Hunter Secret escrita por BlackWell


Capítulo 6
Não olhe para os espelhos. Part 2


Notas iniciais do capítulo

Sam winchester está morto? O que vai acontecer agora? Dean e Blackwell ainda irão trabalhar juntos no caso depois disso? Ou tudo não passou de um terrível engano e Sam ainda está vivo? E o que acontecerá agora que Lúcifer voltou a frequentar a mente de Sam? Ele ficara maluco? Quem poderá ajudá-lo?

Sim minha gente isso é uma "sinopse" apenas de perguntas! Das quais algumas serão reveladas nesse capitulo. Falando de estética agora, eu sei que está muito feio dois capítulos cortados ( Blackwell part 1 e dois, Não olhe para os espelhos part 1 e dois) mas isso foi feito para que vocês não se confundissem em termos de tempo (dia noite, enfim)
A observação!! No primeiro paragrafo há uma coisa que vocês talvez não conheçam que é POV que é a mesma coisa que point of view = ponto de visão.
É isso boa leitura!



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– POV Blackwell -

Minhas mãos suavam, meu coração estava totalmente descontrolado e leves tremores balançavam a arma que tinha em minhas mãos. Eu estava nervosa... Muito nervosa, e isso era perturbador. Sempre atirei em qualquer pessoa ou coisa, sendo inimiga ou não. Cheguei atirar em minha própria irmã (motivos pessoais). Engoli a seco e segurei a arma com firmeza, eu iria atirar, estava pronta.

Um brilho ofuscou minha visão, respirei fundo e fitei o lugar da onde vinha. Caída no chão estava uma moeda, um pouco maior que o comum e muito mais dourada, parecia feita de ouro puro. Soltei a respiração, não havia percebido, mas eu estava a prendendo. Ergui a cabeça e pelos cantos dos olhos enxerguei Dean, ele estava prensado na parede, quase sem ar. Eu tinha duas opções, primeira: eu atiraria em Sam e salvava Dean. E a segunda: que eu atiraria na moeda e arriscaria a vida de Dean e possivelmente a minha. A primeira com certeza seria a mais cabível no momento.

Foi quando eu atirei o barulho “acordou” Dean que arregalou os olhos. Desviei os olhos dele e fitei o chão, eu havia atirado na moeda. Mas ela não se quebrara. Palavras flutuavam em minha mente “Quebre tão fácil como vidro, se desfaça tão rápido quanto...” Tudo isso não fazia sentido, a arma em minhas mãos esquentava ou o contrário minhas mãos esquentavam na volta da mesma.

– Quebre. – Sussurrei.

Atirei novamente e a moeda se partiu imediatamente. Sam largou Dean e ambos caíram, deixando Dean pasmo e Sam desacordado. Suspirei e dei um sorriso fraco. Mas eu ainda não estava aliviada, algo me incomodava, aquela moeda... Como ela quebrou? Uma voz soou dentro da minha cabeça “Foi você!” Era uma voz conhecida, mas eu não sabia de quem. Tentei buscar a resposta; mas, mais vozes ecoavam em minha mente “Foi o tiro!” “Lembre-se da escola! Velocidade mais...”

– POV off –

Dean sem fôlego fitava Blackwell, que estava imóvel olhando para um ponto fixo no chão. Lágrimas enchiam os olhos do Winchester, ela havia atirado em seu irmão! Ele queria gritar, bater e atirar em Blackwell, mas quando ele estava se erguendo ele percebeu o que ela olhava. Uma moeda estava caída no chão e estava partida.

– O quê? - Perguntou ele confuso.

Blackwell imaginara que Dean havia á visto atirar em Sam. Do lugar onde o caçador estava localizado e como ele estava sendo sufocado, era possível que ele distorcesse as coisas e acabasse vendo outra coisa.

– Eu não atirei em Sam, eu atirei... – Ela não terminou, simplesmente abaixou e pegou todos os fragmentos da moeda.

Um alívio percorreu o corpo de Dean, ele estava feliz, muito feliz. Ele queria abraçar Blackwell ou até mesmo dizer um simples obrigado. Mas a loira abandonava o quarto sem dizer nada, Dean a seguiu até a porta, mas ficou parado ao a ver ela entrar no banheiro novamente.

Blackwell fechou a porta e a trancou, o banheiro ainda estava quente. Num ato de altruísmo a mesma se dirigiu até o box e desligou o chuveiro do qual ela havia deixado aberto. Em seguida a mesma caminhou até o balcão e se olhou no espelho. Colocou os pedaços da moeda em cima do balcão e começou a montá-la. Quando terminou Blackwell olhou no espelho e disse:

– Faye.

Alguns minutos se passaram até que uma morena apareceu no espelho.

– Blackwell... – Respondeu o reflexo

Blackwell ficou em silencio.

– O que foi Mel não gostou da brincadeira? – Disse ela rindo.

– Meu nome não é Mel... Não mais. – A voz de Blackwell era controlada.

A morena revirou os olhos e se aproximou mais, tanto que dava a impressão de que sairia do espelho.

– Muito bem Blackwell, o que você quer? – A voz da outra era impaciente

– Quero que me deixe em paz, afinal eu deixei você não foi?! Você ficou bem feliz quando eu deixei você fugir, não ficou? – A loira já se agarrava no balcão.

– Você não me deixou fugir, Ashley deixou e por isso eu estou mexendo com você e não com ela... Acho que ela não esqueceu o que éramos e por isso me deixou fugir. – Uma raiva eminente surgiu no tom de voz de Faye

– Você é uma bruxa. – Respondeu Blackwell que tentava se manter controlada.

– NÓS ERAMOS AMIGAS! – Gritou a bruxa.

– Você estava matando pessoas! – Blackwell não gritara de volta, não queria chamar atenção de Dean.

