The Auror escrita por Heitor


Capítulo 18
Capítulo 18 - O Treinamento


Notas iniciais do capítulo

Para quem gosta de ler com música, recomendo que ouça ''Arise - Flyleaf''. Foi o que me deu bastante inspiração enquanto eu escrevia, e a letra define maior parte da história.
Ficou grande, espero que não torne a leitura cansativa.



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O homem estava sentado na maior cadeira da mesa da sala de jantar, no grande casarão Braeden.

Sua filha Gwen entrou em passos calmos, dizendo:

– Pai? Queria falar comigo?

– Sim. – A garota parou na frente dele, fitando-o nos olhos escuros e perdidos no mundo. – Tenho uma missão a você.

– Como assim?

– Você precisa se aproximar de Adam Werkhaizer. – Ao dizer o nome, o próprio homem se enfureceu. – Irá afastar dele todas as pessoas que o amam. E depois, por fim, tratarei de executá-lo.

– Executá-lo? – Perguntou a garota.

– Sim. – Concordou o homem, com sua voz fria.


+ + +



Já era de tarde. Adam, Zoey e Antony haviam terminado de almoçar. Adam estava ansioso.

Alguém bateu na porta, e uns segundos depois, Eleanor entrou.

– Adam. – Chamou ela. – Estive na praça central. Convoquei alguns jovens por lá e os chamei numa lanchonete que havia por perto. Contei a eles do plano.

– Você disse da penumbra?


– Não. – Ela olhou-o nos olhos. – Achei melhor eles não saberem. Por enquanto.

– E como os convenceu?

– Eles são jovens. Entre quinze e dezoito anos. Alguns deles não terminaram os estudos em Hogwarts.

– São muitos? – Perguntou Adam.

– Nem tantos. – Ela inclinou o lábio, decepcionada.

– Tudo bem. Você disse o local combinado certo?

– Claro. – A garota balançou a cabeça positivamente. – Próximo ao bosque, atrás de uma das casas de campo.

– Exato.

Zoey saiu da cozinha, com Antony ao seu lado.

– Você não acha perigoso organizar isso tudo lá? – Perguntou ela. Indo a direção do sofá. – Sabe, os camponeses vivem lá, e também, a pessoa da penumbra estava no bosque.

– Não se preocupe. – Ele disse. – Quero vocês lá, - Ele estava se referindo as garotas. – três horas da tarde.

– E eu? – Perguntou Antony.

– Ficará com Beatrice.

– Adam. – Chamou Eleanor. – Beatrice também estará lá.

– Mas que merda! – Resmungou ele. – Parece que você terá de vir junto, Tony.

O garotinho comemorou e correu para o segundo andar para que fosse se trocar.

– Às três horas. – Repetiu Adam.

As duas assentiram.


+ + +


Exatamente às três horas, Adam caminhava em direção a grande casa de campo que não era habitada. Eleanor, Zoey e Antony ao seu lado.

– Será que eles vieram? – Perguntou Adam, ansioso.

– Acredito que consegui convencer eles. – Disse Eleanor.

Ao contornarem a casa de campo, indo em direção aos fundos, pularam a pequena cerca que havia lá. Agora, estavam em vasto campo com flores pequenas, grandes, e de todas cores no solo.


Vários jovens estavam sentados na grama, rindo e conversando. Eram muitos. Adam sorriu.

Entre eles estavam Jason, a irmã mais nova Astrid, Beatrice, Augustus, Rick, e outros jovens que já haviam encontrado por aí.

Adam se surpreendeu que os três garotos haviam deixado o trabalho de Klaus para comparecer ali.

– Olá? – Disse ele, chamando atenção deles que estavam conversando.

No mesmo momento, todos se levantaram. Eleanor caminhou com Antony até ao lado dos jovens. Zoey permaneceu parada ao lado de Adam.

– Bom, - Indagou ele. – acredito que já saibam o motivo de estarem aqui. – Ele olhou para Eleanor, ela assentiu. – Para aprendermos um pouco mais de magia.

– Por quê? – Perguntou a garota chamada Tori, que conversava com Jason na rua quando Zoey e Adam o chamaram para a missão. Era uma garota bonita. Seus longos cabelos negros caiam até acima da cintura. Tinha uma pele morena, e olhos cor de mel, iguais ao de Zoey.

