O Futuro Deles escrita por Sokane Limiku e Fujisaki Nina


Capítulo 1
Como Tudo Ficou


Notas iniciais do capítulo

Olá, você, meu caro leitor!!
Se você é um dos que já acompanhavam essa fic antes: Sim! Eu voltei e vou retomar a fic!! Também vou reescrevê-la. Acrescentar alguns momentos, tirar outros...
E se você está chegando agora: Seja bem vindo!! E obrigada por dar uma chance para a minha fic. Espero que goste.


Boa leitura ^^



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Doze anos se passaram desde que vimos nossos queridos personagens de Shugo Chara pela última vez. E muitos acontecimentos ocorreram durante esse meio tempo. Amizades; brigas; distansiamentos; reconsiliações; uniões e desuniões.

Resumindo, o mundo dobrou e se desdobrou. Houve muita coisa. Mas tudo bem, porque se não fosse por cada acontecimento, cada segundo aproveitado de um jeito, o cenário naquela manhã de primavera seria completamente outro.

Tadase e Nagihiko estavam, naquele momento, na sala de espera do hospital. Ambos roiam as unhas, tendentes a abrirem buracos no chão de tanto que faziam e refaziam o mesmo caminho naquele estenso corredor.

Até que, como uma menininha que os observava curiosamente pensou, os dois acabaram se esbarraram.

– Desculpe, Hotori-kun. Acho que estou meio distraído – disse Nagihiko passando a mão pelo local da pancada.

– Somos dois. – falou Tadase se sentando novamente.

– Ao menos você sabe que é uma menina, a Nadja não deixou o médico contar. E por falar nisso: Você e Amu não vão mesmo me dizer qual é o nome?

– Eu já te expliquei que, se fosse por mim, você saberia desde que escolhemos. Mas Amu disse que, se eu contasse, ela não se importaria de criar a nossa filha viúva.

– Nossa! - Nagihiko arregalou ou olhos um pouco. - Essas nossas mulheres gostam de uma surpresa, né?

Antes que pudesse responder, a porta atrás de Tadase se abriu e um médico o chamou. Ao entrar na sala, o loiro teve a mais bela das visões: Amu com um sorriso brilhante nos lábios e olhando fixamente para um pequeno embrulho vermelho que segurava.

– Vem conhecer alguém, papai. – chamou Amu, estendendo a pequena para os braços trêmulos do rapaz.

– Ela é linda. – Tadase sorria, completamente abobado.

E realmente, a garota era bonita mesmo. Tinha uns poucos fios de cabelos loiros, brilhantes como os do pai. A pele era clara, e mesmo estando um tanto quanto enrugada, era macia ao toque. O casal ficou mais um tempo só admirando a princesinha – apelido dado por Kiseki ao saberem que seria uma menina – até que chegou uma enfermeira.

– Com licença, a senhora precisa descansar. As duas precisam.

– Está bem, obrigada. E você, – ela se vira para o marido. – Tem um amigo para acalmar lá fora, não? - Tadase assentiu e deu um beijo em cada uma antes de sair.

Ao chegar no corredor, teve de conter um riso. Nagihiko estava com cara de quem acabou de ver uma alma penada. Notando a volta do amigo, o arroxeado forçou um sorriso e perguntou:

– Então, como ela é?

– Linda, igual à mãe. – Disse Tadase, com uma mistura de felicidade e orgulho crescendo dentro de si. – Mas e você? Ainda não te chamaram?

– Não. E isso só me deixa mais nervoso.

– Só não sei porque você está tão preocupado com essa história de menino ou... – Tadase cortou a frase de repente, lembrando-se do antigo e complicado segredo do amigo. – Então é por isso. Mas ele seria obrigado?

– Ser pra valer não, mas uma coisa horrível vai acontecer se eu não o fizer. – Tadase sentiu um arrepio na espinha ao imaginar a "coisa horrível". – Minha mãe vai me matar!

O loiro caiu pra trás ao ouvir isso.

– M-mas o filho é seu. Ela não pode te obrigar, pode?

– Mas é claro... que pode. Eu sinceramente não sei o que fazer. – Nagihiko suspirou, baixou a cabeça. Ele parecia realmente preocupado e assustado. – Eu não quero que meu filho passe pelas mesmas coisas que eu, Hotori-kun.