– Foi acidental! – A morena limpou uma lágrima que havia escorrido.

– Isso não importa! Depois daquele eu matei mais e mais... E mataria de novo. – Disse ela sorrindo

– E eu vou. Você e esses dois macacos, vão estar mortos em pouco tempo.- Concluiu a bruxa.

Blackwell riu, não conseguiu se manter séria a ideia de Faye matar ela era ridícula.

– Faye você já tentou isso tantas vezes e não deu em nada... E outra se me quisesse morta já teria feito! Se pode comandar Sam imagina se não faria isso comigo. – Blackwell exibia um sorriso desafiador

– Você sabe que eu não posso... - A garota ficou em silencio por uns minutos mas logo tornou-se a falar – Mas sabe MEL eu conheci gente nova.

Um homem surgiu atrás de Faye, à caçadora chegou a rir. Mas o homem se aproximou e jogou a cabeça para trás e todo rosto virou uma grande boca. A caçadora deu alguns passos para trás.

– Que foi meu bem? – Perguntou Faye sinicamente.

– Faye, você não sabe no que ta se metendo. – Disse Blackwell com a voz tremula

– A eu sei sim. E por isso eu estou de volta – Dito isso a imagem desapareceu.

Blackwell passou as mãos nos cabelos, fechou os olhos e imagens de seu passado inundaram sua mente

– Flashback –

– FAYE? Onde você está? – Gritava Mel, parada em cima de um palco.

– Ache-me se for capaz. –Disse uma voz que saia do auto-falante

Mel sorriu e olhou para os lados.

– Você gosta mesmo dessa brincadeira. – Brincou a loira.

Os olhos dela brilhavam e o sorriso em seu rosto era de se admirar, parecia uma garota normal do segundo ano.

– Sim, agora que eu descobri o que sua família faz! – A voz que soava na caixa era doce.

O sorriso da loira desapareceu, dando lugar a uma cara séria, adulta. Adulta demais para uma adolescente.

– Não faça essa cara. – Disse a voz.

Mel ergueu o rosto e fitou a cabine de projeção, onde uma morena segurava um microfone e olhava pelo vidro. A loira a fitou e sorriu, Faye ergueu as sobrancelhas e saiu correndo da cabine. Mel pulou do palco, caindo agachada com as mãos apoiadas no chão. Ela esperou assim pro uns minutos até que Faye cruzou para um corredor que dava acesso a saída do auditório onde ambas se encontraram. Mel então deu partida e começou a correr em direção a outro corredor que dava ao mesmo local, ela correu, correu o mais rápido que pode até que ela conseguiu ver a amiga. Faye estava prestes a cruzar a porta quando Mel chegou e pulou em cima da mesma fazendo ambas caírem.

As duas se encararam por uns minutos até que as duas caíram na gargalhada. Na realidade esse era um jogo que as mesmas praticavam há dias. Desde que Mel havia contado o que sua família e ela faziam.

– Eu adoro fazer isso! – Disse a morena se levantando.

Mel limitou-se a dar um sorriso, ela sabia que era grande de mais para fazer uma coisa dessas. Faye percebeu a expressão de Mel, mas não falou nada. Apenas ajudou a loira a se levantar.

– Eu preciso te contar uma coisa. – Disse à morena que já perdia o sorriso que havia em seus lábios.

– O que foi? – Perguntou Mel.

– É melhor nos sentarmos...

Faye agarrou o pulso de Mel e começou a guiá-la até as cadeiras do auditório. A morena se sentou na primeira fileira e imediatamente deu dois tapinhas na cadeira ao lado. Mel sentou-se e encarou Faye.

– Fala. – Disse ela animada.

Faye fitou as mãos por uns minutos até que tomou coragem de falar.

– Eu sou uma bruxa. – Ela encarou a amiga.

– Faye, não leve em conta o que as outras meninas falam.. Você não é uma bruxa. - Falou Mel enquanto colocava as mãos nos ombros da amiga.

– Não estou falando disso, Mel... – Ela respirou fundo. – Eu sou uma bruxa, sabe aquelas com vassouras e essas coisas?! Só que sem as vassouras e essas coisas, apenas com magia.

A boca de Mel secou e um nó formou-se em sua garganta, os olhos se arregalaram e num pulo a mesma se levantou e se afastou-se de Faye.

– Não, não. – Disse a bruxa apressada.

– Eu não sou como as outras, eu não uso aqueles amuletos... Nem ossos e muito menos sangue. – Ela explicava.

Mel olhou para trás e depois olhou novamente para Faye.

– Minha mãe disse que a nossa magia é diferente, é chamada de magia de sangue. Algo que vem do nosso sangue e não dessas coisas... São bruxas boas diferentes daquelas que você me contou! – Faye também se levantava.

– Bruxas de sangue não existem... – Disse Mel

A loira olhou pela ultima vez para trás e então sacou uma pequena adaga – que estava escondida em alguma parte do seu corpo. E então ergueu a mesma na direção de Faye.

– Bruxas são monstros horríveis que matam pessoas. E eu não vou deixar isso acontecer. – Um tom de ressentimento surgia cada vez mais forte na voz de Mel.

A loira então partiu para cima de Faye, que correu. Na perseguição a loira sacou mais uma faca que atirou na direção da cabeça de Faye, mas a mesma desviou facilmente. Mel corria mais rápido e estava quase alcançando a bruxa quando o zelador do auditório entrou no mesmo.

As duas meninas pararam imediatamente, enquanto o homem caminhava na direção delas.

– Mas o que é isso? Uma faca? – Perguntou o homem.

Mel não olhou para o homem, não podia deixar Faye fugir. Foi quando ele caiu de joelhos e começou a cuspir sangue. Os olhos de Mel voltaram-se para o zelador, agora arregalados.

