Meu Namorado É Um Gato! escrita por Neko D Lully


Capítulo 2
Um gato em minha cola!


Notas iniciais do capítulo

Vou trolar todo mundo com esse titulo e essa capa. Vei, não é o que estão pensando, juro pra vocês. A historia é bem diferente daquelas coisinhas bobas de menina isolada que encontra um cara popular (tem certas semelhanças com isso). Esse é o primeiro cap. Era pro segundo já estar pronto também, mas é que meu computador deu pau mais cedo ¬¬... Pensei que ele num ia mais ligar T-T

Aproveitem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/367514/chapter/2

Meu namorado é um Gato!

O celular tocou e como em todas as manhãs me levantei junto de minha colega de quarto. Eu e Angelica tínhamos essa mesma rotina de manhã desde que entramos para o segundo ano do ensino médio na escola federal IFMG. Eu me sentia acabada naquela manhã em particular, no entanto. No dia anterior vários fatos tinham me exaurido completamente e mesmo que eles fosse fatos de problemas já velhos ainda continuavam a me incomodar. Afinal, enquanto não conseguisse sair de minha turma, tão irritante e tão repressiva para mim, eu não me sentiria melhor. Minhas noites se tornaram curtas e meus dias longos, a carga horária de meu colégio era terrível e eu já sentia os efeitos da falta de sono.

Levantei-me da cama, cambaleando pelo quarto até pegar minha calça do uniforme. Meu corpo exigia matar aula para dormir mais um pouco, mas eu sabia que se fizesse isso teria várias consequências depois. Meus pais não aceitariam a desculpa de que estava cansada, eles diziam que só estudava na vida, não era para me cansar. Se eles bem soubessem meu horário... Era difícil para mim arrumar tempo para mim e para os estudos, afinal não era só o ultimo que era importante, fazia até mal ele em excesso. Mas de que adiantava argumentar? Não valia a pena.

Arrumei-me mecanicamente, ajeitando a mochila do lado de fora do quarto, escovando os dentes, vestindo a roupa e então saindo junto com minha colega para irmos até a casa onde o namorado dela dormia. Sempre íamos os três tomar café na escola, era uma rotina repetida e que eu sempre pensava ser enjoativa. Talvez apenas no horário de almoço eu conseguisse acordar completamente, mas eu bem sabia que seria por causa da raiva que passaria.

- Luly, um gato. – não estranho ver gatos passeando pela rua onde morávamos, eles sempre estavam por ali olhando para nos e caminhando livremente por aquele lugar. Mas eu pensava que já tinha visto todos que se encontravam por ali. Talvez foi a primeira parte estranha do meu dia naquele momento. Aquele pequeno gato que me encarava atentamente, com a calda balançando de um lado para o outro permanecendo sentado, tinha a pelagem castanho, aparentando ser tão lisa e macia quando um gato bem cuidado poderia ter. Seus olhos também castanhos me encaravam atentos, diferente de outros gatos que já tinha visto esse me encarava sem medo, sem estar alerta, apenas me encarava.

- Gato estranho. – comentei apenas e voltei a andar, com as mãos no bolso da blusa de frio. Estávamos no mês de Junho, era normal as manhãs se encontrarem extremamente frias, e eu preferia assim. Adorava o frio e sempre quis ver a neve, mas creio que era um dos sonhos que demoraria bastante tempo para realizar. Sorri pra mim mesma enquanto continuava a andar distraída, eram tantos os meus desejos que nem ao menos conseguia enumerá-los. Sonhos de criança, gostava de pensar assim. Eu ainda era uma criança que acreditava em magia.

- Luly, ele ta te seguindo. – já estávamos chegando perto da casa dos meninos quando Angelica comentou isso. Apenas inclinei minha cabeça um pouco, vendo aquele gato marrom acompanhando meus passos, ainda encarando-me de um modo atento e chegando até a ser assustador.  Parei então de andar, ainda encarando o gato que retribuía o olhar com igual intensidade, ele parou junto comigo, sentando no chão com a calda balançando de um lado para o outro, parecendo descontraído e desinteressado. Voltei a caminhar, dando uns três passos para frente antes de parar novamente, observando o gato levantar, seguir-me e então parar junto comigo. Não sei se ele imitava meus movimentos ou se estava apenas me acompanhando mesmo. – Não sei se acho isso legal ou super bizarro.

