Aluga-se Um Namorado escrita por Fleur dHiver


Capítulo 23
Uma Manhã de Cão


Notas iniciais do capítulo

Olá, voltei. ;DDDD
Como vocês estão nesse sábado? Sábado de atualização. huahsuahsuah
Espero que vocês gostem do capítulo.
Capítulo betado pela Archie-sama
Boa leitura a todos;*



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Caso exista uma categoria no Guinness para pessoas que se vestem na velocidade da luz, Sakura deveria ter cronometrado sua performance. Nunca, em toda sua vida, tinha pulado da cama e se aprontado com tanta rapidez quanto hoje. Deveria ter gritado por alguém, apenas para que a pessoa visse sua estranha e nova habilidade inata. E obviamente o modelito era impecável, pois bom gosto não tem tempo.

Pegou seu casaco de cashmere vermelho e um óculos escuro. Quando foi pegar a bolsa teve uma ideia. Correu até a estante e pegou dois livros antigos que ela tinha, uma enciclopédia sobre sapatos e um livro de design, os enfiou dentro de sua bolsa e deu uma leve sacudida para conferir o peso.

— Ótimo! — algo lhe dizia que seria de muita utilidade ter uma bolsa pesada. Vestiu o casaco, colocou seu óculos escuro e saiu às pressas do cômodo.

— Senhorita Sakura — o chamado veio antes mesmo que terminasse de descer as escadas. A copeira vinha a passos apressados da cozinha. —, estão interfonando, tem uma pessoa querendo falar com a senhorita e diz...

— Eu não estou para ninguém — a moça parou no meio do caminho, observando a jovem patroa, mas logo voltou a acompanhá-la. — E mande o motorista descer e preparar o carro. — Sakura cruzou o grande hall com a mulher em seu calcanhar.

— Sim, irei avisá-lo. O porteiro disse... — Sakura se virou para a mulher, interrompendo-a.

— Já disse que não estou! E o carro é para ontem, vai!

— Mas o que eu devo dizer ao...

— Diga que eu morri! — fechou a porta na cara da pobre empregada antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa sobre essa suposta visita. Sakura tinha certeza que era algum abutre interessado em saber a opinião dela sobre a visita que Sasuke recebeu. Respirou fundo, queria matar o Uchiha com as suas próprias mãos.

O elevador abriu as portas no lobby, o porteiro estava bem ali, à sua espera. Sakura revirou os olhos, apertando o botão para o subsolo.

— Senhorita Haruno...

— Não importa quem seja, despache! — continuou apertando, mas o homem segurava a porta com botão externo.

— Mas senhorita, é o...

— Não importa! — vociferou, forçando-o a largar o botão do hall. — Pode ser o papa! Eu não estou! E volte para o seu posto ou eu farei com que seja despedido! — quando a porta se fechou, ela soltou um longo e exasperado suspiro. Estavam brincando com a sua paciência logo hoje. Será que o mundo não enxergava que a sua vida estava colapsando por causa de uma ruiva que ela tinha certeza de saber quem era?

Esse maldito porteiro sabia que não deveria importuná-la por causa de jornalistas, mas que inferno. A respiração dela até tinha se agitado pela irritação. Assim que chegou à garagem, correu o olho em busca do motorista que já caminhava em direção ao carro da família. Seguiu o passo do homem.

— Para onde vamos, senhorita Haruno?

— Para o matadouro! — o motorista ergueu uma das sobrancelhas, Sakura revirou os olhos afundando no banco. — Até o apart onde o Sasuke está. — Durante o caminho ela foi olhando as mensagens que tinha recebido. A maioria de Shizune tentando remediar a situação, Tsunade questionando se era o fim definitivo, mas a pior era de Ino, que tinha ousado mandar os pêsames pelo fim do namoro.

A raiva de Sakura não tinha procedentes, se Sasuke estivesse em sua frente agora seria esganado. Queria gritar, esganar e bater muito em alguém. O pior de tudo é que ele existia nessa história para que ela não tivesse que suportar ser taxada de corna, agora estava sendo taxada por causa dele. Não tinha cabimento.

