O Escolhido escrita por woozifer
Notas iniciais do capítulo
Gente, só posto o próximo na terça (se eu não postar hoje mais tarde).
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Desculpe se houver erros.
Por ultimo fui até a maca do soldado Leger, quando me aproximei ele sorriu.
– Vem visitar diariamente a ala hospitalar, princesa?
– Adoro fazer isso – menti e ele riu baixo e balançou a cabeça – como está a perna, soldado Leger?
– Melhor um pouco – disse ele me indicou com a cabeça a maca - gostaria de sentar em meu modesto leito, princesa?
Revirei os olhos e me sentei ao seu lado, como pessoas comuns se sentam ao lado umas das outras, numa distancia decente e tal.
– Então, é um hobbie visitar feridos dos ataques rebeldes? – perguntou ele e eu sorri.
– Prefiro não ter que visitá-los – falei.
– Ah sim, deve ser desgastante ter que andar alguns metros para ver pessoas machucadas – disse ele num tom amargo.
– Não é isso, prefiro não ter que visitá-los porque prefiro que não tenham feridos – falei bufando e o olhei, Josh me olhou e um arrependimento cruzou seu olhar rapidamente.
– Ah – disse ele apenas e ficamos em silêncio por minutos - Princesa?
– Hum?
– Seus Selecionados já chegaram?
– Sim.
– E eles são legais?
O olhei confusa, ele realmente queria saber, aquilo me fez rir.
– Eu os conheci hoje no café da manhã, quase todos tem cara de emburrado, e até agora só realmente conversei com um deles – falei lembrando de Louis e seu jeito descontraído.
– E ele é legal?
– Sim, diferente do que eu pensei que os príncipes da Seleção seriam – confessei e baixei o olhar para meus pés que balançavam no ar.
– Já tem algum forte candidato a ser nosso próximo rei?
– Não, nenhum ainda – falei suspirando – já sabem quem são meus candidatos, Leger?
– Vi ontem na televisão a cara de alguns deles – disse Josh- e um deles entrou aqui por engano, Russeu se não me engano.
Eu ri e balancei a cabeça.
– Louis deve ter entrado em todo palácio por engano – falei.
– “Louis”? Foi com ele que conversou?
– Sim, ele é divertido, ele entrou no Salão das Mulheres por engano também – falei e Josh caiu na gargalhada e eu o acompanhei.
– Sério?
– Sim, ele estava meio perdido ainda e entrou lá.
– Ele deve ser meio perdido então.
Eu ri e dei de ombros.
– Princesa? – chamou Josh depois de alguns minutos.
– Fala.
– Os príncipes já viram esse... Lado seu?
– Qual? Frente, costas, lado? – eu disse de testa franzida e Josh riu de novo.
– Seu lado descontraído – disse ele e eu crispei os lábios.
– Não sei, eu nem sabia que tinha outro lado fora o “descontraído”.
Josh me olhou cético.
– Com todo o respeito, Isabella, mas você é meio travada em frente as câmeras.
– Sério? – eu o olhei confusa, ele assentiu – Então acho que não... Os príncipes não conhecem meu lado descontraído.
– Foi o que pensei, mostre a eles esse lado então – disse Josh sorrindo terno para mim.
– Eu não, vou me fazer de difícil, a Seleção só começou e eu vou fazer todos eles implorarem para sair. – falei brincando e empinei o nariz, Josh voltou a rir – Estou brincando, acho que talvez eu mostre meu “lado descontraído” a algum deles, algum dia, mais pra frente.
Josh assentiu sorrindo.
– Acho que devo ir agora – pensei em beijar o rosto de Josh, mas fiquei com medo de como seria recebida então não o fiz, apenas pulei da maca e sorri para ele- tchau soldado Leger.
– Tchau, Isabella – disse ele baixinho para que os outros não escutassem e fez uma reverencia sentado, revirei os olhos e ajeitei a coroa antes de sair da ala hospitalar.
♔ O Escolhido ♕
– Mãe, desisti, não quero mais ir na minha festa – falei preguiçosa.
– Ande logo, Isabella – disse ela bufando e me puxou pela mão para descer as escadas em direção ao primeiro andar.
Desisti de contrariar e fui com ela para o primeiro andar e então para o Salão das Mulheres, que para minha surpresa, estava lotado de garotas.
