Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 71
21 - Filhos às Portas


Notas iniciais do capítulo

gente!
demorei um pouco mas ta aí, tive que mudar umas coisas no rascunho por isso demorei pra me organizar.
boa leitura!
—Pedro



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21 – Filhos às Portas

 

 

Achar a saída do templo de Órion havia sido mais fácil do que Percy imaginou.

O garoto apenas atravessou a clareira escura com a espada em mãos e em atenção máxima, já que centenas de pares de olhos vermelhos o observaram na escuridão.

O pomar obscuro acabava próximo à beirada do penhasco, onde escadarias de mármore negro velhas percorriam a encosta da montanha.

Percy teve dificuldades para descer pelo caminho repleto de rachaduras e faltando vários degraus, felizmente as habilidades do garoto estavam aguçadas. Ele conseguiu vislumbrar o penhasco onde os rios do tártaro caíam. A ponte de mármore negro que ligava a montanha ao penhasco dos rios era apenas um pontilhado ao longe.

A suíte de seus amigos ficava logo após um enorme átrio onde espíritos e ninfas da noite dançavam um baile fantasmagórico iluminados por archotes brilhando em tons de púrpura.

O garoto tomou cuidado para não perturbar o bando de espíritos pacíficos até então.

Percy estava absorto em pensamentos quando entrou na suíte.

Ele foi esmagado num abraço de urso.

Suas costelas estavam esmagadas, por pouco Percy não desmaiou, ele teve dificuldades para se manter de pé quando o abraço cessou.

—Cabeça de alga! – a voz era familiar – Eu estava preocupada, pensei que o gigante iria acabar com você.

Percy levantou a cabeça e olhou direto na tiara prateada em meio aos cabelos desgrenhados e repicados de Thalia Grace.

 -Caçadora? – ela fechou a cara – Perdão, Thalia?

A filha de Zeus revirou os olhos e se foi andando na direção de Luke, Nico estava na sacada fitando o longe enquanto Beckendorf roncava no sofá egípcio chique.

—O que você fez com ele? – ela apontou para o filho de Hermes e encarou Percy impaciente.

 O garoto se aproximou cautelosamente.

—Eu não, foram as...

Arai.

Eles se encararam, a palavra ecoou no ar. Os olhos de Thalia transbordavam reprovação.

—Isso é maldade demais até para Tártaro – ela acariciou os cabelos de Luke, a pele dele estava esverdeada e pálida.

—Eu jamais faria isso – ele sustentou o olhar de Thalia – Foi o outro eu, esse Percy de quem todos falam.

Percy tentou se lembrar do dia em que havia amaldiçoado Luke, ele daria tudo para voltar e mudar aquilo, mas sua cabeça apenas doeu na tentativa de se concentrar demais.

Thalia passou a mão pelos olhos e o garoto engoliu em seco. Ele se levantou e se afastou em direção à sacada.

O garoto observou Nico antes de sair pela porta que conectava o templo à varanda.

—E então, Órion... – o filho de Hades esboçou um pequeno sorriso – O que descobriu?

Percy se aproximou e fitou o penhasco que circundava a montanha solitária. A ponte negra de mármore estava mais nítida pois a suíte deles era mais baixa que o templo de Órion. Os archotes ardiam por toda sua extensão, os rios do tártaro desaguavam no penhasco escuro como se fossem um só.

—Precisamos chegar às Portas da Morte – uma lufada de ar quente açoitou os cabelos de ambos.

—Era o que eu temia, o pico de Érebo não vai funcionar desta vez, não é?

Desta vez... – Percy suspirou impaciente – Enfim, acredito que precisamos de toda a ajuda possível, quando é que a Caçadora chegou?

O garoto deu um pulo ao ouvir um pigarro às suas costas.

—A Caçadora tem nome – Percy se encolheu.

Os três filhos dos grandes ficaram lado a lado na varanda, os rios do Tártaro iluminaram os olhos deles.

Percy sentiu-se confiante, a presença de Thalia certamente mostrava que o destino estava se cumprindo, os filhos de Zeus, Hades e Poseidon lado a lado combatendo o mal no Coração do Tártaro.

—Como você chegou aqui, afinal? – Percy estava genuinamente intrigado.

Thalia sorriu.

—Eu segui vocês, desde que entraram pela passagem de Orfeu eu senti que deveria vir junto, estávamos quase no Acampamento quando eu retornei sozinha – ela deu de ombros e Percy ergueu uma sobrancelha - Àrtemis não tentou me impedir.

Percy não respondeu.