Tadase sorriu, compreensivo, antes de sentar ao lado do amigo.

– Pense assim: Independente de ser menino ou menina você vai amá-lo, certo?

– Mas é claro que eu vou! Que pergunta mais boba é essa? – Questionou Nagihiko, meio enraivecido.

– Se você vai amá-lo não cometerá nenhum erro. Confie em mim.

– E você é pai há quanto tempo para poder me dizer isso? – perguntou o arroxeado com um certo sarcasmo na voz.

– Aff, tá bom não te ajudo mais.

– Que é isso? Estava só brincando.

– Como até um minuto atrás eu estava na sua situação eu deixo passar. – disse Tadase num tom de deboche.

Nagihiko mal abriu a boca para revidar e outro médico apareceu, dessa vez o chamando.

A única coisa que pôde ouvir antes de entrar na sala, mais branco que folha de papel, foi Tadase lhe desejando boa sorte. Preciso dizer que isso não o acalmou em nada?!

Mas assim que viu o rosto sorridente de Nadja, da sua linda esposa, todas as suas preocupações e medos acumulados durante os últimos nove meses desapareceram.

– Oi. - Ele sussurrou ainda da porta.

– Não precisa sussurrar. Acho melhor não falar pra você adivinhar, não é? – Perguntou a ruiva, contendo o risinho pela cara do marido.

– Me diga logo, Nadja. – Pediu ele, enquanto se aproximava.

– É um menino, Nagi. É o nosso menininho. – Respondeu Nadja com lágrimas nos olhos.

Nagihiko se aproximou da criança e também deu um sorriso. Mesmo sabendo de todas as complicações que ter um filho lhe traria, tudo o que lhe importava agora era aquele menininho que dormia tão sereno. E que tinha de admitir, tinha vários traços seus.

– Vai ser o nome que escolhemos?

Nagihiko não respondeu de imediato, o sorriso enorme em seu rosto não lhe permitia, nunca sentiu tanta felicidade. Aquele nos braços da mulher que amava era o seu filho! Alisou com todo o cuidado a cabeça carequinha do menino e disse:

– Bem-vindo ao mundo, Mizura.

–♥-♡-♥-♡-♥

Amu e Nadja haviam sido liberadas do hospital algumas horas depois, e no momento estavam conversando na sala de espera.

– Ele é lindo Nadja! E tem a carinha do Nagi. - A rosada elogiava, encantada com o bebê no colo da ruiva.

– Obrigada. – Nadja agradesceu, voltando os olhares para o filho novamente e percebendo que Amu estava certa, Mizura era realmente parecido com o pai. – A sua princesinha também é linda. - Sorriu para a pequena no colo da amiga.

– Já vi que esse apelido vai pegar. – Murmurou Amu com uma gota na cabeça.

– Mas qual é o nome dela?

– É uma surpresa. Eu e o Tadase vamos contar para todos hoje no churrasco. – anunciou ela com um sorriso. Porém o mesmo logo se desmanchou, dando lugar a uma expressão raivosa e incrédula ao mesmo tempo. – Só mesmo o Kukai para ter uma ideia dessas.

– Mas vai ser legal, e é uma ótima oportunidade para comemorar o nascimento dos bebês.

– Claro, mas... a ideia foi dele então teria que ser na casa dele. Não se marca essas coisas na casa dos outros. – Amu pôde notar que, pelo olhar de Nadja, ela ainda queria perguntar uma coisa. – Mas, deixando os problemas de educação do Kukai de lado, o que é que você está querendo me perguntar?

Nadja deu um longo suspiro. Desde que começara a namorar Nagihiko, há muitos anos atrás, ela tinha se tornado amiga de Amu e Yaya, tanto que nem conseguia mais disfarçar suas reações. Nagi tinha razão quando dizia que ela era um livro aberto.

– V-você não pode me dar nem uma pistazinha sobre o nome? - Perguntou, sorrinho amarelo.

– Está bem, mas prometa que se adivinhar, vai manter segredo. – e com uma afirmação da amiga ela continuou. – Mesmo não sabendo, o Nagihiko nos ajudou a escolher.