Desabotoou o casaco, ficar irritada estava dando calor mesmo no inverno nova-iorquino. Largou os óculos, pois chegou à conclusão que pesava em seu visual, e apesar de estar decidida a matar alguém dentro daquele quarto, para todos os efeitos ela tinha ido fazer uma visitinha matinal. Nada funesta. Precisava de um toque romântico, doce, delicado.

— Para o carro! — no susto o motorista deu uma freada brusca, Sakura se aproximou do assento dele.

— Senhorita Sakura, está tudo bem?

— Eu preciso que você encontre uma padaria, cafeteria, bistrô. Qualquer coisa que eu possa comprar algo de café da manhã. — Ela era brilhante, tinha tido essa ideia do nada, uma guloseima, um quitute deixaria tudo delicado à vista. E quando chegasse no quarto poderia tacar tudo nele, ou neles.

O carro parou em frente a uma pequena delicatessen e cafeteria, no cardápio que Sakura pegou a entrada vinha dizendo que era uma boutique gastronômica. De boutique ela entendia e se era loja, sabia muito bem como lidar, seria bem mais fácil, afinal, nunca tinha posto os pés em uma padaria antes.

— Bom dia! A senhorita gostaria que eu a levasse até uma de nossas mesas? — uma mocinha sorridente surgiu a frente de Sakura, ela sorriu em resposta observando o local. Da entrada parecia pequeno, mas dava para ver que tinha algo a mais no segundo andar e para o interior. Todo trabalhado em madeira com grandes vitrais e dezenas de mesas espalhadas na parte do café, enquanto a entrada era para vendas em geral.

— Não, obrigada. Eu gostaria de saber se vocês montam cestas de café da manhã na hora? Tipo se eu quiser uma agora... — a garota acenou com a cabeça.

— Claro! Montamos por encomenda e na hora ao gosto do cliente. — Sakura concordou com um aceno de cabeça, voltando a mexer em seu celular.

— Ótimo! Gostaria de uma. — Já ia se virar para ir em direção ao caixa esperar pela cesta, quando a menina voltou a chamá-la

— À moda da casa?

— É, pode ser...

— A senhorita tem alergia ou... algum... — a jovem foi parando de falar ao ver o olhar mordaz de Sakura em cima de si.

— Não tenho alergia e ele... — tocou o lábio inferior observando uma estante com frios variados, ela não sabia se Sasuke tinha alergia, mas também não importava, não era para eles comerem de verdade — tanto faz, não vamos comer, só preciso da cesta.

— Mas... quer dizer... — Sakura começou a bater o salto fino de seu sapado no assoalho de madeira. — Você deveria escolher... quer dizer, é para agradar... temos geleias! Geleias caseiras, patê...

— Geleia de damasco? — com uma resposta positiva forçada, a garota correu para pegar o potinho e Sakura a acompanhou, observando a variedade de coisas a sua volta. — Coloca essa de cereja também e de morango.  Essa torta é de quê? Não importa, põe. Quero as tortinhas com limão e maracujá também. Tem de pêssego? Eu adoro tortinha de pêssego. Esses bombons são caseiros? Tem cereja dentro? Eu quero. Adoro cereja! Põe essas em conserva e morangos também. Iogurte natural, lentilha. Bolinhos de canela, quero dois rolinhos. Eu amo essas mousses, põe também... Acho que já tem tudo que eu gosto aqui...

— E o que ele gosta? — Sakura ergueu a cabeça batendo a ponta do dedo indicador no queixo.

— Acho que ele não gosta muito de doces... põe frios e pão. Pão suíço, queijo brie... Hum... acho que ele come bolo branco com frutas, é algo assim. Põe folhados salgados e uhh... patê de ganso, pode pôr também. Nossa! — pegou um saquinho com torradas caseiras em forma de coração. — Que fofas, pode pôr também. Eu quero café em grão, é tão cheiroso... e põe sache de chá, mas o orgânico, nada industrializado.

— Quais sabores?

