Zombie's Hunters escrita por Nanda Farias


Capítulo 5
Really?




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-Olá alunos e aluna! - ela disse olhando pra mim, a única menina da sala - Bem-vindos a aula de tiro com arco - a tiazinha disse nos olhando e levantando os braços como se anunciasse: "Sejam bem-vindos a setuagésima sétima edição dos Jogos Vorazes!"

Ri com meus pensamentos.

-Algum problema Senhorita Smith? - A mulher perguntou.

-De maneira alguma Senhora Edwards - Eu disse.

-Senhorita - ela me corrigiu.

-Senhorita Edwards - eu disse sorrindo sarcástica

Edwards fez duplas para que aprendêssemos os conceitos básicos. Porra, só quero acertar a flecha no alvo, não quero outra coisa. Caí com um garoto, que na boa, não era de se jogar fora. Ele era branco, alto (mais ou menos 1,90 de altura), tinha o corpo "sarado", olhos castanhos, usava um óculos etilo nerd que caiu perfeitamente bem nele, o cabelo castanho penteado em um topete.

-Oi, meu nome é Scott Mason - ele disse a mim.

-Cléo Smith

-Ah, a filha do...

-Ex-filha - eu disse.

-É, eu vi na revista - ele disse.

-Revista? - perguntei, ele assentiu. Peguei minha mochila no banco e saí sem me importar com a gritaria da vaca da Edwards.

Fui pra banca de revistas mais próxima e vi a revista que Mason disse. Na capa tinha uma foto minha e uma do meu pai, a manchete, escrita em letras garrafais, dizia:

"Produtor musical James Smith fala sobre a decisão de internar a filha: 'Chegou a um ponto que as drogas tomaram conta dela"

A raiva foi subindo de um jeito que só Jesus pra ter misericórdia. Paguei a revista para ler a matéria. Contei o dinheiro da minha carteira: insuficiente para um taxi. Droga, odeio pegar ônibus.


-Olá jantar - eu disse quando avistei o cervo. Mirei no olho dele, mas o idiota do Ryan atirou antes de mim - HEY! Eu vi primeiro! - exclamei.

Sei o que você está pensando. Não, isso não é da minha vontade. Lucas simplesmente me obrigou a caçar com ele. Idiota. Eu sempre me viro bem sozinha, mas segundo ele: "eu ando muito anti-social e preciso de companhia" e pra ajudar, todo mundo concordou. Tomem no cu.

-Quem te garante que realmente viu primeiro? - ele perguntou passando a língua nos lábios. Ops, acho que isso era pra ser sexy. Ok, só que não foi.

-Eu garanto - eu disse indo atrás dele, que já estava lá no cervo.

-Como se a sua garantia valesse alguma coisa - ele disse baixo.

-Ah, poxa, será que você morreria se eu acertasse uma flecha na sua cabeça? - eu disse segurando uma flecha na mão.

-Olha não me custa gastar a bala que eu não gastei antes com você, agora - ele disse olhando pro cervo. Bufei - me ajuda a carregar.

-Eu não, você que viu primeiro - dei de ombros e saí andando por onde viemos.

-Ah, então é assim? - ele disse ficando na minha frente, impedindo que continuasse.

-É - eu disse ele ia me dar um beijo a força, mas eu saquei a dele antes e lhe dei uma tranca, o fazendo cair estatelado no chão. Ri sarcástica e coloquei meu pé no peito dele - Vai precisar mais do que isso pra me dar um beijo - eu disse no ouvido dele.

-Vai pro inferno! - ele disse eu ri e saí caminhando até a casa que conseguimos limpar.

-Cadê o Ryan? - Josh perguntou.

-Pegando o cervo que ELE viu primeiro - eu disse irritada.

-Que foi agora? - Liz perguntou.

-Nada - respondi largando a bésta em cima da mesa.

-Espera, acharam um cervo? - Lucas perguntou, assenti.

Eles comemoraram.

-O que aconteceu? - Ísis perguntou indo pro canto isolado que eu tava.

-O idiota atirou antes de mim, pegando o MEU cervo - eu disse.

-Para de ter ciúmes Cléo, o importante é que vocês pegaram o cervo - ela disse a encarei incrédula.

