Don't Ever Look Back 2 escrita por Escritora Tay


Capítulo 3
Classe A




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Me despedi dela e voltei pro quarto, o Rafa tinha acabado de acordar e as minas dele estavam indo embora. Esperei o Rafa se vestir e fomos pra piscina, o Vine, o Lucas e a Alexia já estavam la.

Passamos, literalmente, o dia inteiro na piscina aquecida. Até almoçamos por la mesmo, o serviço do hotel era muito bom pra essas coisas. Fiquei reparando o comportamento dos outros: O Vine estava sempre com o celular na mão pra trocar SMS ou fotos por Snapchat com a Isabella, o Rafa ficava falando aquelas filosofias de boteco e comentando sobre toda e qualquer garota que passava, O Lucas e Alexia conversavam e riam muito, as vezes trocavam alguma caricia ou beijo. E eu? Bem, eu estava confuso.

Foi um dia perdido, mas a noite vai salvar, mais uma festa. Quando começou a escurecer a Alexia disse que ia pra casa, mas depois voltava pra acompanhar a gente na balada. O Caleb até tentou chamar a gente pra fazer alguma coisa, mas todos nós achamos melhor evitar pra não deixar o Rafa puto.

Fomos jantar no restaurante do hotel e os mlks estavam muito felizes, até mesmo o Rafa que tinha passado por umas merdas recentemente. Sei que é meio escroto dizer isso, mas a felicidade deles me incomodava um pouco. Que tipo de amigos curtem a vida enquanto eu enfrento a maior crise dentro da minha cabeça?

Vine: Cala boca, Rafa.

Rafa: Ishe ow, o Mano concorda comigo né?          - Eles estavam rindo, devia ter sido alguma piada que o Rafa contou. Ah, vou parar com essas idiotices, melhor entrar no clima deles.

Emanuel: Que? Concordo com o que?

Rafa: Que esses caras ae estão maior casados, só sobrou nós dois de guerreiros pra representar aqui no Chile né?

Emanuel: As ideia, o Lucas já representou pra caralho com essa gringa ae que ta pegando.

Ficamos conversando até o restaurante começar a lotar com o pessoal da escola. Foda, odeio gente. Comecei a conversar com a Marina pelo whatsapp pra tentar me distrair e, porra, 3 dias e eu já to com uma puta saudade de falar com a minha irmã.

Ela me contou que ia viajar pra casa da nossa tia no interior e eu discretamente perguntei sobre a Carol. A resposta foi uma merda: Viajar com a Babi e o Denilson pros EUA. O cara foi um ridículo com ela e com os amigos dela e ela perdoa numa boa, vai até viajar com ele. Qual a dificuldade de me perdoar então?

Subi para o quarto com os mlks e fomos nos arrumar pra festa de hoje. Mesmo depois de prontos tivemos que esperar uns 30 min no saguão do hotel até a Alexia aparecer dirigindo uma puta Land Rover Sport.

Rafa: Aoooo, muy buena essa Land Rover ae.

Alexia: Entran, vamos a la fiesta.

Tava confiando que, depois desse carrão ae, a Alexia ia levar a gente numa balada mais louca que a La Feria. Essa mina classe A que o Lucas foi arrumar hein..

Chegamos em uma balada que ficava no mesmo bairro que a La Feria, só que em uma parte mais nobre, não tinha tantas pessoas na rua e as que estavam usavam umas roupas bem chiques. Chavama Thelonious e tinha um ar muito mais high society, todos chegavam de carro, tinha manobrista e a entrada mal tinha fila porque o sistema era bem rápido.

Vine: Legal, tudo bonito. Mas como é que a gente vai entrar nisso?

Alexia: Es de mi primo.

Rafa: O QUE?

Emanuel: Pqp, você é foda demais Alexia!

