Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 70
20 - Um novo sopro


Notas iniciais do capítulo

leitores!! comentem gente, eu voltei a postar, e vou postar mais.
o bloqueio acabou serio acreditem em mim



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20 – Um novo sopro

 

Percy ergueu o tronco subitamente, Contracorrente se iluminou em verde graças ao braseiro de fogo grego do templo de Órion.

O garoto estava ofegante, a camisa cáqui de botões estava empapada de suor, a visão de Percy estava turva, borrões de Perseu e Pandora projetavam imagens fantasmagóricas no ar.

—Confuso? – a voz de Órion eriçou os pelos da nuca do garoto.

Percy correu o olhar pelo pequeno templo grego e não viu o gigante. Sua cabeça estava girando e latejando em dor, ele não conseguiu focar o olhar mais que dois metros à frente.

—Mostre-se – Percy levou a mão esquerda à testa – Eu não tenho tempo pra joguinhos, Luke...

O filho de Hermes estava morrendo pela segunda vez graças a Percy, o turbilhão de memórias e culpa fez a tontura do garoto desaparecer. Ele precisava salvar o amigo.

—Ah... – a risada seguinte ecoou na mente de Percy como uma saraiva de facas afiadas – Você está desesperado.

Percy se levantou com dificuldade e apoiou-se em Contracorrente.

—Onde está você? – ele esbravejou e girou a espada ameaçadoramente – Está com medo de me enfrentar, covarde!

—Eu não sou seu inimigo, Percy – ele pronunciou o nome do semideus com escárnio.

O garoto andou em volta do templo e observou a noite eterna do tártaro. As nuvens amarelas ribombavam raios pouco acima no teto do grande abismo, os ventos quentes do Tártaro deixavam o ar difícil de respirar.

—Você agora sabe o que tem que fazer – a voz de Órion ecoou na mente do garoto e as visões tomaram seus pensamentos.

A adaga translúcida parecia ser a alternativa que o outro Perseu havia encontrado, a lembrança da voz estridente no salão fez os pelos da nuca de Percy se eriçarem.

—A Luz Superior— o braseiro brilhou intensamente ao som das palavras do filho de Poseidon.

A claridade do braseiro ofuscou a visão do garoto, quando o brilho diminuiu uma figura encapuzada estava ajoelhada no chão de costas. Suas mãos negras baixaram o capuz revelando os dreadlocks presos num coque.

O gigante se levantou. Percy girou Contracorrente na mão e estalou o pescoço.

—Não há nada a temer, garoto – Órion balançou a mão no ar, as chamas adquiriram um tom púrpura forte e tremularam com imagens disformes.

—Você é traiçoeiro e vai me enganar... – ele pareceu ofendido.

—Imagino que Hades tenha dito isso, e que vou te persuadir a satisfazer minha vontade – ele bufou – Acredite, eu queria, mas infelizmente você tem essa coisa que chamam de destino. Eu não posso ficar no caminho de forças tão antigas e poderosas assim, nem o próprio senhor dos abismos pode.

Percy não se convenceu, ele permaneceu em posição de batalha.

—Abaixe essa faca inútil antes que se machuque garoto – o gigante sorriu de lado.

—Eu decido quando abaixar minha espada.

—Então presumo que não queira salvar seu amigo traidor, o filho de Hermes – o sorriso seguinte foi maquiavélico, Percy cerrou os olhos.

—Não tenho tempo pra joguinhos, se você não é astuto, enganador como todos disseram, sugiro que me ajude – Percy fincou Contracorrente no mármore.

—Paciência, meio-sangue – o gigante observava as imagens em meio ao fogo que alternava entre tons de amarelo, azul e vermelho – O outro era paciente.

—Eu não sou ele! – Percy rosnou.

—Modere o seu tom, afinal não sou eu quem precisa de ajuda – Órion fez menção para o garoto se aproximar.

Percy descreveu alguns passos cautelosamente. O gigante apontou para as labaredas dançantes e uma imagem se focou em meio ao brilho.

Ele conseguiu reconhecer o palácio de Nyx, algo chamou sua atenção.

Ao longe mais fundo no Tártaro ele viu os cinco rios do submundo convergirem para um ponto único. No fim da planície arenosa os rios desaguavam juntos num penhasco onde a luz não existia.

O Coração do Tártaro.

—Eu o observei na última vez – a voz do gigante alertou Percy – Não vai escapar pelo pico de Érebo com sua pedrinha como antes.