– O que tem eu? – As duas levaram um susto ao verem Nagihiko e Tadase se aproximando

– N-na-nada, meu amor. – Tentou disfarçar a ruiva, mesmo que o gaguejo não ajudasse muito. Porém Nagihiko ficava completamente encabulado quando ela o chamava assim ou de outros nomes carinhosos, então deixou a curiosidade de lado.

Assim cada casal foi para sua casa.

A casa de Tadase e Amu era bem confortável, ao estilo tradicional, nem pequena nem grande demais. Tinha dois andares e um quintal bem espaçoso. Eles, por alguma brincadeira do destino, eram vizinhos de Utau e Kukai, o que era bem divertido e reconfortante.O

casal adentrou a casa ficando pasmos com o que viam. Já estavam fora há três dias e mesmo assim a casa ainda estava inteira, mais limpa até do que estava quando saíram.

– Tadase, acho melhor ligar para a polícia, eve ter acontecido algo com eles. - Falou Amu preocupada.

Ela se referia aos cinco charas que, como já eram adolescentes, ao menos na aparência, foram deuxadis para cuidar da casa naqueles três últimos dias.

– Calma, vamos dar uma olhada por aí. - Tranquilizou-a Tadase.

Eles adentraram aa cozinha e foi enorme a surpresa dos dois ao verem seus Shugo Charas, todos na forma humana e sentados na mesa, cada um com seu passa-tempo. Suu lia uma revista, Dia um livro, Ran e Mikki jogavam Banco imobiliário e Kizeki surpreendente mente quieto jogava video-game.

Vendo os donos chegando, largaram o que estavam fazendo e foram recepcioná-los.

– Amu-chan, Tadase-kun, como foi? - Ran, Mikki e Su foram logo perguntando, tentando enxergar a bebê que repousava no colo da mãe.

– Muito bem, ela é saudável. - Amu respondeu.

– E parece ter um brilho muito forte. - Disse Dia, com sua voz calma.

– Com certeza ela é uma verdadeira princesa. - Falou Kiseki, deixando escapar um sorriso bobo que por sorte passou despercebido.

– Ela tem cabelo loiro, que fofinha! - Exclamou Su um pouco alto de mais, acordando a pequena.

Mas ao contrário do que todos esperavam ela não chorou nem resmungo, somente tremelicou os olhos e ficou a passá-los pelos Charas um por um. Com o susto diminuído e um tremelique mais forte que os outros eles também perceberam que a garota tinha olhos escarlate. Em outras palavras, era igualzinha ao pai.

– Acho bom colocá-la no berço. E vocês vão se trocar, daqui a pouco o pessoal vai chegar. - Disse Amu, e subiu as escadas com Tadase a seguindo.

Eles ajeitaram a menina em um berço branco com detalhes rosas e roxos por todo ele no quarto que foi reservado para ela. Em cima do Berço, um pequeno móbile feito à mão por Su e Mikki. Ao garantirem que estava tudo bem com a pequena, ambos foram para o quarto ao lado se arrumarem.

– Ai, qual eu ponho? - Indagou Amu para si mesma, encarando duas camisetas. - O que você acha, Tadase?

– P-ponha a que mais gostar.

Amu virou para ele e ficou surpresa. O loiro estava com um discreto rubor nas bochechas e evitava encará-la.

– Não me diga que está com vergonha de mim. Por favor, não há nada aqui que você já não tenha visto. - Apontou para o próprio corpo. Como ainda não tinha se decidido sobre a blusa estava só com o sutiã cobrindo a parte superior, mas já usava uma calça jeans.

Vendo que o marido não ia encara-la mesmo, Amu apenas bufou cruzando os braços. Desistiu daquele impasse das camisetas pondo a primeira que veio em sua mão.

– ...Me desculpa. - Tadase pediu, depois de alguns segundos, coçando a nuca.

Amu deu um pequeno e imperseptível sorriso. Seu loiro era mesmo um cara de pamonha, tímido e inseguro... e ela o amava assim, sem tirar nem pôr.

O barulho da campainha soou de repente, tirando a rosada de seus pensamentos, e ela e Tadase logo desceram. Quem havia chegado eram Utau e Kukai, sem falar de Eru, Iru e Daichi, também nas formas humanas.