 Dei de ombros e continuei a andar, com Angelica me acompanhando e logo atrás, apressado e esbaforido, o gato que pisava manso nas pedras que compunham a rua. Não demorou muito para entrarmos no portão amarronzado da casa dos meninos, sempre aberto para que pudessem entrar. Angelica adentrou na casa enquanto eu procurei ficar do lado de fora esperando por ela e o namorado. Sentei em um banco azul que tinha ali perto escorando a mochila na parede e suspirando com pesar. Meus olhos pesavam, não sabia se os conseguiria manter abertos e percebia que minha situação estava piorando. Encarei o nada, encolhendo-me dentro das minhas duas blusas de frio e procurando um jeito de manter até minhas pernas aquecidas.

Adorava o frio, sinceramente o preferia mais do que o calor, todavia meu corpo tinha o problema de se esfriar mais rápido do que a roupa poderia esquentá-lo. Era frustrante sentir minhas mãos, meus pés, minhas pernas e meu nariz tão frios quanto a pele de um morto, mas já estava tão acostumada que nem mesmo valia a pena reclamar por causa disso. Um miado, todavia, fez-me esquecer da situação incomoda de meu corpo, direcionando meu olhar para o pequeno animal que se encontrava sentado a poucos centímetros de mim, encarando-me com aquela intensidade tão humana. Sempre havia me fascinado pelo olhar animal, sempre parecendo esconder algum segredo, todavia aquele gato, em especial, parecia ter um olhar tão... Humano?

- O que quer? Eu não tenho comida aqui. – falei, como se ele pudesse me entender. Era um costume meu, falar com qualquer animal que me aparecia pela frente, os achava bem mais amigáveis do que qualquer humano que já tinha conhecido. Minha revolta com a humanidade só se igualava a meu ódio pela sociedade. Aquele pequeno gato então miou novamente, erguendo-se e caminhando suave e silenciosamente até mim, esfregando-se e contornando minha perna, parecendo ronronar alegre.

Não consegui evitar sorrir, normalmente eu que tinha que ir atrás dessas criaturas, todavia aquele pequeno felino estava a meu lado sem eu precisar querer. Abaixei-me e acariciei sua cabeça, vendo como a esfregava em minha mão querendo mais carinho. Se eu bem pudesse ficava com ele, entretanto, meus pais não gostavam de gatos, não poderia levar um para casa, e não tinha dinheiro ali nem mesmo para eu comer direito, imagina para um gato. Ele estaria melhor se voltasse para casa, seja lá onde for essa casa.

- Luly, vamos? – ergui o olhar, encarando Angelica que já se encontrava parada perto do portão junto com o namorado. Ele fazia o superior de matemática na mesma escola que nós duas, mas suas aulas eram a noite e apenas acordava nesse horário para tomar o café da manhã na escola, obviamente por ser de graça. Levantei do lugar onde estava e caminhei até eles, andando encurvada e com as mãos no bolso, como sempre ficava. Minha cara de sono não tinha melhorado, todavia,talvez estivesse melhor que a do Toddynho, apelido muito conhecido do namorado da Angelica.

Caminhamos um ao lado do outro como sempre acontecia em todas as manhãs. Via eles andando de mãos dadas, conversando e brincando um com o outro e pensava na inveja que tinha dos dois. Apesar da historia deles ser complicada, estavam juntos, podiam se tocar, se beijar, matar a saudade de cada dia. Eu, todavia, me encontrava em uma confusão... Já fazia vários meses que tinha saído de um relacionamento e tinha caído em outro que muitos julgariam problemático. Ele estava longe, não poderia matar a saudade de todo dia, e isso me matava por dentro de certo modo. E o medo de perde-lo era doloroso de mais a cada dia, sabia que o amava e que ele a mim, mas... Depois do que fiz...

- Arrumou um mascote Luly? – a voz mansa e descontraída de Toddynho me fez voltar a realidade. Olhei para baixo, vendo o pequeno felino se embolar em minhas pernas enquanto andava. As vezes ele olhava para cima, com os enormes olhos manhosos e eu ficava sem saber o que fazer. Já estávamos chegando na guarita da escola, notei, e aquela coisinha continuava a me seguir.

- Esta atrás dela desde que o encontramos. – respondeu Angelica enquanto eu tentava não tropeçar no bendito gato. As pessoas passavam para ir tomar café ou caminhar encaravam, sorrindo e comentando. Meu rosto ardia de vergonha, enquanto andava erguendo as pernas para ver se o gato soltava minha calça, a mordendo e puxando sempre que podia. Apenas eu estava achando isso estranho? – E pelo visto gostou mesmo da Luly.

