O Escolhido escrita por woozifer


Capítulo 7
♕ 07


Notas iniciais do capítulo

Gente, só posto o próximo na terça (se eu não postar hoje mais tarde).

Desculpe se houver erros.



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Por ultimo fui até a maca do soldado Leger, quando me aproximei ele sorriu.

– Vem visitar diariamente a ala hospitalar, princesa?

– Adoro fazer isso – menti e ele riu baixo e balançou a cabeça – como está a perna, soldado Leger?

– Melhor um pouco – disse ele me indicou com a cabeça a maca - gostaria de sentar em meu modesto leito, princesa?

Revirei os olhos e me sentei ao seu lado, como pessoas comuns se sentam ao lado umas das outras, numa distancia decente e tal.

– Então, é um hobbie visitar feridos dos ataques rebeldes? – perguntou ele e eu sorri.

– Prefiro não ter que visitá-los – falei.

– Ah sim, deve ser desgastante ter que andar alguns metros para ver pessoas machucadas – disse ele num tom amargo.

– Não é isso, prefiro não ter que visitá-los porque prefiro que não tenham feridos – falei bufando e o olhei, Josh me olhou e um arrependimento cruzou seu olhar rapidamente.

– Ah – disse ele apenas e ficamos em silêncio por minutos - Princesa?

– Hum?

– Seus Selecionados já chegaram?

– Sim.

– E eles são legais?

O olhei confusa, ele realmente queria saber, aquilo me fez rir.

– Eu os conheci hoje no café da manhã, quase todos tem cara de emburrado, e até agora só realmente conversei com um deles – falei lembrando de Louis e seu jeito descontraído.

– E ele é legal?

– Sim, diferente do que eu pensei que os príncipes da Seleção seriam – confessei e baixei o olhar para meus pés que balançavam no ar.

– Já tem algum forte candidato a ser nosso próximo rei?

– Não, nenhum ainda – falei suspirando – já sabem quem são meus candidatos, Leger?

– Vi ontem na televisão a cara de alguns deles – disse Josh- e um deles entrou aqui por engano, Russeu se não me engano.

Eu ri e balancei a cabeça.

– Louis deve ter entrado em todo palácio por engano – falei.

– “Louis”? Foi com ele que conversou?

– Sim, ele é divertido, ele entrou no Salão das Mulheres por engano também – falei e Josh caiu na gargalhada e eu o acompanhei.

– Sério?

– Sim, ele estava meio perdido ainda e entrou lá.

– Ele deve ser meio perdido então.

Eu ri e dei de ombros.

– Princesa? – chamou Josh depois de alguns minutos.

– Fala.

– Os príncipes já viram esse... Lado seu?

– Qual? Frente, costas, lado? – eu disse de testa franzida e Josh riu de novo.

– Seu lado descontraído – disse ele e eu crispei os lábios.

– Não sei, eu nem sabia que tinha outro lado fora o “descontraído”.

Josh me olhou cético.

– Com todo o respeito, Isabella, mas você é meio travada em frente as câmeras.

– Sério? – eu o olhei confusa, ele assentiu – Então acho que não... Os príncipes não conhecem meu lado descontraído.

– Foi o que pensei, mostre a eles esse lado então – disse Josh sorrindo terno para mim.

– Eu não, vou me fazer de difícil, a Seleção só começou e eu vou fazer todos eles implorarem para sair. – falei brincando e empinei o nariz, Josh voltou a rir – Estou brincando, acho que talvez eu mostre meu “lado descontraído” a algum deles, algum dia, mais pra frente.

Josh assentiu sorrindo.

– Acho que devo ir agora – pensei em beijar o rosto de Josh, mas fiquei com medo de como seria recebida então não o fiz, apenas pulei da maca e sorri para ele- tchau soldado Leger.

– Tchau, Isabella – disse ele baixinho para que os outros não escutassem e fez uma reverencia sentado, revirei os olhos e ajeitei a coroa antes de sair da ala hospitalar.

O Escolhido

– Mãe, desisti, não quero mais ir na minha festa – falei preguiçosa.

– Ande logo, Isabella – disse ela bufando e me puxou pela mão para descer as escadas em direção ao primeiro andar.

Desisti de contrariar e fui com ela para o primeiro andar e então para o Salão das Mulheres, que para minha surpresa, estava lotado de garotas.

