Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 67
17 - As Memórias de Perseu - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

oi gente, fiquei um tempão sem postar, esse ano está sendo bem corrido pra mim, só consegui arrumar tempo pra escrever porque o semestre da facul acabou e eu to solteiro kkkk
ai esta o cap. espero q gostem
—Pedro



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17 – As Memórias de Perseu – Parte  2

 

 

Percy e Pandora seguiram às pressas pelas catacumbas do Monte Olimpo. Os passos deles ecoavam nas úmidas cavernas iluminadas por archotes de fogo grego.

Por vezes tinham que se esconderem nas sombras quando guardas patrulhavam a procura de Perseu.

Os dois desceram por escadas e corredores apertados por bastante tempo, os peitos subiam e desciam rapidamente indicando o cansaço.

—Estamos andando em círculos – Pandora disse por fim. Ela se apoiou na sombra de uma pedra molhada e revirou os olhos.

—Precisamos da Pedra de Onfalos, sem ela nunca acharemos a adaga— Perseu esticou o pescoço para olha o caminho à frente. – Zeus a tirou de mim quando nos achou no salão dos tronos.

Pandora levantou a sobrancelha.

—Pensei que havia um encantamento para ela retornar para você.

—Zeus deve ter bloqueado esse efeito de alguma maneira – ele bufou.

—Então teremos de ir aos aposentos do rei dos Olimpianos? – ela sorriu incrédula – E você é um traidor condenado. Todo o Olimpo nos procura, não temos chance.

—Tem que haver outra maneira – Perseu socou a rocha com violência. – Estamos tão perto, se eu alcançar essa arma teremos esperança nesta guerra sem fim.

“Sempre há esperança, meu campeão.”

A voz inconfundível ecoou na mente de Perseu. A voz era antiga, quase palpável. Era aquela que guiava Perseu desde o começo. A voz de Gaia.

“Você pode reaver a Pedra, meu semideus, lembre-se dos seus dons. Lembre-se de seu papel nessa batalha. O Rei dos Olimpianos não pode pará-lo, ninguém pode.”

Perseu abriu os olhos. Desprendia fumaça verde de seus olhos. Ele se ajoelhou subitamente. Sua mente vagou pelo Olimpo, ele podia ver as vielas, templos, átrios e salões. Concentrou-se na Pedra, manteve os pensamentos fixos em sua forma, seu brilho e poder.

Após esforçar-se por um longo tempo ele a encontrou. A pedra jazia dentro de uma espécie de gaiola de bronze celestial. Dentro dos aposentos do rei dos Olimpianos.

—Perseu!

A mente dele foi transportada novamente ao corpo por um breve instante. Pandora segurava sua espada em posição de ataque. Um grupo de guardas havia cercado eles.

Perseu esticou a mão e seus dedos se fecharam em torno do broche de cabelo que Pandora havia dado a ele. Ele apertou a parte do meio e todos recuaram um passo. A espada de bronze celestial projetou sombras bruxuleantes e expressões de medo nos guardas. Perseu sorriu imponente.

—Eu sei que não querem me prender – ele brandiu a lâmina com precisão enquanto andava de lado em volta da patrulha – Sabem que estou certo, mas têm medo de desafiar Zeus.

“Eu lhes digo que não há nada a temer. Eu possuo um poder que acabará com esta guerra, e não haverá mais uma gota de sangue derramado.”

Perseu encarava os rostos dos guardas. Eles não tinham medo do filho de Zeus, nem do próprio rei dos Olimpianos, como todos no Monte Olimpo eles sabiam da real ameaça. Tártaro.

Eles trocaram olhares significativos até que todos baixaram as armas.

—Não peço que desafiem os desejos de Zeus, apenas deixe-nos passar. Eu sei que são pais, maridos, soldados, súditos, mas seu rei está cego. O Senhor dos Céus se recusa a deixar o orgulho, mas ele não sabe que está nos condenando se não fizer nada.