– Desculpe. – Sussurrou a bruxa que fitava o homem que cada vez mais cuspia mais sangue.

– PARE. – Gritou Mel.

A loira se ajoelhava perto do homem e tentava socorrê-lo, enquanto o mesmo se engasgava com o próprio sangue. Ele se debatia até que fitou Mel e a agarrou pelos braços, ele a apertava tanto. Como se ela pudesse fazer alguma coisa, mas segundos depois o homem a soltou e...

– Meu deus, ele está morto. – Falou Faye.

– Me desculpe Mel, só que depois que eu comecei foi inevitável parar... E-Eu não tive forças! – Disse a bruxa.

– Você o matou. – Falou Mel enquanto se levantava.

– E agora eu vou matar você.

Dito isso a loira correu em direção a bruxa, elas estavam a poucos metros de distancia então a caçadora a pegou rápido e a derrubou. Mel subiu em cima da outra que tentava se soltar, a loira chegou a dar dois tapas na ex amiga até a hora de pegar a faca. Mel foi forçando a mesma na direção do peito da morena, enquanto a mesma segurava e empurrava as mãos da loira.

– Não, por favor. – As lágrimas escorriam no rosto de Faye.

– Desculpe. – Chegou a sussurra Mel.

Mel estava prestes a matar sua ex melhor amiga quando alguém entrou no auditório, era Ashley. As duas olharam para a garotinha de dez anos parada a sua frente, quieta e silenciosa, com grandes olhos castanhos que fitavam a irmã matando sua melhor amiga.

– Ashley. – Murmurou Faye.

– Vá embora, ou eu conto para a mamãe o que você fez. – Disse Mel.

– E eu conto que você matou sua melhor amiga! – Falou a pequena.

Mel desviou o olhar e fitou Faye, que a encarou com lágrimas nos olhos.

– Ela é uma bruxa. – Disse ela tornando a fazer força.

A morena soltou um gemido, ela não conseguia mais segurar. A loira era mais forte.

– NÃO. – Gritou a irmã mais nova.

A mesma caminhou até Mel e a segurou pelos braços.

– Você não vai fazer isso, ela é sua amiga... Sua única amiga!

Ashley era muito madura, Mel sabia disso. Afinal ela se esforçava para ser igual a sua mãe. Mel pensou um pouco e então largou a faca e saiu de cima de Faye. A morena respirou fundo e se levantou, a mesma encarou Ashley e balançou a cabeça. Ashley deu um simples sorriso e agarrou o braço da irmã que aproximava.

– Vamos embora. – Falou a irmã mais velha num tom desanimado.

– Mel. – Chamou Faye.

A mesma se virou e fitou os olhos cintilantes da ex amiga.

– Meu nome é Blackwell, sempre foi e foi um erro mudar agora.

Virou as costas para Faye, elas tinham sido boas amigas. Tanto que ela fez a caçadora a voltar a usar seu nome Mel ao invés de usar Blackwell.

– Desculpe... Amiga. – Disse Faye.

Blackwell não se virou, apenas parou de caminhar e disse:

– Não somos mais amigas e nunca mais seremos. Para mim você morreu junto com aquele pobre homem.

Blackwell continuou a caminhar junto com Ashley, que não havia dito nada. Ela sabia que sua irmã estava certa o trabalho dela era matar esses monstros e não ser amiga deles. Por isso as duas combinaram de nunca contar nada para ninguém.

– Flash Back off. -

O silencio foi quebrado por batidas na porta.

– Blackwell? Tudo bem? Você já está há horas aí dentro! – Falava Dean.

A loira caminhou até a porta, mas antes de abrir olhou para o espelho. Queria se certificar que não tinha ninguém ali, e não tinha. A não ser seu reflexo, seus cachos haviam secado junto com o resto do seu corpo.

– Blackwell? – Perguntou Dean do outro lado da porta.

A caçadora respirou fundo e abriu a porta, Dean a encarou e ergueu as sobrancelhas.

– Você ainda não se vestiu! O que estava fazendo? – Questionou ele.

– Não é da sua conta. – Disse ela fechando a porta novamente.

– Espero que não passe novamente duas horas e meia aí dentro. – O som saia abafado.

Mas Blackwell conseguiu escutá-lo, ela já estava ali há duas horas e meia e não tinha nem percebido! A loira respirou fundo e então apanhou suas mudas de roupa que estavam no banheiro. Mas antes de qualquer coisa a loira pegou a moeda em pedaços e a jogou dentro do vaso sanitário, e em seguida deu descarga.

Logo a loira começou a se vestir, era difícil fazer tudo com um braço só. Por mais que tivesse sido “curado” ainda doía, por isso a loira decidiu pedir ajuda para Dean, era uma ótima maneira de provocar. Claro que ela mais tarde teria que explicar sobre o braço estar melhor, mas isso já era inevitável.

A loira abandonou o banheiro, vestida apenas com uma calça jeans e um sutiã azul. Numa mão a mesma carregava uma blusa. Ela caminhou até a sala vagarosamente, onde pode ver Dean sentado olhando tv numa parte do sofá onde não estava manchada de sangue. A sala estava toda arrumada, a única coisa que indicava que havia ocorrido uma luta era o sofá.

– Eu sei, sou bom em arrumar as coisas. – Disse Dean se virando.

Quando os olhos dele encontraram de Blackwell sua face ficou branca. Estava em êxtase, mas algo o incomodava. E ele já sabia o que.

– Mas o que? – Disse ele.

A loira abriu um sorriso gentil e sedutor. A caçadora deu a volta no sofá e parou a frente de Dean.

– Eu não consigo colocar a blusa sem que ela raspe nos ferimentos e bom eu já estou aturando dor demais. – Justificou a loira.