– Oi, Utau, Souma-kun. - O Hotori cumprimentou. Encolhido e agarrado às pernas de Utau, havia um garotinho de três anos muito parecido com Kukai, fora pelos expressivos olhos violeta. - E como você está Shaoran-kun?

– Bem. - Respondeu o garoto, dando um pequeno sorriso.

– E aí, como está o mais novo membro do clube dos pais? - Perguntou Kukai, agarrando Tadase pelo pescoço.

– Ora Kukai, comporte-se. - Ralhou Utau. - Aja como um bom pai e dê um bom exemplo para o Shaoran.

– Eu estou ótimo, Souma-kun. E mais feliz do que nunca, devo acrescentar.

– E é por saber que você estaria assim que eu planejei o churrasco! Mas ainda está faltando gente. - Observou o ruivo. - Onde estão os Fujisaki?

– Eles já devem estar vindo, vamos arrumando a churrasqueira enquanto isso. - Tadase sugeriu.

– Hai!

– Enquanto eles arrumam as coisas, quer conhecer a minha menininha, Utau? - Indagou Amu, logo vendo a loira assentir.

–♥-♡-♥-♡-♥

Algum tempo depois, todos já estavam reunidos e conversando animadamente. Tadase, Kukai e Nagihiko falavam sobre assuntos banais perto da churrasqueira, enquanto as meninas trocavam dicas sobre cuidados com bebês e observando Shaoran brincando com os menores. Há pouco tempo, Daichi tinha largado a bola e deixado o menino de lado para correr atrás de Ran, o que o deixou sem nada melhor para fazer a não ser brincar com os bebês. Mas ele até que acabou se divertindo mais do que imaginava.

– Minha sobrinha é mesmo uma fofa! - Utau só faltava ter corações no lugar dos olhos, vendo Shaoran brincar com as mãozinhas da bebê.

– É sim. E uma menininha tão fofa assim, merece um nome muito especial, não acha, Amu-chan? - Nadja comentou num tom sujestivo. - Falando nisso, qual é o nome dela mesmo? - Fez a pergunta que tanto queria, atraindo a atenção de Utau também.

– Argh! Vocês conseguem ser chatas quando querem, viu? - A rosada bufou.

Amu estava gostando da companhia de suas amigas, mas de cinco em cinco minutos elas lhe perguntavam o nome de sua filha. Ela puxou Tadase para um canto qualquer para conversarem, teriam que contar uma hora ou outra, afinal aquele seria o nome da menina pelo resto da vida.

– Andem, falem logo. Eu quero saber o nome da minha sobrinha! - Dizia Utau.

– Nagi, o nome que nós escolhemos pode se dizer que foi em homenagem à você. - Começou Amu.

– Ela insistiu para que fosse esse. - Comentou Tadase, rapidamente calado por um pisão no pé.

– O nome dela é Nadeshiko. Hotori Nadeshiko.

Todos começaram a fazer a maior festa, tanto por descobrirem o nome da menina, quanto pela escolha do mesmo. O único chocado era Nagihiko, ainda pensando se deveria encarar aquilo como um elogio ou como uma piada de mal gosto dos amigos.

Logo as coisas se acalmaram e os seis passaram o resto da tarde e o começo da noite lá, o que já era relativamente normal para o grupo. Já eram mais de nove e meia quando Kukai falou:

– Bom gente, está ficando tarde e os motivos da comemoração já estão dormindo, então... - Ele olhou de canto para os bebês.

Nesse momento, Nadeshiko estava no sétimo sono no colo de seu pai, Mizura também já havia capotado e dormia tranquilamente no colo de Temari, o que por algum motivo irritou Kiseki. E Shaoran lutava para manter os olhos abertos, uma missão quase impossível considerando que estava no aconchegante colo de sua mãe com ela cantando My Heartfulsong baixinho para ele.

– Mas os bebês não são a única comemoração Kukai. - Falou Amu como se dissesse o óbvio. E aparentemente era, para todos ali, menos para Kukai.

– Como assim, Hinamori? O que mais temos para comemorar?

– Você não contou a ele? - Perguntou Amu a Utau, ignorando a confusão do ruivo.

– Pensei que vocês iriam contar.

– Mas não estava combinado de que você contaria Utau? - Perguntou Nadja, também entrando na conversa.

