O Passado Nos Condena escrita por Fernanda Melo


Capítulo 1
O Passado Ainda Vive


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do primeiro capítulo!
Kiss Kiss...



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O tempo parece não passar muito rápido quando você está prestes a morrer nem tudo parece ser belo como nos dizem, os fatos de seu passado voltam em sua memória somente coisas suficientemente ruins o bastante para lhe fazer ficar ainda pior. Seu coração acelera e sua visão já está turva demais para conseguir separar cada traço do rosto preocupado de sua mãe. As luzes no teto do hospital já lhe incomodam e aquela movimentação lhe deixa ainda mais nervosa e o tempo parece suficiente somente para você conseguir pensar se tudo o que você fez valeu mesmo a pena para depois você acabar ali, em cima de uma maca de hospital vendo sua vida se esvaindo a cada suspiro solto por sua boca.

Alguns meses antes...

Alice segurava fortemente o lençol de sua cama, estava inquieta desde o começo de seu tumultuado sono que fazia relembrar seu perturbador passado. Dentro de sua mente passava-se uma breve lembrança de seu passado:

“Uma pequena menina de somente quatro anos e seu irmão de seis, ambos estavam escondidos no guarda-roupa que era compartilhado entre ambos para guardar seus pertences naquela pequena casa. A pequena e miúda menina segurava seu choro para não chamar a atenção do homem ali presente no quarto, o homem que deveria cuidar deles e não maltratá-los.

Ela ainda era abraçada pelo irmão que também tremia de medo, mas que já carregava a responsabilidade de cuidar de sua irmã caçula. Porém, toda aquela tentativa parecia ter sido em vão quando o homem se aproximou do armário, Alice não conseguiu segurar o soluço preso em sua garganta. Jonathan abriu a porta como se pudesse arrancá-la com as próprias mãos. Ele separou os irmãos jogando o menino contra o chão e pegando a menina com força pelo braço, ela chorava, chamava pela mãe e pelo irmão, seu pai lhe jogara contra a cama e tirando o cinto quase foi impedido pelo menino, mas o empurrou novamente.

Ele segurava a menina com força contra a cama, somente com uma de suas mãos segurava as duas da pequena criança.

-Mamãe. – A menina gritou em meio aos soluços. A mulher de cabelos castanhos chegou à porta do quarto dos filhos e mesmo estando um caco por já ter apanhado, faria de tudo para salvar seus filhos, pulou nas costas de Jonathan e ele com tanta raiva bateu-a com tanta força que a mulher chegou a desmaiar.

Emmett agiu rápido pegou a irmã pelo braço e tentaram fugir, mas eram crianças não correriam tão longe. O homem pegou as crianças novamente.

- Vocês não vão fugir, sabem apenas me darem gastos e agora terão que sofrer como a vagabunda da mãe de vocês.

O homem empurrou Emmett para fora levando somente a menina para dentro do quarto, o menino sentiu-se fraco por não proteger sua irmã e ao ver a porta sendo fechada e não poder fazer nada só lhe restou uma coisa...

- ALICE.”

E era sempre este grito misericordioso do pequeno garoto que tirava Alice daquele terrível pesadelo, que a tirava daquele maldito dia que tanto lhe atormentava. Mesmo depois de dezenove anos aquilo tudo ainda mexia muito com os pensamentos de Alice.

Enquanto acordava do pesadelo mal percebeu que havia gritado devido ao susto de reviver aquilo tudo novamente. Os gritos chamaram a atenção de todos da casa principalmente sua mãe no quarto ao lado, Carlisle, Emmett e Rosalie acordaram assustados.

Esme apareceu às pressas no quarto da filha, sabia que sempre que sua menina acordava assim era por motivo de pesadelos. Devido a este passado Alice sempre foi uma menina tímida e até um pouco reservada demais, ia ao psicólogo, mas decidiu parar quando tornou mais uma vez alvo de piadas no colégio, na época tinha somente um ombro amigo além de Emmett e Rose, seu velho amigo Jasper, irmão mais velho de Rose.

