Pov. Zöe

  Eu sabia que Aro era esperto mais não a esse ponto, se ele me usasse como isca não iria conseguir só os Cullen, ia conseguir também os meios sangues que iriam vir a minha procura.

  Fiquei olhando pra quela cara mal lavada dele até que vi Felix e Demeter entrando na sala, Aro não conteve a cara de felicidade quando viu eles.

  –Eu deviria ter matado vocês. –eu disse fazendo cara de tédio. –Mais Aro, já que você vai me manter aqui como isca, o que acha de pelo menos me dar mais conforto, aquela sela lá em baixo é muito fria e escura, eu sou uma garota gostaria de algo mais quente e claro.

 –Não acha que esta querendo de mais não? Mas fique tranquila, aquela sela era provisória, acho que Heidi já terminou de arrumar o seu quarto, te teremos como uma hospede permanente não como uma prisioneira. –ele disse com a maior naturalidade de todas.

  –Serio isso Aro, você me usa pra atrair meus amigos para poder mata-los e diz que vai me ter como hospede não como prisioneira, fala serio. –Ao lado de Aro, Jane estava praticamente se segurando pra não pular em mim, e Alec me olhava de um jeito estranho, parecia até o jeito que Leo e Lione me olhavam, ele não parecia querer me matar ou que eu estivesse ali sendo refém de meu próprio avô, isso era tão estranho que meu corpo todo estremeceu.

  –A Zöe, não vamos discutir essa questão agora, você parece estar com fome, está tão magrinha e pálida, e não estou gostando nada desse aranhão em seu braço cicatrizando tão lentamente. Christopher o que aconteceu com ela? –perguntou ele em tom de preocupação, Aro quase me convenceu de que estava realmente preocupado comigo.

  O tal de Christopher era um loiro alto, magro mais bem musculoso, não tinha os olhos vermelhos como eu esperava e sim de um castanho quase preto, meu olfato estava tão bom que pelo cheiro eu poderia dizer que ele era um bruxo que foi mordido por um vampiro a mais ou menos 10 meses pois ainda sentia o cheiro da metade humana dele, e sem nenhuma gota de sangue olimpiano correndo por seu corpo. Isso realmente me assustou, estava parecendo mais um monstro da mitologia grega que segue os meios sangues pelo cheiro. Mas eu não me lembrava desse tal de “Christopher” em Hogwarts.

  –Senhor quando fomos pegar ela para poder aparatar alguém de sua guarda acabou a mordendo, e quem a pegou foi tão burro que deu de cara com uma arvore quando foi correr. –disse Christopher, pelo seu tamanho pensei que sua voz fosse grossa mais me assustei com quão fina ela era.

  –Está sentindo alguma mudança em você princesa? –agora que Aro tinha tocado no assunto, eu estava me sentindo mais forte, minha visão estava melhor assim como meu olfato, estava disposta a apostar uma corrida com um trem bala e tinha a certeza de que eu ganharia, meus pensamentos estavam mais rápidos aponto de poder pensar em varias coisas ao mesmo tempo, e a cada segundo eu sentia o resto de sangue humano que eu tinha em meu corpo se esvair, mais de um jeito bom, não como se eu estivesse morrendo e sim cada vez mais viva. Mais eu não iria dizer isso a Aro.

  –Com essa pergunta você me fez sentir como se eu fosse uma ratinha de laboratório, que tipo de avô usa a neta como rato de laboratório? –eu respondi, atrás de Aro eu ouvi Alec rindo e sendo acompanhado por Marcus e mais alguns da guarda.

  –Calados! Minha querida só estou preocupado com seu bem estar. Não está com sede? –disse Aro. Quando ele tocou no assunto da sede minha garganta queimou, nunca tinha sentido aquilo, pra falar a verdade eu nunca tinha sentido sede de sangue. Meu corpo todo entrou em posição de ataque contra uma força invisível, senti meus olhos mudando de cor, sabia que eles não eram mais a cor de chocolate que eu tanto amava, mais também não sabia pra que cor eles tinham mudado. Vi Aro sorrindo como se ele tivesse ganhado uma briga, estralou os dedos e um adulto humano de mais ou menos 30 anos entrou na sala, naquele momento eu não era mais “Zöe Garrett”, mas sim uma predadora. Não me senti culpada, no momento tudo o que eu queria era acabar com a queimação em minha garganta e sentir o sangue quente e delicioso daquele humano correndo em meu corpo. Ataquei, ele lutou mais eu estava tão forte que quase o parti ao meio na imobilização, mordi onde eu sentia o maior fluxo de sangue, e só de encostar minhas novas presas em seu pescoço o sangue invadiu minha boca, “como eu nunca experimentei isso antes?” eu me perguntava, até que uma voz no fundo da minha mente me respondeu “porque isso é errado”. Fiquei paralisada e deixei o corpo já seco do cara cair aos meus pés.

  Ouvi aplausos vindo de minhas costas, me virei rapidamente ainda com o som sinistro da voz estranha dentro de minha mente, era Aro que batia palmas, com um sorriso orgulhoso no rosto, eu me sentia culpada agora que a sede tinha passado, Christopher e Alec olhavam pra mim com um misto de medo e surpresa, Jane com nojo, e nisso eu concordava com ela, eu estava enojada de mim mesma.

  Com base no meu novo olfato segui o cheiro de Heidi, ela estava a três andares abaixo, praticamente a expulsei do quarto a pancadas, ele era totalmente luxuoso, o dossel da cama era de uma madeira todo cravejado em safiras azuis, minha mão foi instantaneamente para minha mãe esquerda, onde repousava um anel de ouro puro com uma pedra extremamente, uma Safira Lilás. Ao lado da cama tinha uma mesinha de canto de pedra embutida na parede com um porta retrato em cima, a foto era a que eu Lione e Luck tínhamos tirado alguns dias antes de irmos embora. No chão avia um tapete, que ocupava quase toda a extensão do quarto, olhei para a direita e vi uma porta, a abri e eu num banheiro, ele era exatamente como o do outro quarto, todo branco e lindo, quando olhei para o espelho entendi o porque do olhar de medo e surpresa de Alec e Christopher.