Percy não respondeu. Ele estava cansado de deuses e mortais falando sobre um passado que ele não conhecia.

—As Portas da Morte são a única saída deste lugar – Órion se afastou do braseiro e encarou a clareira escura.

—Imagino que elas estejam naquele penhasco escuro que me mostrou – ele torceu para estar errado.

Órion assentiu de costas.

—Há mais uma coisa que você precisa ver antes de partir – as labaredas dançaram novamente mostrando o palácio de Nyx, os aposentos onde seus amigos estavam.

Nico dormia em um sofá de pele caramelo enquanto Beckendorf fitava o longe na sacada.

Um arrepio percorreu a espinha de Percy quando este viu Luke.

O filho de Hermes não tinha muito tempo restante, sua aparência estava começando a piorar novamente. O remédio de Damásen estava perdendo o efeito, Luke tossia e engasgava com sangue ao dormir, suas roupas estavam empapadas de suor.

—Como eu vou ajudá-lo? – Percy estava aflito e desesperado.

—A maldição das arai é algo difícil de se reverter, ainda mais uma maldição de morte – o garoto se mexeu desconfortável – Para um herói você tem o coração escuro, Percy Jackson.

—Você não sabe o quanto – ele soou sinistro.

—Pois bem, tudo que você precisa é do amor verdadeiro— Percy estava incrédulo.

—Que baboseira! – ele se riu ironicamente – Eu não atravessei metade do Tártaro para isso, é melhor começar a dizer a verdade – ele esticou a mão para Contracorrente.

—Petulante – ele balançou a cabeça em negação – Você não terá chance alguma contra Tártaro se continuar assim.

Percy engoliu em seco e transformou a espada em caneta.

—Pois bem, Senhor Órion— ele fez uma leve mesura a contragosto – Me diga como salvar meu amigo, por favor.

O gigante sorriu vitorioso.

—A maldição da morte que você infringiu ao filho de Hermes só pode ser quebrada por um sopro de vida de alguém que o ama. Você mesmo já quebrou uma maldição desse tipo do mesmo modo.

“O sopro de vida divide a alma em duas partes, colocando as duas vidas em constante dependência, se um morrer, o outro também morre.”

Órion se virou para Percy.

—É arriscado, se for feito errado pode matar ambas as partes.

—Eu tentarei.

O gigante sorriu.

—É impossível – o rosto dele se iluminou graças as chamas – Sua alma já está dividida, você já usou o sopro uma vez.

Percy estava ficando impaciente com lembranças que ele não tinha.

—Que maldição eu quebrei?

Órion não respondeu, ele balançou a mão no ar e as chamas se focaram num rosto familiar.

Os cabelos louros estavam presos num coque e a bandana camuflada circulava a testa acima dos olhos cinza tempestuosos apavorantes.

O rosto de Annabeth tremulava nas chamas.

O coração de Percy falhou uma batida, ele ficou tonto. Visões encheram sua mente, ele segurava o corpo de Annabeth nos braços enquanto chorava. Luke, Thalia e Nico estavam de pé desolados.

A cabeça do garoto começou a latejar e queimar.

—Confuso? – Órion se virou para Percy – Não me admira. Memórias de uma vida que não foi sua, rostos familiares em lembranças inexistentes, o rosto da garota... a arma de Tártaro.

O garoto não respondeu.

—Garoto, antes de você partir, um presente – Percy ficou surpreso.

Órion estendeu a mão para o filho de Poseidon. Uma esfera de luz azul flutuava graciosamente emanando um brilho terno. Percy estendeu a mão para a pequena esfera.

—Esta é Alcione – Órion pareceu triste – Ela foi minha mulher antes de Zeus nos transformar em constelações.

Percy olhou para a pequena esfera de luz e torceu o nariz.

—Ela sempre me fez encontrar o caminho de volta para casa, mesmo quando todas as esperanças pareciam ter desaparecido. Que o brilho de Alcione o guie como me guiou.

Percy agradeceu com o olhar.

—Vá semideus – o gigante andou para longe e ficou de costas.

O garoto colocou a estrela no bolso, mas antes de ir ele se virou para o gigante.

—Você não me enganou, não me persuadiu, porque dizem que é mal ? – ele estava confuso.

—A necessidade faz a situação – Órion virou o rosto e sorriu de lado– Se Tártaro perecer eu vou te mostrar porque dizem que sou mal.

Percy sorriu de lado e assentiu, ele encarou a clareira e respirou fundo.


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Notas finais do capítulo

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