Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 49
19 - A Cidadela


Notas iniciais do capítulo

19 capitulo.

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19 – A Cidadela do Caos

Percy sorriu confiante enquanto cavalgava o ar da manhã.

O Lago Superior era de um azul celeste brilhante que refletia todas as cores do arco íris.

Percy alternava o olhar entre as águas e a fortaleza translúcida se erguendo do centro do lago.

Ela era enorme e  tão alta quanto um arranha-céu, tão extensa quanto um campo de golfe. A fortaleza se erguia acima de uma rocha enorme. 

As águas do rio Superior se chocavam contra o quebra-mar feito de recifes de coral multicoloridos. Não havia portões, apenas buracos um pouco acima na rocha, como túneis de ventilação.

As colunas dóricas cobriam desde o quebra-mar até os níveis superiores. Era toda feita em estilo futurista misturado com neo-clássico, mármore branco, altas torres pontudas e grandes pilastras coríntias.

À medida que Percy se aproximava ela ficava cada vez maior.

Do túnel alguns animais aéreos se aproximavam de Percy e Gryphion. Eles eram Pégasos.

Eram cavalgados por homens trajando armadura de combate, capacete de metal e lanças em mãos.

Percy parou Gryphion no ar.

Ele encarou os soldados inimigos. Seus olhos podiam ser vistos por trás do capacete. Eram humanos. Ou pelo menos os olhos eram.

Seus braços eram fortes, pareciam fisiculturistas montados nos pégasos. O da direita tinha a pele morena e era o mais forte. O da esquerda era claro quase branco.

—Você – o da esquerda apontou a lança dourada – Quem é?

—O que faz aqui? – o da direita murmurou.

—Sou Percy Jackson – ele soou firme.

Os dois garotos arregalaram os olhos. Eles retiraram o capacete e o colocaram sob o braço.

—Não é possível – o da direita balbuciou.

Afinal eles eram humanos. Percy travou a respiração.

Ali, diante dele, no Lago Superior, se encontravam as duas pessoas que ele menos esperava ver.

O da direita, moreno, tinha os braços enormes, músculos de jogador de beisebol profissional, carranca. Faria todos os monstros correrem para a mamãe.

Percy se lembrou de ser acolhido por este quando era mais novo, e de explodir o Princesa Andromeda no ano anterior.

Charles Beckendorf estava de olhos arregalados.

Ainda era mais perturbador ver o da esquerda.

Sua pele clara, os cabelos em corte militar cor de areia. Olhos azuis intensos e arregalados. Percy sentiu um calafrio. A cicatriz do dragão ainda cobria toda a extensão de seu rosto.

Luke Castellan o olhava incrédulo.

—Eu morri? – Percy disparou atônito.

—Não – Beckendorf se manifestou – Mas nosso senhor decidirá seu futuro. Venha, Percy Jackson.

Os dois amigos de Percy se foram primeiro. Ele se perguntou se ainda se lembravam dele. Ele estaria morto? Aquilo seriam os campos Elísios?

Percy os seguiu. Nem Luke nem Beckendorf olharam para trás. O garoto os fitava ainda incrédulo. Queria fugir dali, os dois eram memórias que ele queria esquecer.

Eles se aproximaram por baixo. Os dois soldados passaram como um míssil pelo túnel. Percy foi em seguida.

Uma lufada de ar atingiu Percy e o grifo por baixo.

Não houve reação. Gryphion planou no túnel. A luz entrava por um pontinho luminoso bem lá no alto. Era uma subida e tanto.

Durante alguns segundos ele ficou planando para cima numa velocidade considerável.

Quando a luz finalmente se aproximou e ele atravessou o túnel. Sua boca se formou em um O perfeito.

O túnel dava no meio de uma enorme praça ao ar livre. Jardins de pérolas e grama verdejante enchiam os olhos do garoto.

Seres de diversos tipos enchiam os bancos, sombras e tapetes na grama.

Ele viu ninfas, sátiros, humanos, deuses, até mesmo monstros. Todos coexistiam livremente e era perfeitamente normal um humano fazer um piquenique com uma empousa.

Ao verem o garoto todos gritaram vivas e aplaudiram. Até alguns cupidos pintores prepararam telas para imortalizar o momento em que o grande Perseu Jackson saiu voando de um túnel montado em um grifo de três metros de comprimento.

Depois das vivas ele encontrou Luke e Beckendorf já no chão. Aplaudiam cautelosamente, ao lado de seus pégasos.

Percy descreveu um rasante por toda a praça. Ele pôde ver as altas torres circundando-a.