Quando ela estava ao seu lado sempre se sentia bem, mas certa vez os pais de Jasper decidiram sair da cidade e ele nunca mais voltou.

- Alice. – Esme aproximou-se e abraçou a filha e de seguida beijou o todo de sua cabeça delicadamente.

- Estou bem... – Sua voz saíra falhada devido ao choro preso em sua garganta, percebeu Carlisle parado no hall de entrada para seu quarto lhe observando preocupado e um Emmett entrar correndo no seu quarto.

- O mesmo pesadelo de sempre? – Ele perguntou mais para a mãe do que para a irmã.

- Eu o odeio...

- Calma meu amor, estamos bem agora.

- Você irá ficar bem Alice, estamos todos aqui com você.

- Eu vou ir preparar um chá para você filha. – Carlisle se manifestou enquanto acariciou os cabelos negros da mesma.

Caminhou até a cozinha e no meio do caminho, enquanto procurava o acendedor da luz da cozinha, encontrou Riley, sua filha com Esme chegando de uma de suas festas com os amigos. A menina tinha somente quinze anos, é loira como pai, de pele clara e olhos verdes como os do pai, tinha herdado de Esme seu doce sorriso, afinal seus gestos e atitude lembrava muito Esme. Uma menina preocupada com todos a sua volta.

- Madrugando também papai? – A menina com um largo sorriso no rosto e beijando uma das bochechas do pai.

- Não, vim fazer chá para sua irmã.

- Ela está doente? – Por um instante a menina parou e pensou um pouco. – Os pesadelos...

- Acho que Alice deveria voltar a procurar por ajuda, isso fará melhor para ela.

- Ela já tentou pai, mas você sabe o nível de maldade acumulada na mente de um ser humano da nossa idade... Quero dizer da minha idade.

- Está me chamando de velhote? – Carlisle bagunçou o cabelo da menina sorrindo.

- Sim. – Ela soltou uma leve gargalhada. – Vou subir ver como a Alice está. – A menina nem esperou por algum tipo de resposta vinda do pai, subiu a escada e caminhou até o quarto da irmã. No meio do caminho acabou encontrando Rose saindo do quarto de Alice.

- Oi Rose.

- Oi Riley, vai La sua irmã está precisando de você.

Riley assentiu e entrou no quarto, Emm ao vê-la forçou um sorriso tentando passar tranqüilidade, mas não conseguiu muito bem, Riley passou a mão pelo braço esquerdo de Emmett e caminhou ate a cama da irmã dando um singelo beijo em sua bochecha.

- Foram os pesadelos de novo não é?!

- Não se preocupe já estou melhor.

- É percebo... Uma pessoa normal treme e soa frio mesmo não é?!

- Sério já passou não se preocupe comigo.

- Você quer conversar mingauzinho?

- Já estou melhor sério... E por Deus para de me chamar de mingauzinho.

- Aah, mas é tão bonitinho.

- Quando você era pequena. – Riley sorriu ao conseguir pelo menos um curto sorriso de Alice.

- Não deixe se abater pelo passado, o que importa é que estamos todos bem e com uma enorme saúde.

- Cheguei. – Carlisle se manifestou ao entrar no quarto. – Toma filha.

- Obrigada pai. – Alice agradeceu e bebericou o primeiro gole do chá de camomila.

- Vou ir tomar um banho e venho dormir com você nesta sua macia, aconchegante e nova cama. – Todos ali riram.

- Está precisando de um banho mesmo mocinha, está fedendo a álcool. – Emmett chamou-lhe atenção.

- Calminha lá irmão muralha... Eu não bebo... Até porque não sou inconseqüente feito você. – Ela se aproximou do ouvido do irmão. – Ou você acha que a mamãe não me conta de seu passado? – Ela sorriu vitoriosa.