Dean não falou nada apenas apanhou a blusa e passou rapidamente pelo braço bom da loira. Os dedos dele eram habilidosos e quentes, por mais que fossem ásperos. Dean se aproximou mais de Blackwell, tanto que a loira podia sentir seu cheiro. A garota fixou os olhos nos de Dean, os olhos verdes estavam escuros, como se houvesse uma nuvem nebulosa atrás deles. Uma nuvem que Blackwell gostaria de saber o que era.

O Winchester não disse nada, por mais que ele pensasse. Ele não iria estragar o momento, ele estava gostando já da tranqüilidade entre os dois. Blackwell pegou a blusa e a passou pela cabeça, mas nem fazendo isso tirou os olhos dele. Os dois permaneciam em silencio, nenhum movimento era dado. A caçadora estava quase vestida, um braço e a cabeça já haviam passado, mas o braço machucado ainda não. Dean respirou fundo e segurou à blusa, Blackwell abaixou os olhos e esticou o braço. Ele a segurou e assim passou a blusa pelo braço, à loira havia fechado os olhos e agora mordia o lábio inferior, não queria e não podia soltar nenhum gemido ou grito de dor.

Ela estava vestida, mas nem por isso o Winchester a soltava. A cabeça da mesma se ergueu novamente e os dois voltaram a se olhar, só que dessa vez, algumas perguntas teriam que ser respondidas. As mãos de Dean foram retomando para o lado de seu corpo e Blackwell foi dando alguns passos para trás. Ambos não sabiam o que tinha acontecido, no começo tudo isso era uma “brincadeira” de Blackwell, mas agora fora diferente. Os dois se olhavam com sentimentos, puros e verdadeiros.

O silencio reinou, os dois continuavam parados se encarando, separados por alguns metros. Quando um grito ecoou pelo local, não era de Blackwell e muito menos de Dean. O grito viera do corredor, mais precisamente do quarto de Sam. Os olhares se ‘quebraram’ e ambos saíram em disparada, Blackwell correu na frente, pois era mais rápida.

Os dois chegaram ao quarto, Sam estava deitado e o quarto estava vazio. Tudo passará de um sonho, Sam estava tendo pesadelos. Blackwell e Dean o fitaram, ele murmurava algumas coisas como: “Não, não... Isso não, mãe, por favor.” O silencio retomou por alguns minutos até que ele começou novamente, só que dessa vez ele chamava por outros.

– Ele chama pelos mortos – Chegou a dizer Blackwell.

Mas Dean a olhara como se fosse louca, para ele tudo bem “chamar aos mortos” afinal era um pesadelo. Mas Blackwell não achava normal, alguma coisa no fundo do coração dela dizia que chamar eles não era coisa boa.

Passaram-se minutos, longos minutos. Blackwell colocou a mão sobre o ombro de Dean que estava sentado na cama ao lado de Sam.

– Vamos, ele está bem. - Disse ela apertando de leve o ombro do caçador

Dean levantou sem dizer nada, ele seguiu Blackwell pelo corredor, até que ela parou.

– O que foi? – Perguntou ele cansado.

– Já são 17h27min – Disse ela apontando para o relógio

– Sim. – Respondeu ele sem entender.

– E nós não almoçamos, nem nada. – Falou ela seguindo.

Dean a seguiu e pensou um pouco, era verdade. Nenhum deles havia comido, e ele agora sentia fome e um desejo de comer torta.

– Por que a gente não sai e come alguma coisa? – Perguntou ela se virando para Dean.

– Muito bem... Você conhece algum com lugar?

Blackwell abriu um sorriso e balançou a cabeça, ela conhecia um ótimo lugar.

– Vamos deixar Sam aqui? – Perguntou Dean

A loira só balançou a cabeça e correu até a sala, Dean foi obrigado a correr atrás dela.

– Mas e se ele acordar? – O irmão mais velho estava preocupado.

– Ele não vai, se der sorte ele acorda amanha a noite. Só se ele tiver muita sorte. – Disse ela pegando uma bolsa que estava escondida atrás de um armário.

– Como assim? – Dean parou para pensar e depois retomou – Como você sabe disso? Sabe Blackwell eu me pergunto o como você sabe das coisas?

A caçadora revira os olhos e encosta-se na parte de trás do sofá, Dean fica parado esperando que ela responda.

– Tudo bem... Aquela moeda que controlava Sam. – Blackwell parou para pensar um pouco.

– Ela vem da antiga Grécia, ela era usada pelas aprendizes de Circe, a fim de controlar os terríveis homens. É por isso que gravada na moeda havia uma mulher.

– E como você sabe de tudo isso? – Pigarreou Dean.

– Já vi alguém as usando...

Ela ficou com uma vontade extrema de contar a Dean sobre como ela quebrou o feitiço dessa vez e como tinha quebrado da outra, mas ela não iria conseguir. Não mais ali, havia espelhos em toda a parte então contar alguma coisa ali podia ser perigosa.

– Eu conto tudo no carro... Agora por favor. – Disse ela.

Dean assentiu e caminhou duramente a até a porta, a loira se desencostou e se arrumou. Passou as mãos no cabelo e na blusa que estava amassada e torta. Só depois disso, saiu. Dean esperava o elevador quieto, Blackwell ficou o olhando em silencio também. Até que o vento bateu a porta, fazendo um estrondo. Dean olhou diretamente para ela que abaixou a cabeça e conteve um sorriso.

A porta do elevador se abriu e Blackwell apressou o passo. Dean entrou no elevador e ficou segurando a porta até que a loira entrasse.

– Você deixou o carro na garagem certo? – Perguntou à loira enquanto entrava.

– Sim.