— Os mais aromáticos e mel... e baunilha... e canela... — com tudo que compraria definido, a vendedora recolheu e foi para dentro de uma porta atrás do balcão. Não demorou muito para que sua cesta ficasse pronta.

Pagou e voltou para o carro. O local não ficava longe do hotel em que Sasuke estava, em menos de cinco minutos eles chegaram e Sakura parou às portas do prédio com sua pesada bolsa e agora também pesada cesta.

Jogou os cabelos rosados para o lado, caminhando sem pressa para o interior do prédio, os passos precisos e delicados, para que quem estivesse vendo, ou clicando, não pudesse interpretar de forma equivocada seus gestos. Quando a porta de entrada travou às suas costas seu sorriso morreu, e a calma que vinha apresentando foi junto. Atravessou o lobby com passadas ligeiras e precisas, quase quebrou o botão para chamar o elevador de tanto que o apertava.

A cada andar que o marcador parava de mostrar, mais forte seu coração batia, suas mãos coçando, o corredor do andar de Sasuke ela mal enxergou. Se alguém a cumprimentou no curto espaço do elevador até porta dele foi, sumariamente, ignorado. Bateu na porta respirando fundo, com a respiração alterada e suas pernas tremendo em um tique nervoso.

Não pensem que ela se sentia assim por qualquer outra coisa que não fosse o escândalo que aquilo poderia gerar. Não ligava para Sasuke, apenas para o que ele poderia fazer com a sua reputação. Sasuke abriu a porta e ela ficou besta. Ele estava só de bermuda! O dorso nu, os cabelos negros desgrenhados, não que ela já os tivesse visto arrumados, mas mesmo assim. Seu queixo caiu e sua mão tremeu. Ele soltou um audível suspiro, coçando os olhos e estendendo ambas as mãos na direção dela.

— Calma, Sakura, não tem nada rolan... — não permitiu que ele terminasse a frase. Jogou a cesta pesada nos braços dele, invadindo o quarto. Não demorou para encontrar o centro de seus atuais problemas. A maldita estava sentada em uma poltrona com um pote de iogurte em mãos, tomando-o despreocupada, as pernas cruzadas sobre o estofado. À vontade, em casa.

— Como me pede calma com ela aqui? O que ela faz aqui?! — Sasuke suspirou, fechando a porta e largando a cesta de guloseimas em cima do primeiro móvel que avistou.

— Vim fazer uma visita. — Disse Karin dando uma piscadela para Sasuke e um sorrisinho bobo. Pronto, foi o suficiente. Com um grunhido furioso, Sakura voou em cima de Karin, as unhas prontas para passarem no rosto liso da garota. E por muito pouco isso não aconteceu, Sasuke agarrou sua louca namorada antes que ela cravasse as unhas em seu alvo.

— Você é uma vadia morta. Mor-ta! — Sakura gritava e esperneava tentando se soltar do aperto do Uchiha e pôr em prática suas ameaças, mas ele não estava a fim de acompanhar aquele show. Com um puxão só arrastou Sakura até o quarto, largando-a perto da cama. Ela bamboleou quase caindo, mas manteve a pose.

— Qual é o seu problema? — Sakura se virou incrédula para ele, que estava com os braços cruzados, parado em frente à porta.

— Qual é o meu problema? Qual é o seu problema?! — apontou, mal podendo conter toda a sua raiva, queria voar nele também. — Tem uma garota no seu quarto! — seu olhar chegava a queimar.

— Não é “uma garota”, é a Karin. — Deu de ombros, fazendo pouco caso da situação. Sasuke não conseguia entender o porquê de tanto drama, mas aquelas palavras foram quase um tiro em Sakura.

— É a Karin, é a Karin! Desculpa, não sabia que ela era um travesti! — bateu o pé no chão, jogando as mãos para cima cheia de ironia. — Então deixa eu reformular minha frase: tem um travesti no seu quarto! — Sasuke respirou fundo, massageando as têmporas.

— Sakura, minha mãe pediu que a Karin me trouxesse... — começou a falar em um tom neutro e calmo para ver se ela se acalmava, mas nem queria deixá-lo terminar sua sentença e já estava começando outro chilique.

