Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 66
16 - As Memórias de Perseu - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Então..

Só tenho algumas palavras para justificar meu abandono da fic.
1 - Faculdade
2 - Namorada
3 - Bloqueio

Mas está ai, divirtam-se (se houver leitores ainda é claro)



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16 – As Memórias de Perseu

 

 

Percy se viu em uma clareira quando a mente parou de vagar pelas histórias dos Olimpianos.

O garoto se viu em uma clareira bem densa. Era noite, afinal ele ainda estava no Tártaro. Raios ribombavam no céu constantemente para lembrá-lo disso.

A passagem à sua frente era iluminada por archotes ardendo em fogo grego. A trilha de tochas terminava em um templo octogonal. As colunas dóricas lembravam o chalé de Poseidon, exceto pelo seu material. O ferro estígio causava arrepios em Percy.

O templo era iluminado por um grande braseiro. As chamas coloridas ardiam revelando imagens de batalha.

Um homem coberto por uma capa e capuz estava ajoelhado de frente para o braseiro. Sua capa era escura e cobria todo o corpo.

O vento assobiou quando a risada do homem ecoou pela floresta.

—Finalmente – sua voz soou no ouvido de Percy, ele segurou a caneta esferográfica fortemente.

Percy se aproximou do templo.

—Me diga o que preciso saber- ele apertou o botão e Contracorrente se materializou em espada, o vento açoitou seus cabelos. Silvos sinistros vieram da floresta.

—Mais respeito – o homem se levantou, mas se manteve de costas – Está em meu domínio agora, portanto é inteligente baixar o tom.

Os nervos da mão de Percy ficaram brancos de tanto apertar o cabo da espada.

O homem andou pelo templo e deu a volta pelo braseiro. Percy arrepiou. Seus olhos eram inteiramente negros, com pontos de luz formando uma mini constelação. Os cabelos estilo dread estavam presos num coque. A pele dele era escura e bronzeada.

As chamas do braseiro revelavam uma expressão de ímpeto, porém mesclada com medo.

—Impressionante – Órion murmurou – Cair no Tártaro e retornar, é um espécime excepcional, Sr. Jackson.

—Retornar? – Percy inclinou a cabeça e andou pelo braseiro, imitando Órion.

—Vejo que o plano de Caos acabou por funcionar então – ele sorriu – A arma perfeita, sem remorso, compaixão ou empatia – ele balançava a mão no ar e as visões da chama mudavam.

—Se conhece tanto assim, sabe que não pode me subestimar – os olhares dos dois se encontraram por entre as labaredas.

—Você não vai me atacar, sou o único que pode ajudá-lo nessa missão suicida.

Percy cerrou os punhos e engoliu em seco.

—Como anda o velho Perseu— ele pronunciou a ultima palavra com cuidado – Você o viu em sua mente, não foi?

Visões circundaram os pensamentos do garoto num milissegundo. Um homem de armadura completa olhava imponente para um corredor. Ao seu lado uma mulher, também vestida para batalha.

—Sim – Órion brincava com a chama – Meu plano foi um sucesso perfeito. Você viu exatamente o que eu queria.

Percy bufou.

—São apenas visões – ele tentou se livrar dos pensamentos.

O gigante se mexeu desconfortável. Fechou os olhos em concentração.

“Aceite estas memórias Perseu Jackson. Você não as viu por acaso, já vi muitas coisas nas eras que passei junto às estrelas. Observei o outro Perseu de perto garoto. Você precisa da minha visão. Precisa saber o que houve com o outro

Os olhos de Percy começaram a pesar. Ele tentou se manter de pé, mas acabou ajoelhado sobre Contracorrente. Suas pernas tremeram e ele caiu de costas no chão.

***

Percy foi guiado à um enorme salão. A abóbada do teto deveria estar a 20m do chão. As paredes eram brancas, adornadas em ouro e pedras preciosas, mas isso não era o mais impressionante.

Tronos de mármore colossais estavam dispostos em formato de Omega por todo o salão.

Um homem e uma mulher estavam no centro da sala, eram minúsculos se comparados com os tronos.

As armaduras de batalha eram idênticas às da visão que Percy tivera anteriormente.

Eles cochichavam cara a cara. Os dedos das mãos tamborilavam em aflição.

—Não devemos... é muito arriscado – os olhos verdes da moça revelavam preocupação – É bem abaixo deste salão, não devemos Perseu – ela segurou seu braço.

Perseu se afastou.

—É bem debaixo dos narizes deles – ele inflou o peito – Nunca perceberiam – Pandora, por favor. É a única chance de salvá-los, de nos salvar.

—Se eles nos pegarem nos matarão – ela o puxou – Como vamos ajudar o mundo nos campos da Punição?

Ele bufou.