Entramos como VIP ainda, pulseira dourada com direito de tudo do bom e do melhor. Cheguei perto do bar do andar de cima e percebi que o povo tava olhando estranho pra gente, era incrível como só a alta burguesia de Santiago estava aqui. De vez em quando passava uns champagnes para algum camarote, era tudo tão glamoroso que até perdia um pouco a cara de balada.

O Lucas logo sumiu com a Alexia em um dos cantos do nosso camarote VIP e nós ficamos no bar bebendo o melhor whisky que essa pulseira dourada podia pagar. Não demorou nada pro Rafa começar a farejar e caçar as garotas, só que aqui seria mais difícil pegar porque estávamos vestidos normais em uma balada que até garçom esbanjava riqueza.

Vine: Que bando de otários, precisam ficar mostrando que são ricos pra se sentirem bem.

Rafa: Como se a gente não fosse igual a eles né?

Emanuel: Porra, a gente faz essas babaquices?

Pensei um pouco e realmente fazíamos umas coisas assim dentro do colégio ou nos fins de semana la no Brasil. Não parecia tão chato assim quando era a gente comandando as coisas... Tentamos de tudo pra animar a festa até que o Rafa deu a genial ideia de torrar o dinheiro que não era nosso pra zuar um pouco com esses metidos. Subimos pro nosso camarote e pedimos 3 garrafas do champagne mais caro que eles serviam na balada, o bagulho vinha até com aquelas faíscas.

Rafa: Quero ver agora essas vadiazinha de balada.

As minas já começaram a se atirar pra cima da gente, dançando na nossa frente e jogando o cabelo. O Rafa foi só dando moral pra se vingar ou coisa do tipo. Depois de uns 30 minutos nosso camarote já era o lugar com mais mulher por metro quadrado da balada, isso repercutiu e o Lucas logo apareceu dando um ataque.

Lucas: Caralho vei! A Alexia coloca vocês aqui de graça e vocês torram a grana do primo dela? Ela vai me matar.

Rafa: Leva na boa, cara.

Lucas: Levar na boa? Caralho, Rafa!

Uns caras dos outros camarotes começaram a perder as minas pra gente e ficaram putos,  eles começaram a pedir bebida cara pra chamar atenção delas e pra competir com a gente.  De repente a balada virou um show de garrafas de champagne com faíscas e o primo da Alexia estava tendo a maior noite de lucro que ele já teve na vida toda.

O Rafa ficou completamente exaltado, nunca vi cara mais competitivo que ele. Subiu no ferro do camarote com duas minas de vestido curto e ficou pegando no saco enquanto xingava os outros camarotes e beijava as minas.

Essa noite eu nem tava afim de ficar com ninguém, além de que as minas eram todas umas vadias interesseiras. Fiquei só bebendo e olhando pro meu celular com uma puta vontade de ligar pra Carol.

Rafa: Vei, vamos ficar eternizados nessa balada.

Vine: Se liga quanto dinheiro a gente ta fazendo rodar aqui!

Os caras estavam loucos demais, tinha muita mulher no camarote e acho que o Rafa já tinha beijado todas. O Vine era mais discreto, ficava só dançando e embebedando as minas pra elas ficarem soltinhas. O Lucas tinha sumido de novo com a Alexia, os caras tavam se divertindo na festa e eu fiquei sozinho. Como não tinha muito o que fazer acabei pegando uma taça de champagne, saí da Thelonious e fiquei vagando pela rua. Não sei bem o que passou pela minha cabeça, mas só percebi quando a Carol já tinha atendido.

Carol: Alô?

Emanuel: Hey.

Carol: São 3 da manhã, que foi? Aconteceu alguma coisa?

Emanuel: Não, sei la, queria falar com você...

Carol: Hm

Emanuel: ...

Carol: Olha, vou desligar. Tchau Mano.

Ela foi super grossa comigo e aquela taça de champagne foi minha companheira. Isso meio que acabou comigo, me sentei na calçada e quando terminei de beber joguei a taça longe de raiva. Pra que ser grossa comigo? Eu to meio bêbado, ta meio tarde, mas a gente era amigo porra. Acho que é a obrigação dos amigos te atenderem em qualquer situação. O que eu to falando? Nem de longe ainda somos amigos.