– Querem parar de discutir sobre quem deveria ter me contado o que e me contarem logo de uma vez?! - Kukai questionou, já irritado.

Todos sorriram uns para os outros antes de se virarem para ele e dizerem em coro:

– A Yaya está voltando!

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Em outra cidade meio longe dali, uma mulher de cabelos entre ruivos e castanhos corria afobada por sua casa, agora vazia por causa da mudança, e parecia à procura de algo muito importante. Ou nesse caso, alguém.

– Renesmee, filha onde você está? - Ela adentrou em um pequeno cômodo que era o antigo quanto de sua filha e a encontrou em um cantinho ao lado do armário preso à parede.

A garota aparentava ter dois anos, tinha cabelos verde-musgo, macios e sedosos, que iam um pouco além dos ombros e estavam presos em duas maria-chiquinhas altas, o que dava a impressão de serem crespos. Seus olhos eram de um azul bonito também, porém ficavam meio escondidos por trás da armação do óculos.

– Rene, vamos logo. Seu pai já está nos esperando no carro, e você sabe como ele é com pontualidade.

– Eu não vou! - Gritou sem encarar a mãe. - Eu adoro aqui. Adoro meus amigos, minha escola... não quero ir!

– Rene, você vai fazer um montão de amigos na cidade nova. - A mulher deu um sorriso de compreensão e se espremeu um pouco para sentar ao lado de Renesmee. - Eu já te contei que foi lá que eu e o seu pai...

– Se conheceram. Eu sei mãe, você já me contou isso um milhão de vezes.

– Me deixe terminar. Foi lá que eu e seu pai nos conhecemos ainda jovens. Tínhamos muitos amigos lá, eles também se casaram e tiveram filhos. Você é uma garota muito legal, filha. Vão ter outras crianças, outras amigas. E todas elas vão ser muito sortudas por ter te conhecido.

– Você acha? - Indagou Rene, pela primeira vez encarando a mãe, que lhe sorriu.

– Eu tenho certeza.

– Estão prontas? O caminhão de mudança já chegou. - Avisou um homem adentrando no quarto vazio.

Ele tinha cabelos verde-escuros e olhos que pareciam esmeraldas, também usava óculos, porém mais finos do que os da garota.

– Vamos, Rene? - Perguntou novamente a mulher, dessa vez estendendo uma mão para a garota.

Renesmee hesitou um pouco, mas logo aceitou a mão estendida. Assim, aquela família comum pôs-se a caminho do aeroporto. Ou nem tão comum quanto parecia...

– E a Pepe-chan e o Musashi? - Perguntou a ruiva.

– Já estão no carro. - Respondeu o homem. Ele deu um pequeno sorriso ao ver a felicidade estampada no rosto dela.

– Mãe, pai, nós temos que ir. Pepe já está se enchendo de ficar no carro parado. - Alertou-os Renesmee.

– Então vamos, Kairi? - Perguntou a Ruiva.

– Vamos, Yaya.

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Na manhã seguinte, estavam todos no aeroporto esperando a chegada de Yaya.

–Mamãe, quero ir ao banheiro. – Shaoran sussurrou para a mãe.

– De novo? Você já foi três vezes e nós estamos aqui não faz nem meia hora. - Utau acabou com a descrição do menino, falando em voz alta.

– Está reclamando do que? Fui eu que levei. – Rebateu Kukai, que se calou ao ver o olhar ameaçador da esposa.

– Por que você não o deixou em casa com o Daichi, ou com a Eru e a Iru? – Perguntou Amu para a loira.

– E você acha que eu não tentei? Mas o Shaoran queria porque queria vir, e o Kukai claro que deixou, assim que ele fez menção de chorar. Acho que ele pensou que a Nadeshiko e o Mizura estariam aqui.

– Por que vocês não trouxeram a Nadeshiko, tia Amu? – Shaoran perguntou à rosada, se esquecendo completamente do banheiro.

– Ela ainda estava dormindo quando nós saímos.

– Ah, e por falar nisso, você e o Tadase conseguiram dormir alguma coisa? – Indagou Utau, já imaginando a resposta.

– Conseguimos, sim. Por incrível que pareça a Nadeshiko é muito calma.