— E ela não poderia trazer e ir embora na mesma hora? Não poderia deixar na recepção? Por que a convidou para entrar? Por que ela ainda está aqui? — Sua voz saía fina, aguda e irritante, ela estava tirando-o do sério.

— E por que eu seria tão rude? — perguntou ele. Com as duas mãos na cintura, Sakura deu três passos para frente e logo retornou para onde estava, buscando se acalmar.

— Sasuke, você não 'tá entendendo — deu uma risadinha nervosa e irritada, juntando ambas as mãos em frente ao corpo. — Você agora é uma pessoa pública. As pessoas te conhecem, falam de você, tiram fotos de você e de suas companhias. E elas fotografaram sua amiga e estão falando da presença dela aqui e da nossa... questão... que houve noite passada. — Puxou o celular do bolso de seu casaco, mostrando a ele todas as notícias que estavam saindo. — Nós namoramos para esconder uma traição. Você não pode ser acusado de me trair também... — Sasuke largou o celular e puxou uma camisa em cima da cama, Sakura viu a oportunidade para voltar ao outro cômodo.

Torcia para que Karin possuísse um pingo de bom senso e tivesse ido embora ao ouvir a briga deles, mas ela não tinha. Na verdade era totalmente sem noção, pois estava agora mexendo na cesta que Sakura trouxe.

— E você, querida? O que ainda está fazendo aqui? — Karin deu de ombros, colocando as mãos nos bolsos e Sakura arrancou a cesta de perto dela. Ainda podia salvar a manhã, nem que fosse uma pequena parcela.

— Eu fui convidada a ficar — Sakura a fitou, tentando esconder a surpresa — e a ir no ensaio fotográfico que ele vai fazer. — Largou a cesta no chão.

— O quê?!

Ao ouvir o tom alto e estridente Sasuke voltou a sala. Sakura se virou para ele na hora jogando sua bolsa em direção ao Uchiha.

— Você a convidou para ir no ensaio com você? — Sasuke empurrou a bolsa para o lado, passando a mão pelo antebraço onde ela tinha o acertado.

— O que tem aqui dentro? — Sakura voltava a pegar a cesta, se preparando para jogá-la na direção de Sasuke, mas ele foi mais rápido e a arrancou das mãos dela.

— Eu não posso acreditar que em vez de mim, você chamou a ela! — Sasuke suspirou, fechando os olhos, esticou um dos braços para tocá-la, mas a Haruno afastou a mão dele.

— Não é bem assim... — ele largou aquela porcaria pesada em cima do sofá.

— Eu vim até aqui, eu fiz uma cesta de café da manhã para você. Para ficar só nós dois e você nem me avisa que tem sessão de fotos?

— Eu não convidei, só perguntei se ela queria ir. — Sasuke deu de ombros, uma questão tão pequena para ele.

— Só? Tão pouco isso, tão bobo — ela deu um sorrisinho sarcástico, sacudindo os ombros. — e por que não perguntou a mim?

— Talvez ele prefira a minha companhia à sua. — Karin deu uma risadinha, tinha se instalado no meio do sofá e aberto o pacote que Sakura tinha se vangloriado em fazer, passando um pouco de geleia em uma torrada, mas antes que a levasse à boca Sakura a arrancou de sua mão.

— Fica longe da minha comida! E olha só, querida. Ninguém em sã consciência iria preferir você a mim. — Sorriu com desdém, jogando seus cabelos sedosos para trás.

— Tem certeza? Você pode até ser bonitinha, mas sua voz é tão enjoada e olha só... — se aproximou de Sakura, apontando para o canto do olho dela — ...acho que isso é uma ruga. — Sakura afastou o dedo dela de seu rosto, tocando em seguida o local que ela tinha apontado.

— Não há nada no meu rosto. E você não é ninguém! Umazinha qualquer que até o nome é escrito errado, Karin, rin, rin... deveriam ter dito ao seu pai como se escreve direito. — Cruzou os braços em frente ao corpo, se vangloriando e Sasuke revirou os olhos sem acreditar no tipo de discussão estúpida que estava presenciando.

