Thaís’s POV

  - O que você estava fazendo aí dentro que demorou tanto? – Depois que eu saí do banheiro Maria perguntou.

  - Eu também preciso fazer necessidades, Maria.

  - Já vi que pela demora vamos precisar interditar. – Anna comentou deitada na cama dela.

  - Hilário. – Ironizei.

  - Voltei, não precisam mais sentir minha falta. – Lara apareceu de repente fazendo todas tomarem um susto.

  - Sinto lhe dizer que ninguém liga. – Meg falou. Percebi que depois que ela conversou com o Bruno, ela ficou um pouco triste e para baixo.

  - Onde você estava, Lara? – Perguntei me intrometendo.

 - Com o Jensen.

  - Ui, o que vocês estavam fazendo?

  - Estávamos só falando de como a bunda dele e a do Felipe são sexys.

  - Como é que é, minha filha? – Perguntei encarando-a.

  - A bunda do Felipe é propriedade só da Thaís. – Megan falou chegando perto da Lara. – Mas a do Jensen é toda sua.

  - Amores, eu tive uma ideia! – Maria gritou de repente. – Já que todas estamos namorando, podíamos ir para minha casa nesse fim de semana só para curtir mesmo. A única coisa que precisam é de uma autorização dos seus pais.

  - Ideia brilhante, só tem um problema: Nem todas estamos namorando. – Meg falou como se fosse óbvio. 

  - E você e o Bruno?

  - Nós terminamos.

  - Eu sinto muito.

  - Não tem problema.

  - E eu não estou namorando mesmo o Felipe. – Eu comentei.

  - Eu não quero namorar tão cedo. – Lara disse se sentando. – Quando eu era pequena minha mãe sempre gritava para mim: “Nenhum homem irá te amar, eles só querem te ver nua. Que nem o desgraçado do seu pai.”

  - Encurtando, só você e a Anna estão comprometidas. – Megan falou.

  - Certo, então podíamos nos reunir só entre amigos, como antigamente. – Maria deu de ombros.

  - Legal, mas não é uma boa ideia chamar o Bruno também.

  - Por quê?

  - Digamos que ele resolveu ficar longe de mim depois do término.

  - Pois é, ninguém te aguenta por muito tempo. – Lara falou recebendo um leve tapa na cabeça pela Meg logo em seguida.

  - Certo, então como antes só que sem o Bruno. Vamos avisar para eles.

  - Eu vou falar com o Felipe. – Eu disse saindo do quarto e indo procurá-lo. Continuei andando até que avistei ele, mas não gostei do que vi. O Felipe estava com a Charllotte. Me aproximei dos dois sorrindo sinicamente. – Como vai o casal? – O Lipe me olhou surpreso e logo revirou os olhos.

  - Bem, obrigada. – Charllotte falou sorrindo. Não acredito que ela não entendeu a ironia, garota burra.

  - Charllotte, coloca uma coisa na sua cabeça. Você é uma garota incrível e eu gosto muito de você, mas nós dois não temos nada. Minha namorada é a Thaís, entende? – O Felipe falou me fazendo sorrir com o “minha namorada.” – Nós tivemos uma coisa no verão passado sim. E foi ótimo, mas foi só isso. – Charllotte não ficou nada feliz de escutar aquilo, olhou para mim com raiva e saiu triste. Bem feito.

  - Uau, o que foi isso? – Perguntei surpresa.

  - Estava na hora de dar um fim naquilo, sem contar que estava fazendo a gente brigar.

  - Fiquei feliz de escutar isso. E o lance de “minha namorada” é sério?

  - Não, eu fiz isso só para despistar a Charllotte. – Felipe disse dando de ombros me fazendo ficar triste, logo ele começou a rir e eu fiquei sem entender. – Brincadeira, é claro que era sério. – Ele sorriu e me beijou.

  - Por causa disso tudo, eu esqueci de falar o que vim fazer aqui: Maria teve a ideia de irmos na casa dela nesse fim de semana.

  - Vai ser ótimo, o problema é convencer meu padrasto.

  - Será que você vai conseguir?

  - Eu dou meu jeito, minha mãe o convence. E se ele não deixar, eu fujo do colégio. Não seria a primeira vez.

  Anna’s POV

  Fui chamar os meninos para ir à casa de Maria, por isso fui ao quarto deles. Bati na porta e o Leo atendeu.

  - E aí? – Ele sorriu e eu retribuí. – Lucas, acho que é para você!

  - Na verdade, sim e não. – Falei depois que todos se aproximaram. – Vim falar uma coisa com todos. O Bruno está aqui?

  - Não. Ele saiu há um tempo, mas não voltou mais. – Rodrigo comentou.

  - Imaginei.

  - Quer entrar?