“Todos os dias eu vejo homens como vocês, leais, fortes e destemidos partirem para as frentes de batalha. Sem esperanças de voltar para suas filhas, suas esposas. Não mais. Eu não permitirei mais uma criança órfã sequer, nenhuma viúva a mais. Não permitirei que algo como orgulho faça a contagem de mortos subir, o número de corpos a serem enterrados aumentar. Eu perdi homens bons como vocês, amigos leais, entes queridos. Esta guerra tem que acabar.”

O olhar dos guardas estava diferente. Admiração. Todos fizeram uma leve mesura para Perseu. Ele acenou com a cabeça. Os guardas partiram pelas catacumbas até que os passos pararam de ecoar. O silêncio pairou na caverna.

—Nossa – Perseu ergueu os olhos para Pandora. – Foi você mesmo quem disse isso tudo? – Ela tentou esconder a admiração com um sorrisinho sarcástico.

—Muito engraçado – ele sorriu de canto – Vamos, tomara que Zeus não tenha tirado um cochilo antes do meu julgamento.

***

Perseu e Pandora correram pelas masmorras até que o suor empapava suas vestes. O filho de Zeus bambeou para o lado e se apoiou ofegante na pedra molhada.

—Cansado, velhote? – Pandora desfez o clima tenso com um sorriso travesso.

—Não sou um deus como você – ele a encarou e ergueu a sobrancelha – E você é mais velha.

Ela se aproximou.

—Esses fios de cabelo branco provam o contrário – a deusa fez menção de se aproximar, porém passos ecoaram nas cavernas.

Ela se postou ao lado de Perseu e os dois se esgueiraram pelas sombras. A patrulha de guardas estava se aproximando. Os dois trocaram um olhar significativo e Pandora acenou com a cabeça.

—Sem donzela em apuros – ela cochichou decidida.

—Só mais essa vez, é nossa chance de sair dessas cavernas infernais – ele suplicou. Pandora bufou vencida.

Perseu sorriu e subiu pelas paredes agilmente. Ele apertou o broche e o cabo da espada de bronze se encaixou perfeitamente nos seus dedos. A patrulha estava quase chegando, Pandora saiu das sombras e começou a mancar e a chorar como uma garotinha.

Os guardas chegaram até ela. Era uma patrulha de três, todos eles trajavam reluzentes armaduras de bronze.

Perseu respirou fundo e fechou os olhos. A fumaça verde serpenteou com a corrente de ar.

—Senhora, está bem? – um dos guardas se aproximou da deusa “indefesa”.

O filho de Zeus abriu os olhos e se jogou do teto da caverna em cima de um dos guardas. Ele descreveu um giro e bateu com o cabo da espada na cabeça de um dos guardas. Pandora retirou a espada do segundo guarda e a apontou para seu pescoço numa fração de segundo.

O terceiro guarda fez menção de atacá-la, mas Perseu apontou a lâmina de sua espada para o pescoço dele.

—Nem mais um movimento – ele avisou – Você vai nos tirar daqui – o guarda engoliu em seco.

“Não tenho intenção de machucá-lo. Eu sei que as masmorras são encantadas e nunca conseguiremos sair daqui sem vocês, só preciso chegar aos aposentos de meu pai.”

—Vocês nunca vão conseguir, todo o Olimpo aguarda seu julgamento.

—Que pena desapontar tantos deuses e ninfas, mas não vou lhes dar o prazer de ver minha morte hoje. Você vai nos ajudar a sair daqui, do contrário eu corto sua garganta.

Pandora subjugou o outro guarda.

—Só estará provando que merece ter um julgamento – ele cuspiu e se contorceu. Perseu apertou o braço em torno de seu pescoço, o sangue do semideus ferveu.

Por fim o filho de Zeus bufou e soltou o guarda. Ele se apoiou na pedra e tossiu algumas vezes. Pandora manteve o pulso firme.