— Pelo menos ninguém precisa dizer ao meu pai como ele deve me amar — assim que Karin disse isso os três se sobressaltaram, Sasuke fitou de Sakura a Karin, irritado pelo que a segunda disse e ela evitava a todo custo encará-lo.

— E você é um... rim! — deu uma risadinha fitando a Haruno sem entender.

— Isso deveria ser algum tipo de insulto? Porque eu meio que não entendi.

— Rins são pequenos, esquisitos e quando querem criam pedras que ferram com as nossas vidas, exatamente como você, agora! Que se tornou a porta de uma pedra no meu sapato! — Sasuke a segurou pelos braços antes que voasse mais uma vez no pescoço de Karin.

— Chega, as duas! Acabou! Se abrirem a boca vou colocá-las para fora do quarto — o silêncio caiu no aposento. Sasuke esperou até se certificar de que Sakura estava mais calma antes de soltá-la.

Antes de se sentar, ela checou rapidamente no espelho se tinha ou não algo em seu rosto, mas só checou porque poderia ser a maquiagem, é claro. Ruga, jamais. Sasuke apreciou a quietude. Respirou fundo e fitou de uma a outra.

— Sakura, eu não pretendia chamar ninguém para ir ao meu ensaio — ela abriu a boca para protestar, mas Sasuke ergueu o dedo e uma sobrancelha como aviso —, ainda não terminei. Não pretendia chamar Karin, mas ela apareceu e eu não vi e continuo não vendo mal algum — Karin deu uma risadinha e Sasuke se voltou para ela. — E você não deveria ter dito as coisas que disse. Foi rude e errado, muito errado. Independentemente do comportamento de Sakura, que também foi errado, você não deveria ter usado aquelas palavras. — Ambas permaneceram quietas sem olhar para ele. — Agora peçam desculpa.

— Você só pode estar de brincadeira — a primeira a se pronunciar tinha que ser Sakura, revirando os olhos e cruzando os braços.

— Se não pedirem, nenhuma das duas vai comigo.

— Desculpa, Sakura, não queria ter dito o que eu disse — era falso, óbvio, Karin tinha relutado muito em dizer, mas não queria ser ela a ficar fora das graças de Sasuke. Disse as palavras sem ânimo algum e de qualquer jeito, porém ele aceitou.

A Haruno deu um longo suspiro, mantendo seu nariz altivo, fitando a parede contrária a de Karin. Os braços ainda cruzados, teimosamente contra àquela ordem. Uma bobeira ele pensar que a dobraria com tão...

— Vamos, Karin... — virou-se para ver eles se levantando, Sasuke pegou sua jaqueta em cima do móvel, a Uzumaki a bolsa. Ambos a ignoravam, caminharam em direção a porta e Sasuke chegou a girar a maçaneta antes de ouvir um grunhido seguido de um suspiro.

— Desculpa, por tudo que eu disse.

Sakura nunca os deixaria a sós, ainda mais saírem daquele prédio sem a companhia dela. Não era louca para tanto, se teria que passar por cima de seu orgulho tudo bem, não importava. Tudo, menos um escândalo a mais. Antes de sair do quarto tirou de dentro da bolsa os livros que trouxe sob o olhar incrédulo do Uchiha.

Caminharam lado a lado em direção aos elevadores e a descida foi feita com uma tensão palpável no ar, que Sasuke fingia não sentir ou perceber. Ao chegarem no lobby Sakura segurou o braço dele, puxando-o para que deixassem Karin passar à frente e eles ficarem para trás.

— Eu levantei cedo para ficar com você e... ajeitar... enfim! Essa é a surpresa que me faz? — sussurrou entredentes. Ele não a fitou, manteve sua atenção na entrada, nem ao menos se virou para fingir que a olhava.

— Não pedi que viesse. Além do que qualquer outra coisa a sós não está no acordo. — Abriu a boca para protestar, mas ele se soltou do agarre dela e voltou a caminhar deixando-a para trás.

— Ei...