***

No dia seguinte todos já estavam de pé, tomavam café ao ar livre, Forks estava em um lindo dia de sol e as únicas que ainda permaneciam na cama eram Riley e Alice. Por pouco tempo previsto, pois Riley logo abriu os olhos devido a claridade repentina que invadiu todo o quarto, ela cobriu a cabeça com cobertor e Alice olhou com os olhos semi cerrados para a direção dos paços que caminhavam pelo seu quarto.

- Mãe... Deixa a gente dormir só mais um pouco. – Alice resmungou passando a mão pelos cabelos sabendo instintivamente que ele estava completamente desorganizado.

- Está um lindo dia lá fora fará bem para as duas, até mesmo para você Riley. – Ela fez uma pausa puxando o edredom das duas, Riley encolheu em posição fetal e resmungou algo que nenhuma das duas entendeu. Alice começou a rir enquanto olhava para a irmã.

- Está de ressaca irmãzinha?! – Ela disse ajeitando os fios loiros de sua irmã.

- Não... Estou ótima, se não fosse esse sol me cegando.

- Deixe de ser dramática querida, a luz do sol lhe fará bem, vamos lá levante. – Esme dizia acariciando o braço da menina.

- Mãe quero dormir cheguei tarde em casa fazem somente...- Uma pausa foi efetuada para que ela pudesse olhar as horas no relógio e conseguir processar quanto tempo já dormira contando nos dedos.

- Cinco horas e meia querida.

- Isso mesmo e dizem que na minha idade o mínimo de sono deve ser de oito horas.

- Vamos lá, Alice já está de pé.

- Mentira ainda sinto ela aqui no meu lado. – Riley, ainda de olhos fechados, apalpou a cama até encostar-se a Alice.

- Vamos Riley, já estou levantando, assim que você tomar um café irá melhorar.

- Aaaah. – Ela abafou o fraco grito mergulhando sua cara de encontro ao travesseiro. – Ta já estou de pé... – Ela estendeu os braços para tentar manter o equilíbrio obtendo um bom resultado, indo até sua mãe beijando-lhe a bochecha e saindo do quarto.

Quando ambas as meninas fizeram sua higiene pessoal e trocaram de roupa desceram juntas para a cozinha. Alice estava quase radiante, se não fosse pelos pesadelos na noite ela estaria muito melhor, já Riley que quase enfiou a cara em um balde de água fria ainda mantinha-se com a mesma cara de sono de sempre.

- Bom dia. – Alice disse para todos os presentes, Carlisle, Emmett e Rosalie responderam em uníssono som. Em seguida fazendo o mesmo com Riley.

Depois do café e de uma bela conversa o pessoal resolveu entrar, as meninas ajudaram Esme com a louça e em seguida foram para a sala. Riley jogou-se no sofá ao lado do pai e encostou sua cabeça no ombro do mesmo e fechou os olhos, Carlisle apenas sorriu com a situação. Emmett que ao perceber que a irmã estava começando a dormir pensou em mais uma de suas brincadeiras.

- Oi Ken que bom que você chegou, mas a Riley não vai querer lhe atender, ela está dormindo. – Emmett disse em voz alta como se estivesse conversando com alguém logo na porta da sala, rapidamente Riley levantou a cabeça assustada não querendo que seu amigo lhe visse naquele estado.

- Cadê? – Ela disse olhando em todas as direções possíveis.

- O que? – Emmett dizia como se nada tivesse acontecido.

- O Ken.

- Andou sonhando com seu namoradinho maninha?

- Emm pare de tirar sarro com a cara de sua irmã. – Esme puxou a orelha do filho mais velho, um homem de 25 anos. Riley pegou uma almofada e atacou contra Emmett que a segurou antes que o atingisse.

- Seu estúpido. Alice... – Riley olhou para a irmã como cachorrinho que caiu do caminhão de mudança. – Vamos à vídeolocadora? – Ela piscou algumas vezes fazendo beicinho para que a irmã não resistisse a sua cara de inocente.

- Não precisa usar chantagem, você sabe que eu não consigo dizer não para você.

- Consegue sim, como daquela vez no shopping que você não comprou aquele relógio para mim.

