Give me all, give me all, give me all your attention baby

I got to tell you a little something about yourself

You're wonderful, flawless, ooh you're a sexy lady

But you walk around here like you wanna be someone else

I know that you don't know it, but you're fine, so fine

Oh girl I'm gonna show you when you're mine, oh mine

Pretty girl, pretty girl, pretty girl you should be smiling

A girl like you should never look so blue

You're everything I see in my dreams

I wouldn't say that to you if it wasn't true

– Gale Howthorne Mellark, temos muito o que conversar.

– Temo que sim. – Eu disse e andei para pegar um café no corredor. Um lugar público seria o melhor para se recuperar do choque. – Então... Você é meu irmão.

– Por parte de pai, acredito eu.

– Por parte de pai. – Repeti e balancei a cabeça. – Como eu nunca soube disso?

– Nunca, Mellark? Você conviveu comigo quando criança... – E outro choque...

– Me disseram que você tinha morrido... – Sussurrei para mim mesmo. – Quando o papai e a mamãe se separaram me disseram que...

– Eu estava no hospital. – Respondeu secamente, provavelmente não querendo puxar muito assunto. – E quando me recuperei, eu e nosso pai nos mudamos. Para não muito longe, mas pelo jeito o suficiente para você se esquecer de mim. – Ele pigarreou.

– Não me esqueci. – Respondi. Ele deu de ombros.

– Tanto faz, sinceramente. – E começou a observar tudo ao corredor. – Meu pai me mandou aqui, disse que seria bom eu relembrar a família. – E era notável a raiva em sua voz.

– Faz bem, de vez em quando.

– Você que o diga, não é? – Falou e entramos em minha sala.

– O que quer dizer com isso, Gale?

– Eu já tinha uma família formada. Vocês nunca me acompanharam, nem se quer me procuraram. Eu já tinha amigos, se é o que quer saber. – Cada palavra machucava mais. Eu só o encarei e levantei a sobrancelha. – Peeta! Foi tão fácil te achar! Eu não moro em Nárnia!

– Eu achei que você estivesse morto! – Elevei o tom de voz.

– E vai se basear em achismos? Foi no meu enterro? Alguém provou que eu estava morto? – Ele falou e ficou me encarando. – Eu... Tinha que resolver um problema. E a insistencia do meu pai não me deixou... – Entendi... Parte do problema, além da mágoa que ele guarda de mim, é algo que ficou pendente onde marava e só vai poder resolver quando voltar. Se voltar.

– Me desculpe. – Falei e continuei encarando ele. Ele ficou me encarando e parecia que o ar tinha ficado incrivelmente mais pesado.

– Peeta, você já... – Katniss entrou na sala e parou, pude ver seu rosto perdendo a cor. – Com licença. – E saiu.

O que foi isso?

Xx

– Finnick, quero a ficha completa de Gale. – Entrei na sala dele sem nem ao menos bater. Gale estava bebendo um café enquanto conversava com as assistentes, e quando entrei na sala de Finnick, encontrei Katniss jogada num sofá enquanto o Finnick estava sentado numa cadeira tentando acertar uma bolinha de papel na lixeira. Eles conversavam e ela fazia anotações, mas quando entrei, ela me encarou quase que suplicando por uma explicação. Eu não sabia nem o que explicar.

– Boa tarde Mellark. – Finnick sorriu e levantou as sobrancelhas.

– Boa tarde Odair. Quero a ficha completa de Gale, agora. – Falei e a Katniss se levantou, indo sair da sala.

– Eu esqueci uma das minhas anotações. – Tentou passar por mim, mas eu a abracei e impedi.

– Não me esconda nada Katniss, qual sua ligação com aquele cara?

– O que está rolando? – Finnick perguntou e se aproximou de nós. - E por que a ficha completa do Gale? - Levantei meu olhar e ele entendeu. Se sentou no computador instantaneamente. – Qual o nome dele?

– Gale Howthorne Mellark. – Falei e a Katniss me encarou assustada.

– Mellark? – Perguntaram juntos.

– Descobri que tenho um irmão perdido por ai... Espero que ele não tenha mentido. – Falei e, abraçado com a Katniss fomos ver o computador.

– Achei! – O Finnick falou, e ela praticamente pulou em cima da mesa. – Mas...

– Katniss!

– Vocês não precisam ver! É só mais um cara procurando empregos. Aqui não tem vaga, não sei porque ver... – Ela falou e ficou encarando nós dois. Finnick já tinha se afastado das suas pernas e eu me aproximei dela. – Não... Querem ver. – Falou e escondeu o rosto nas mãos. O que esse cara é, afinal?

– Antes de qualquer coisa, amor, você morava aqui desde sempre? – Ela continuou. - Katniss. – Falei e ela levantou os olhos. Estavam vermelhos. Eu a beijei e olhei fixo nos olhos dela. – Se acalme. – Ela assentiu, porém continuou imóvel. – Por favor... – E lentamente foi saindo da mesa.

– Gale Howthorne Mellark... 21 anos, 1,92, moreno... Hum... Aqui! Família Mellark, 2° herdeiro da empresa de modas Mellark, foi rebaixado do cargo por uma tentativa de... – Engoli a seco. – estrupo a ex namorada?

E pude sentir os olhares de Finnick e Katniss para cima de mim.

(...)

– Katniss! – Ela estava voltando para casa comigo, mas dessa vez insistiu mais que o normal. Nunca foi necessário insistir, mas acho que ela precisa de mim agora. Precisa como um modo de proteção.