– Verdade, Tadase? Vocês não tiveram nenhum problema? – Kukai perguntou, tão surpreso quanto Utau pela resposta.

– É verdade, Souma-kun. Não foi um mar de rosas, ela acordou algumas vezes, mas conseguimos dormir bem.

– Fale por você. – Resmungou Nagihiko, que até agora estava calado ao lado de Nadja. Tanto ele quanto a esposa tinham várias olheiras, o que indicava a noite mal dormida de ambos. – O Mizura chorou a noite toda! E quando parava, não queria dormir de jeito nenhum.

– Se a Temari não tivesse pegado ele depois das 2:00 e concordado em cuidar dele, nós nem teríamos vindo. – Nadja acrescentou. – Se todas as noites forem assim,eu não aguento!

– Calma, as primeiras noites são as piores mesmo. Vocês ainda não estão acostumados e o Mizura é muito pequeno – Utau tentou tranquilizar a amiga. – Acreditem, eu sei do que estou falando. Me surpreendia de vocês não ouvirem o choro do Shaoran da casa de vocês. – Falava agora com Amu e Tadase, porém olhando para o filho que dava uma risada sem-graça.

– Ei, vocês vieram aqui para me buscar e nem me cumprimentam? – Eles olharam para frente e viram Yaya diante deles. O tempo havia passado mais rápido com a conversa e só agora perceberam a presença da mais baixa.

– Yaya! – Amu e Utau foram as primeiras a darem um gostoso abraço na garota, sendo seguidas por Nadja que abriu um pequeno sorriso ao ver a amiga.

– Amu-chan, Nadja-chan, Utau-chan! Estava com tantas saudades de vocês! - Yaya se esfirçava ao mácimo para conseguir abraças as três de uma vez.

– Nós também estávamos, morrendo de saudades. Você disse que viria para o meu casamento e nem deu as caras. – Falou Amu, fingindo irritação.

– Eu disse que tentaria vir, Amu-cha... Nadja-chan, o que houve com você? – Exclamou Yaya preocupada ao ver o estado de Nadja.

– Mizura. – Nadja respondeu, rapida e simplesmente, deixando a outra ruiva confusa. Mas quando viu Nagihiko no mesmo estado, logo entendeu que deveria se tratar do filho deles.

– Quanto tempo, Yaya-chan. – Cumprimentou Nagihiko.

– Bem-vinda de volta, Yuiki-san. - Saudou Tadase.

– Yo, Yaya! – Falou Kukai.

– Y-yo, Yaya. – Shaoran tentou repetir a frase do pai.

– Ah, que coisinha mais fofa! – Exclamou Yaya, ficando de frente para o pequeno. – É parecido com o Kukai, mas tem os olhos da Utau-chan. Eu deveria saber que filho de vocês só sairiam essas coisas lindas!

– Etto, Yaya... Você só trouxe isso de bagagem? - Nadja perguntou, ao ver que a amiga só trazia uma mala de mão. – Pensei que você fosse se mudar e não passar uns dias.

– Ora, eu vou me mudar. Os móveis chegam daqui à alguns dias e já tenho alguém para pegar o resto das...

A frase de Yaya fora interrompida com a aproximação de uma figura nada estranha para eles. Apenas Yaya não ficou surpresa quando viram Sanjou Kairi chegando perto deles. Depois do espanto, Tadase fez questão de segurar bem firme a mão de Amu, ficando com uma expressão de raiva e pavor.

– K-Kairi? – Utau foi a primeira a se pronunciar. – O que você está fazendo aqui?

– Vocês não acharam mesmo que eu deixaria minha esposa se mudar sozinha, acharam? - Disse Kairi, colocando um braço ao redor dos ombros de Yaya.

Oqueixo de todos caiu mais ainda com aquela revelação. Tanto que só notaram uma garotinha de cabelos verdes e óculos que segurava a mão de Kairi quando ela se pronunciou:

– Não fala assim papai, é nojento.

– PAPAI?! – A duvida se estavam mesmo ouvindo aquelas palavras era tanta que todos que todos gritaram. Se estavam tentando chamar a atenção do aeroporto todo, conseguiram.

– Espera aí!! P-parem o mundo que eu quero descer! – Exclamou Kukai, apertando a cabeça com as mãos em um ato de desespero. – Desde quando você e o Sanjou tem esse tipo de relacionamento? Da ultima vez que vimos vocês não parecia que se tornariam nem namorados, quanto mais se casariam e teriam uma filha!!