- É, mas foi só esta vez.

- Não tem aquela outra que você não quis me levar para jantar com seus amigos.

- Mas não era assuntos para crianças.

- Oh, não sou mais criança. – Ela mudou sua expressão facial de inocente para maliciosa. – Sobre o que vocês conversavam Alice? - Ela mantinha a mão esfregando seu queixo.

- Nada pirralha, vamos ou não? – Alice disse enquanto pegava sua carteira de motorista e a chave de seu carro.

- Vamos... – A menina levantou saltitante. – Você quer vir Rose?

- Ah, vou preferir ficar em casa, o bebê não me deixa quieta. – Ela disse tentando se referir ao constante enjôo que teve pela manhã estava sendo terrível.

- Quer que alugue algum filme para você?

- Qualquer romance.

- Não ursinha, romance não você vai ficar chorando o tempo todo, lembre-se que seus hormônios estão a mil.

- Não me proíba de assistir os filmes que gosto, vou ficar uma fera com você. – Ela disse um pouco irritada e Emmett encolheu-se no sofá enquanto Esme e companhia riam de sua cara.

- Adoro minha nora. – Esme completou.

- Você não ama seu filho mãe? – Ao fazer esta brincadeira, Rose lançou-lhe um olhar fulminante que o fez ficar calado novamente. Riley e Alice permaneceram quietas no lugar vendo a cena.

- Você precisava de alguém que lhe colocasse na linha, Rose é a mulher perfeita.

- Você vai ficar no lado dela?

- Sim. Não posso contrariar a mãe de meu neto.

- Poxa vida hein!

- Uool. – Riley brincou com a cara de Emmett e saiu rindo do mesmo durante todo o trajeto até o carro.

***

Ao chegarem na locadora Riley foi direto no balcão do atendente, não tinha ninguém lá, pelo menos não no ponto de visão de ninguém, até Riley chegar e debruçar no balcão e chamar pelo seu velho e melhor amigo.

- Ben. – Ela cantarolou o nome do menino de sua idade. Ela e Alice assustaram ao ouvir um estalo contra a pedra do balcão.

- Ai. Não me assuste assim poxa.

- Oi Benzinho do meu S2. - Ela disse com um sorriso ligeiro no rosto, enquanto cumprimentava o amigo. – Vejo que ainda não se recuperou do porre da noite anterior.

- Haha, sua engraçadinha, pare de falar estas coisas perto de sua irmã o que ela irá pensar de mim?

- Eu nada, cada um com seus namorados.

- Nós não namoramos. – Ambos disseram em coro. Alice não pôde evitar rir.

- Estão vendo? O amor faz isso com as pessoas.

- Argh. – Riley voltou à atenção para as capas de DVDs ali presentes, enquanto passava um por um avistou uma que a fez dar um de seus gritinhos histéricos e somente um personagem das telonas de cinema fazia isto com Riley.

- Homem de Ferro 3? – Alice perguntou o obvio.

- É. – A menina respondeu animadamente. – Eu quero levar ele.

- Mas Riley você já viu ele em três cinemas diferentes, na casa de duas de suas amigas e em casa umas cinco vezes...

- Sete.

- Tá, sete vezes La em casa, você vai ver de novo?

- Amor de fã nunca é demais. – Ela disse seriamente para Alice que não deu muita importância e deu de ombros. Começou a andar pela locadora procurando por algum filme de romance e logo avistou um que seria uma boa escolha, até porque estava louca para vê-lo e Rose também, um porto seguro seria uma boa opção para quem já havia lido o livro de Nicholas Sparks. Caminhou por mais algumas sessões por não ter muito que fazer, parou na sessão de terror vendo alguns filmes lhe chamar a atenção mesmo detestando este gênero de filme.

Uma capa havia lhe chamado a atenção, mas não somente a dela. Um homem forte, alto e loiro também havia decidido pegar o filme juntamente com Alice. Por susto Alice afastou sua mão e a capinha foi de encontro ao chão. O homem educadamente pegou-a e em seguida olhando para Alice não pôde deixar de comentar.

