Alvo Potter E O Mensageiro De Boráth escrita por Amanda Rocha


Capítulo 24
O estopim


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar o/ Bom, nem vou comentar o atraso, já expliquei isso tudo pra vocês... Mas então, sentiram saudades dos capítulos? Porque eu senti >< Espero que ainda queiram ler hsuashas
Este capítulo é um pouco diferente, o foco dele não é no Alvo. É uma coisa que eu venho tentado fazer há bastante tempo, mas não tive tempo para encaixar isso na história, mas aí está.
Isso se passa logo depois dos meninos terem recebido a visita de Brubock no navio.
Boa leituraa, vejo vocês lá embaixo!



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Era uma sala bem iluminada. Cheia de prateleiras atulhadas de pilhas de papéis e frasquinhos, além de uma enorme bancada com uma espécie de livro gigante, porém com uma só página. Tudo extremamente organizado. Ele odiava que fosse tudo tão organizado, tudo tão branquinho. Gostava mais de como era antes, um quartinho bagunçado com aquele ar familiar, fazia-o sentir-se em casa... Ou o mais perto de casa que ele conseguia imaginar que sua casa seria se ele estivesse lá...

Mas essa era sua sala agora. Graças à eles.. Disseram que isso o manteria mais focado em sua verdadeira tarefa como Mensageiro de Boráth, em vez de escapulir informações aos não privilegiados. Besteira...

Ajeitou o capuz e fechou os olhos, apoiando as mãos na cadeira à sua frente e deu um longo suspiro. Estava tudo tão errado... O mundo estava de cabeça para baixo, e ele não podia fazer nada para evitar. Logo ele, cujo ofício era evitar o que pode ser evitado, estava ali, de braços cruzados...

Abriu os olhos e passou a mão sobre a página aberta. A frase “Alvo Potter – Presente” estava se apagando lentamente, letra por letra.

– Ocupado, eu espero – disse um homem que entrara abruptamente. Já na casa dos trinta, era alto e corpulento, careca e com as feições rígidas: Frontin, seu chefe.

– É bom ver você – cumprimentou Brubock, sem nenhuma alteração em sua voz. Virou-se lentamente, de modo à ficar tapando a folha do livro. Fitou Frontin, tentando encontrar algo em suas mãos, mas não havia nada. O chefe, por outro lado, mirava a bolsa que o garoto carregava com um certo interesse.

– Trabalhando muito ultimamente, imagino? – disse, com os olhos ainda fixos na bolsa.

– Nada além do normal – respondeu Brubock, lentamente. Tentou decifrar o que o rosto de Frontin estava querendo dizer, pois não conseguia usar Oclumência com ele. Com certeza havia um brilho alegre, e sua alegria nunca era coisa boa para Brubock...

O chefe ergueu a sobrancelha, como que adivinhando o que o menor estava tentando fazer, depois deu uma risada leve. Brubock sustentou o olhar com indiferença.

– Sempre usando seu trabalho de maneira errada... – comentou Frontin, baixinho.

Uma gota de suor brotou na testa do mensageiro, mas ele conseguiu disfarçá-la habilmente – era uma das técnicas que aprendera ao longo do tempo em seu trabalho.

– Não sei do que está falando – respondeu, simplesmente. Depois deu um sorrisinho fraco.

Os olhos de Frontin transbordaram fúria por alguns segundos, mas então ele piscou e sua expressão mudou. Deu um riso de desdém e franziu o cenho.

– Sabe, apesar de tudo, você realmente não passa de um garotinho... – disse, mirando Brubock de cima à baixo, cuspindo cada palavra com desprezo ao passo que a cada sílaba que pronunciava, sua voz ia ficando mais alterada. – Acha que pode fazer suas... Estripulias... E ainda sair ileso?! Você realmente acha que não fico sabendo que tira vantagem de sua posição para ajudar traidores?

Brubock abriu a boca duas vezes antes de gaguejar alguma coisa.

– E-Ele... E-Ele não... – pensou em continuar se fazendo de desentendido, mas isso só o daria tempo, coisa que ele não usaria para nada, pois sequer tinha um plano. – Ele não é traidor! É um bom garoto e...

– Ele não é traidor?! – rugiu Frontin, enfurecido. – É inglês, portanto é traidor! Traidor!

– Há uma razão para estarmos falando inglês agora... – contestou o mensageiro, sabiamente, tentando manter a calma.

– Nós só... – começou o chefe, mas pelo visto Brubock o pegara. – Uma regra ridícula...

– Que torna ridícula todos que a seguem – desdenhou o menor, sem nenhuma expressão.

Uma veia começou a pulsar na testa de Frontin.

– Não se atreva... – começou ele, com o dedo enorme e fino erguido. – Não se atreva, seu desertor!