– Mas o que... – comecei a perguntar até que dois serem loiros de olhos azuis pularam em cima de mim.

– Isabella! – gritaram Rachel e Rebecca juntas enquanto me abraçavam ao mesmo tempo.

Elas eram gêmeas, filhas da rainha Nicoletta.

– Meninas – ouvi Nicoletta repreender, mas eu tinha certeza de que ela mesma estava agarrando minha mãe nesse exato momento.

Vi as primas da rainha Nicoletta, Orabella e Noemi correr até minha mãe e a abraçarem com entusiasmo, pelo o que eu sabia elas gostavam da minha mãe desde que a viram.

– Meu Deus, Isabella, você cresceu! – disse Nicoletta quando suas filhas gêmeas me soltaram e ela me abraçou forte, eu ri- Me lembro de quando tinha dois anos e não parava de correr por todos os cantos... Agora já é quase rainha! Oh céus, estou ficando velha.

Eu gargalhei e Nicoletta bufou.

– Pare de rir, estou quase entrando na crise de meia idade já! – disse ela e eu continuava a rir.

Nicoletta era só dois anos mais velha que minha mãe, e minha mãe não tinha nem quarenta anos ainda, mas Nicoletta tinha exatos quarenta anos.

– Mamãe, pare de atazanar a pobre coitada! – disse Rachel.

– Madames, com licença, mas precisam se arrumar – disse Anne e então foi toda aquela correriam, cada uma ia para uma estação e nós conversávamos gritando por causa dos barulhos de secador, e de outras máquinas ligadas e também por estarmos longes umas das outras, até as rainhas – minha mãe e Nicoletta- e minha avó –Amberly- deixaram de serem educadas naquele momento e também gritavam umas para as outras.

Porém o assunto era apenas um: A Seleção.

Mas ele era entrecortado por frases como “meus Deus, seus cabelos estão perfeitos!”, “Jean, não carregue na maquiagem!”, e “cadê meu outro sapato?”.

Quando todas já estavam prontas e saiam do Salão das Mulheres eu ainda só tinha feito o cabelo, e passado todas aquelas loções, eu estava bem atrasada, então enquanto duas mulheres faziam minhas unhas, Jean fazia minha maquiagem, por fim me mandaram vestir o meu vestido, mas quando eu estava pronta já estava em atrasada.

Agradeci ao pessoal que me arrumou e fui para o salão de festa.

Vi no corredor do salão de festa uma equipe televisiva.

– Princesa- chamou um homem que parecia ser o diretor, me voltei a ele que fez uma reverencia- gostaria de pedir a senhorita que dançasse com alguns príncipes, é que vamos filmar algumas parte da festa para o especial da sua festa de amanhã no canal de Illéa.

– Ahn... Tudo bem – franzi a testa e o homem assentiu, então fui em direção ao salão de festa.

Assim que entrei a banda presente diminuiu a musica até que ela desaparecesse por completo.

Todos esperavam que eu falasse algo. Ótimo.

– Boa noite, amigos, principes e parentes, agradeço muito que tenham vindo comemorar meu aniversário comigo, vocês não imaginam o quão feliz estou por ter todos vocês presentes aqui, tudo o que posso lhes pedir agora é que festejem! – falei empolgada.

Porque eu não calo a boca? Sério, seria muito mais fácil pra mim se eu ficasse calada.

As pessoas bateram palmas e eu fui para o centro do salão, por onde passava cumprimentava as pessoas, acabei tendo que cumprimentar todos antes de poder ir ficar com Rachel e Rebecca.

– Estou com pena de você sabe... – disse Rebecca com um cálice de vinho nas mãos e olhando descaradamente os príncipes Selecionados – ter todos esses caras lindos e musculosos morando na sua casa e tal...

Eu gargalhei.

– Rebecca é sempre Rebecca – falei e ela sorriu para mim.

As gêmeas tinham os cabelos castanhos claros praticamente loiros e os olhos azuis, eram bastante bronzeadas e idênticas, mas eu ainda sabia quem era quem, apenas por uma pintinha que Rebecca tinha na bochecha e que Rachel não tinha.

– Ela não muda – concordou Rachel e nós rimos.

– Com licença, princesas – disse uma voz a minhas costas e eu me virei para olhar John Cloud, príncipe de Portugal.

Ele era negro, tinha os cabelos pretos e os olhos cor de mel, era musculoso e muito bonito.