-Foda-se, ele nem era pra estar nesse grupo, ele apontou uma arma pra minha cabeça, ele tentou me beijar, o mínimo era ele ficar quieto e me deixar pegar a droga do cervo - ela me encarou.

-O que você disse? - fodeo.

-Que o mínimo era ele me deixar pegar o cervo.

-Não, antes disso.

-Foda-se?

-Depois disso.

-Que não era pra ele ta no grupo?

-Não, depois disso, e não é que ele apontou uma arma pra tua cabeça.

-Ele tentou me beijar - eu disse baixo.

-Que?

-Ele tentou me beijar - eu disse num tom compreensível

-Meu Deus - ela disse colocando a mão na boca - Não acredito. E tu?

-Dei uma tranca nele e deixei ele estirado no chão. Se tudo der certo, ele ta lá até agora e sendo comido por zumbis - eu disse e ele apareceu arrastando o cervo - Claro que não ia dar certo. - ela riu

-Então, tu ta gostando dele? - ela perguntou.

-Não, ficou louca? Prefiro morrer comida por um zumbi do que ficar com um imbecil que nem ele - respondi.

-E do James?

-Não.

-Opa, não prefere ser comida, já é alguma coisa.

-É, ficarei com ele quando tu ficar com o Lucas - eu disse e agora a deixei constrangida.

-Quando que a conversa virou pra mim e pro Lucas?

-Quando eu disse que virou.

-Ryan! - Carrie disse - Porque demorou tanto? Faz tempo que Cléo chegou.

-É, eu teria chegado antes, mas minha arma caiu num buraco - ele disse e eu ri. Cara esperto.

-Qual a graça Cléo? - Lucas perguntou me olhando.

-Nada, a vida é engraçada não acha? Tipo, tem gente que mente tão mal - eu disse e deixei no ar, subindo as escadas da casa, para ver o segundo andar.

A casa em si era simples e bonitinha. Toda de madeira, pintada de branco. Dois andares com cômodos bem espaçosos. Subi as escadas ouvindo o barulho irritante da madeira rangendo. Vi a porta de um quarto aberto e avistei cachinhos na varanda.

-Isso é Whisky? - perguntei olhando a garrafa na mão dele. Ele me passou a garrafa, bebi um caprichado gole e limpei minha boca com as mangas da minha jaqueta jeans.

-Achei no armário de bebidas lá em baixo - ele disse.

-Dias difíceis pedem um whisky - eu disse, ele sorriu de canto - você acha que a culpa é minha? - perguntei, olhando o sol se pôr. Ele me olhou.

-culpa de quê?

-Você sabe, a gente ficou sem nada do mercado, e quase acabamos mortos.

-A culpa não foi sua. - ele olhou para a paisagem - Ninguém morreu e a gente não ta longe do mercado.

-Você ta dizendo que...

-Eu vou de qualquer jeito. Mas não tem possibilidade de ir com o motor home - ele disse - Não precisa ir se não quiser, mas vou precisar da sua moto.

-Eu quero ir, vai ser ótimo ficar longe daqueles idiotas um pouco.

-Odeio aquele cara - cachinhos disse, e logo entendi que ele falava do Ryan.

-Até que enfim alguém que não acha que é recalque meu - eu disse, ele sorriu e me passou a garrafa.


Peguei o ônibus e desci em uma farmácia. Hora de deixar de ser loira. Peguei uma tinta preta e fiz um cheque, já adivinhando que os meus cartões estariam bloqueados.

Antes de ir até a gravadora passei em um posto de gasolina furreca. Andei até o banheiro e tingi meus cabelos. Paguei um banho e retirei a tinta dos cabelos.

Depois disso, fui a pé até a gravadora, porque não era muito longe. Fiquei na porta e coloquei o plano em ação. Liguei para o telefone da gravadora.

Como de costume, o porteiro levantou e foi na outra sala atender, enquanto ele atendia o Sr. Mudo, subi as escadas até o andar do papaizinho.

Entrei passando pela secretária e abri a porta da sala do James. Joguei a revista em cima da mesa.

–Drogada? Sério? - eu disse olhando pra cara de debochado dele.


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Notas finais do capítulo

LINK DA FOTO: http://i1328.photobucket.com/albums/w537/Poneis_Zumbis/Iacutesis_zps9587b323.jpg