Dean não queria falar, algo estava deixando-o para baixo. Como se uma nuvem escura estivesse em cima de sua cabeça, como se algo sugasse sua felicidade. Então ele se virou para Blackwell, os cabelos loiros estavam mais encaracolados e refletiam as luzes do elevador. Os olhos verdes refletiam uma luz clara, o que deixava os olhos com um verde claro, belíssimo.

Num solavanco o elevador chegou até o subterrâneo, Blackwell foi a primeira a sair, seguida de Dean. Os dois caminharam até o impala em silencio, Dean abriu sua porta e entrou em silencio. Blackwell ficou parada ao lado da porta, ela podia ser uma caçadora, mas sempre foi criada com o máximo de educação, onde os homens abriam as portas e as fechavam.

– Que foi princesa, não vai entrar? – A ironia de Dean estava de volta.

Blackwell revirou os olhos e abriu a pesada porta do impala e adentrou o mesmo, quando fechou a porta Dean quase teve um infarto.

– CUIDADO. – Gritou ele – Você tem que cuidar do meu baby.

A caçadora prendeu o riso e encarou Dean, o silencio se mantém por alguns segundos até que Blackwell soltou uma gargalhada, tão leve que apenas uma criança poderia dar. Dean queria rir, mas não daquilo, não de seu baby, não dele mesmo. Assim carrancudo Dean deu a partida e começou a manobrar o carro.

Depois de alguns minutos de sufoco os dois já estavam deixando a área do prédio, em silencio. Já que ambos haviam “discutido”. Quando o sol atingiu o carro os dois relaxaram, por mais incrível que pareça os dois começaram a se falar novamente.

– Então aonde vamos? – Perguntou Dean.

– O nome do lugar é Truco do Rony, já ouviu falar? – Um sorriso nascia nos lábios da loira.

Dean ergueu a sobrancelhas.

– O Truco, nossa claro que conheço é um dos melhores botecos, lanchonete e cassino clandestino que existe aqui em Denver. – Respondeu Dean.

– Então...

Dean arrancou o carro e seguiu na direção do mesmo. Blackwell soltou um risinho e encarou o mesmo, o caçador sorri para a loira. O que a fez lembrar-se de uma coisa.

– Dean eu preciso te contar uma coisa. – Começou a caçadora.

– Como você sabe aquela moeda pertence a uma bruxa. Então os leviatãs estão trabalhando com ela.

O Winchester parou para pensar, isso seria impossível. Os levitas eram monstros orgulhosos que nunca trabalhariam com bruxas, elas são humanas, o que só serviria de comida para eles.

– Impossível Dick nunca permitiria isso! – Exclamou Dean.

Blackwell respirou fundo, ela não sabia quem era Dick, mas pelo jeito que Dean falava só dava a impressão de que ele era o líder.

– Ela não é uma bruxa qualquer. - Começou a loira. – Ela é descendente direta das primeiras bruxas. As que tinham magia no sangue e não em deuses e amuletos.

Dean arregalou os olhos, ele nunca havia escutado isso. Para ele bruxas sempre foram humanas que cultivavam alguma coisa que as davam poder, como moedas e ossos e essas coisas de bruxas. Mas ele estava errado.

– Isso existe? – Perguntou ele intrigado.

– Sim, existe e muitas. Mas essa é mais poderosa, pelo simples motivo dela já estar acostumada a usar magia... Existem muitas pessoas que são bruxas de sangue, mas a magia delas está adormecida.

Blackwell quis explicar tudo de uma vez, já que eles estavam quase chegando ao Truco... E ela não queria falar disso lá, era um ótimo lugar, mas lá só iam pessoas perigosas, caçadores, feiticeiros e monstros. Lá quase todos se davam bem, é proibido caçar ou matar... Claro que depois de algum tempo sempre há brigas e mortes. Mas para a surpresa de Blackwell Dean ficou quieto, não perguntou nada, apenas seguiu dirigindo.

– Chegamos. – Disse Dean

Passaram se dez minutos até que ele falará algo. Blackwell desceu do carro primeiro - já que sabia que Dean não abriria a porta. Ela deu a volta e parou ao lado de Dean que estava descendo do carro. Os dois estavam parados de frente para uma espelunca, toda feita de madeira que parecia podre com uma placa velha do qual as letras despencavam. Os dois se trocaram olhares rápidos e sorrindo entraram no estabelecimento, o lugar era luxuoso por dentro e cheio de pessoas, a fachada era apenas para assustar os outros ‘normais’

– Ele vem melhorando isso aqui. – Disse Dean.

Blackwell seguiu caminhando, deixando Dean para trás. Ela só parou quando estava de frente para um homem de meia idade que tinha uma barriga enorme.

– Rony. – Disse ela.

Os olhos do homem voltaram-se para a garota. Uma gargalhada estranha surgiu de dentro da garganta do homem que disse:

– Olha quem está aqui, se não é a menina que lutou contra vinte demônios e me salvou... Um grito de comemoração pessoal.

Todos do bar ergueram os copos e deram um grito, menos os demônios que se sentavam num canto. Blackwell chegou até olhar para eles que a encaram com os olhos pretos. Mas ela deu de ombros. Dean caminhou até a mesma, quando Rony o viu o sorriso desapareceu.

– Se não é o maldito Winchester que causou o apocalipse. – Disse o velho gordo.

– Bom eu devia agradecê-lo. – Disse o velhote que se levantava e batia no ombro do Winchester.

– Quando chegamos no dia sabe, todos se enfiaram aqui dentro e beberam todas! E no outro dia como todo mundo estava vivo, todos tiveram que pagar a conta, e por isso fiquei duplamente rico. – Um sorriso formou-se nos lábios do senhor, o que o deixou com bochechas gigantescas.

Dean ficou sem jeito, ele havia dito algo bom de Blackwell, mas dele não. O homem que causou o apocalipse não parecia um slogan muito bom. Ele estava prestes a bater no velho, quando Blackwell segurou sua mão.