– Me daria a honra desta dança, princesa Isabella? – perguntou ele me estendendo a mão, coloquei minha mão na dele.

– Claro, príncipe Cloud.

Olhei de relance para as meninas, elas secavam sem vergonha alguma o pobre John.

Enquanto dançávamos, John me olhava com uma veneração esquisita e me dizia o quanto tinha ficado feliz por ter sido selecionado, que sempre me admirou e coisas assim, deu até um certo medo.

Quando a música acabou um duque me tomou como acompanhante, James, de Carolina, ele era ruivo e tinha os olhos azuis, meio que me lembrava a minha mãe, o que me assustou um pouco.

James me falou das belezas da Carolina. Quando a música acabou Juan González me chamou para dançar, ele tinha olhos também azuis, mas seus cabelos eram castanhos e ele era bronzeado, era o príncipe da America Central.

Juan tinha um sotaque forte e não falava praticamente nada de inglês, o que foi péssimo porque ele juntava palavras de outros idiomas com o inglês para tentar conversar comigo, e eu não sabia direito nem falar o inglês, o que era complicava ainda mais a nossa vida.

Quando a música acabou eu pedi licença e fui para as mesas de comer e bebes, eu só consegui comer alguns poucos doces antes de mais homens pedirem para dançar comigo.

Dancei com mais três – Airuk, Otávio e Harry- antes de voltar a tentar comer e beber, eu tinha me escondido num canto escuro do salão com um enorme cálice de vinho e doces num prato quando ouvi alguém dizer:

– Fugindo dos príncipes, alteza?

Me virei confusa para a direita para ver Josh ali, de pé, em guarda, ele olhava para a frente mas eu sabia que havia sido ele quem falou.

– É, desse jeito meus pés não vão agüentar até o fim da festa não – falei e enfiei um doce na boca.

Josh riu e me olhou um pouco antes de voltar a olhar para frente, como os guardas deveriam ficar.

– Não sabia que você estava bom o suficiente para já ficar em guarda, soldado Leger.

– Era minha vez de ficar de guarda, e é uma festa, eu não perderia – disse ele e deixou novamente a posição para piscar para mim, eu ri e enfiei outro doce na boca.

– Quer um doce, soldado? – ofereci.

– Não posso comer enquanto trabalho, Alteza.

– Tudo bem, quem está perdendo é você, estão divinos.

Vi Josh olhar para mim e então para os doces que eu segurava e passar a língua nos lábios, mas não falou nada.

– Vou pedir que minhas criadas dêem um jeito de guardar uns pra você – prometi e ele assentiu, então sorriu.

Quando terminei de comer meu ultimo doce e de tomar o ultimo gole de vinho me levantei e inspirei fundo, já tinha notado vários príncipes olhando em volta a minha procura.

– Vou voltar para lá, boa... Guarda, soldado – falei franzindo as sobrancelhas e o Leger riu, sorri e voltei para os holofotes.

Assim que voltei a entrar em lugares que a luz pegava, um outro candidato veio em minha direção, Philipe.

– Majestade – disse ele fazendo uma reverencia que eu retribui- me da a honra desta dança?

Assenti e fui com ele para o meio do salão novamente.

Todos do salão dançavam, meus pais dançavam, minha avó dançava, a rainha Nicoletta dançava assim como suas filhas também, todas as mulheres estavam acompanhadas ou de um dos selecionados ou de amigos que haviam sido convidados para o meu aniversário.

Philipe quis conversar sobre medicina comigo, o que eu realmente achei legal já que adorava medicina, depois dele William veio até mim e eu dancei com ele duas vezes, depois dancei mais algumas vezes com os outros com quem já tinha dançado, só não dancei com Louis que sempre estava acompanhado de alguém, e era o único com quem eu realmente queria dançar.

Quando eu estava cansada já, me desvencilhei do ultimo com quem dancei sorrindo amigável para ele e fui me sentar em uma mesa onde estavam Rebecca, Rachel, e minha avó.

Minha avó enviuvou três anos após meu pai virar o rei de Illéa, eu cheguei a conhecer meu avô, mas eu tinha um ano apenas e nem me lembro dele, mas todos dizem que o cara era um canalha, então não fico nem um pouco curiosa de tê-lo conhecido, mesmo que tenha sido meu avô. Mas nunca falei isso a minha avó ou ao meu pai, e nunca falaria, tudo o que eu sabia do meu avô era o que minha mãe e os empregados haviam me falado e nunca nenhum deles me falou algo bom do velho.