- Este tipo de filme não combina com uma menina delicada feito você.

- Bem... Estava apenas olhando. – Ela disse.

- Me desculpe, chamo-me James De Niro.

- Prazer, Alice Cullen.

- Filha do tão renomado Dr. Cullen.

- Enteada para ser mais correta, ele apenas deu seu sobrenome para mim e meu irmão, é um ótimo homem.

- Claro.

- Você é novo por aqui?

- Sim, me mudei há três dias.

Distante dali enquanto arrumava as capas de DVDs para Riley, Ben viu em deslize James conversando com Alice, não havia gostado daquele homem, já era a segunda vez que estava na vídeolocadora de sua família e na primeira vez viu o homem ser completamente sem educação com seu pai.

- Hei conhecem James?

- Quem? –Riley perguntou sem entender a pergunta retórica do amigo.

- James. – Ele apontou discretamente.

- Não. É novo por aqui?

- Sim... Não gosto dele, na primeira vez que veio aqui acho que havia deixado a educação em casa e gritou com meu pai, hoje ele está de repouso em casa por pressão alta.

- Seu pai está melhor?

- Sim, é melhor você ir lá, não fui com a cara deste sujeito não deixe ele se aproximar de sua irmã.

- Já estou indo. – Ela disse caminhando até ambos, pegou a capa do filme das mãos de Alice para que a mesma notasse sua presença ali. – ótimo filme Rose irá adorar. Quem é seu amigo?

- Na verdade não é meu amigo, acabei de conhecê-lo.

- James, James De Niro.

- Riley Cullen, irmã de Alice. – Ela apertou a mão do homem e sorrindo falsamente logo voltou o olhar para sua irmã dizendo. – Papai me ligou disse que precisamos passar na farmácia e voltar para casa.

- Tudo bem, então vamos, foi um prazer conhecê-lo James.

- Digo o mesmo Alice. – Riley nem se preocupou em se despedir e foi puxando sua irmã locadora a fora.

- Pronto. – Riley disse quando chegou perto de Ben, novamente. – Até logo Bennison.

- Argh não fale meu nome todo... – Ela sorriu para ele tirando as mechas de seu cabelo da frente do rosto. – Você vai fazer algo mais à tarde?

- Não sei.

- Não quer vir a minha casa? Minha mãe disse que está sentindo falta de você por lá.

- Sua mãe?! Sei. – Alice riu novamente, Riley encarou-a indignada.

- O que houve com você? Engoliu um palhacito hoje? Ou você e Emmett trocaram de corpo?

- Nenhum dos dois. – Ela continuou rindo enquanto caminhava até o carro.

- Bem... Diga a sua mãe que quando eu estiver livre hoje eu apareço por lá. Tchau Ben.

- Tchau. – Ela beijou a bochecha do menino o que com certeza o deixou desconcertado, com cara de bobo apaixonado.

***

Mais tarde logo após o almoço Riley ligou o filme para assistir, todos embarcaram nessa até mesmo Alice e Rose, até porque o filme querendo ou não tinha um pouco de romance no meio daquele tumulto todo.

Logo após o termino do filme Riley disse à mãe que iria até a casa de Ben. Seu pai lhe deu uma carona já que estava na hora de ir para o hospital, iria ficar no plantão até a noite. Ele a deixou na porta da locadora, visto que a cada de Ben era logo acima. Ela entrou pela locadora mesmo, cumprimentando Liza, irmã de Ben. Ela subiu a escada e quando chegou na porta que dava na sala, mesmo ela estando aberta, bateu como forma de educação. Quem apareceu por lá foi Carmem.

- Pode entrar querida. – Ela caminhou até a menina dando-lhe um abraço apertado. – Quanto tempo você não vem aqui, pedi para Ben lhe chamar.

- Andava meio apertada com os cursinhos Carmem.

- Você é um orgulho para seus pais querida, tão aplicada. – Riley sorriu meio sem jeito enquanto ambas caminhavam até a direção que ela já conhecia como a da cozinha. – Ben, Riley está aqui.