– Já que está tão animadinho com nós, acho que devia deixar tudo por conta da casa. – Disse Blackwell

– Menina... – Começou o homem.

Mas Blackwell não o deixou terminar:

– Eu sei que o senhor é muito gentil, ainda mais quando está em minha presença e eu vou ser grata por um almoço bem servido, por conta da casa! – Os olhos verdes brilharam e a mão que agarra Dean apartava-a mais forte.

O velho contragosto balançou a cabeça e ergueu a mão para a garçonete que começou a guiá-los. Dean a seguiu, mas Blackwell ficou.

– Admiro sua inteligência. – Disse o velho.

A loira sorriu e virou-se e começou a seguir a garçonete, que os levou para a mesa mais afastada, que ficava ao lado de uma janela que dava para ver a rua.

– Quando entramos, não tinha essa janela e o lugar não parecia tão grande. – Disse Dean.

– É um feitiço, esse lugar é enorme e é cheio de janelas. Nós podemos ver eles não. – Disse ela apontando para a janela onde um carro passava.

– Mas pensei que você já tinha vindo aqui. – Falou a loira

– Eu vim, mas eu passei direto para a ala de jogos. – Respondeu.

Os dois viraram se e encararam a garçonete que esteve lá o tempo todo, segurando uma caderneta e uma caneta.

– Eu quero um sonho e uma torta de amora. – Disse a loira

Dean ergueu a sobrancelhas, ela era perfeita. Iria comer doce sem nem ter almoçado e ainda pedira torta.

– Eu quero uma cerveja, um sonho também e uma torta só que eu quero a especial. –Disse ele

A garçonete os deixou e Blackwell fitou Dean com um sorriso no rosto.

– Não sabia que você gostava de torta. – Disse ele

A loira riu

– Quem não gosta? Torta é vida! - Falou a caçadora.

Dean balançou a cabeça, excitado. Ela tinha dito o lema de sua vida “Torta é vida”. Os minutos foram se passando e a mesma coisa passava em sua mente “Torta é vida... Ela disse que torta é vida... Torta, Torta”.

– Dean?! – A loira estalava os dedos a frente do rosto do caçador

– O que?- Perguntou ele ‘perdido’.

– Eu perguntei se você quer jogar cartas enquanto o pedido não vem. - Repetiu

Um sorriso malicioso surgir nos lábios de Dean que balançou a cabeça e se ajeitou no acento. Blackwell estendeu a mão e deu dois estalos, o velho Rony viu de longe e balançou a cabeça. Alguns minutos se passaram até que um serviçal veio com quatro cervejas e um baralho. Blackwell ergueu a sobrancelha e o garçom largou duas cervejas abertas uma na frente de cada um e depois largou mais duas no canto da mesa - ambas estavam fechadas. E por fim largou um baralho no meio da mesa.

Dean apanhou as cartas tão rápido que Blackwell não teve nem chance, as sobrancelhas da caçadora se ergueram e um sorriso/riso foi solto, a caçadora chegou até a colocar a mão na boca. As bochechas da mesma coraram, ela nunca havia feito gesto tão estranho, não foi apenas um sorriso seguido de uma risada, foi mais um sorriso abobado, com uma gargalhada infantil. Até Dean chegou a soltar uma risadinha disfarçada.

– Então você tomou conta de vinte demônios? – Perguntou Dean enquanto embaralhava as cartas.

A loira destapou a boca e sorrio:

– Mais ou menos... E-Eu estava lá, mas não sozinha tinha pelo menos mais cinco caçadores e o Rony. Eu cuidei de alguns, mas eu não lutei contra todos... Rony gosta de falar isso por que ele não lutou contra nenhum e quando um foi até ele, bom eu o impedi. E agora ele me deu todo o crédito. – Disse ela dando de ombros.

– Mas e os outros caçadores? Não ficaram meio chateados?

Dean agora dava as cartas, ele era rápido e preciso. As cartas ficavam alinhadas de um modo perfeito e cada um deles tinha a mesma quantia, mesmo ele nem prestando atenção. As mãos de Blackwell suavam, ele parecia ser um bom jogador.

– Não, acho que mortos não se importam com status. – Respondeu à loira.

– Só você e Rony sobraram? – Dean era curioso, muito curioso.

– É sobrou apenas mais um de nós... Peter Clarke sabe o meu pai. Mas ele não se incomoda com isso, ele não gosta de chamar atenção.

Blackwell apanhou a garrafa de cerveja e se reclinou na cadeira, dando um grande gole da mesma. Dean a fitou, o pescoço branco e magro esticado, os cabelos caídos para trás o que mostrava uma coisa estranha. Uma mecha de cabelo totalmente cortada de modo desigual. Não que isso fizesse o estilo de Dean, olhar para o cabelo das mulheres não era seu passatempo, mas ele havia passado a madrugada toda com ela e a mesma não estava assim.

– Você cortou o cabelo? – Perguntou ele por impulso.

Um estalo ocorreu na mente de Blackwell que se sentou rapidamente.

– Você é gay? – Perguntou ela tentando disfarçar.

Dean riu nervosamente e ajeitou a roupa

– O atrevida, eu sou mais homem do que você imagina. – Ele começou a encará-la

Blackwell balançou a cabeça e tomou mais um gole da sua cerveja, Dean começou a abrir a boca para falar, mas ela não permitiu.

– O que acha de apostar? – Perguntou ela aflita.

– Apostar? – Perguntou o Winchester

– Sim, sabe se eu ganhar eu peço alguma coisa e assim vice versa. – Explicou à loira.

– Ok, o que você quer? – Dean parecia confiante, tanto que até seu tom de voz mudara

– A faca que mata demônios. – Um sorriso macabro surgia nos lábios da caçadora.

