Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 77
27 - O Abismo e seus Pilares


Notas iniciais do capítulo

Plena pandemia eu resolvi escrever de novo, acho que estou mais maduro e mais inteligente pra terminar isso, o trampo tá em home office, faculdade parou, minha namorada me largou, agora vamos ver se eu termino isso, se alguém estiver aí, da um alô nos comentarios



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 27 - O Abismo e seus Pilares 

 

Percy arrastou o corpo imóvel de Lou Ellen para dentro da cela de bronze. Ela roncava em sono pesado, os meio-sangues envenenados deveriam trabalhar dia e noite sem parar, ainda mais se tratando dos filhos de Hécate que encantavam todo tipo de arma e equipamento com truques de névoa.

Ele se apossou do cinto e da bainha da garota e tomou a liberdade de esvaziar os bolsos dela, onde encontrou um pequeno cantil com néctar e dois cubinhos de ambrósia empacotados num saquinho hermético.

A tocha que a filha de Hécate havia trazido projetava um brilho verde bruxuleante e sombras apavorantes para além do corredor na escuridão profunda da montanha Olimpiana.

Percy esticou a mão esquerda para pegar a tocha de madeira apoiada sob o suporte grudado na rocha.

Com sua mão direita ele empunhava a espada de ferro de Lou. Ele brandiria a lâmina negra em qualquer um que ficasse em seu caminho.

Todos os seus instintos sentiam que Annabeth corria perigo, e ele confiava em seus instintos. A lealdade do garoto era espantosa, visto que Annabeth o mataria sem hesitar, na menor das oportunidades.

Percy andava rápido pelos corredores nas masmorras, não viu nenhuma alma sequer, fosse semideus ou monstro, ou pior. Muito tempo já havia se passado desde que ele se pusera a andar, o pano de breu já estava quase acabando de queimar, ele precisava encontrar a saída rapidamente.

“Concentre-se Percy” a voz de Gaia ecoava em sua mente, sua cabeça estava queimando.

O encantamento das masmorras era muito forte, ele já havia passado pela porta de sua cela mais de três vezes.

Ele estava andando em círculos.

O fogo grego não passava de um brilho fraco quando ele novamente se deparou com as grades de bronze celestial que havia sido obrigado a encarar durante sua custódia.

Suas pernas doíam em cansaço, o suor empapava a camisa cáqui de algodão. Ele se aproximou da porta da cela e caiu de joelhos. A tocha deslizou de sua mão e permaneceu brilhando fracamente no chão a seu lado.

Percy abaixou a cabeça e fechou os olhos em rendição.

“Não desista Percy, você precisa encontrar a Centelha” O tom de Gaia era de preocupação.

 “A Centelha está dentro de você, estão unidos para sempre, enfrente suas frustrações, suas derrotas e seu pior medo e talvez se reconecte com meu poder”

Percy olhou para dentro de si. Ele visualizou o antro de seu coração e sentiu um calafrio na espinha ao fixar os pensamentos no rosto de Annabeth, ou o que restara dela, apenas uma sombra da filha de Atena que ele havia observado da cidadela de Caos.

O sorriso diabólico e os olhos cinza escuros como uma tempestade de relâmpagos contrastavam com a líder do Acampamento meio-sangue, a quem os deuses confiaram a tarefa de refazer seu lar no Empire State, a quem Percy Jackson amava profundamente.

Mesmo sem ter qualquer lembrança de antes da proposta de Caos o garoto sentia o vínculo que os unia, e Tártaro havia profanado a ligação dos dois, corrompido o coração da garota e a transformado em uma marionete.

A memória de Annabeth lutando por Tártaro após a armadilha de névoa ainda causava calafrios em Percy, ela não havia hesitado por um segundo sequer e o mataria a sangue frio. Isso frustrava o garoto.

Percy ouviu o estalo de uma pedra ecoar no corredor. Ele se virou e encarou a escuridão, o semideus pegou a tocha e a balançou no ar.

Uma figura nebulosa se mexeu pouco à frente.

—Quem está aí? – Percy cerrou os olhos e se levantou.

 Percy acompanhou o movimento com o olhar e viu uma figura feminina bruxuleando em um tom esmeralda pálido.

 O garoto lembrou-se das visões que havia tido na fogueira de Órion acima do palácio da deusa da noite antes de toda a tragédia frente às Portas da Morte. 

Mesmo com a idade avançada aparente ele ainda conseguiu reconhecer a deusa da esperança. Ela encarava o chão apoiando-se na rocha molhada. Sua feição esboçava cansaço, exaustão. Percy se aproximou.

 —Eu sei quem você é — Percy transformou a espada em caneta e ergueu a tocha.

 A deusa o encarou com os olhos azuis penetrantes. 

—Dispensemos formalidades Sr. Jackson —ela abanou a mão — Eu o esperei por tempo demais, siga-me. 

 A deusa se foi caminhando com dificuldade por entre os corredores escuros. Por vezes ela falhava um passo e Percy se  prontificava a ajudar. Pandora parecia tão frágil que Percy pensava estar vendo um espírito translúcido.

—Temos que ser rápidos — ela apontava para frente. 

Eles passaram por algumas celas com presos olimpianos e Percy ajudou Pandora a se sentar num banco de vigília de algum dos guardas.

Mais à frente o corredor de pedras dobrava a direita e mostrava a luz fraca do sol se pondo. Percy podia ouvir múltiplas vozes e risadas ao longe. 

—Porque eu não consegui ver nenhuma saída antes? — ele ergueu a sobrancelha e retirou a caneta Contracorrente do bolso.