- Ah, oi Riley, não repara mamãe pediu que a ajudasse na cozinha.

- Reparei você fica muito bonito coberto de farinha.

- Estou fazendo um bolo ou pelo menos tentando. Sinta-se privilegiada, não cozinho para ninguém. – Ela voltou a sorrir meio sem jeito. A tarde ali seria divertida pelo visto. Todos percebiam que naquela amizade de longa data estava se tornando algo mais, pois cada vez Bennison elogiava mais Riley e cada vez mais ela sentia-se envergonhada a cada palavra do amigo.

***

Na casa dos Cullen Emmett e Rose namoravam na sala enquanto Esme e Alice faziam algo na cozinha. Alice estava avoada mexendo nos talheres sobre a mesa. Esme chamou pelo nome da filha, estralou os dedos e nada dela voltar para o planeta terra.

- Alice querida. – Ela sacolejou a filha para que ela voltasse sua atenção para ela.

- Oi?

- Você está longe filha, quer conversar?

- Não e nada não mãe. – Esme viu que a filha estava mentindo e por um instante, decidiu parar de arrumar a cozinha e dar a total atenção para a filha.

- Filha sei que você não está bem meu amor. – Esme sentou-se ao lado da filha segurando ambas as mãos de sua pequena garotinha. – É sobre o pesadelo não é? Algo lhe incomoda.

- Por mais que eu tente não consigo tirá-lo dos meus pensamentos. Pensei que depois que você casasse com Carlisle tudo ia se repetir, mas foi tão diferente e ao mesmo tempo assustador, é como se eu já estivesse acostumada a sofrer.

- Não é isso meu bem, você estranhou apenas, pensou que, como seu pai era daquele jeito, pensou que qualquer outro homem também seria.

- Lembra como eu não queria de modo algum que você se casasse com Carlisle?- Ela sorriu um pouco, tinha apenas cinco anos na época, Esme havia dado mais uma oportunidade para o amor e sabia que com Carlisle seria diferente, também tinha que pensar na vida de seus filhos, estava começando a não ter o que comer em casa, precisava de ajuda, mas não se casou por interesse, de modo algum... Viam-se em seus olhos quando se declarava para Carlisle que tudo que lhe dizia era verdadeiro.

- Mas ele é um ótimo marido e um ótimo pai.

- Uma ótima pessoa... Quem é que daria seu sobrenome para seus enteados?

- É verdade, homens como o Carl são raridade no mercado.

- Comprava nossas roupas, materiais escolares, pagou nossa faculdade... Ninguém faria isto por nós. Tenho muito que agradecer a ele.

- Que tal começar por chamá-lo mais de pai? Ele me disse que sente um pouco disso em você. Emmett o aceitou tão rapidamente, mas ele sente que você é mais preservada.

- Ele disse isso com você?

- Sim, disse que gosta muito de você e de seu irmão, viu que eram crianças especiais. Ele diz para mim todas as noites que vocês são filhos dele.

- É verdade, foi sempre ele que estava na homenagem de dia dos pais esperando para ganhar aqueles desenhos bestas no jardim de infância.

- Não são desenhos bestas Alice... Assim como eu ele guarda os seus e os de Emmett até hoje.

Alice sorriu carinhosamente, não sabia o quanto Carlisle os amava, sabia que ele gostava deles, mas não sabia o quanto.

Mas sua infância havia sido conturbada e quanto mais ela ficava com sua mente desocupada as imagens de seu passado voltavam com força para atormentá-la e torturá-la de todas as maneiras. Parecia atém mesmo brincadeira de sua mente. Parecia que seu passado havia lhe condenado a viver uma sentença de sofrimentos e desistência e por mais que ela tentasse escapar, seria uma pena eterna.


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Notas finais do capítulo

E aí pessoa digam-me o que acharam da nova fic, ficarei feliz em saber suas opiniões...
Até o próximo capítulo.
ByeBye!



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