Deixou Gryphion planar e aterrissou na grama suavemente.

Percy olhou para Luke e Beckendorf.

Eles deixaram seus pégasos e se foram por um corredor. Percy entendeu a mensagem para segui-los.

—Espere aqui amigo – ele afrouxou as rédeas de Gryphion – Não vou demorar.

Percy deixou o grifo brincando com os pégasos e se foi para o corredor. Luke e Beckendorf o esperavam próximos a uma grande porta de madeira.

A porta foi aberta sem eles encostarem.

Percy se surpreendeu. O teto era tão alto que não podia ser visto, estantes com livros, armas e instrumentos musicais cobriam as paredes, mesas e nichos.

—A biblioteca – Luke apontou e girou andando.

O garoto não respondeu. Eles continuaram a andar pelo corredor e dobraram a esquerda. No fim da biblioteca havia uma escada em caracol.

—O que há no fim da escada? – ele foi cauteloso ao perguntar.

Não houve resposta. Os dois amigos de Percy andavam na frente lado a lado.

Quando ele chegou à escada e olhou para cima suas pernas doeram. Era uma sequência interminável de voltas de degrau. Eles subiriam por horas. Eram tantas voltas que chegavam a embaralhar o cérebro do garoto.

Mas isso não pareceu impedir Beckendorf e Luke. Eles já estava na terceira volta.

***

Depois de incontáveis minutos sem pausas de subida, Percy já estava doido para não ter nascido. Suas pernas estavam “doces”. Cãibras já o assolavam.

Assim que alcançou o topo ele quase se desequilibrou e foi vencido pelo cansaço.

—Ande Percy Jackson – a voz de Luke era firme.

Ele se pôs de pé e encarou a enorme porta. Ela era a única coisa naquele lugar. Devia ter uns vinte metros de altura e quatro de largura. No meio aquele símbolo parecia estar vivo.

Um ômega vermelho flutuando acima de uma mão se erguendo das terras.

Luke e Beckendorf fizeram uma reverência quase que tocando as cabeças no chão. Percy ficou imóvel quando as portas se abriram.

Mecanicamente, sem ter domínio sobre seu corpo, ele foi puxado para dentro do salão retangular.

Ele pousou os olhos e não viu nada. Nem fim, nem começo. Nem teto. Nem chão.

Quase se desesperou ao ver que o chão era o céu. Ele estava andando em nuvens. Abaixo dele montanhas geladas se erguiam quase tocando o salão, e no sopé mares serpenteavam.

A única coisa que havia no salão era um trono. Ele branco manchado com constelações. Um céu sintetizado.

—Perseu Jackson.

A voz não tinha tonalidade. Emoção. Não podia se determinar idade.

Ele conhecia essa voz. Já havia a escutado antes, na cabana de Perseu. Essa voz vinha seguida de uma profecia. E de uma proposta horripilante.

—Sim, você se lembra,e cumpriu muito bem a profecia. Você se lembra Perseu Jackson.

“Eu sou Caos”

Imediatamente Percy dobrou os joelhos e baixou a cabeça. Aquele, aquilo era Caos falando. Algo o incomodava.

—É ruim para você que eu não tenha forma?

“Isso não será problema”

Rapidamente Caos se manifestou em um homem velho. Seus cabelos eram brancos e caiam soltos pelas costas e barba enchia seu rosto pálido. Parecia um papai noel divino.

—Assim está melhor?

Ele usava uma túnica branca que cobria até seus pés.

—Meus amigos – Percy se levantou vagarosamente – Eles estão mortos? Eu estou?

—Ah! Criança – Caos se foi andando para o trono.

Se sentou e analisou Percy. Este que se postou de frente para o deus, de uma distancia segura.

—Eu os trouxe da morte, seu propósito para com o mundo ainda não havia terminado.

—Mas e Hades? – aquilo havia soado um pouco idiota, já que o deus à sua frente era o criador de tudo.

Caos não respondeu. Deveria ter lido os pensamentos do garoto. Ele esboçou um sorriso.

—Vocês semideuses são um espécime particularmente interessante, capazes de feitos incríveis e de sentir coisas como amor...

Percy crispou os lábios e prendeu a respiração ao ouvir a palvra amor.

—Ah! O amor – Caos esfregou a barba, como Quíron fazia as vezes.

“Coisa excepcionalmente destrutiva, porém também excepcionalmente construtiva. Motivando herois como você a fazer tudo e lutar com todos para defendê-lo”

Percy não respondia, ele tentava esconder os pensamentos de Annabeth que enchiam sua mente.