Pensei em ligar pra mais alguém, a Bianca talvez, ou a Manu. Mas achei melhor não estragar a madrugada de mais ninguém com minhas merdas. Desliguei o celular e fiquei sentado na calçada vendo a noite passar.

Narrado por Carol:

Qual o sentido dele me ligar? Sério, ainda mais bêbado e as 3 da manhã de uma quarta feira. O Emanuel é um ridículo mesmo, mal posso esperar pra viajar e me desligar dessas coisas logo.

A Marina ainda tava dormindo, sorte que ela não acordou com meu celular tocando senão eu ia descontar todas as idiotices do irmão nela. Resolvi dar uma volta no colégio pra relaxar, coloquei um moletom por cima e saí de pijama mesmo. Saí do prédio dos dormitórios e fiquei passeando pelas áreas de lazer, estava tudo tão vazio que até transmitia uma calma. De repente vi um grupo de pessoas reunidas em um canto do jardim, fiquei com um puta medo, mas me aproximei um pouco pra ver o que era. Idiota do jeito que sou acabei pisando em algumas folhas enquanto me aproximava e fiz barulho.

XxxX: Quem está ai?

Já tava me preparando pra sair correndo e gritando quando reparei que essa era a voz do Dê. Saí de trás das árvores devagar para confirmar.

Carol: Dê?

Daniel: O que você ta fazendo aqui, Carol?

Expliquei que tava dando uma volta pra relaxar, mas ele nem sequer me deu espaço pra perguntar o que ele e os Deltas estavam fazendo aqui sozinhos a essa hora da madrugada. Ele logo dispensou os amigos e ficamos ali conversando.

Narrado por Emanuel:

Já estava quase amanhecendo quando uma Land Rover quase me atropelou na calçada, o farol tava alto e eu não conseguia ver direito.

Rafa: OH! Entra ae viado, tamo indo pro bar.

Entrei no carro e estava todo mundo incrivelmente alcoolizado, fiquei com medo da gente bater e morrer, até me ofereci pra dirigir mas bêbado nunca admite que ta bêbado né. O caminho foi bem torturante, toda hora cantando pneu, passando em sinal vermelho e várias buzinas pra gente, mas chegamos em um bar estilo hard rock café onde estava tendo o show de uma banda de rock.

Fiquei de babá dos 4 bêbados até acabar o show umas 7, 7:30 da manhã. Não estava com a mínima vontade de levar a Alexia pra casa e, eu acho que bêbada desse jeito ela também não iria querer ir pra casa, então meti todo mundo dentro do carro e levei eles até o hotel. O saguão estava lotado porque o pessoal da nossa escola estava voltando de uma festa também. Fui tentar subir com os bêbados e acabei perdendo o Rafa de vista. Ah, o máximo que ele vai fazer é pegar mais umas 5 minas nesses minutos então vou ficar de boa.

Subi com os outros 3, larguei eles no quarto e desci pra buscar o Rafa. Quando saí do elevador já dava pra ouvir uma gritaria, uma movimentação maior de gente e eu logo pensei que era o Rafa fazendo merda. Fui empurrando todo mundo e me enfiando na confusão até que cheguei ao centro, era o Rafa brigando com a Manu e o Gael.

Manu: Por que você não some da minha vida igual fez com todas as outras? Eu agradeceria.

Rafa: Porque não. Quem é esse cara? Ele é ridículo.

Manu: É meu namorado, Gael.

Rafa: Namorado é? Ele é bem parecido comigo, não conseguiu esquecer e arranjou uma versão gringa com nome zuado de mim?

Puta merda, isso vai dar a maior merda, merda!

Gael: Yo soy mucho mejor que usted, soy um hombre de verdade y nunca lastimaría a Manu.

Rafa: Eu não entendi nada do que você disse porque você falou de uma maneira gringa.