—Eu vi os gigantes e os titãs que estão nos perseguindo, os observei de perto, há um exército vindo. Nós precisamos sair daqui rápido, ou seremos destruídos facilmente.

Sons de tosse vindos da suíte quebraram o silêncio, já que Percy e Nico estavam apreensivos demais para responder Thalia.

O estômago de Percy se revirou ao ver manchas vermelhas no linho branco do lençol da cama onde Luke dormia. Thalia se aproximou do filho de Hermes e ergueu o tronco do garoto para cessar a tosse.

—Não podemos esperar nem pelo amanhecer – Percy disparou – Partimos imediatamente.

Todos assentiram.

Nico andou até o sofá e cutucou Beckendorf. Percy se sentou num dos sofás egípcios e ergueu a mão para um dos cálices que logo se encheu de água.

Por sorte eles teriam facilidade de carregar Luke graças à Beckendorf. O filho de Hefesto havia construído uma espécie de carrinho de mão de madeira para carregar Luke sentado.

Com poucos minutos todos estavam prontos para deixar o palácio de Nyx.

Percy se surpreendeu ao ver um serviçal fantasmagórico flutuar e deixar uma garrafa térmica de néctar e cubinhos de ambrósia num saquinho hermético em cima da mesa de centro à frente. Ele os guardou na mochila e conferiu todas as adagas espalhadas pelo corpo no suporte, por fim prendeu o arco de Épiro nas costas.

Beckendorf havia ajeitado o filho de Hermes, agora acordado, no carrinho de mão.

Ele estava de cara emburrada, Beckendorf e Thalia gargalhavam, até mesmo Nico havia esboçado um sorriso.

O filho de Poseidon se limitou a observar e suspirar. Ele se sentia alheio ao resto do grupo, todos estavam ligados por lembranças e amizade, ele mal conhecia todos ali. Percy estava cansado de se sentir apenas um guerreiro.

Ele avançou em direção à porta, os archotes de fogo esquentaram um pouco o ar gélido do palácio de Nyx. O baile dos espíritos havia terminado, o átrio estava vazio e silencioso.

—Precisamos ir.

Percy avançou pouco a frente do grupo, as risadas ainda ecoavam. O sangue do garoto estava fervendo de raiva.

Ele atravessou o átrio rapidamente, a vista oposta era linda. Os degraus colossais subiam até onde os olhos de Percy conseguiam ver e além, os rios do submundo caíam em cascatas por entre as pedras negras.

O grupo estava logo atrás, o burburinho incessante estava mais intenso.

—Vocês podem parar, por favor? – ele se contorceu para pronunciar cada palavra civilizadamente.

 Alguém sequer ouviu.

—Calem a maldita boca! – o grito de Percy ecoou no átrio – Pelos deuses!

Thalia descreveu um sorrisinho sarcástico.

—Olha gente quem está com ciúme – a filha de Zeus gargalhou e se postou na frente dele – Só porque não lembra das nossas histórias.

—Suas histórias, não minhas! – ele se virou para Thalia e arregalou os olhos.

—Nossas! – Thalia inflou o peito e um raio ribombou nos céus – Você só não se lembra, mas estava em todas.

—Não me interessa! – ele empurrou Thalia violentamente com o tronco e andou na direção das escadarias que desciam pela montanha de Nyx.

Thalia bufou de raiva e ergueu uma das mãos, um pequeno estalo eletrocutou Percy, ele caiu de joelhos e começou a tremer.

Todos caíram na gargalhada, Percy ficou vermelho de ódio.

—Eu... eu vou – ele tremia se contorcia no chão – Você...

A filha de Zeus se abaixou na frente do garoto ainda sorrindo e tocou o peito dele.

Percy parou de tremer, ele ergueu o tronco com dificuldade e colocou a mão na cabeça.

—Se fizer isso de novo eu juro que...

—Mato você e blá blá— ela revirou os olhos – Chega de ameaças vazias Cabeça de Alga, deuses como eu queria o velho Percy idiota de volta.

Ela ajudou Percy a se levantar. Percy deixou escapar um sorrisinho.

—Admito, foi engraçado – os dois abriram um sorriso e trocaram um soquinho.

—Gente ele consegue sorrir – Percy mostrou língua.

Thalia passou um braço pelo ombro de Percy e outro pelo ombro de Nico e os três caminharam juntos.

—Fala sério, somos os filhos dos três grandes – ela olhou para os rios no degrau colossal ao longe.

“Vai ser que nem nos velhos tempos, juntos ninguém pode nos derrotar.”


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Notas finais do capítulo

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