– Desertor? – riu Brubock, tentando não se abalar com a ofensa. – Me chama de desertor o homem que na primeira oportunidade que teve para apoiar o lado oponente de Serge o fez?

Frontin pareceu um tanto que insultado, mas logo retomou a expressão de desdém.

– O lado opnente... – mastigou as palavras, com uma fúria contida. – Quem é você para julgar quem é o inimigo?

– Imagino que você saiba me dizer – rebateu Brubock, no mesmo tom -, um ex-pirata deve entender do assunto, já esteve dos dois lado, certo?

Esse foi o estopim.

– Já basta – rugiu Frontin, o rosto vermelho de raiva. – Você não tem autoridade para me ofender, também atua dos dois lados, não é? Você é quem ajuda o inimigo! Não vou tolerar essas hipocrisias vindas de um velho fedelho como você!

Puxou de dentro do paletó um pergaminho amarelado e o abriu, com um sorriso estridente estampado no rosto.

– Você está fora do seu cargo – informou, analisando atentamente a reação do menor. – A partir de agora não é mais o Mensageiro de Boráth. Os guardas o levarão direto à cadeia.

– Cadeia? – Brubock repetiu, arquejante.

– Por ajudar o lado oposto – riu Frontin, satisfeito.

O garoto sentiu a garganta comprimir e sua boca secar. Qualquer um pensaria no emprego que era seu ganha-pão. Porém, Brubock não exercia o seu trabalho pelo simples sustento, ser o Mensageiro de Boráth era sua paixão. Alguns ficariam desesperados porque a cadeia denegriria sua imagem, mas Brubock não se importava com o que os outros pensariam de si. Brubock era uma pessoa excepcionalmente humilde e altruísta: a primeira coisa que em que pensou foi Alvo Potter.

– Frontin, me deixe... Não podem... Não podem me levar, eu...

Não podem? – debochou o chefe, com seu ar superior. – Faça-me o favor, garoto... Recolha suas coisas e vá. Ou melhor, nem recolha, não vai precisar de nada disso no xadrez, não é? Mas pense no lado positivo, irá ver sua família miserável outra vez.

Uma gota de suor frio escorreu pela testa de Brubock.

– Por favor, Frontin – pediu ele, suplicante. Ver sua família novamente era um desejo secreto com o qual ele havia lutando ultimamente, mas havia que precisavam mais dele nesse momento. - Me deixe apenas... O garoto precisa saber... Ele...

– O garoto? – perguntou Frontin, agora interessado. – Ah, você quer ajudar o garoto? Isso vai contra seus juramentos de Mensageiro, não vai? Se bem que esse não é mais o seu cargo...

– Você não entende o que eu vi, Frontin – contrapôs Brubock, sendo tomado pelo desespero. - A irmã dele... Ele vai usa-la para algo terrível... Não pretende apenas mata-la, se ele conseguir terminar o que quer com ela, o mundo estará perdido!

– O mundo já está perdido. São tolos aqueles que acreditam que ele ainda tem solução... Agora, Brubock... Tenha o que merece.

Frontin, com um sorriso malicioso brilhando mais que seus olhos negros, puxou a varinha e apontou na direção de Brubock. Houve um clarão, e um baque do corpo batendo no chão.

Naquela noite, o Ministério da Magia da França entrou em completo caos.


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Notas finais do capítulo

O nome do capítulo é O Estopim porque a saída do Mensageiro foi o estopim para o caos no Ministério.
O Frontin é o pirata traidor que traiu os embarcadores, a Maria falou dele no capítulo 22, ele era fiel à Serge (no próximo capítulo vocês vão entender quem é ele) como a maioria, só que era fiel naquelas, né, só porque não tinha muita opção. E ele era de família pobre, então ele era bem ambicioso, queria muita grana e talz, aí resolveu ser embarcador junto com o pessoal pra descolar um dinheirinho fácil, só que o lado oponente (os que conspiravam contra Serge) estava atrás de algo que pudesse manchar a imagem de Serge, aí o Frontin foi e vendeu a informação dos embarcadores em troca de um bom emprego no Ministério, e como a informação foi bem valiosa, esse lado oposto concordou em "silenciar" a parte de que o próprio Frontin, agora bem conhecido por seu cargo, fazia parte dos embarcadores. Dá pra ter uma noção de como a corrupção tá pegando no Ministério francês... Mas então, tá meio complicado, eu sei, mas com o próximo capítulo vocês vão entender melhor.
Se puderem comentar, eu agradeço, porque é o único jeito de saber se estão gostando ou não, se querem que eu mude e talz. Porque tem vários acessos, mas bem poucos reviews... Mas então, é isso, bjs, e até qualquer dia hsuahs *W*



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