– Grande coisa Kukai, eu também tenho poucas e boas para falar de como estava o relacionamento de cada um de vocês desde a ultima vez. - A ruiva rebateu, ofendida pelo comentário.

– Yaya, acho que isso não será necessário. Olha a Renesmee.

– Está bem, mas isso não acaba aqui – Yaya deu um longo suspiro e continuou. – Kairi, você leva as malas para casa, eu vou ficar com as meninas.

– M-mas eu vou guardar tudo sozinho?

– Não se preocupe com isso, o Tadase, o Kukai e o Nagihiko te ajudam. – Falou Amu e todas as outras concordaram.

– Ehh?! Mas porque nós? - Kukai exclamou, falando por todos os homens ali mensionados.

– Oras, temos muitos assuntos para botar em dia com a Yaya, e é conversa de mulher. – Utau tratou de explicar.

– Mas isso não me parece justo. Guardar as malas deveria ser tarefa minha e...

– Ah, então você quer guardar tudo sozinho? – Questionou Yaya.

– Estão esperando o que? Me ajudem. – Kairi se apressou em dizer. Apenas a ideia de guardar tudo sozinho o assustava.

– O nosso carro é o maior, então podem ir com ele. – Disse Amu, jogando a chave para Tadase que lhe mostrou um bico, inconformado.

Pouco depois de rirem da cara dos garotos, Utau chamou a atenção do filho.

– Olha, Shaoran, agora você tem uma amiguinha. – Ela se referia à Renesmee.

– Viu filha, eu disse que você teria amigos.

Os dois se aproximaram devagar um do outro, todas em volta se controlando para não gritarem diante daquela cena incrivelmente fofa.

– Yo, meu nome é Souma Shaoran. E o seu é? – Perguntou, estendendo uma mão à menina.

– S-Sanjou Renesmee, mas pode me chamar de Rene. – Se apresentou e aceitou a mão do menino. Os dois sorriram quando o fez e as mães em volta não puderam segurar um “Owwn”. Constrangidos, os pequenos soltaram as mãos.

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Um tempo depois, na casa de Amu e Tadase:

As quatro charas pulavam de alegria por reverem os antigos amigos, Musashi e Pepe. Kiseki também pareceu se animar mais, mas de acordo com ele é porque agora tem dois de seus plebeus de volta. Na sala principal, as mulheres conversavam sobre tudo que é assunto, mas principalmente enchiam Yaya com perguntas sobre seu relacionamento com Kairi.

– Mas Yaya, vocês praticamente não se suportavam. Como foi acontecer isso? – Perguntou Amu pela milésima vez.

– É o amor, Amu-chan. Nem todas tivemos a sorte de somente termos que esperar ser correspondidas.

– Como assim?

– Você sabe muito bem “como assim”. O Kairi me impediu de falar antes, mas agora ele não está aqui e a Rene também está brincando lá fora, então eu vou falar: - Levantou-se e apontou um dedo na cara da rosada. - Amu-chan, você e o Tadase gostavam um do outro desde sempre, só tiveram que deixar de serem lerdos por um momento e se declararem. Utau-chan, - Agora apontava para Utau. – Você e o Kukai eram inimigos no começo, mas essa rivalidade foi virando amizade, e depois amor. – Utau ia questionar, mas se calou, sabia que ela estava certa. – E finalmente, Nadja-chan. – Diferente das outras, Nadja levou um susto ao ter o dedo da garota apontando diretamente para si. – O seu relacionamento começou da forma mais rara: Amor à primeira vista correspondido. Desde o primeiro encontro que você e o Nagi se amam e nunca fizeram nada para esconder esse amor. E principalmente provaram que ele é aprova de tudo, pois continuaram juntos, mesmo com a mãe do Nagi fazendo de tudo para separar vocês. – Nadja corava mais a cada palavra.

– Isso é verdade, e olha que a mãe dele dá medo. – Amu observou.

– Se é assim, ambos os lados sofreram, né? Não vamos nos esquecer de que a Nadja tem aquele irmão mais velho que parece querer fazer o Nagihiko em pedaços.