Gael: Ahora sal de aqui, estás borracho.

Rafa: Cala a boca, seu merda, viadon.

Os dois começaram a trocar socos e eu corri pra separar, mesmo bêbado o Rafa era forte pra caralho. Só bêbado mesmo pra fazer essa declaração de amor desastrosa no meio do saguão de um hotel em Santiago, valeu Rafa. A Manu puxou o Gael e eu levei o Rafa embora o mais rápido possível.

Emanuel: Vei, você tem noção da merda que você fez? Chamou até o cara de ‘viadon’.

Rafa: Que se foda.

Rimos muito, mas eu sabia que tinha alguma coisa muito errada com o Rafa. Brigar assim por causa da Manu? Levei ele pro quarto, joguei ele na cama e fui conferir o povo no outro quarto: todos dormindo. Acabei indo dormir também, estava exausto.

Narrado por Carol:

Estava na aula, mas só conseguia pensar na viagem. Só mais 1 dia de aula e partiu Miami, nossa, vou comprar taaaanta coisa que vou levar meu pai a falência. Depois do almoço foi pro quarto com a Mah pra gente arrumar nossas malas.

Carol: Sabia que seu irmão me ligou bêbado de madrugada?

Marina: O QUE? Me conta direito.

Contei pra ela que ele disse que queria falar comigo, mas que eu fui grossa e desliguei logo. A Marina ficou com umas teorias loucas que a gente só liga bêbado pra quem ta muito afim e eu simplesmente não conseguia acreditar.

Carol: Se ele ta afim de mim por que ele comeu aquela menina na festa?

Marina: Sei la, mas ele ligou querendo conversar com você ou com ela?

Como eu posso saber que ele não ligou pra ela, levou um fora e ae veio atrás de mim? Ou será que ele realmente não ta nem ae pra ela e ligou direto pra mim? Porra, Marina, não fode com as coisas na minha cabeça.

Narrado por Emanuel:

Acordei junto com o povo umas 3 da tarde, estávamos todos morrendo de fome o o almoço do hotel já tinha sido servido. A Alexia deu a ideia de irmos a um bar comer alguma coisa, porque, como hoje é sexta feira as coisas ficam abertas o dia todo. Ele deu uns telefonemas e disse que uns amigos dela estariam tocando em um bar no centro da cidade e nós concordamos em ir lá.

Chegando la era um bar simples, daqueles que transmitem jogos de futebol e que servem de início de carreira pra muitos músicos. Sentamos em uma mesa perto do palco e ficamos curtindo o som dos amigos da Alexia enquanto comíamos porções típicas chilenas.

Vine: Seus amigos são bons mesmo, hein.

Alexia: Sí, son muy buenos.

De repente o guitarrista da banda tropeçou em alguns fios enquanto trocava de guitarra e acabou caindo do palco. A Alexia e os outros integrantes da banda correram para ajuda-lo, nada de muito grave tinha acontecido, ele só tinha torcido o punho e não poderia continuar tocando.

A Alexia voltou logo correndo pra nossa mesa perguntando se algum de nós sabia tocar guitarra pra poder ajudar a banda a terminar o show, disse que as músicas eram fáceis e o guitarrista machucado estaria ali pra ajudar.

Lucas: O Vine sabe tocar.

Alexia: Bueno, vamos, sube al escenario.

Vine: Não, não, eu não sou tão bom assim.

Logo empurraram ele pro palco e o guitarrista machucado ficou dando umas dicas pro Vine. No começo ele se perdeu um pouco, mas com o apoio da banda e da galera ele até que se deu bem. Filmei um pouco do show pelo celular do Vine e mandei para Isabella, ela adorou. Umas minas do bar também adoraram, ficaram tietando e o Rafa ficou logo chapado.

Rafa: Mulher curte músico né vei? Pena que elas me curtem mais.

Lucas: Ah é? O que você faz?

Rafa: Eu faço elas se apaixonarem.