—Perseu Jackson, o amor não existe.Tudo que existe é a ordem. Poder. Palpável.

“Você é motivado pela crença de que conseguirá salvá-la no fim não importa o que aconteça. Digo-lhe que o amor não a salvará”

—Você está errado – Percy disparou, e não se arrependeu.

—Estou? Ou é você quem está com medo do futuro iminente? Medo de perder o seu amor.

—Não estou com medo! – ele gritou.

Mas estava. Mesmo com o treinamento de Perseu ele não pensava que poderia chegar e simplesmente derrotar Tártaro.

—Você está certo ao achar isto – Caos o olhava – Não teria chance. Mas posso oferecer uma.

—Não irei abandonar Annabeth – ele rosnou.

—Então seu mundo estará perdido.

—Também é o seu mundo! – Percy estava ultrajado – Não vai mover um palito para defendê-lo você mesmo?

—Não me provoque.

Caos se levantou e andou de um lado para o outro.

“Você não entende, eu criei este mundo. Mas não sou seu senhor. Tenho poderes sobre todas as coisas mas não posso interferir em seus assuntos. As Leis Antigas não me permitem. Se eu quebrá-las irei perecer, e este mundo junto comigo”

Percy torceu o nariz ao ouvir Leis Antigas. Parecia Zeus falando. Mas a parte de perecer era muito sinistra para ele insistir nesse assunto.

Eu preciso de mensageiros como você.

“Sua cabeça está muito enevoada. Seus objetivos estão distorcidos graças ao amor que sente, aos rostos que vê e se preocupa. Você nunca derrotará Tártaro enquanto deixar esses rostos irem embora. Há muitos sonhos, muitos pensamentos, dúvidas e medos.

Para se tornar um guerreiro perfeito você presisará ser apenas Percy Jackson, ninguém mais. Não pode haver mais ninguém.

Sabe como lutar com dez inimigos, ensinarei a lutar com dez mil. Sabe como desaparecer, ensinarei a se tornar invisível.

Precisa deixar sua mente fluir sob seus poderes livremente, sem consiência, sem hesitação. Precisa deixar tudo para trás, e se tornar o salvador da humanidade uma vez mais. Precisa se tornar Perseu Jackson”

O garoto sentiu diversos calafrios gelados na nuca. Ficou paralisado. Annabeth, sua mãe, seus amigos, todos por quem sentia carinho e afeto passaram voando por sua mente. Ele se sentiu exposto, se ajoelhou e colocou as mãos na cabeça, queria se concentrar nos rostos amigos.

—Isso o torna fraco Perseu Jackson.

“Isso o deixa vulnerável. Qualquer um pode quebrar seu corpo e sua alma simplesmente ao mover de uma lâmina.

Podemos torná-lo inquebrável. Você os salvará. Mas será da maneira difícil. A única maneira.

Você será indestrutível e incorruptível”

Ele gritou não diversas vezes. Não queria se importar com Tártaro, com o mundo. Só queria se importar com seus amigos, com a vida deles.

—Para salvá-los você precisará de um poder inimaginável. Um que a muito desapareceu.

A Centelha.”

—Esse poder não existe mais, Perseu me disse – Caos andava em volta dele.

—Perseu mentiu para você, pois ele sabia o preço que deve ser pago para usá-lo. Um preço que ele pagou.

“Perseu acredita que você poderá derrotar Tártaro de outra forma. Mas não há outra.

Não me interprete erroneamente. Eu não desejo seu mal, meu jovem. Mas este mundo não pode cair nas trevas novamente.

“’Não há outra forma Percy.’”

Quando ele ouviu a última frase era a voz de Annabeth. Pensou nela. Nos olhos cinzas o analisando daquela forma que o fazia corar.

Percy se levantou. Encheu o peito.

—Eu aceito.

Caos sorriu sinistro. Ele se pôs de frente para Percy.

—Ótimo.

O deus levatou a cabeça aos céus e murmurou palavras em uma língua desconhecida.

Seus olhos ficaram brancos e vazios, assim como os de Percy. O garoto parecia estar sendo sugado de seu corpo. Não estava sentindo as pernas, braços, nada.

Os rostos de seus amigos estavam desaparecendo um a um. Grover, Tyson, os campistas, Quíron e os outros. Por último logo após sua mãe.

Annabeth se foi. E junto com ela Percy Jackson. Nada havia ficado. Nem mesmo ele.

Quando finalmente seus olhos voltaram ao normal ele encontrou Caos sentado no trono sorrindo.

—Quem sou eu?


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Notas finais do capítulo

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