– Mas o que... – comecei a perguntar até que dois serem loiros de olhos azuis pularam em cima de mim.
– Isabella! – gritaram Rachel e Rebecca juntas enquanto me abraçavam ao mesmo tempo.
Elas eram gêmeas, filhas da rainha Nicoletta.
– Meninas – ouvi Nicoletta repreender, mas eu tinha certeza de que ela mesma estava agarrando minha mãe nesse exato momento.
Vi as primas da rainha Nicoletta, Orabella e Noemi correr até minha mãe e a abraçarem com entusiasmo, pelo o que eu sabia elas gostavam da minha mãe desde que a viram.
– Meu Deus, Isabella, você cresceu! – disse Nicoletta quando suas filhas gêmeas me soltaram e ela me abraçou forte, eu ri- Me lembro de quando tinha dois anos e não parava de correr por todos os cantos... Agora já é quase rainha! Oh céus, estou ficando velha.
Eu gargalhei e Nicoletta bufou.
– Pare de rir, estou quase entrando na crise de meia idade já! – disse ela e eu continuava a rir.
Nicoletta era só dois anos mais velha que minha mãe, e minha mãe não tinha nem quarenta anos ainda, mas Nicoletta tinha exatos quarenta anos.
– Mamãe, pare de atazanar a pobre coitada! – disse Rachel.
– Madames, com licença, mas precisam se arrumar – disse Anne e então foi toda aquela correriam, cada uma ia para uma estação e nós conversávamos gritando por causa dos barulhos de secador, e de outras máquinas ligadas e também por estarmos longes umas das outras, até as rainhas – minha mãe e Nicoletta- e minha avó –Amberly- deixaram de serem educadas naquele momento e também gritavam umas para as outras.
Porém o assunto era apenas um: A Seleção.
Mas ele era entrecortado por frases como “meus Deus, seus cabelos estão perfeitos!”, “Jean, não carregue na maquiagem!”, e “cadê meu outro sapato?”.
Quando todas já estavam prontas e saiam do Salão das Mulheres eu ainda só tinha feito o cabelo, e passado todas aquelas loções, eu estava bem atrasada, então enquanto duas mulheres faziam minhas unhas, Jean fazia minha maquiagem, por fim me mandaram vestir o meu vestido, mas quando eu estava pronta já estava em atrasada.
Agradeci ao pessoal que me arrumou e fui para o salão de festa.
Vi no corredor do salão de festa uma equipe televisiva.
– Princesa- chamou um homem que parecia ser o diretor, me voltei a ele que fez uma reverencia- gostaria de pedir a senhorita que dançasse com alguns príncipes, é que vamos filmar algumas parte da festa para o especial da sua festa de amanhã no canal de Illéa.
– Ahn... Tudo bem – franzi a testa e o homem assentiu, então fui em direção ao salão de festa.
Assim que entrei a banda presente diminuiu a musica até que ela desaparecesse por completo.
Todos esperavam que eu falasse algo. Ótimo.
– Boa noite, amigos, principes e parentes, agradeço muito que tenham vindo comemorar meu aniversário comigo, vocês não imaginam o quão feliz estou por ter todos vocês presentes aqui, tudo o que posso lhes pedir agora é que festejem! – falei empolgada.
Porque eu não calo a boca? Sério, seria muito mais fácil pra mim se eu ficasse calada.
As pessoas bateram palmas e eu fui para o centro do salão, por onde passava cumprimentava as pessoas, acabei tendo que cumprimentar todos antes de poder ir ficar com Rachel e Rebecca.
– Estou com pena de você sabe... – disse Rebecca com um cálice de vinho nas mãos e olhando descaradamente os príncipes Selecionados – ter todos esses caras lindos e musculosos morando na sua casa e tal...
Eu gargalhei.
– Rebecca é sempre Rebecca – falei e ela sorriu para mim.
As gêmeas tinham os cabelos castanhos claros praticamente loiros e os olhos azuis, eram bastante bronzeadas e idênticas, mas eu ainda sabia quem era quem, apenas por uma pintinha que Rebecca tinha na bochecha e que Rachel não tinha.
– Ela não muda – concordou Rachel e nós rimos.
– Com licença, princesas – disse uma voz a minhas costas e eu me virei para olhar John Cloud, príncipe de Portugal.
Ele era negro, tinha os cabelos pretos e os olhos cor de mel, era musculoso e muito bonito.
