O Escolhido escrita por woozifer


Capítulo 9
♕ 09


Notas iniciais do capítulo

Desculpe se houver erros.



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Nossa conversa foi... Complicada.

Ele falou bastante de si mesmo, me fez algumas perguntas sobre mim, e tudo estava indo perfeitamente bem... Até ele tentar fazer contato. Começou com tentar pegar a minha mão, eu deixei, tudo bem até aí, mas então ele tentou me beijar e eu fugi.

Aí você pergunta: Nossa Isabella, isso é tão normal caras quererem beijar meninas e tal.

Ok, isso é normal, quando você conhece o cara a algum tempo, quando você quer beijar ele de volta, e quando você já beijou. Para uma menina que nunca beijou na vida isso é totalmente apavorante.

Então nosso encontro terminou com uma eu histérica, gritando com ele, e ele calado encolhido, me olhando arrependido.

Dane-se ele, devia ter pensado mais antes de tentar me beijar no nosso primeiro encontro a sós, qual é!

Fiquei constrangida e não apareci para o almoço, e depois do almoço todas as mulheres do palácio apareceram no meu quarto para saber como tinha sido o encontro e porque eu não apareci, quando expliquei tudo – até a parte do beijo- elas explodiram em gargalhadas e foi minha mãe quem me salvou dessa dizendo que todas ali já deviam ter passado por algo semelhante num quase-primeiro-beijo e que não deviam rir de mim... Bom, não adiantou muito.

Resumindo, no fim do dia eu fui atrás do meu pai para ele me ajudar com a minha Seleção, eu sabia que era completamente diferente a minha e a dele, mas ainda assim nós dois temos- ou teve no caso dele- que escolher alguém pra casar e assumir a coroa.

– Como foi que você fez? Digo, me dê uma idéia que me ajude a afunilar isso – pedi e ele andou pensativo de um lado pro outro do quarto por uns minutos.

– Primeiro, não acho que deva eliminar logo de cara alguém, tente conversar com todos primeiro, e tal. Enfim, a primeira eliminação que fiz na minha Seleção foi uma num dia em que conversei com todas as meninas por uns minutos individualmente, então as que não senti química eu dispensei.

– Vou dispensar nove deles então – resmunguei baixo, mas meu pai ouviu.

– Nove? Então você tem química com algum? Quem? Espere, não em diga, não quero saber, não quero odiar ele de cara só porque você tem alguma química com ele... Não, me diga, preciso saber quem é – disse meu pai entrando no modo bipolar.

– O... – ele me cortou.

– Não me fala! – gritou ele tapando os ouvidos como uma criança e começou a andar de um lado pro outro novamente – Lá lá lá lá lá lá, não quero saber, lá lá lá lá lá lá.

– Pai! – gritei e ele parou de andar e me olhou – Não vou falar, mas para com isso, tá me deixando tonta.

– Ok... Então, já sabe o que vai fazer?

– Sim, vou fugir de todos eles até você me obrigar a eliminar um – falei dando um sorriso enorme, ele fez uma careta.

– Pensei que fosse fazer como eu.

– Pai, você casou com uma desequilibrada mentalmente que faz birra quando não quer as coisas e é impulsiva, seus conselhos meio que não valem – falei fazendo careta, ele ergueu uma sobrancelha – Não que eu não ame minha mãe, porque e eu a amo, mas convenhamos né?

Se bem que o Louis não me parece exatamente uma pessoa equilibrada mentalmente.

– O que importa é o amor, Isabella, não se é ou não equilibrada mentalmente.

– Ainda bem, porque se não eu teria que dispensar todos os meus candidatos.

– Até o que você tem química?

– Se eu fosse pelo quesito “mental saudável” receio que ele fosse o primeiro, pai.

– Depois fala de mim e da minha escolha – disse meu pai bufando.

– Gosto não se discute pai, e eu já disse, eu amo minha mãe, então eu amo pessoas como a minha mãe.

– Então você vai casar com o James? – disse ele de testa franzida.

James era o único ruivo da competição.

– Não – revirei os olhos.