Dora— ele a olhou cauteloso – Solte-o.

A deusa empurrou o outro guarda no chão, mas a espada continuou apontada para o pescoço dele.

Perseu se aproximou do guarda caído e se abaixou. Ele tossia e ofegava. Os olhos azuis estavam tremendo, não passava de um garoto assustado.

—Quantos anos tem? – ele retirou o elmo do garoto. Ele o encarava apavorado – Não há nada a temer.

Percy jogou a espada para o alto e o broche caiu em sua mão direita.

—Meu pai está desesperado, obrigando garotos a servir neste exército, para lutar a guerra que ele deveria lutar. Homem algum merece ser escravizado contra sua vontade, mesmo que seja para um bem maior. Ajude-me garoto, eu posso dar um fim nisso. Eu preciso sair das masmorras, preciso invadir os aposentos reais.

Os olhos do garoto estavam parando de tremer e sua respiração voltava ao normal.

—Não dê ouvidos a ele garoto, ele é perigoso, só diz isso para persuadi-lo... – os olhos do guarda giraram nas órbitas após Pandora acertá-lo na cabeça com o cabo da espada.

Perseu acenou com a cabeça e encarou o garoto.

—Você vai nos ajudar? – ele soou suplicante.

O jovem guarda assentiu com a cabeça e se pôs de pé devagar. Perseu o ajudou.

—Vá à frente, mostre o caminho.

Os três andaram alguns metros pelas cavernas úmidas até que a luz do dia começou a iluminar as paredes, os olhos de Perseu demoraram a se acostumar com a claridade.

—Não acredito, a saída estava aqui o tempo todo!? – ele parecia incrédulo.

—Existem milhares de saídas, o encantamento embaralhou todas elas para que vocês não pudessem escapar.

Eles se esgueiraram e passaram por archotes na saída das catacumbas. Os céus azul piscina estavam exuberantes como sempre. À frente havia templos e casas dóricas, além de um estábulo de bigas. Nenhum sinal de homem ou criatura mágica.

—Todos devem estar no meu julgamento, acredito que Zeus escolheu o Coliseu, bem dramático e típico dele...

“Pensei que o encantamento das masmorras não funcionasse com deuses.”

Perseu olhou para Pandora.

—Bom, não funciona em deuses fortes – o jovem guarda olhava para frente com os olhos cerrados.

—O que disse? – Os olhos de Pandora se iluminaram enquanto um trovão ribombava no céu ao longe.

—Pelos deuses – Perseu se postou na frente do garoto – Calma, Dora. Não foi isso que ele quis dizer, não é? – ele inclinou as sobrancelhas e engoliu em seco ao olhar para o guarda, que se encolheu de medo.

—Não, minha senhora, não – ele engoliu em seco – Mil perdões. Eu quis dizer que o encantamento só não funciona nos doze grandes. Mas a senhora é forte, bastante, não me mate – ele sorriu desesperado.

Pandora se recompôs.

—Você tem coragem garoto – ela estalou o pescoço – Não fosse por Perseu você já estaria no Hades, mas tem coragem, reconheço isso.

Perseu olhou para os lados e se esgueirou pelas casas até chegar ao estábulo.

—Precisaremos de distração, bigas, cavalos soltos, você pode fazer isso? – ele olhou para o guarda.

Ele assentiu e engoliu em seco.

—Se ao menos pensar em nos trair... – Pandora apontou uma adaga para o pescoço dele – Perseu não vai ser capaz de me parar.

—Tudo bem, estamos do mesmo lado – ele afastou a lâmina da deusa com os dedos – Sem mais ameaças. Você pode fazer isso?

O jovem guarda se afastou de Pandora e olhou para Perseu com determinação.

—Vamos, Dora— ele a puxou pela mão – Garoto, qual seu nome, afinal?

—Meu nome é Teseu.


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Notas finais do capítulo

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