– Me daria a honra desta dança, princesa Isabella? – perguntou ele me estendendo a mão, coloquei minha mão na dele.
– Claro, príncipe Cloud.
Olhei de relance para as meninas, elas secavam sem vergonha alguma o pobre John.
Enquanto dançávamos, John me olhava com uma veneração esquisita e me dizia o quanto tinha ficado feliz por ter sido selecionado, que sempre me admirou e coisas assim, deu até um certo medo.
Quando a música acabou um duque me tomou como acompanhante, James, de Carolina, ele era ruivo e tinha os olhos azuis, meio que me lembrava a minha mãe, o que me assustou um pouco.
James me falou das belezas da Carolina. Quando a música acabou Juan González me chamou para dançar, ele tinha olhos também azuis, mas seus cabelos eram castanhos e ele era bronzeado, era o príncipe da America Central.
Juan tinha um sotaque forte e não falava praticamente nada de inglês, o que foi péssimo porque ele juntava palavras de outros idiomas com o inglês para tentar conversar comigo, e eu não sabia direito nem falar o inglês, o que era complicava ainda mais a nossa vida.
Quando a música acabou eu pedi licença e fui para as mesas de comer e bebes, eu só consegui comer alguns poucos doces antes de mais homens pedirem para dançar comigo.
Dancei com mais três – Airuk, Otávio e Harry- antes de voltar a tentar comer e beber, eu tinha me escondido num canto escuro do salão com um enorme cálice de vinho e doces num prato quando ouvi alguém dizer:
– Fugindo dos príncipes, alteza?
Me virei confusa para a direita para ver Josh ali, de pé, em guarda, ele olhava para a frente mas eu sabia que havia sido ele quem falou.
– É, desse jeito meus pés não vão agüentar até o fim da festa não – falei e enfiei um doce na boca.
Josh riu e me olhou um pouco antes de voltar a olhar para frente, como os guardas deveriam ficar.
– Não sabia que você estava bom o suficiente para já ficar em guarda, soldado Leger.
– Era minha vez de ficar de guarda, e é uma festa, eu não perderia – disse ele e deixou novamente a posição para piscar para mim, eu ri e enfiei outro doce na boca.
– Quer um doce, soldado? – ofereci.
– Não posso comer enquanto trabalho, Alteza.
– Tudo bem, quem está perdendo é você, estão divinos.
Vi Josh olhar para mim e então para os doces que eu segurava e passar a língua nos lábios, mas não falou nada.
– Vou pedir que minhas criadas dêem um jeito de guardar uns pra você – prometi e ele assentiu, então sorriu.
Quando terminei de comer meu ultimo doce e de tomar o ultimo gole de vinho me levantei e inspirei fundo, já tinha notado vários príncipes olhando em volta a minha procura.
– Vou voltar para lá, boa... Guarda, soldado – falei franzindo as sobrancelhas e o Leger riu, sorri e voltei para os holofotes.
Assim que voltei a entrar em lugares que a luz pegava, um outro candidato veio em minha direção, Philipe.
– Majestade – disse ele fazendo uma reverencia que eu retribui- me da a honra desta dança?
Assenti e fui com ele para o meio do salão novamente.
Todos do salão dançavam, meus pais dançavam, minha avó dançava, a rainha Nicoletta dançava assim como suas filhas também, todas as mulheres estavam acompanhadas ou de um dos selecionados ou de amigos que haviam sido convidados para o meu aniversário.
Philipe quis conversar sobre medicina comigo, o que eu realmente achei legal já que adorava medicina, depois dele William veio até mim e eu dancei com ele duas vezes, depois dancei mais algumas vezes com os outros com quem já tinha dançado, só não dancei com Louis que sempre estava acompanhado de alguém, e era o único com quem eu realmente queria dançar.
Quando eu estava cansada já, me desvencilhei do ultimo com quem dancei sorrindo amigável para ele e fui me sentar em uma mesa onde estavam Rebecca, Rachel, e minha avó.
Minha avó enviuvou três anos após meu pai virar o rei de Illéa, eu cheguei a conhecer meu avô, mas eu tinha um ano apenas e nem me lembro dele, mas todos dizem que o cara era um canalha, então não fico nem um pouco curiosa de tê-lo conhecido, mesmo que tenha sido meu avô. Mas nunca falei isso a minha avó ou ao meu pai, e nunca falaria, tudo o que eu sabia do meu avô era o que minha mãe e os empregados haviam me falado e nunca nenhum deles me falou algo bom do velho.