– Para nos defendermos. – Respondeu ele.

– Nos defendermos do que? – Dessa vez a pergunta veio de Augustus. – Aqui é seguro.

– No mundo que estamos vivemos atualmente nada é seguro. – Replicou Zoey, com seriedade na voz. – Você não tem ideia do que há além da muralha dessa cidade.

– E você, tem? – Disse Augustus, franzindo a testa.

Zoey ia se encaminhar até o garoto e dar-lhe um soco, porém, antes disso, Adam pôs sua mão no ombro da garota e ela parou.

– Sem discussões. – Disse ele. – Quem não quiser receber devidos treinamentos, que se retire agora.

Todos ficaram imóveis e em silêncio.

– Ótimo. Hãm-hãm. – Pigarreou Adam. – Primeiro, irei ensinar dois feitiços simples: um de ataque e outro de defesa. Acredito que alguns já tenham aprendido. – Ele retirou a varinha do casaco. – Peço que se organizem em duplas. – E então, todos começaram a se mover indo a direção do seu par.

Beatrice foi até Augustus, que aceitou sua companhia. Eleanor chamou Jason. Tori, foi até um garoto chamado Neville Chase.

Zoey estava indo até algum dos garotos que ainda não haviam encontrado seu par, quando Adam o chamou.

– Zoey? – Disse ele. – Treine comigo. – Ela assentiu, e logo corou.

Os jovens, após encontrem seus pares, pararam, esperando Adam dizer.

– Bom, irei ensinar o feitiço Estupefaça e Protego. Acredito que muito de vocês já saibam usá-lo.

Alguns deles concordaram.

– Para Estupefaça, preciso que vocês se concentrem. Devem riscar a varinha no ar e pronunciar o nome do feitiço alto e claro. – Eles assentiram. – Já o Protego, deve ser feito em um movimento rápido. Vocês deverão balançar a varinha como se estivessem desenhando uma meia-lua e pronunciar o nome do feitiço. O efeito será imediato: uma barreira incolor se projetará na sua frente, e se o feitiço estiver sido executado corretamente, irá ricochetear, voltando-se para o conjurador.

Novamente, todos concordaram.

– Certo, para as duplas de sexo oposto, sugiro que as meninas comecem primeiro atacando.

Todas duplas se afastaram uma das outras, e quando estavam em uma distância boa, as garotas sacaram sua varinha deixando-a apontada aos garotos de seus devidos grupos. Os garotos prepararam a varinha para a defesa.

– Quando estiverem prontos. – Nessa hora, ouviram vários gritos agudos dizendo ‘’Estupefaça’’ e lampejos azuis escuros e claros voaram por todo lado. Alguns garotos foram estuporados. Outros conseguiram defender. Um dos meninos que se saíram bem foi Augustus, que executou o feitiço Protego corretamente, fazendo-o chicotear e acertar Beatrice, que foi lançada a alguns metros mais longe e caiu de costas. Ela riu.

– Você está bem? – Gritou Adam, para ela.

– Sim! – Respondeu.

Ele se voltou a Zoey. Ela estava parada, olhando para o céu azul e sem nuvens.

– Sua vez. – Disse Adam.

– Ah, é verdade. – Ela se posicionou com a varinha apontada para ele. O garoto deixou a varinha preparada. – Estupefaça!

– Protego! – O garoto disse num tom de voz baixo.

Tudo aconteceu em menos de cinco segundos: o lampejo azul de Zoey acertou o escudo de Adam, que se desmanchou e o lampejo acertou seu peito já sem muita velocidade. Fazendo-o apenas cambalear para trás.

– Não foi tão ruim. – Debochou. A garota franziu a testa.

– Estupefaça! – Gritou ela, sem aviso prévio.

Adam, que foi pego despreparado, foi acertado pelo lampejo e voou alguns segundos antes de cair no chão.

Zoey correu até ele.

– Eu te machuquei? – Perguntou ela, preocupada.

Xão nuito. – Resmungou ele, movendo o lábio com dificuldade. Havia caído de cara no chão. – Eu naxuquei a mia boca.

– Desculpa. – Ela deu risada. Estendeu o braço, dando-a mão para ele se levantar. Adam aceitou a ajuda.