Já deu pra perceber que uma conversa entre mim e meu pai não é a coisa mais normal do mundo não é?

Mas bom né, eu iria seguir o conselho do meu pai, eu já tinha em mente os que eliminaria, mesmo só com... Três ou quatro dias de competição? Ai sei lá.

No dia seguinte, a tarde pedi que todos os meninos me encontrassem no Grande Salão, e eles foram lá.

– Rapazes, príncipes, duques... Enfim, pedi que viessem aqui hoje porque quero conversar com vocês, individualmente e não tenho tempo para encontros com cada um de vocês, então vou pedir que venham aqui conversar comigo por um tempo ok?

Eles assentiram e eu sorri, eles se acomodaram meio nervosos nas mesas que estavam no Grande Salão, eu fui até um banco perto da janela e chamei o primeiro que eu queria saber mais:

– Daniel Gordon? – chamei, o loiro se levantou e veio até mim, então se sentou ao meu lado, todo formal e calado – Então Daniel, me fale de você.

– Primeiro, gostaria que me chamasse pelo sobrenome – disse ele sério. Ele não estava com cara de quem brincava. – Segundo, seria melhor se me dissesse exatamente o que quer saber de mim.

Engoli em seco e desmanchei um pouco o sorriso.

– Sua idade? – indaguei.

– Pensei que tivessem lhe falado isso – disse ele com a expressão imutável.

– O que gosta de fazer?

– Muitas coisas.

– Me diga um delas.

– Táticas – disse seco.

– De quê?

– Guerra.

– Mais alguma coisa que gosta de fazer?

– Não.

O legal é que ele gosta de fazer muitas coisas.

– Tudo bem, Gordon era só isso que eu queria saber, pode se juntar aos outros e porfavor, me espere quando eu pedir que os outros saiam.

Ele assentiu e se levantou todo travado e voltou para o seu lugar.

– Airuk Chan? – falei e lá veio o oriental.

– Boa tarde, princesa.

– Boa tarde, Airuk... Por favor, sente-se.

Ele se sentou e manteve a mesma postura e até as mesmas respostas de Daniel. Pedi que ele também ficasse quando eu dispensasse os outros e então chamei Harry Tompson.

– Oi! – disse ele empolgado e abriu um sorrisão, covinhas chegaram a se formar em suas bochechas.

– Oi – falei rindo um pouco, ele se sentou ao meu lado – então Harry, o que gosta de fazer?

– Depende, quer saber das horas de lazer ou do trabalho? – ele ergueu as sobrancelhas.

– Os dois. Primeiro lazer.

– Gosto de jogar futebol, cartas, tocar... – eu o interrompi.

– O que você toca?

– Piano – ele sorriu orgulhoso e eu sorri um pouco mais.

– Ok, continue por favor.

– Gosto de assistir filmes, tomar chá... Muitas coisas.

– Certo, e do trabalho?

– Adoro elaborar leis.

– Sério? Já elaborou alguma para o seu país?

– Algumas – disse ele balançando a cabeça.

– Hum e porque você não vai ser o príncipe da Inglaterra?

– Hã... Sou o irmão caçula – disse ele coçando a nuca e franzindo o nariz de um jeito engraçado que me fez rir.

– E está gostando de Illéa, Harry?

– Ah sim, todos aqui me tratam bem e são muito hospitaleiros, estou amando – disse ele e eu sorri um pouquinho mais.

– Tudo bem então, pode voltar para o seu lugar por favor Harry, e peça que Otávio Wern venha aqui por favor.

Ele assentiu e saiu, segundos depois Otávio se sentou ao meu lado mais perto do que o era preciso para uma conversa amigável.

– Majestade? – disse num tom sedutor que me fez querer rir.

Nossa conversa não foi bem uma conversa, fio mais um monólogo de Otávio dizendo do que gostava e dizendo o que sabia fazer com cara de “eu sou o máximo”, pensei em mandá-lo embora, mas resolvi que enquanto ele não fizesse nada de mal para mim, ele poderia continuar na competição. Quando Otávio se foi pedi que ele chamasse Philipe para mim.