Conversei por um tempo com as três até que uma sombra a minha frente me fizesse erguer os olhos para ele, quando nossos olhares se encontraram seu olhar faiscou e ele sorriu.
– Princesa Isabella, dançaria comigo? – pediu ele estendendo a mão, aceitei sua mão e me levantei sorridente.
– É claro – falei e ele me guiou de volta para o centro do salão.
Meus pés estavam quase esmigalhados nos saltos, mas eu iria dançar com ele, nem que fosse apenas uma música.
– Tentei vir dançar com você antes, mas não deu – disse ele baixo e fez um bico fofo.
– Ah eu vi, você estava cheio de admiradoras – falei e ele revirou os olhos azuis.
– Eu é que estava com admiradoras? Você não ficou desacompanhada um segundo sequer – disse ele acusador e eu bufei, ele riu – Aposto que não teve nem tempo de comer.
– Ah, pra comer eu arranjo um jeito – falei e ele riu ainda mais.
– E qual foi esse jeito? Se enfiou debaixo da mesa de doces para não ser importunada?
– Não, sou uma dama, não faço isso... Me enfiei debaixo da mesa do vinho, dãa – revirei os olhos dramaticamente e Louis gargalhou – Mentira, apenas me enfiei no canto do salão e comi sossegada.
– Ah, a história de se enfiar debaixo da mesa é mais legal – disse Louis fazendo cara de triste e eu ri.
A música acabou e Louis olhou discretamente em volta.
– Ninguém te quer agora, pode me acompanhar de novo – disse ele empolgado e eu sorri.
– Tudo bem então – falei e continuamos a dançar a próxima música que começou a ser tocada.
– Então, o que fez durante a tarde princesa?
– Li as regras da Seleção para ver se você podia ter me chamado para um encontro – confessei e Louis gargalhou alto atraindo a atenção dos que estavam por perto.
– Sério?
– Sim - sorri e ele ainda ria enquanto dançávamos.
– E eu podia ter feito aquilo?
– Podia – falei fazendo careta e ele sorriu.
– E ficou a tarde toda lendo as regras ou fez mais alguma coisa? Porque Philipe e William disseram que você passou mal nos braços deles, que quase desmaiou e tudo o mais, é verdade?
– Não exatamente. Eu estava tonta quando trombei com eles no corredor e os dois me levaram até a ala hospitalar, mas eu não “quase desmaiei” ou coisas assim.
– Eu sabia que ela exagero – disse ele bufando – eles ficaram contando vantagem por isso pra cima de mim a tarde toda, me disseram que você não dispensaria eles são cedo por que ia se sentir grata por terem levado você até a ala hospitalar. Como se você não soubesse o caminho sem a ajuda deles.
Senti uma pontinha de irritação na voz dele, mas tudo o que pude fazer foi rir.
– O que foi? – perguntou ele confuso.
– Nada – falei entre risos e apoiei a testa no ombro dele de tanto que eu ria.
Quando consegui me controlar prestei um pouco de atenção na música, tinha trocado novamente e nós não percebemos.
– Mas então, príncipe caçula da França, você tem alguma habilidade especial?
– Hum... Deixe-me pensar – disse ele e senti suas mãos puxando um pouquinho mais meu corpo para o seu, mas algo quase imperceptível.
Ele pensou por um tempo, então falou:
– Eu canto, é uma habilidade especial?
– Sim... Você cantaria para mim um dia?
Juro que a frase saiu meio que fugindo dos meus lábios, senti meu rosto corar imediatamente e Louis riu e me olhou nos olhos.
– Claro que eu cantaria, Isabella.
Meu nome saiu de seus lábios de uma forma tão doce que acabei sorrindo feito boba, e Louis devolveu o mesmo sorriso bobo, o que me fez rir e desviar os olhos.
– E você, princesa, alguma habilidade especial?
– Eu toco alguns instrumentos – falei sorrindo de canto.
– Quais?
– Piano, violino, violoncelo, harpa...
– Deve parecer um anjo tocando harpa – comentou ele sonhador e eu me senti corar novamente.
A música acabou e nós paramos de dançar.
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