—Só alguém que já encontrou a saída poderá encontrar a saída — a deusa soou simples e direta.

 Aquilo não pareceu fazer sentido na mente de Percy, mas o garoto tampouco tentou questionar a sabedoria de Pandora. 

—Já volto — ele se levantou — Como sabia que eu estaria aqui? 

Pandora sorriu encarando um guarda que patrulhava vindo na direção deles, ela se encolheu no banco e fechou os olhos em anal de meditação.

—Dê um jeito nessa patrulha e conversaremos. 

Percy assentiu com a cabeça e assoprou a tocha de fogo grego, mergulhando as masmorras na escuridão completa.

 Um dos guardas começou a andar na direção dele, Percy se encolheu e se esgueirou pelas celas olimpianas vazias. Ele deu uma olhada para trás e Pandora continuava meditando, ela demonstrava não se importar com os guardas armados ou a legião de Tártaro que tomava a montanha tessaliana.

 Percy esperou o guarda se aproximar o suficiente e catou uma pedra no chão escuro. 

Mesmo com o brilho fraco da tocha os corredores estavam escuros como a noite, como se Nix estivesse torcendo pelo semideus. A luz da tocha projetava sombras arrepiantes com os instrumentos de tortura presentes nas celas.

 Percy arremessou a pedra com facilidade na nuca do guarda, ele correu em sua direção antes que o corpo inerte do soldado fizesse barulho em sua queda. Por sorte uma das celas estava com a porta destrancada. 

O garoto arrastou o guarda para dentro da jaula, ele verificou a armadura e a espada de ferro estígio, com um calafrio notou o colar de contas desgastado contornando o pescoço do jovem guerreiro. O Veneno de Tártaro havia tomado tudo ali presente. 

Percy se esgueirou com habilidade por entre as celas e nocauteou um a um na patrulha, ele recolheu todos os colares de conta dos semideuses caídos.

Quando o último guarda caiu ele notou a deusa Pandora se apoiando e cambaleando próxima ao arco que levava à saída dos corredores encantados.

Ela encarava a lua se projetar do lado oposto, onde se podia observar o Salão dos Tronos erguendo-se imponente no alto.

—Está enferrujado, ou Perseu perdeu o jeito — ela pronunciou o nome do mestre de Percy com certo desprezo.

Percy não respondeu. O garoto postou-se ao lado da deusa.

 —Você havia me perguntado como sabia que você chegaria. 

“Desde que Perseu se sacrificou eu me exilei nestas cavernas, minha existência condicionou-se ao poder dos deuses. Eu me tornei parte desta montanha, e em tempos de ruína e tragédia a esperança torna-se necessária, minha aparência pouco importa, meu propósito é muito simples” 

 Percy fitou as vielas do distrito Hermes e as sombras verdes que as tochas de fogo grego projetavam nas ruas de pedras prateadas. Não havia sinal de movimento, Percy estranhou tal fato. Algo provavelmente estava acontecendo.

 —A garota, você precisa ir até ela — a deusa olhou para Percy — Esta guerra não é só sua, Percy.

O garoto se mexeu desconfortável. Ele se afastou do arco de mármore e se foi para próximo das mesas onde os guardas tomavam as refeições. Ele se sentou em cima da tábua de Carvalho. 

—Tártaro está trazendo seus seguidores de volta — ela cambaleou na direção de Percy e abanou o braço quando ele fez menção de ajudá-la a sentar.

”Você não sabe nada sobre o Deus dos abismos. E por sua arrogância perdemos uma peça fundamental na luta contra Tártaro.” 

—Annabeth— ele se levantou e ficou de costas.

—A oferta de Caos tem um preço alto demais, um preço que Perseu pagou.

”Caos não quer que Tártaro seja derrotado, a personificação dos abismos precisa existir para que Caos também exista. Tártaro não pode ser derrotado, ele precisa ser adormecido, mas do jeito certo. O abismo precisa ficar no abismo, ou tudo fará parte deste, e assim sucumbirão os deuses e tudo pelo que lutam.”

—E como eu vou fazer o Deus dos abismos adormecer?

 —Você precisa destruir seus pilares, todos os cinco.

”Imagino que saiba do que falo”

Percy assentiu e tentou se lembrar do treinamento de leitura de Perseu. Era um pouco difícil já que o filho de Zeus ordenava Percy a ler equilibrando-se em espadas ou em cima do grifo Griphion.

 Pandora bufou.

—Os cinco pilares de Tártaro, pois bem.

”A arma de Tártaro, que a esta altura você já sabe quem é. O Veneno de Tártaro, que corrompe aqueles de mente fraca. A Oferta de Tártaro, o paraíso prometido logo após envenenar a mente dos caídos. O Poder de Tártaro e o Véu de Tártaro.”

Percy estava prendendo a respiração, era muita informação para ser digerida.

—Estes últimos dois Perseu nunca destruiu, por isso o deus retornou. Os pilares são codependentes, um não pode ser destruído se o outro não for.

 Percy arqueou a sobrancelha.

—A arma de Tártaro — ele torceu o nariz encarando a deusa — Annabeth. 

Pandora assentiu de cabeça e sorriu vitoriosa. 

—Você precisa salvá-la, somente retirando o Veneno da filha de Atena você poderá destruir os dois primeiros pilares.

”Retire o Veneno da Arma, enfraqueça Tártaro e mostre que sua campeã pode ser trazida das sombras, você não tem muito tempo, logo o Veneno tomará todos os corações dos caídos.”

Percy encarou o salão dos tronos ao longe.

—Você não tem muito tempo — Percy notou um brilho verde pelo canto do olho, quando ele se virou a deusa havia desaparecido.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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