela era meio nerd também, só que mais voltada pro lado artístico da coisa, o Lucas ficava ouvindo cuidadosamente cada palavra que ela dizia. O Vine ficou trocando mensagem com a Isabella durante o café todo e, nesse momento, eu me senti vazio.

Senti uma vontade enorme de falar com a Carol.

Deixei eles na mesa e fui na recepção do hotel perguntar o número do quarto da Manu, por ser filha do diretor acho que ela tinha um quarto mais especial. Acho que conversar com a Manu vai me ajudar a clarear um pouco as coisas, estou com um sentimento muito estranho. Subi e bati na porta, demorou um pouco mas ela atendeu.

Manu: Oi

Emanuel: Ei, bom dia. Será que a gente pode conversar?              - O cara da piscina apareceu, colocou a mão na cintura dela e ficou me encarando.

Manu: Relaxa, ele é meu amigo. Emanuel, esse é o Gael. Gael, esse é o Emanuel.

Emanuel: Prazer.                        – Gael? Esse povo chileno tem uns nomes muito dahoras, e eu achando que só ia ter tipo Ramon, Juan.

Esperei um pouco no corredor enquanto eles se despediam e depois entrei pra conversar com a Manu.

Manu: Aconteceu alguma coisa?

Emanuel: Não, sei la.

Por um momento eu esqueci que a Manu era amiga da Carol e contei pra ela tudo que tinha rolado, falei sobre a Bianca, sobre o Denilson e tudo mais. Pensando agora percebi que a gente tinha passado por muita coisa boa e não consigo enxergar onde e quando as coisas começaram a dar errado a ponto da gente se odiar.

Foi muito bom conversar com a Manu porque ela me mostrou tudo que eu e a Carol tínhamos feito de certo e errado, meio que abriu meus olhos sem ficar do lado de ninguém. A nossa amizade tava abalada e não tinha como negar isso, eu pretendo fazer de tudo pra melhorar as coisas quando voltar por Brasil.

Emanuel: Mas e esse Gael ae? Pegando o gringo?        

Nós dois rimos,. A Manu ficou um pouco sem graça, mas depois de tudo que eu contei, ela deve ter se sentido a vontade para me contar coisas também.

Manu: Conheci ele aqui e a gente ta meio que ficando, gosto bastante dele.

Ela também contou que ele era muito legal e mais velho, não me falou nada de faculdade então deve estar no cursinho ou curtindo a vida mesmo. Acho que a Manu era a primeira mina que eu tinha conhecido que sobreviveu (e muito bem, diga-se de passagem) ao ‘pós-Rafa’. O foda é que eu acho que o Rafa não ta lidando bem com o ‘pós-Manu’.


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