No Rules escrita por drê


Capítulo 10
Tão natural quanto a luz do dia


Notas iniciais do capítulo

Mas que preguiça boa, me deixa aqui a toa. Hoje ninguém vai estragar meu dia.. Só vou gastar energia pra beijar sua boca.



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Cada palavra que aquela morena falava pra mim, fazia meu coração estremecer. Eu a tinha ali comigo e eu me sentia o cara mais realizado do mundo. Eu só queria ela. Se eu tivesse ela, todos os meus problemas sumiriam num piscar de olhos.

Você já deve ter percebido isso.

– Vem.. Vamos entrar. Está frio. - ela falou, se encolhendo e me puxando pra dentro de casa. Fechou a porta da sacada e seguiu, junto de mim, até o sofá.

Nós assistimos à um filme de comédia, onde demos risadas juntos. Ela estava deitada no meu peito, e eu a sentia confortável e assim, eu ficava confortável também.

– Nate.. - ela falou, sonolenta. - Vamos arrumar as coisas pra dormir? - falou.

– Você quer dormir aqui na sala, no sofá-cama ou no quarto do Arthur? - perguntei, alisando seus cabelos.

– Tanto faz. - falou, sorrindo.

Eu não queria dormir no quarto do Arthur. E minha mãe estava no meu.. É, vamos ficar pela sala mesmo.

– Vamos ficar por aqui. É o quarto do Arthur né.. - falei. Ela assentiu com a cabeça, e se levantou pra arrumarmos o sofá.

Ela pegou minha jaqueta que eu havia tirado de manhã cedo. Ela estava um pouco suja de sangue.. Eu estremeci quando a vi. Todas aquelas sensações que eu senti naquela madrugada, eu senti novamente. Ela olhou cada bolso pra ver se tinha alguma coisa, antes de colocá-la no balde de roupas sujas. E ela encontrou o motivo de toda essa situação.

– Então é por isso? - segurava o saquinho onde continha a maconha dentro.

– Nem lembrava que estava comigo. - falei. Fiquei encarando o saquinho. Eu o queria. Queria o que tinha dentro. Eu precisava daquela maconha. Comecei a ficar com água na boca de tanta vontade.

Estiquei a mão, esperando que ela entregasse pra mim. Ela me encarou e riu.

– O que? Acha que vou dar isso pra você? - falou, me provocando. Eu sorri. - Você está enganado, Nate. - ela balançava o saquinho pra me atiçar.

Meus nervos estavam à flor da pele. Eu sabia que a maconha do San Jordano era a melhor que existia. E eu estava com um saco inteiramente completo cheio dela, bem na minha frente.

– Kate.. Não me provoca assim. Veja bem, estou necessitado. Olha minha situação. Tu ainda tem coragem de fazer isso comigo? - banquei a vítima. Ela gargalhou.

– Larga disso, Nate. Eu até posso dar a você.. Mas tem que vir buscar. - ela me olhou com uma cara cheia de malícia.

Eu ameacei que iria até ela e ela teve uma reação de imediato. Ela ficou atrás do sofá e eu ainda estava sentado. Me levantei correndo e fui atrás dela, mas ela escapou. Fui atrás de novo e ela seguiu pra cozinha. Não consegui pegá-la. Quando fui novamente atrás dela, ela sentou na mesa de sinuca. Eu a observei.

– Vem, Nate. - ela sorria. Um sorriso cheio de malícia.

Ela segurava o saquinho com maconha com a boca. Ela sentou em cima da mesa de um jeito tão.. sedutor. As curvas que ela tinha no corpo se destacaram todas. Eu precisava daquele corpo no meu. Precisava daquela mulher.

Eu segui reto na direção nela. Olhando-a no olho, mesmo que de longe. Quando cheguei perto, eu puxei-a com toda a força pra perto de mim. Estava com a mão próximo à suas nádegas, onde havia uma pequena curva, onde minha mão se encaixava perfeitamente.

Eu a fiz subir em meu colo, onde ela entrelaçou as pernas na minha cintura. Nós nos olhamos nos olhos o tempo todo, e ela não tirou aquele sorriso malicioso do rosto. O que me instigava ainda mais.

– É isso que você quer? - ela continuava balançando o saquinho, dessa vez bem perto do meu rosto, porque sabia que eu iria sentir o cheiro. E a danada dava risada.

Eu estava sem o que fazer, porque a segurava no colo com as duas mãos. E ter ela nas mãos era muito melhor do que ter aquela maconha. Então, eu resolvi provocá-la.

Coloquei-a sentada na mesa novamente, delicadamente. Lhe dei um selinho, e desci meus beijos até seu pescoço, onde lhe dei leves mordidas. Passava minha língua bem na lateral de seu pescoço, e apertava suas coxas com minhas mãos. Pressionava minha cintura contra seu corpo. Eu já ouvia seu gemidos baixos. Pude ouvir ela chamando meu nome. Eu a sentia se contorcendo. Eu sorria, pois estava conseguindo o que eu queria. Por outro lado, aquilo estava me deixando louco também.

– Nate.. - falava em meio aos gemidos. - Eu lhe entrego.

Eu parei em seguida. Agora era minha vez de sorrir com toda a malícia que eu conseguia.