– Você deve avisar quando for atacar. – Disse ele.

– O.k. – Concordou a garota.

Enquanto isso, os jovens continuavam treinando. Estava na vez dos garotos atacarem.

Neville Chase, que fazia dupla com Tori, apontava a varinha para ela sem jeito, dizendo:
– Estuprotego! – Ele sacudia a varinha freneticamente. – Estuprotego! – E um raio avermelhado saiu da varinha dele, riscando o ar sem direção, e caindo sobre a grama, transformando pequena parte do verde em marrom.

– É Estupefaça, Neville! – Tori foi até ele. – E segura essa varinha direito se não vai acabar acertando outra pessoa.

Adam não conseguiu conter o riso. Achou legal o fato da dupla do garoto orientá-lo no treinamento.

De repente, Adam avistou a bela moça.

Gwen tinha acabado de pular a cerca da casa de campo, e ia a direção de Adam. Ela sorria.

Zoey a viu, e se afastou rapidamente. Não queria ficar perto dela.

– Olá. – Cumprimentou a garota.

– Como nos encontrou? – Perguntou ele.

– Tenho os meus contatos. – A garota abriu a mão e revelou um papel envelhecido dobrado. Entregou a ele. – Espere-me ir embora para ler. – Sussurrou ela em seu ouvido. Logo, aproximando seu lábio macio a sua bochecha, e beijando-o.

Zoey viu o gesto da garota, e franziu a testa. Após ela se afastar, Zoey foi até Adam.

– O que a princesinha queria? – Perguntou ela.

– Nada de importante. – Ele esperou Zoey ir para longe dele para que pudesse abrir o bilhete. Ele foi desdobrando com o maior cuidado. Dizia:

Encontre-me no bosque ao pôr do sol,

Com amor, Gwen.


Adam sorriu. Olhou para o céu, o sol ainda continuava fixo e brilhante lá no alto.

Quando já era cinco horas, chamou a atenção dos jovens.




– Hãm-hãm. – Pigarreou ele. – Todos vocês estão de parabéns. Se concordarem, amanhã, voltaremos a nos encontrar aqui para um segundo treinamento. – Todos balançaram a cabeça concordando. – Peço não digam para outras pessoas que estamos aqui. Prefiro manter segredo. O nosso segredo. – Eles sorriram. – Estão dispensados.


Os jovens foram saindo pouco a pouco, pulando a cerca e voltando para a área rural. Antony esteve todo o treinamento brincando com Astrid, afastados dos lampejos.

Um tempo depois, sobraram apenas Adam, Zoey, Eleanor, Jason, e as duas crianças no campo.

– Você foi um ótimo instrutor, Adam. – Disse Jason.

– Obrigado.

– Vamos, Astrid. – Chamou ele pela irmã. Segurou na pequena mão da garota. – Até amanhã.

– Até. – Disseram Adam, Zoey e Eleanor em uníssono.

– Se vocês puderem levar Antony para casa, agradeço.

– Por que? Aonde você vai? – Perguntou Zoey.

– Eu tenho que comparecer a um lugar.

– É mesmo? – Zoey franziu a testa. Adam assentiu.

O garoto foi até a cerca, e a pulou, voltando para área rural. Eleanor, Antony e Zoey caminharam atrás.

Ao chegarem perto das outras casas dos camponeses, Adam se dirigiu para o bosque.

Eleanor e Antony prosseguiram.

– Ei. – Chamou Zoey, por ela. – Eu vou fazer uma coisa.

– Tudo bem. – Respondeu Eleanor.

O tempo passou voando, o sol começou a se por.


+ + +


Adam estava sentado sobre uma rocha, no bosque. Esperando alguém, pensou Zoey, que estava observando escondida atrás de uma árvore.

De repente, Gwen saiu de trás de alguns pinheiros, bem próximos a Zoey. A garota se dirigiu a ele.

Não se passou muito tempo, e Gwen, subitamente, levou seus lábios aos de Adam. O garoto entrelaçou seus braços nas costas dela.

Nessa instante, vários sentimentos tomaram conta de Zoey. Ela sentia raiva, e tristeza ao mesmo tempo. A garota correu, em direção à saída do bosque. Deveria fugir, se afastar de todos.


Estava prestes a desabar em lágrimas.


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