 - Como faço esse bicho me largar? – questionei, já perto da escada, subindo os degraus com cuidado, procurando não pisar no animal debaixo de mim, que saltava degrau por degrau, tentando nos acompanhar. Essa era a pior parte do caminho, 179 degraus para subir, ainda estando morrendo de sono e, no meu caso, com um bichano se embolando em minhas pernas, miando sem parar, dando-me a impressão que queria me dizer algo. Estaria ficando doida?

- Ele deve pensar que você é a dona dele. – comentou Toddynho, começando a rir do modo que andava. O encarei de má vontade e apressei o passo, despistando o pobre animal que não conseguia subir na mesma velocidade que eu fazia. Um miado tristonho saiu de sua boca e eu novamente olhei para trás, vendo-o parado uns quatro ou cinco degraus abaixo do que estava, encarando-me com aqueles enormes olhos tristonhos. Meu coração apertou e suspirei cansada, voltando cada degrau e o pegando em meus braços, acomodando-o em meu peito. – Desistiu de resistir?

- Não resito a essa carinha de pidão que os gatos fazem. – comentei dando de ombros e voltando a subir a escada. Estranhei, todavia, a comodidade com que o gato ficou em meus braços, fechando os olhos e relaxando, com a carinha de quem estava gostando. Foi um custo para mim aguentar o ritmo até chegar ao topo da escada, já me encontrando exaurida no final. Minhas pernas queimavam pelo esforço e minha respiração era muito alta. Tentei controlar e bem sabia eu que só acalmaria meu aloucado coração quando estivesse bem acomodada dentro do refeitório, já comendo o café da manhã.

Encarei o pequeno em meus braços, vendo-o dormir pacificamente. Me deu pena ter que deixá-lo do lado de fora, mas se queria comer alguma coisa precisava. Talvez levasse algo para ele, escondendo um pedaço de pão em minha mochila, não sei. A mulher na porta do refeitório o encarou com atenção, parecendo desconfiada e ao mesmo tempo encantada. Antes que pudesse falar alguma coisa deixei o pequeno gato perto da entrada do refeitório, ele abriu os olhos e me encarou.

- Volto logo. – murmurei para ele e sorri, esperando que entendesse. Para minha surpresa ele miou e se acomodou onde o havia colocado, dando-me a impressão que tinha assentido com a cabeça. Adentrei no refeitório, encarando todos que se encontravam ali. Ainda tinha essa mania, essa droga de mania de procurá-lo. Não sei por que me torturava tanto com isso. Ele me magoara, nem ao menos queria olhar em minha cara, e eu ainda tinha a pequena esperança de que ele podia querer pelo menos minha amizade. Que burra sou.

Coloquei em minha bandeja nada mais que um pedaço de bolo e o copo de iorgute. Tinha perdido a fome, só o pensamento tinha me embrulhado o estomago e um desanimo sem igual me tomara. A ânsia de vomito novamente me invadia e sentia tudo girar, um sentimento tão comum esses dias que para mim era fácil esconder, fácil disfarçar. Sentei na mesa e comi, vendo meus colegas levantando e saindo. Estranhei, meu coração acelerou e olhei para o relógio do meu celular e assustei ao ver que faltava apenas vinte minutos para minha aula começar.

 Comi tudo que tinha em minha bandeja em uma velocidade desesperada. Não chegaria lá nos quintos dos infernos, onde ficava a pocilga, em menos de vinte minutos. Despedi dos meninos e sai do refeitório, limpando o pequeno fiapo de iorgute que sujara o canto de meus lábios. Quase cheguei a tropeçar em meus próprios pés enquanto praticamente corria na direção do atalho que descia para o pé do morro. Onde teria aula seria do outro lado do enorme morro onde a escola tinha sido construída, tinha que andar muito para chegar lá, era o lugar mais distante.

Estava passando pelo enorme morro que me levaria ao outro lado do morro quando um carro parou ao meu lado. Parei, olhei e sorrir ao ver Bruna aparecer na janela.

 - Quer carona? – questionou sorrindo. Ela era minha única amiga ali agora, uma das únicas que tinha achado na minha sala que realmente valia a pena conversar. Eram poucos agora os que exclua de minha raiva, e ela tem sido uma incrível companhia para mim. Sorri e caminhei até ela.

- Claro! – exclamei sorridente, pulando para dentro do carro, colocando minha bolsa em meu colo e então vendo o caminho se estender diante de mim. Mas sentia que tinha esquecido algo? O que será?  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, logo o proximo sai por aqui, talvez amanhã. Mas to lotada de trabalho pra fazer, espero que esperem um pouco, porque minha situação esta complicada na escola. Tenho que aumentar minha nota.
Segundo ano é foda!!!

Bjão!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Namorado É Um Gato!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.