Conversei por um tempo com as três até que uma sombra a minha frente me fizesse erguer os olhos para ele, quando nossos olhares se encontraram seu olhar faiscou e ele sorriu.

– Princesa Isabella, dançaria comigo? – pediu ele estendendo a mão, aceitei sua mão e me levantei sorridente.

– É claro – falei e ele me guiou de volta para o centro do salão.

Meus pés estavam quase esmigalhados nos saltos, mas eu iria dançar com ele, nem que fosse apenas uma música.

– Tentei vir dançar com você antes, mas não deu – disse ele baixo e fez um bico fofo.

– Ah eu vi, você estava cheio de admiradoras – falei e ele revirou os olhos azuis.

– Eu é que estava com admiradoras? Você não ficou desacompanhada um segundo sequer – disse ele acusador e eu bufei, ele riu – Aposto que não teve nem tempo de comer.

– Ah, pra comer eu arranjo um jeito – falei e ele riu ainda mais.

– E qual foi esse jeito? Se enfiou debaixo da mesa de doces para não ser importunada?

– Não, sou uma dama, não faço isso... Me enfiei debaixo da mesa do vinho, dãa – revirei os olhos dramaticamente e Louis gargalhou – Mentira, apenas me enfiei no canto do salão e comi sossegada.

– Ah, a história de se enfiar debaixo da mesa é mais legal – disse Louis fazendo cara de triste e eu ri.

A música acabou e Louis olhou discretamente em volta.

– Ninguém te quer agora, pode me acompanhar de novo – disse ele empolgado e eu sorri.

– Tudo bem então – falei e continuamos a dançar a próxima música que começou a ser tocada.

– Então, o que fez durante a tarde princesa?

– Li as regras da Seleção para ver se você podia ter me chamado para um encontro – confessei e Louis gargalhou alto atraindo a atenção dos que estavam por perto.

– Sério?

– Sim - sorri e ele ainda ria enquanto dançávamos.

– E eu podia ter feito aquilo?

– Podia – falei fazendo careta e ele sorriu.

– E ficou a tarde toda lendo as regras ou fez mais alguma coisa? Porque Philipe e William disseram que você passou mal nos braços deles, que quase desmaiou e tudo o mais, é verdade?

– Não exatamente. Eu estava tonta quando trombei com eles no corredor e os dois me levaram até a ala hospitalar, mas eu não “quase desmaiei” ou coisas assim.

– Eu sabia que ela exagero – disse ele bufando – eles ficaram contando vantagem por isso pra cima de mim a tarde toda, me disseram que você não dispensaria eles são cedo por que ia se sentir grata por terem levado você até a ala hospitalar. Como se você não soubesse o caminho sem a ajuda deles.

Senti uma pontinha de irritação na voz dele, mas tudo o que pude fazer foi rir.

– O que foi? – perguntou ele confuso.

– Nada – falei entre risos e apoiei a testa no ombro dele de tanto que eu ria.

Quando consegui me controlar prestei um pouco de atenção na música, tinha trocado novamente e nós não percebemos.

– Mas então, príncipe caçula da França, você tem alguma habilidade especial?

– Hum... Deixe-me pensar – disse ele e senti suas mãos puxando um pouquinho mais meu corpo para o seu, mas algo quase imperceptível.

Ele pensou por um tempo, então falou:

– Eu canto, é uma habilidade especial?

– Sim... Você cantaria para mim um dia?

Juro que a frase saiu meio que fugindo dos meus lábios, senti meu rosto corar imediatamente e Louis riu e me olhou nos olhos.

– Claro que eu cantaria, Isabella.

Meu nome saiu de seus lábios de uma forma tão doce que acabei sorrindo feito boba, e Louis devolveu o mesmo sorriso bobo, o que me fez rir e desviar os olhos.

– E você, princesa, alguma habilidade especial?

– Eu toco alguns instrumentos – falei sorrindo de canto.

– Quais?

– Piano, violino, violoncelo, harpa...

– Deve parecer um anjo tocando harpa – comentou ele sonhador e eu me senti corar novamente.

A música acabou e nós paramos de dançar.


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Notas finais do capítulo

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