Os olhos de Dean se arregalaram, ele não poderia dar a faca. Era um ótimo jogador, mas não sabia como a loira jogava, ela era tão boa em tudo que ele não estava tão confiante. Ele a encarava, os olhos verdes estavam escuros por causa da iluminação do local, o sorriso brilhante e confiante dela o assustava. Mas algo parecia errado, ele fitava os ombros dela que se mexiam, como se fosse costume, ele percebia o movimento das mãos da mesma por baixo da mesma. Ela estava ficando nervosa.

– Tudo bem... – Disse ele por fim.

– Então o que vai querer? - Disse ela diretamente.

– Quero ver o que tem dentro da caixa. – Disse ele apanhando a cerveja.

Ele pode ver os olhos da loira se arregalar de tudo que era possível aquilo parecia o ultimo pedido de Dean, quem iria ver dentro de uma caixa velha? E ele podia querer qualquer coisa, o jogo não tinha regras sobre isso. A loira começou a ficar nervosa, o que tinha na caixa não era par ser visto, nunca. Ela tinha que ser rápida e esperta para fazer Dean trocar.

– Tem certeza? – Perguntou ela

Dean só teve tempo de balançar a cabeça.

– Dean, o jogo não tem regras. Você pode pedir qualquer outra coisa, qualquer. Coisa. – Ela falava pausadamente.

O que a deixava com um jeito sexy, o pé da caçadora voo em direção a perna de Dean e foi desajeitada mente acariciada pela mesma. Dean ergueu as sobrancelhas e apanhou os braços em cima da mesa.

– Não preciso ganhar um jogo para levar você pra cama. Isso é só questão de tempo. – Falou ele piscando.

A loira semicerrou os olhos e afastou-se da mesa, o que a deixou colada no assento. Uma sensação estranha percorreu o corpo de Blackwell, algo como uma lembrança perdida da qual a intrigava e a assustava. A loira não gosta de lembranças, ainda mais quando a lembra da infância.

Dean deu um tapinha na mesa o que a ‘despertou’.

– Podemos? – Perguntou ele com um sorriso malicioso.

Blackwell balançou a cabeça vagarosamente e agarrou as cartas.

Horas se passaram, não havia mais nenhum raio de sol que penetrasse o vidro. Mas eles não estavam no escuro, eles já havia ligado as luzes. Rony havia ido na mesa pelo menos três vezes para ver se tudo estava certo, sempre era respondido porem ninguém o olhava, não queriam se desconcentrar. Blackwell havia perdido duas partidas e ganhara uma, ela pediu para ter mais uma chance e Dean a concedeu, agora eles disputavam sério. Se Blackwell ganhasse iria ficar empatado e nenhum deles teria o que foi pedido no acordo. Mas se ela perdesse, Dean poderia olhar dentro da caixa.

As duas tortas e os sonhos estavam em cima da mesa, Blackwell e Dean estavam morrendo de fome. Eles estavam no ultimo jogo, a loira já entregava tudo, suas expressões faciais mostravam o quanto inferiores suas cartas eram.

– Você pode desistir, sabe eu estou com fome. – Disse Dean.

Ele se permitiu a olhar para o relógio, que já marcava 19h50m. Eles haviam perdido muito tempo no restaurante, e isso era impressionante já que ele sentia que havia passado poucas horas.

– Tudo bem, mas...

Ela não terminou, simplesmente largou as cartas: J, 10, 9, 8,7

– Straight Flush. – Disse ela sorrindo.

Dean arregalou os olhos, Straight Flush é a segunda mão que mais vale no pôquer e ele vira poucas pessoas conseguirem ele, como o Bobby e outros. Blackwell ainda sustentava o sorriso, enquanto Dean fitava suas cartas e parecia desapontado.

– Desiste? – Perguntou ela com a voz sarcástica.

Dean ergueu a cabeça e a fitou, em seguida o mesmo largou as cartas na mesa e disse:

– Royal Flush.

O sorriso desapareceu dos lábios de Blackwell, ele havia a ganhado. Royal Flush é a maior mão do pôquer e ele tinha uma sequência perfeita de: ás, k, q, j, 10. Tudo do naipe (e olha que não é nem necessário)

– Qual é você acha que eu ia deixar você ganhar? – Mexeu ele.

– Cala a boca! – Disse ela.

– Ui, eu sou a Blackwell. Lutei contra vinte demônios. Mas perdi no pôquer para D... – Ele não pode terminar a brincadeira.

Blackwell chutou a perna do mesmo por baixo da mesa.

– Pelo idiota que começou o apocalipse.

Os dois pareciam duas crianças, a que ficava emburrada quando perdia e o que comemorava demais quando ganhava. A loira tentou chutar Dean novamente, mas o mesmo foi mais rápido e puxou o pé da mesma.

– Me solta.

A loira “lutava” contra a mão que a segurava, mas Dean era forte e ela não conseguiu se soltar. O Winchester ergueu a sobrancelha com ironia e soltou o pé da mesma.

– Então vamos à torta. – Falou ele dando de ombros a qualquer coisa que a loira falasse.

– Não, eu quero ir embora. – Implicou Blackwell

– Não.

Dean já enfiava um pedaço de torta na boca, quando Blackwell sacou uma arma e apontou para testa do mesmo.

– Vamos embora! – Disse ela num tom controlado.

O caçador deu uma gargalhada – mesmo estando de boca cheia.

– Vai atirar em mim? Aqui? Não sei você, mas eu pensaria duas vezes. – Dean a olhava com um tom ameaçador.

Mas Blackwell não se amedrontou por uma frase de filme e um olhar idiota, ela engatilhou a arma e ergueu as sobrancelhas.

– Por que eu deveria pensar duas vezes? Responda rápido, às vezes meu dedo escorrega. – Disse ela quase apertando o gatilho.