– Peeta! – Ela respondeu e riu, mas continuou com os passos rápidos.

–Vai com calma! – Fui no seu ritmo fingindo estar completamente cansado.

– Fraco!

– Eu? Fraco?

– Sim! – Ela falou e me deu um empurrão, mas logo voltou a andar rapidamente. – Vamos... Minha mãe pediu para eu chegar cedo em casa.

– Pediu mesmo, Katniss? – Ela me olhou e arqueou as sobrancelhas.

– Sim. – E continuamos andando. Fizemos várias piadas ao longo do caminho e ela chegou em casa em sã segurança.

– Está mais tranquila agora?

– Vou pensar. Depois te falo. – Ela sorriu brincalhona. Amo o jeito dela brincalhona mesmo nessas situações. E eu lhe dei um beijo longo.

– Eu prometo que nada de ruim vai acontecer com você.

– É uma promessa difícil de ser mantida.

– Adoro desafios. – Ela corou e eu ri em seu ouvido. – Quer que eu fique mais um pouco?

E eu fui puxado para dentro rapidamente. Mas suspeito que não fora somente pelo medo de ficar na porta.

(...)

Assistimos a um filme, eu, ela e a Prim. Não me lembro o nome.

– Que sono... – A Prim bocejou e eu e a Katniss rimos. Ela estava empolgada para zerar a noite. Eram meia noite, ainda. – Eu desisto. Sei que vocês são bem capazes de zerar a noite por si só. – Ela olhou para nós dois com um sorriso divertido no rosto e eu entendi rapidamente da onde puxou a mentalidade e esse jeito para piadas. A Katniss corou. – Boa noite. – Ela deu um beijo na testa da irmã e um na minha, e eu fiquei um pouco adimirado com esse gesto, as pessoas mais velhas costumam fazer isso. Carinho, zelo. Mas não, a Prim também costuma, mesmo sendo somente uma adolescente... A família Eveerden é curiosa da melhor forma que poderia ser...

– Agora acho que podemos nos divertir de verdade. – Falei com a certeza de que a Prim ainda estava ouvindo e ela riu alto na escada. A Katniss me deu um tapa.

– Ridículo Peeta! – Ela falou e se levantou. Mas eu a puxei e ela caiu sobre meu colo.

Segurei firme sua cintura, e nossa brincadeira começou.

Xx

– Bom dia! – Falei animadamente quando cheguei ao escritório.

– Noite boa? – Finnick perguntou.

– Ótima! Onde está a senhorita Katniss?

– Café. – Ele sorriu e eu fui procurá-la.

(...)

– Bom dia! – Cumprimentei cada pessoa que passava por mim no corredor e todos me respondiam sorridentes. O dia não está lindo? – Bom dia Pierre! – Falei ao cara que passava entregando cartas.

– Oi. – Ele me respondeu.

Mas passou.

– Katn... – Fui falar, mas quando vi, decidi observar a situação. Gale estava abraçando ela, e ela não parecia com medo, parecia tranquila, como se muitas respostas estavam lhe sendo dadas em sua mente.

– Que bom que te encontrei aqui! Você sabe que eu nunca te obrigaria a fazer sexo!

– Gale você...

– Você também tem completa consciência de que aquilo não foi plano meu, né? Não fui eu que te prendi naquele quarto! Eu pensei que tinha sido algo seu, e por isso... Me desculpe te agarrar.

– Então você não me prendeu?

– Não, eu juro. – Ele falou e eu fui ligando os pontinhos. Então era isso que ele tinha que resolver... – Você sabe que te acho linda, não? Mas sua beleza diminui um pouco quando se está com medo, sabia? – Ele falou e levantou o queixo dela.

– Gale... Eu estou com o Peeta... – Ela gaguejou e eu sorri, mas meu sorriso sumiu ao ver a insegurança dela nessa frase. – Não me... Não me tente. – “Não me tente”? – Digo. Você não está me tentando. Entenda, eu amo o Peeta! – E meu sorriso voltou.

O Gale suspirou e a afastou de seus braços, ela sorriu aliviada.

– Só não gosto de te ver assustada, você é muito linda... – Ele falou e eu notei o arrependimento na sua voz.

– E você é tão lindo que tem várias garotas que te dariam por ai. – Oi? – Mas eu não sou uma delas. – Disse e deu um beijo na bochecha dele. Abriu a boca para dizer algo, mas saiu andando.

– Peeta! Você estava ouvindo tudo? – Ela me puxou e sussurrou em um canto.

– Desculpe... – Fiquei envergonhado, nunca fui de ouvir conversa dos outros.

– Peeta! – Ela falou e corou, não sei se de raiva ou da vontade que estava de se esconder. – Por que me seguiu?

– Eu estava te procurando! O Finnick disse que você estava aqui e eu vim aqui te procurar... Mas ai você tava toda agarradinha e eu decidi não atrapalhar.

– Ciumento... – Ela riu.

– Brincadeira. Eu queria entender o porquê vocês estavam abraçados, se ele estava te forçando a algo... E se estivesse eu iria intervir, por isso fiquei ouvindo.

– Quanta cara de pau... – Ela riu ainda mais.

– Não fico me agarrando com outras mulheres pelos corredores. – Ela começou a rir, mas eu não estava mais brincando.

– Bobo... – Falou e me deu um beijo. Amo seus beijos. – Aquele não era um corredor.

E sorriu travessa.