—Não há outro jeito, se você não for eu irei sozinho – ele fitou a porta colossal no fim do salão – E não terei esperança.

Eles se encararam novamente. Os olhos azuis de Perseu fizeram a moça corar. Ele a puxou pela cintura e a beijou.

Quando eles se separaram palmas ecoaram no salão.

—Que belo casal de traidores – a voz era estridente, a espinha de Perseu gelou.

Zeus.

Perseu se virou para o deus e se postou à frente de Pandora. Tirou a espada do cinto e a girou com destreza.

—Não tente nada tolo pai.

Os olhos brancos de tempestade de Zeus tremularam com raios amarelos. A toga branca do rei dos Olimpianos foi açoitada por ventos sinistros.

—Você é o único tolo nesta sala meu filho— raios ribombaram no céu – Acho que terei de ensiná-lo uma lição. Você desrespeitou os deuses por tempo demais.

—Os deuses são cegos, não vêem que esta arma poderá mudar o curso da guerra – ele cuspiu cada palavra – São orgulhosos demais para se renderem a um poder maior.

—Não há poder maior que os Olimpianos, garoto! – ele gritou fazendo a porta do salão bater forte.

Perseu recuou um passo.

—Tártaro continua a levar mais meio-sangues, deuses e titãs para o lado das trevas, e vocês se recusam a usar este poder.

O rei dos deuses avançou em direção à Perseu. Ele recuou.

—Não usaremos esta arma profana! – Zeus esbravejava ultrajado.

—Você só a julga profana porque não é digno de seu imensurável poder.

Zeus avançou com um pulo em Perseu.

—Vou mandá-lo direto para o Tártaro, meu filho.

Perseu se esquivou para a esquerda. O rei dos deuses lutava com as próprias mãos. A cada golpe um raio explodia ao longe.

As mãos de Zeus desprendiam raios amarelos que explodiam ao se chocar com a lâmina da espada de seu filho.

A luta estava acirrada. O poder da Centelha desprendia fumaça verde dos olhos de Perseu.

Ele acertou uma cotovelada na barriga de Zeus e o empurrou. O deus gargalhava.

—Então este é o grande poder de Gaia? – Zeus sorria sarcasticamente – Só porque tem um poder não significa que saiba usá-lo.

“Ainda tem muito a aprender, meu filho.”

Zeus levantou a mão direita para o céu e raios estouraram percorrendo todo o seu braço. O rei dos deuses se moveu rápido em direção Perseu.

Ele segurou no pescoço do semideus e milhares de volts de eletricidade percorreram o corpo de seu filho.

Os olhos de Perseu giraram nas órbitas e ele caiu no chão desacordado.

***

Perseu acordou gritando e balançando os braços freneticamente. Quando seus olhos reagiram à luz ele se viu em uma cela de prisão.

O teto era rochoso e o ar úmido cheirava a lodo e mofo.

As catacumbas. Perseu sorriu vitorioso. A prisão dos Olimpianos era exatamente o local onde ele gostaria de estar. As cavernas do Monte Olimpo guardavam a Adaga de Têmis e Zeus o havia colocado justamente no local onde ele deveria procurá-la.

Só havia um problema. As grades da cela eram feitas de bronze celestial. Não havia como quebrá-las, tampouco cavar o chão de rocha dura abaixo.

Ele se colocou de pé com dificuldade. Sua armadura havia sido removida. Perseu trajava apenas uma camisa de algodão branca encardida e calças caqui.

Ele se apoiou na parede e recuou quando dois guardas passaram pela cela. Os guardas não notaram que Perseu havia despertado.

Uma sombra se aproximou novamente pelo chão. Perseu se encolheu.

Ao vê-la ele relaxou.

Pandora apareceu sorrindo e se colocou diante da grade de bronze.

—Se afaste – ela murmurou. Brandiu a espada sobre a grade e a partiu ao meio.

Pandora jogou um peitoral de coro e sandálias para ele.

—Sabia que viria – ele sorriu desafiador.

—Tomara que esse plano dê certo, senão morreremos na próxima vez – ela tentou disfarçar o sorriso.

—Você precisa ser mais esperançosa— ele sorriu ao terminar de vestir o peitoral e se virou de costas – Me ajude com isso.

Pandora se aproximou e amarrou o peitoral. Perseu a puxou para um beijo rápido.

—Ah! – ela murmurou – Ela estendeu um grampo de cabelo para Perseu.

Ele torceu o nariz.

—Eu não... – ela o interrompeu.

—Aperte a parte do meio.

O grampo de cabelo se tornou maior e mais fino. Cresceu até formar uma lâmina afiada de corte duplo. A espada de bronze celestial se encaixou como luva na mão de Perseu.

—Roubei de Hércules, um presentinho.  Vamos, precisamos nos apressar, seu julgamento será daqui a algumas horas.


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Notas finais do capítulo

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