Chegou a seguir em direção a Sasuke, porém sua atenção caiu no gerente que estava a alguns passos dela conversando com duas funcionárias. O Uchiha foi subitamente apagado de sua mente e no lugar dele veio a maldita matéria com entrevista dos funcionários daquele lugar.

— Você! — o homem se espantou com o tom e o dedo em riste na sua direção.

— Senhorita Haruno, em que posso ajudá-la?

— Que tal calando a boca dos seus funcionários? — com um suspiro ele dispensou as duas garotas, caminhando em direção a ela.

— Mas senhorita, não posso impedir...

— Pode sim! Porque eu estou pagando por isso... — sussurrou essa frase quase em um rosnado. Sakura respirou fundo, porque tudo aquilo estava começando a lhe dar dor de cabeça. — Que lá fora falem o que quiser, mas nenhuma fofoquinha deve sair daqui! — arrumou o terno do gerente, ajeitando sua gravata. — Estamos entendidos, senhor Yamato? E se for preciso ameace despedir, advertir, suspender, não sei. Faça o que for devido, porque se não quem roda é você. — Com um sorriso e um girar do dedo indicador ela se afastou, deixando um aturdido gerente para trás.

Sasuke e Karin a esperavam na porta. Karin parecia dizer alguma coisa a Sasuke bastante animada e, seja o que fosse, tinha arrancado uma risadinha dele. Sakura apressou o passo, se enfiando entre os dois, passou seu braço pelo de Sasuke, puxando-o para perto de si. Em seguida se virou para Karin com um sorrisinho falso:

— Sorria, desgraçada. E haja o que houver fique do meu lado! — Karin revirou os olhos. Ia responder, mas Sasuke a silenciou com um olhar e ela aquiesceu a contragosto.

Os três saíram do prédio e caminharam até o motorista, que se mantinha prostrado em frente a porta desde que viu Sakura à entrada do local. Karin e Sakura entraram na porta ao lado da calçada e Sasuke foi para o outro lado.

— Estou empolgada para ver o seu ensaio. Nunca vi nenhum modelo de perto. — Sakura sorriu amarelo e puxou o celular enviando uma mensagem para Shizune.

“Espalha que ela é nossa amiga, que nós costumamos sair juntos e que... sei lá, ela ajudou a encobrir o nosso lance enquanto eu ainda estava com o Neji.”

 “Já é difícil fazer com que não descubram o passado do Sasuke, agora o dela também?”

“Não precisa apagar tudo do dela, o buffet da tia é relevante. Ela não precisa ser famosa nem importante, pode dizer que ela é de lá, mas dá um jeito para não falarem do Sasuke.”

“Onde ela está agora? Foi embora?”

— As fotos que você vai tirar são para o quê? — Karin estava sentada no meio, virada para Sasuke e privando Sakura de participar da conversa.

— Uma marca de calça jeans. — Não que ela quisesse de qualquer forma. Só queria arranjar um jeito de sumir com ela.

— Vai ter que usar aquelas bem apertadas que...

“Não. Ela ainda está aqui com a gente. Sasuke a convidou para ver o ensaio de fotos que vai fazer.”

 “E você deixou? Em outros tempos já teria proibido isso, jogado ela para longe e ameaçado ele.”

Travou a tela do celular voltando a colocá-lo no bolso, fitando Sasuke dar um sorriso mínimo para alguma bobeira que Karin disse e ela não ouviu. Encolheu os ombros, afundando em seu canto, desviando sua atenção para o caminho que eles percorriam. Shizune estava certa. Tinha algo de errado com ela.

Página: Fleur D'Hiver

Enquete: Fanfic do Mês

 


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Notas finais do capítulo

Sakura surtou e não gostou nada de ver a Karin e para sua infelicidade vai continuar a ver. kkkkkkkkkkkkkkkkk Já que Karin vai acompanha-los na sessão. Isso não vai prestar. ;x E Sakurinha tá percebendo altas mudanças.

Gente não deixe de votar na enquete caso queira capítulo duplo de AUN. A enquete vai ficar aberta até as 23h59 do dia 31/07

Agradeço pelo carinho, pelos comentários e por vocês acompanharem minha fanfic
Até os comentários;*