Lucas: Você é músico? Jogador de futebol? Tem tatuagem? Anda de skate? Ou pelo menos tem barba? Então não, você não faz elas se apaixonarem.

Rafa: Ah, cala boca, tenho coisas melhores.

Todos rimos, mas acho que o Rafa ficou meio incomodado com a última pergunta porque o Gael tinha uma barba dahora e fez a Manu se apaixonar. Tentei dar uma de bom amigo e fugir do assunto, mas o Rafa insistiu.

Rafa: Vamos apostar quem tem a barba mais dahora?

Lucas: Eu nem tenho barba.

Rafa: Porque você é um viadão, o Mano aposta não é?

Emanuel: Eu aposto, vou ganhar mesmo.

Esperamos o show acabar e contamos pro Vine da aposta, ele também aceitou mesmo sabendo que ia perder.

Voltamos pro hotel, mas o Lucas acabou saindo com a Alexia, o Rafa sumiu com umas minas e só sobrou o Vine e eu no quarto do hotel.

Para não ficar tão miada assim a nossa noite descemos e ficamos revendo todos os filme do Harry Potter com um pessoal do hotel a madrugada toda. Eu evitava ficar perto do celular porque ele me lembrava a Carol, mas a Marina ficava me mandando sms querendo conversar e tava foda. O Vine parecia tão resolvido com a vida e com a Isabella mesmo ela namorando outro cara que decidi pedir ajuda pra ele.

Contei tudo que tinha acontecido, tudo que estava acontecendo agora e o fato que isso mexia comigo. O tanto que eu pensava e queria conversar com ela, mas ao mesmo tempo odiava tudo que ela estava fazendo e a pessoa que estava se tornando.

Emanuel: Vine, não sei o que faço com a Carol.

Vine: Mas você sabe se quer namorar ou só voltar a ser melhor amigo dela? Porque são duas coisas bem diferentes sabe?

Emanuel: Não sou retardado, sei que são coisas diferentes.

Vine: Então..

Emanuel: Eu não sei o que eu quero, ela é confusa.

Vine: Porra, você ta parecendo a mina da história.

Talvez eu seja mesmo meio retardado por não saber o que quero, por ter deixado a situação chegar nesse estado e por ficar pedindo ajuda pros outros. Como caralhos eu vou saber o que quero? Porra, Carol, por que você tem que confundir tanto minha cabeça? Por que você não facilita as coisas um pouco?

La pras 3 da manhã fomos dormir e acordei meio cedo na manhã seguinte. Coloquei um casaco e saí pra caminhar e ouvir música, nunca tentativa de ficar atoa e limpar minha mente. Fiquei andando e reparando um pouco na cidade e nas pessoas, era tudo bem rústico e as pessoas pareciam bem humildes, Santiago é uma cidade que eu curto, tem uma atmosfera legal.

Do nada meu celular começa a tocar e interrompe meus pensamentos, antes que eu pudesse tirar ele do bolso para de tocar. Olhei as chamadas perdidas e era da Bianca. ÓTIMO! Já estou cheio de problemas com a Carol e la vem a Bianca dar uma de apaixonada pra cima de mim. Liguei pra ela de volta pra saber o que ela queria.

Emanuel: Ei, Bianca, o que foi?

Bianca: Não, nada. Desculpa, estava organizando meus contatos do celular e te liguei sem querer.

Emanuel: Ah..

Ela riu, se desculpou de novo e desligou. Porra, nem a Bianca quer saber de mim. Essa caminhada não me tirou do zero a zero, porém foi bom dar uma passeada por Santiago e sentir esse frio.

Voltei pro hotel e os mlks estavam no restaurante tomando café, me sentei junto a eles e começamos a conversar.

Vine: E ae? Como foi a noite de vocês?

O Rafa estava com a maior cara de ressaca, começou a contar sobre a festa que foi e as minas que pegou, disse até que encontrou com o Caleb e que combinou nosso rolê de hoje. Nem perguntei do Esteban, achei melhor não criar esse atrito logo de manhã. O Lucas estava quieto, com a cabeça baixa e um sorrisinho malicioso no rosto.