  - É proibido, esqueceu? Aliás, eu pedi autorização para os monitores do corredor só para dar um aviso a vocês. – Acenei sorrindo sinicamente para os dois monitores que não paravam de me observar. – Maria convidou a gente para ir na casa dela nesse fim de semana. Não precisam falar com o Felipe, a Thaís já foi avisá-lo. Mas não falem para o Bruno.

  - Não falar o que para mim? – O Bruno apareceu de repente do meu lado.

  Bruno’s POV

  - Nada não. – Anna falou.

  - Eu escutei vocês dizerem meu nome, falem logo.

  - Certo, seu estraga prazer. Nós estávamos planejando uma festa de aniversário surpresa para você. – Leo falou nervoso.

  - Meu aniversário foi mês passado.

  - Por isso ia ser surpresa. Pensa Bruno.

  - Boa tentativa.

  - Nem tão boa, né Leo? – Lucas sussurrou revirando os olhos.

  - Se querem sair com a Megan, não precisam esconder de mim ou inventar uma história idiota, eu não vou ficar irritado. – Revirei os olhos e saí. Fui até o campus para ficar um pouco sozinho. Não queria que meus amigos me excluíssem assim, mas também não posso proibi-los de andar com Megan só porque a gente terminou. Me sentei encostando na árvore e algo me machucou. Levantei e peguei o objeto que estava pendurado na minha camisa, era uma pulseira com muitos pingentes, deve ser assim que grudou em mim. A questão é: Como aquilo foi parar comigo?

  - O que diabos...? – Perguntei segurando a pulseira que não queria soltar.

  Sophia’s POV

  - É meu. – Falei me aproximando do garoto no campus. – A pulseira é minha.

  - Como veio parar aqui?

  - Eu uso ela em todo lugar, percebi que não estava no meu pulso e quase surtei. Lembrei que a tinha colocado antes de sair e, como tem muitos pingentes, quando a gente se esbarrou pensei que podia ter ficado em você. Não é a primeira vez que isso acontece. Pode me devolver, garoto?

  - Eu tenho nome.

  - Você estava muito ocupado sendo grosso comigo para se apresentar.

  - Desculpe, eu não queria ser grosso. Eu estava só estressado, vamos começar de novo? – Ele se levantou e estendeu a mão. – Bruno.

  - Sophia. – Apertei a mão dele. – Agora você pode me devolver, por favor?

  - Sim, pode me ajudar? Ela não quer soltar. – Bruno disse tentando tirar a pulseira.

  - Vem aqui. – Fiquei tentando também, mas não saía de jeito nenhum. De tanto que tentamos o Bruno acabou caindo no chão e eu comecei a rir.

  - Para, não tem graça. – Ele fez biquinho e eu me ajoelhei em sua frente me aproximando da pulseira. – Desista, ela não vai soltar.

  - Vamos tentar só mais uma vez. – Ele assentiu e tentei, mas não funcionou. – Agora é a última mesmo. – Falei e ele revirou os olhos. E consegui tirar. – Finalmente!

  - Finalmente mesmo, isso já estava ficando estranho. – Bruno olhou em volta, eu acompanhei seu olhar e algumas pessoas estavam nos encarando rindo, percebi que enquanto tentava soltar a pulseira, minha cabeça ficou muito perto da “área” do Bruno. Me levantei rapidamente e o meu rosto e o do Zayn ficaram muito próximos, ficamos nos encarando. Ele foi se aproximando, mas me lembrei do Breno e antes dele tomar alguma atitude eu falei:

  - Tenho aula agora, preciso ir.

  Megan’s POV

  - Boa tarde alunos. – O professor de matemática entrou sorridente cheio de papéis na mão. Eu odeio matemática, felizmente, Maria está comigo nessa matéria. – Sou o novo professor de vocês, meu nome é Ian. – Ele colocou suas coisas na mesa e só então percebi como ele era gato.

  - Que homem delicioso é esse? – Murmurei para Maria mordendo os lábios.

  - Eu estava pensando a mesma coisa. – Ela respondeu sorrindo.

  - Desculpa meu atraso pa... Professor. – Sophia apareceu entrando na sala gaguejando de repente.

  - Que seja a última vez, pode ir se sentar. – Ele disse e ela assentiu se sentando atrás de mim que era um dos poucos lugares vazios.

  - Maria, acho que tenho uma queda pelo professor. – Comentei sem conseguir prestar atenção na aula.

  - Pois é, pena que é proibido namoro entre alunos e professores.

  - Que nojo. Parem de paquerar meu pai, pelo menos na minha frente. – Sophia se intrometeu.

  - Seu pai?

  - Você é filha do professor gato de matemática? – Perguntei chocada.

  - Eu não acho ele gato, mas sim.

  - Você não vai contar nada disso que falamos para ele, né?

  - Relaxem, eu não vou falar nada. – Ela sorriu e começou a escrever no caderno.