A Profecia Dos Sete escrita por Walber Florencio


Capítulo 8
Dayane


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo no ponto de vista de nossa filha de Hades! (:



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Quando se é um semideus, os sonhos não são simplesmente sonhos, e sim, revelações. Dayane descobriu isso em sua primeira noite de sono como uma.

Seu pai Hades disse que tudo o que eles precisavam fazer era chegar até o labirinto de Dédalo e resgatar o seu elmo.

Ela e seus dois amigos se despediram dos outros e saíram dos limites do acampamento. De repente, como numa mágica, estavam no centro da cidade, cercados por pessoas e com um engarrafamento na sua frente.

- E aqui vamos nós... – diz Kelly, meio que fingindo empolgação.

- Que os deuses nos protejam! – Dayane diz. – O que trouxeram?

- Garrafas térmicas com água, ambrosia, sacos de dormir, lanterna, cem metros de corda, ferramentas, o máximo de baterias que podia trazer... – Neto fala.

- E roupas? – Kelly começa a rir. – Eu trouxe um pouco de comida, um par de camisas, shorts e alguns itens para armadilhas...

- E então? – Neto pergunta – Por onde começar?

Kelly olha para Katoptris. A adaga não emite nenhum sinal.

- Ei? Lindinha... – Kelly tenta, embora brincando, se comunicar com a adaga.

- Isso não vai funcionar Kelly... – diz Neto, coçando a cabeça.

Então a adaga nas mãos de Kelly brilha.

- Ah! Quente! – grita Kelly, soltando a adaga no chão.

Katoptris gira no chão, e aponta para um beco, no outro lado da rua. Em seguida, apaga.

Dayane sente algo debaixo dos pés, como se soubesse de alguma forma que havia um caminho passando por baixo do chão. Muitos metros abaixo...

- Vamos... – ela fala.

Kelly apanha a adaga. Dayane atravessa a rua, na frente, seguida pelos outros dois.

Eles entram no beco. Observavam curiosos, esperando uma passagem mágica ou algo do tipo. No entanto tudo o que veem são algumas latas de lixo cheias de sacolas pretas e pichações nas paredes.

- Procurem um sinal... Qualquer coisa... – Neto fala.

- O que acha que estamos fazendo? – retruca Kelly.

Neto olha para ela e lhe dá língua, com um sorriso debochado.

Dayane não vê graça. Estava tensa para brincadeiras. Então percebe, em cor azul, um delta (∆) na parede.

- O delta é uma letra grega, certo? – ela pergunta.

Neto e Kelly se aproximam dela.

O garoto sorri, e toca o símbolo na parede.

O delta brilha num azul intenso. Em seguida, para a surpresa dos jovens, uma abertura surge no chão, próximo a seus pés.

Degraus levavam lá para baixo, mas estava escuro para eles verem o que tinha lá dentro.

- Isso é um convite para entrar? – Kelly pergunta.

- Só saberemos entrando... – diz Dayane, pisando no primeiro degrau. E no outro. E no outro.

Ganhou confiança e foi descendo. Ouvia os passos dos dois amigos por trás dela.

Luzes se acenderam quando os três já estavam dentro do local. O buraco pelo qual entraram se fecha por cima de suas cabeças.

Dayane nota que o lugar onde estavam não era tão grande. Tinha o tamanho de uma sala de aula mediana. As paredes de tijolo, sem pintura nem reboco, tinham um pé direito de aproximadamente quatro metros. O chão não tinha piso, era de terra.

O lugar não tinha muita mobília, exceto uma por algumas mesas de madeira com várias folhas de papel espalhadas por elas.

Os três descem. Dayane sente presenças nada amistosas por ali e pega, por garantia, a espada.

Kelly e Neto fazem o mesmo. A arma de Kelly seria a própria Katoptris. Já a de Neto era uma espada de bronze celestial, muito afiada e que brilhava por conta própria.

- E agora? – Neto pergunta.

- Esperamos... – arrisca Kelly.

- Provavelmente. – concorda Dayane.

Mal ela fecha a boca, Neto vai até as mesas. Ele olha maravilhado para os papéis.

- O que são isso? – Dayane se aproxima.

- Projetos de robôs, máquinas, armas, veículos... Seja lá quem fez isso, é um gênio! – Neto olhava todos os papéis. Então ele começa a guardar os papéis em sua mochila. – Com certeza serão muito úteis.

De repente, uma porta é aberta na parede. Até então Dayane ainda não tinha a percebido.

De dentro saem dois autômatos. Homens de metal com articulações feitas com engrenagens, fios soltos, rosto sem expressão. Nada modernos, mas ameaçadores o suficiente. Tinham às mãos espadas enormes de algum ferro pesado.

Por um segundo Neto os admirou, mas no instante seguinte preparou-se para a batalha. O garoto remexia a mochila a procura de algo.

Então os robôs avançam na altura das duas meninas. Dayane ficou com o maior, que tinha pelo menos dois metros de altura.

Ele atacou com sua espada. Dayane só teve tempo de desviar antes de ser fatiada em pedaços. Ela ataca com um movimento habilidoso e rápido, mas a espada mal chega a arranhar a carcaça do oponente.

Com o canto do olho Dayane observa Kelly. Em força ela jamais poderia competir com ele, mas era esquivava de seus golpes com facilidade. Era rápida e o robô, grande e pesado, ficava cada vez mais lento.

Neto tira um pesado martelo da mochila e salta sobre o autômato que atacava Dayane. Ele o golpeia com toda a sua força na cabeça da criatura. Ouve-se um som metálico e o robô cai duro para o lado.

Neto dá mais algumas marteladas, até amassar o crânio de metal e deixar alguns circuitos à mostra. O filho de Hefesto vai fazer o mesmo com o outro autômato.

Dayane percebe a porta pelo qual os robôs surgiram, se fechando.

- Galera, rápido! – diz ela apontando para a porta.

Ela apanha a mochila que havia deixado cair e corre para a porta. Observa que Kelly e Neto também correm. Ambos com suas mochilas nas costas e armas em punho.

A porta se fecha atrás deles.

A única luz provinha da espada de Neto. Estavam num túnel redondo, tipo esgoto. Mas parecia limpo, exceto por eventuais teias de aranha.

Não caminharam nem trinta metros e estavam perdidos. O túnel de repente havia se tornado um labirinto, com várias opções de por onde seguir.

- Como assim? – Kelly pergunta – Não faz sentido.

- No chalé de Hefesto, Renée e Alef, meu meio-irmão nerd me contaram que o labirinto de Dédalo é o maior e mais complicado projeto arquitetônico de todos os tempos. Caminhos e portas surgem e desaparecem num piscar de olhos. Não podemos nos perder de vista, senão podemos nunca mais se reencontrar.

Dayane ouviu vozes atrás de si. Olhou para trás assustado. O som continuou. Ela notou que era apenas o vento.

- Há circulação de ar por aqui? – ela pergunta.

- Não deveria... – diz Neto.

Então eles percebem uma luz em um dos tuneis. Vão até ele. Notam que dava em um local aberto, de onde podiam ouvir gritos eufóricos.

Aproximam-se com cuidado. Estavam olhando para uma arena.


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Notas finais do capítulo

Uma arena! '-' Quem lutará nela? Aguarde! hehe



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