Dean engoliu a torta e abaixou as mãos.

– Por que esse bar está cheio de caçadores...

Blackwell se intrometeu

– Acha mesmo que eu tenho medo deles? Acha também que eles vão se meter? Vão dar graças que você está morto, menos um maldito Winchester no mundo... O causador do apocalipse.

A loira sabia brincar com o psicológico das pessoas, por um momento Dean chegou a pensar que era uma péssima pessoa e que até devia deixar que ela o matasse. Mas ele pensou novamente.

– Tudo bem, atire em mim e eu atiro em você. – Respondeu o caçador

Nesse exato estante um cano frio tocou a perna de Blackwell que se arrepiou, ter uma arma apontada para si não é tão bom.

– Vai atirar na minha perna? Enquanto eu atiro na sua cabeça, acho que eu sobrevivo. – Ironizou ela

– Você atira em mim e eu morro, mas eu também vou ter atirado em você, o que vai a deixar lenta o suficiente para Sam a caçar e matar você. - Um sorriso se formava nos lábios de Dean

– Sam? – Riu Blackwell

– Ele está mais acabado do que Rony, consigo cuidar dele em segundos.

Dean ficou parado e o silencio predominou entre os dois. Ambos segurando uma arma, que estava apontada para o outro, a de Blackwell apontava para a cabeça de Dean e a do mesmo estava encostada no joelho da loira. Alguns segundos se passaram até que Dean soltou a arma em cima da mesa.

– Atira. – Disse ele

Blackwell ergueu a sobrancelha e fitou Dean

– Vamos! – Disse ele quase gritando

Blackwell não disse nada, apenas soltou a arma e fitou Rony. Ele conversava com dois homens bem vestidos, bem vestidos demais para ser um demônio ou um caçador.

– Dean, precisamos ir. – A voz da caçadora ganhou um tom sério

Dean seguiu o olhar da caçadora e em poucos segundos ele já estava de pé. Os dois apanharam as armas e saíram correndo.

– Por aqui. – Disse Blackwell

A loira pulou o balcão e correu em direção a porta que dava para a cozinha, Dean a seguiu, mas ele era lento então ficava cada vez mais para trás. Os dois homens eram rápidos e quase o alcançava.

– Blackwell. – Ofegou o caçador.

A caçadora já havia atravessado a porta, que agora balançava com a força que tinha sido aberta. Dean se esforçou o máximo que pode e correu mais rápido. Quando o mesmo atravessou a porta uma mão a segurou. Era Blackwell que o segurava.

–Pensei... - Começou Dean.

A loira não deixou o terminar, cobriu a boca dele imediatamente. Dean balançou a cabeça e Blackwell o soltou, os dois seguiram-se agachados por trás das prateleiras. Um barulho estrondoso se fez, os leviatãs haviam entrado na cozinha. Blackwell e Dean se colaram atrás de uma bancada.

– No três você corre, eu fico um pouco atiro e corro... Tem uma porta a direita entre nela e você vai sair nos fundo, de a volta e vá até o carro. Espere-me lá. – Instruiu a loira.

– Você vai e eu fico. – Disse Dean

Blackwell o fitou:

– Eu sou mais rápida consigo chegar sem morrer, não vamos discutir isso agora! – Sussurrou ela.

Contra gosto Dean concordou e começou a caminhar agachado. Blackwell esperou até que ele se aproximasse da porta, Dean se esgueirou por trás de uma prateleira e correu em direção à porta. Nesse exato momento Blackwell se ergueu e começou a atirar. Os dois homens param de correr em direção a porta e se viraram em direção à loira, a mesma sacou mais uma arma e começou a atirar com as duas, enquanto ia para trás.

– Acha mesmo que isso vai nos parar? – Perguntou um dos homens.

Dos buracos onde as balas haviam entrado uma gosma preta escorria. Blackwell sorriu e atirou mais, os homens apenas cambaleavam, mas continuavam avançar. A loira parou quando sentiu o fogão atrás de si, a caçadora continuou a atirar até que uma de suas armas descarregou a mesma a jogou no chão e continuou a atirar com a outra.

– Fim da linha. – Os leviatãs disseram em coro.

A loira sorriu e disfarçadamente ligou as bocas do fogão e por fim correu. Ela conseguiu passar pelos dois sem ser pega.

– Acho que não. – Respondeu ela.

Antes da porta de saída havia mais dois fogões, a loira caminhou até eles e os ligou. Em seguida os leviatãs caminharam. A loira foi dando passos largos para trás, até chegar à porta.

– Cabum.

A caçadora sacou um isqueiro, ela abriu a ‘tampa’ do mesmo e a chama apareceu. Os leviatãs a fitaram, não estavam com medo de explodir. Por que eles não iriam morrer, mas o rosto da loira iluminado pela pequena chama era... Estranho. Fazia-os sentirem a morte.

A loira jogou o isqueiro e correu porta a fora. A explosão se fez, Blackwell correu, mesmo estando com os joelhos fracos, ela correu. Seus músculos doíam, o que a fazia ir mais devagar.

– Blackwell. – Ela ouviu o grito de Dean.

Isso a motivou a correr mais, até que conseguiu alcançar Dean. Ele a segurou pelo braço.

– Conseguiu.

Ela balançou o rosto sujo de cinzas e se soltou de Dean. Os dois entraram no carro e arrancaram-se dali.


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Notas finais do capítulo

Mel, esse é o verdadeiro nome de Blackwell? Faye perseguira os caçadores? Os leviatãs morreram?

É isso gente, quem gostou do capitulo comente, se quiser dar uma sugestão comente. A se eu coloquei alguma coisa errada referente ao jogo de pôquer me desculpe, mas eu sei pouquíssimo sobre o mesmo KKK É isso, XOXO.



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