Scarlett Dragon escrita por RoxyFlyer21


Capítulo 2
Warner's House




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Depois de seis paradas do metro, eu desci em Uptown Manhattan, e caminhei por mais alguns minutos até a James Street. Ocupando pouco mais que alguns metros quadrados numa construção de três andares de tijolos vermelhos sujos, ficava a Warner’s House para órfãos. Uma forte luz branca iluminava a entrada de cimento e a porta de dobradiças de ferro. Já era tarde, as ruas estavam cheias de poças e o ar era frio; por tanto, eu apressei-me em entrar pelos portões de ferro pontudos, atravessar o minúsculo jardim composto majoritariamente por escárnios de gramíneas, adentro no vestíbulo do edifício.

O silencio era reinante, a não ser por quando um espirro ou um gemer das molas das camas cortava a escuridão, e eu me lembrei de que morava com mais quinze crianças. A maioria é de oito a doze anos, e a Sra. Mac trabalha com algumas poucas funcionarias para manter todos sobre controle. Eu ajudo com as contas, e durmo aqui, em um quarto separado no terceiro andar, e só. Vejo as crianças correndo e indo para a escola de manhã, e não é que não me importe com elas, é apenas que fico o dia inteiro fora, ou na faculdade, ou fazendo bicos.

Enquanto subo as escadas, que rangem tanto quanto as portas daqui, me pego pensando no motivo pelo qual me instalei num orfanato. Sim, minha mãe morreu quando eu ainda era muito pequena, mas eu me recuso a acreditar que meu pai esta morto. Mesmo quando eu estive presente no enterro dele, e vi seu caixão envolto na bandeira americana, sendo carregado por militares fardados de preto que o depositaram dentro de um buraco na terra. Desde que ele desapareceu, fui afastada. “Instalando-me num orfanato, mesmo sendo maior de idade, foi um jeito para desviarem a atenção de mim.”

Entro no meu cômodo e tranco a porta. Apenas uma lâmpada fluorescente que pende perigosamente do teto ilumina o cubículo de 4 metros por 3. Eu abro a persiana, quebrada, da janela, e ligo o aquecedor pois o quarto está tão frio quanto lá fora. Rapidamente, sento na escrivaninha e pego os papeis. Amasso o panfleto amarelo, e viro o envelope branco. No topo do canto direito, pequeno e nítido como na caneca esta tarde, estava impresso o dragão escarlate.

Com o dedo, rasguei a aba do envelope. Puxei um conjunto de papeis, e senti uma textura rígida e grossa. Eram papéis de celulose, feitos a mão. As letras foram datilografadas na maquina, dado as letras de carbono e o fato de que o papel parece ter sido amassado com o contato com a maquina de escrita. Estranho. Todos os documentos físicos oficiais eram impressos.

E ao começar a ler, percebi que aquele maço de cartas era a minha resposta. A razão para tudo que aconteceu hoje. A explicação do porque eu sei, e porque estou certa, de que meu pai não está morto. De que nada terminou.

No topo não havia data, não havia selos de agencias ou agentes cadastrados. Palavras e mais palavras se estendiam a minha frente, e eu sabia muito bem de quem elas vieram.

“Minha querida Claire, 


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Notas finais do capítulo

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