Inconstante Temperatura escrita por Elizabeth Stark


Capítulo 1
Touch


Notas iniciais do capítulo

Música: Never let me go - Florence and the machine.



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Quando tocou na mão dela e sentiu seu toque gelado, achou estranho. Não sabia se era porque haviam acabado de se deitarem na cama e os lençóis estavam frios por conta da janela aberta, ou por ela estar tensa ao seu lado, mas Damon sabia que sempre que pensava em Elena, imaginava que sua mão fosse tão quente quanto seu beijo. Era idiota pensar que uma pessoa fosse quente apenas por ter uma cor bronzeada. Uma pele que lhe lembrava os dias quentes de verão na Itália, correndo nos campos junto com Stefan.

Apertou mais um pouco aquela mão, apenas aguardando alguma reação. Podia sentir Elena com seu costume de dificultar a respiração, travando na hora de soltar o ar. Escutava o coração dela, o sangue percorrendo suas veias e seus músculos de uma forma calma e suave: era seu mantra.

Ela apenas brincou míseros instantes com seus dedos e já levantou com pressa da cama, vestindo seu casaquinho e olhando a varanda a sua frente. Por um momento relaxou inconscientemente por se afastar do demônio.

Damon estava prestes a falar, explodir uma explicação, quando ela se pronunciou.

– Não... - estava de costas para ele, com as mãos em seus próprios ombros. A respiração tensa e dificultada.

Ele não queria nem saber como estava a mente dela.

– Por que não? - a pergunta saiu involuntária. Inconstante. Não queria despertar pena, perguntou por perguntar.

Damon fazia o máximo possível para não lembrar do porque estar ao lado dela o fazia se sentir tão vivo e na mesma proporção tão doloroso. Tornara-se vampiro por um comportamento impulsivo de se auto destruir e uma humana como Elena, simples e doce, fazê-lo querer viver... Era repulsivo para seu ego, para se carregar.

– Elena. - sussurrou aquele nome que sempre fora seu.

Aguardou uma resposta. Pensou no que ela lhe diria em uma fração de segundo. Detestava esses instantes derradeiros que parecia que estava prestes a se partir. Que lhe sufocava o restinho de alma que tinha apenas por tentar decifra-la. Elena poderia lhe trazer tudo que mais precisava, mas amá-la era maçante. Era fazer com que seu próprio corpo se calejasse de tanto estrago, de tanto medo, de tantos riscos a correr.

Apenas pule, Elena.

E ela virou-se e correu para seus braços e o beijou. Damon poderia ter a idade que fosse, poderia ser um animal de tão rápido, mas nunca foi pego de surpresa como desta vez. Se beijaram como se fosse o fim, a última respiração, o último olhar ao mundo.

Se apaixonara pelos cabelos de Elena. Por suas mensagens de SMS pedindo socorro, pelos planinhos que faziam para alguma aventura; pelos jantares e por irritar Stefan. Os olhares de irritação, lições de moral, o movimento de mexer os lábios tão diferente dos de Katherine. Ela exigia mais vida, mais amor, mais de si mesmo. Elena Gilbert conseguia fazer o caminho mais contrário da sua vida parecer o certo.

Poderia não ser juntos. Mas Damon e Elena estava perfeito. Tudo que poderia indiscutivelmente purificá-lo.

Jeremy interrompera a alucinação de ambos que durou tão pouco tempo.

Elena se afastou rapidamente. E ele não quis deixar sair pra fora o amor que morava dentro dele: deixou ela ir.

E ali sobrara apenas o vento frio sem Elena.

Mas Damon trocaria sua eternidade pelo simples toque da boca dela.Uma temperatura inconstante pelo silêncio monstruoso que o mundo lhe caíra.


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Notas finais do capítulo

Nunca tinha escrito nada de The Vampire Diaries, mas a experiência foi linda e tranquila.



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