Emanuel: E você, Lucas?

Lucas: Saí com a Alexia e depois fomos pra casa dela.

Rafa: Comeu?

Vine: Não fala assim, cara! O Lucas é sensível.

Rafa: Sensível o caralho, quero saber se perdeu o cabaço ou não.

Lucas: Ah... sim

Emanuel: SIM?

Rafa: AEEEEEEEEE! Esse é meu discípulo.

O Rafa comemorou como se fosse a maior vitória da vida de uma pessoa, até fez a dancinha da vitória. O Vine e eu fomos mais discretos, mas todos nós estávamos muito felizes pelo Lucas.

Terminamos o café e estávamos subindo de volta pro quarto quando esbarramos com a Manu no elevador. O Rafa e ela trocaram uma encarada longa, depois ela se virou para nós, sorriu e desejou bom dia. Reparei que ela estava com uma marca de chupão no pescoço e acho que o Rafa também tinha reparado porque o olhar dele era de ódio. Nada poderia deixar o Rafa mais puto do que ver a Manu feliz com outro; não acho que ele deseja a infelicidade dela, mas ele deseja ser o responsável pelo riso dela.

Ficamos no quarto conversando e navegando na internet até umas 2 da tarde que foi quando a fome bateu e o tédio superou a preguiça. Começamos a pensar o que faríamos a tarde e onde almoçaríamos.

Vine: Sei que to com saudade de jogar vídeo game.

Rafa: E eu to com fome.

Lucas: Acho melhor a gente ir no shopping.

Todos concordaram com a ideia, trocamos de roupa rápido e pegamos um táxi até o shopping que ficava um pouco longe do hotel. Almoçamos uma coisa rápida e depois fomos para uma dessas grandes lojas de eletrônicos e livros pra ficar jogando Xbox. Era bem melhor estar no Chile sem ter que seguir os monitores da escola e fazer aqueles programas escrotos tipo visitar museu.

Umas 4 da tarde o celular do Rafa tocou, era o Caleb chamando a gente pra dar um rolê no parque com ele. Aceitamos na hora, ele passou de carro no shopping e fomos pro parque. O Caleb era muito doido, ele trouxe uns 4 skates e umas câmeras Go Pro falando que era pra gente filmar o role e colocar na internet.

Emanuel: Isso é demais, cara.

Caleb: Sí!

Chegando no parque eu logo peguei uma cara, prendi no skate e comecei a andar. O Caleb e o Lucas também foram de skate, o Rafa e o Vine preferiram alugar bikes porque não eram tão bons no skate.  Arriscamos algumas manobras e ficamos brincando e filmando tudo, foi muito dahora.

Caleb: Yo quería vivir en el Brasil para patinar con ustedes siempre.

Emanuel: Você podia ir visitar a gente la, tem uns lugares muito bons pra andar de skate

Lucas: Fazer uma caravana de Santiago para o Brasil.

Rafa: Só pra levar sua namoradinha também né?

Lucas: Claro.

Vine: Casado demais esse Lucas

Quando o sol começou a se por decidimos voltar para o hotel. O Caleb nos deu uma carona e disse que voltava em 1 hora pra levar a gente pra mais uma balada muito louca em Santiago.

Fomos tomar banho e nos arrumar, combinamos que seria uma noite dos bros. Portanto o Lucas não podia levar a Alexia, o Vine não podia ficar trocando sms com a Isabella e eu tentaria não ligar pra Carol de novo. Tentar manter o Rafa longe de mulher seria em vão, então ele meio que compensaria a noite dos bros de outro jeito.

As outras pessoas olham pra mim e pra Carol como se fossemos um casal, não sei como elas conseguem enxergar isso tão fácil sendo que nem nós mesmos sabemos o que rola. Sei la, talvez seja bem mais fácil entender a vida quando não se trata da sua.


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