– Eu sempre consigo o que eu quero. Ainda mais quando me provocam. - falei, olhando-a ainda com meu sorriso.

Ela riu, me beijando. Ela ainda segurava o saquinho de maconha. Depois que paramos de nos beijar, ela seguiu pro sofá me chamando. Pediu se eu tinha algum papel de seda e eu a entreguei logo que achei. Ela sentou no sofá, e na mesinha de centro que havia na sala, ela tirou uma certa quantidade de maconha do saquinho e começou a fazer aquele tão sonhado cigarro de maconha.

Eu a observava atento e calado. Eu não acreditava que aquela mulher iria fazer isso. Tão diferente de mim e ainda sabe bolar um cigarro dos bons. Aquilo estava saindo perfeito. Ela fazia tudo atenta e com o seu jeito delicado. Depois que terminou, ergueu aquele breu pra mim e sorriu.

– Meu presente pra você. - riu.

– Bote fogo, Kate. - falei, mas na intenção que ela não fosse fazer. Mas mais uma vez, aquela morena me surpreendeu. Procurou por um isqueiro e tacou fogo naquele breu. Puxou, prensou, tragueou, soltou. - Desde quando tu fuma maconha, garota? - falei, meio assustado, meio impressionado.

– É tão estranho assim? - falou, enquanto segurava a fumaça. Tragueou mais uma vez e me passou o cigarro. Poucos minutos depois, ela soltou a fumaça.

Eu encarei aquele cigarro e com toda a graça que eu podia, eu o tragueei. Eu sentia a fumaça em meus pulmões. Relaxei. Não acreditava que aquilo estava mesmo acontecendo. Aquela maconha era excelente! E curtindo tudo isso, com aquela morena do meu lado ficava melhor ainda. Tragueei até não ter mais ar. Passei o cigarro pra ela. E ela fez o mesmo processo.

– Não.. - respondi por fim. - Quer dizer, um pouco. Você é toda certa, não pensava que tu faria isso. - ri.

– Não julgue as pessoas pela aparência, Nate. - falou séria. Mas logo caímos na gargalhada.

Eu estava tendo o melhor momento de minha vida. Tirando a parte do Arthur. Aquela mulher mexia comigo de um jeito totalmente diferente. Me tinha tão fácil nas mãos. E eu queria ser dela. Queria que ela conhecesse o cara que eu posso ser, que nenhuma outra garota conseguiu conhecer. Eu queria que ela tivesse o melhor de mim.

Queria fazê-la feliz, da mesma maneira que ela me fazia. Simples. Fácil.. Natural.

– Vai dizer.. Alta brisa, não? - sorri.

– Demais. - concordou. - Essa maconha do San Jordano, realmente é muito boa.

– É a melhor que existe. Vish, geral tenta fazer igual, mas não tem comparação e ninguém vai conseguir fazer. Só é meio complicado de vender, porque o ponto é lá. - falei.

– Mas vamos curtir enquanto temos essa. - riu.

Assenti. Mas uma coisa eu queria fazer: guardar um pouco pra Arthur. Ele queria tanto essa merda e hoje esta no hospital. Mas tudo bem, tudo isso vai passar. Eu sei que sim. A Kate vai me ajudar a superar, e espero que Arthur ache uma garota tipo a Kate, que o ajude sem que ela perceba.

Enquanto esses pensamentos passavam pela minha cabeça, eu observava Kate. Nós já havíamos terminado de fumar, então a morgadeira era grande. Ficamos deitados no sofá, praticamente atirados, porque a moleza tava forte. Mas como eu ia dizendo, quando eu olho pra Kate, aquele rosto angelical que ela tem, todos os meus problemas vão embora. E a cada novo dia essa morena me surpreende ainda mais. Cada dia ela tem uma nova surpresa pra mim.

Eu nunca poderia imaginar que aquela garota que eu vi triste na festa do Stanley, pudesse ser a cura para os meus problemas. Eu não queria perdê-la. Eu estava num momento frágil da minha vida, e eu não queria nada, a não ser ela ali comigo. E eu já estava feliz. Eu estava mais que feliz: estava realizado. Aquela garota era tudo pra mim. Tão simples. Tão natural quanto a luz do dia.

Nate.. Vem cá. - me chamou e me fez deitar em seu colo, onde me fez cafuné. Não falou mais nada, e eu acabei adormecendo no colo dela. E porra, que sensação ótima saber que de perto de mim ela não ia sair!


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Notas finais do capítulo

GÍRIAS:
1. Alta brisa = eu sei que brisa é vento, eu sei haha Mas aqui não é vento. Não sei se vou saber explicar direito, mas ok. Quando se fica chapado, você sente um bem-estar consigo mesmo, você sente uma paz indescritível, você sente uma leveza no corpo. E alta significa muita. Então fica como "muita paz/muita leveza"
2. Geral = todo mundo. Ex: geral quer saber = todo mundo quer saber.
3. Ponto = ponto de venda de drogas. O lugar específico pra tráfico.
4. Morgadeira = é como eu disse ali em cima, morgadeira é a leveza que tu sente quando tá chapado. É sentir o corpo pesado.

Espero que gostem. ♥



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