Conversei com todos e pedi que Juan Gonzalez também se ficasse depois que eu acabasse com aquilo, e quando pensei que tinha acabado me lembrei de um.

– Louis Russeu – falei meio rindo ao vê-lo entrar desesperado no Grande Salão, ele ainda estava com cara de perdido e me olhou confuso – Venha aqui por favor.

Ele veio andando rápido e me olhou com cara de “estou encrencado?”.

– Mil desculpas pelo atraso, Isabella.

– Está tudo bem, sente-se - pedi rindo e ele se sentou ainda me olhando com aquela mesma cara – estava perdido?

– Sim, entrei na cozinha e na ala hospitalar antes de achar isso aqui, abri um monte de portas que davam em salas vazias e um guarda teve que me trazer até aqui – ao terminar de falar ele estava corado e eu ri – está brava por eu ter me atrasado?

– Não, está tudo bem, você ainda não se acostumou com o palácio – falei quando consegui controlar o riso.

– Desculpe, poderia me explicar o que está havendo aqui?

– Chamei cada um dos participantes para conversar... Na verdade para fazer perguntas e tudo o mais, ao invés de ter encontros com cada um e tal – falei e ele franziu a testa.

– Vai dispensar algum hoje?



– Alguns, na verdade- confessei e ele crispou os lábios.



– Estou na lista? – perguntou fazendo careta.

– Quem sabe – falei fingindo pensar e ele gemeu e tapou o rosto com as mãos.

– Sou um péssimo candidato a namorado, eu sei – disse ele e eu corei com a palavra “namorado” eu sabia que era realmente isso o que eles todos estavam ali, mas nenhum deles me disse diretamente que se eu os escolhesse seriam meus namorados.

– Relaxe, Louis – pedi e ele abriu um espaço entre os dedos e me olhou, então suspirou e destapou o rosto.

– Pode me dizer se vou ser dispensado? Eu me sentiria menos humilhado se você me dissesse comigo sozinho ao invés de me dizer com mais alguns caras.

– Não vou te dizer – garanti e ele suspirou.

– Então vai fazer comigo o interrogatório que fez com eles?

– Não – falei rindo. Eu já sabia dele o que perguntei aos outros.

– Então pode me dispensar daqui e do palácio já e acabar com o meu sofrimento – resmungou e eu revirei os olhos.

– Certo, pode se juntar aos outros então.

Ele assentiu e se levantou, me levantei também, ele fez uma reverencia e foi calado e cabisbaixo para um lugar entre Harry e Juan.

Arrumei-me antes de ir até os garotos e dizer:

– Rapazes, podem se retirar, e aos que pedi que ficassem por favor, permaneçam.

Os meninos se levantaram e os que restaram – Daniel, Airuk e Juan- me olhavam de testa franzida.

– Principes, sinto muito, mas a Seleção acaba aqui pra vocês, não quero tomar mais de seu tempo sabendo que isso não tem futuro e não vou prendê-los aqui enquanto podem estar procurando suas futuras esposas. Agradeço por terem se inscrito e vindo, e espero que tenham tido uma boa estada no palácio... Os criados cuidaram da sua volta, e... Obrigada por participarem.

Eles assentiram quietos e Juan parecia perdido, saí do Grande Salão e vi no jardim os rapazes Selecionados sentados conversando em grupos, ou só andando e olhando a paisagem, e ainda tinha Louis, que estava sentado num branco com os braços apoiados nos joelhos e a cabeça enterrada nas mãos.

Não sabia se o que o perturbava era pensar que seria dispensado ou outra coisa, mas não tive tempo para discutir comigo mesma isso, porque o alarme soou e todos os príncipes olharam em volta, atentos.


Saí pelas portas que davam para o jardim e gritei para eles com uma autoridade que adquiri instantaneamente:


– Todos vocês, entrem!

Eles me olharam confusos por um instante, então correram em minha direção, me espremi contra a parede para que todos entrassem e os guardas começaram a guiá-los em direção ao esconderijo real.


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Notas finais do capítulo

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