– He, He, o Jiro só é meio protetor. - Nadja respondeu sem graça.

– Mas a questão é: Nós temos todos os tipos de relacionamentos aqui, não sei por que o meu é tão diferente e importante assim.

– Hai, hai, desculpe Yaya. - Pediu Amu.

– Tudo bem, mas agora me contem tudo o que eu perdi nesses sete anos.

E elas seguiram o resto do dia assim, conversando. Quando Kairi e os outros chegaram estavam exaustos, e decidiram ficar por lá mesmo. Após o jantar, Utau se ofereceu para ajudar Amu com a louça e as duas acabaram tocando num assunto que não falavam faz tempo.

– Eu não sei mesmo onde o Ikuto está. - Utau admitiu. - Ele sumiu desde o seu casamento com o Tadase a dois anos. Quero dizer, a mamãe me disse que ele apareceu uma vez lá em casa uns dias depois, mas só pegou uma mala com algumas roupas e o violino.

– Nossa, onde será que ele se meteu? - A Hinamori se perguntou, preocupada.

– Amu, não me diga que, agora, com dois anos de casada e com uma filha, você mudou de ideia sobre os seus sentimentos? - Utau Questionou, pronta para dar uma bifa na amiga caso dissesse que sim.

– Não, nunca! Eu amo o Tadase e a Nadeshiko de todo meu coração, mas... Agora fiquei preocupada. Foi por minha causa que ele sumiu.

– Não foi sua culpa. Não é culpa de ninguém querer ficar ao lado da pessoa que ama. O Ikuto foi um teimoso ao fazer aquilo, a culpa é dele, isso sim.

Amu assentiu dando um pequeno sorriso, mas esse logo desapareceu ao olhar pela janela, preocupada.

– “Ikuto, você está bravo comigo?”.

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Em uma mansão em Paris, França:

Um homem de cabelos azuis se remexia na cama, parecendo incomodando com o sonho que estava tendo. A pessoa ao seu lado, uma mulher de cabelos castanhos e olhos róseos, já estava ficando preocupada. Aquilo não era estranho, acontecia todas as noites na verdade, mas a mulher não podia deixar de se preocupar. Sentou-se na cama e o chamou.

– Ikuto, acorde... Está tudo bem? - Ikuto acordou suado e assustado, mas logo se acalmou ao ver os olhos rosa da mulher. – Teve outro pesadelo?

– Tive. – Respondeu, se sentando ao lado dela. – É assim todas as noites, se consigo dormir tenho pesadelos.

– Eles se lembram de você, Ikuto. Talvez apenas não estejam conseguindo contato, ou não sabem que você está em Paris.

– Você está certa, Amaya. Como sempre.- Ikuto admitiu, sorrindo de lado.

– Vamos tentar dormir então?

Como resposta, Ikuto deu um selinho de leve na esposa. Mas antes que pudessem desejar boa noite um para o outro, a porta do quarto se abriu, revelando um garotinho de um ano e meio. Ele tinha os mesmos cabelos azuis e repicados de Ikuto, mas possuía olhos róseos e um rosto gentil como tinha Amaya.

– O que foi Saito? – Perguntou ela.

– Eu tive um pesadelo. - O garotinho murmurou, apertando o cachorrinho de pelúcia que tinha em mãos. - Posso dormir com vocês?

Ikuto bateu no meio da cama, indicando que o garoto tinha permissão para subir. Saito abriu um largo sorriso e foi para o meio dos pais. Meio a contragosto, Ikuto pegou seu velho violino e começou a tocar a melodia de Yuuki no Uta para o filho. Aquela melodia o lembrava de momentos bons de seu passado, então ele não se importava de tocar para sua nova família, seu futuro.

Saito já estava adormecendo no meio da melodia, mas não por que a achava entediante, e sim por que ela o acalmava, sem falar que ele só tinha um ano e eram três horas da manhã.

– Ikuto, ele já dormiu. – Amaya avisou, assim que sentiu o peso do filho, apoiado em seu braço, ceder.

– Ótimo. - Ele soltou o violino, e voltou para a cama. Abraçou ternamente a mulher, que também abraçava o filho. E antes que se rendesse ao sono, sussurrou: - Boa noite Amaya, boa noite Saito.


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