Lena Wood - Agora o Diabo veste Chanel escrita por DanielPotter


Capítulo 2
Doce Acompanhante




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— Belo apartamento —  completou sorrindo.

— Obrigada! — respondi um pouco envergonhada, além de um homem belo, John era um verdadeiro cavaleiro — Por aqui! — disse mostrando o caminho da sala para ele.

— Posso me sentar? — perguntou ele com doçura.

— É claro, — então respondi — aceita algo para beber? — Antes que John dissesse que sim ou que não, andei até o bar de canto que ficava próximo a janela e esperei que ele me respondesse.

— O que você quiser! — disse ele com gentileza.

Peguei duas taças de cristal que estavam penduradas no ápice do bar, completei-as até a metade com o melhor champanhe que eu tinha em casa.

— Está aqui. — disse enquanto caminhava esticando a mão e levando a taça até ele. — John me agradeceu e antes que eu pudesse apoiar minha taça na mesa de centro do meu apartamento, ele retirou um pequeno bloquinho de couro do paletó.

— Gostaria de fazer algumas perguntas antes de gravar a entrevista, você se incomoda?

— N-não... — respondi rapidamente.

Eu não imaginava que John iria querer ir tão rápido para a entrevista, achei que fossemos ao menos trocar vinte ou trinta palavras sobre nossa vida pessoal.

— Então, — começou a falar — há quanto tempo você escreve para sobre economia?

Eu não sabia muito bem o que responder, fora o meu primeiro emprego, e o que eu mais odiava.

— Eu costumo dizer que a economia nasceu comigo, — sorri — foi o meu primeiro emprego! — John deu um breve sorriso — Então, quem sabe uns cinco ou seis anos? — perguntei retoricamente.

Essa fora a primeira de várias perguntas que ele me fez em apenas dez minutos, respondi todas da mesma maneira — “economia é minha vida” — espero que eu não tenha deixado transparecer que estava mentido. Quando John fechou o bloco de papel imediatamente me levantei e disse que iria até a cozinha buscar algo que tinha preparado para ele:

— Esse mesmo — disse a mim mesma enquanto retirava uma embalagem de isopor envolta de plástico do armário, peguei também um pote de sorvete suíço no freezer.

Da cozinha era possível ouvir John caminhar pela sala. Peguei duas taças que eram herança de famílias e ali depositei alguns profiteroles com duas grandes bolas de sorvete por cima deles. Caminhei novamente até a sala, ao me ver andar em direção ao sofá, John sentou-se novamente:

— Profiteroles? — perguntou ele.

— Sim, espero que goste! — disse entregando a taça a ele.

Em alguns poucos minutos John terminou de devorar toda a sobremesa, então, recolhi as taças e as depositei no balcão de mogno e mármore da cozinha, o céu estava bastante estrelado e lua pairava brilhando.

— Você já pensou em trabalhar em outra coisa, Lena? — ele indagou.

— O-outra coisa? — perguntei insegura.

— É! Algum outro assunto, moda, talvez? — concluiu.

— Bom, John, eu acho que trabalhar em revistas é minha cara, e... Bem, trabalhar na Grandes Economias é bom! — disse parecendo ter certeza. Mas mal sabia ele que meu grande sonho era estar no ápice da moda, como sempre sonhei desde criança, se bem que sua cara deixara revelar que não era bem isso.

— Ah, entendo. — disse com um sublime acenar de cabeça — Você é ótima no que faz.

Eu e John estávamos sentados naquele sofá por pelo menos uma hora, o tom de sua voz era o que mais prendia atenção. John talvez fosse o homem mais incrível que havia conhecido em toda minha, confesso: caso eu estivesse no auge dos meus dezesseis anos, diria que era amor à primeira vista. “Isso é bobagem”, pensei.

— Lena, — John disse sorrindo — pensei que, — a timidez encantadora era revelada ali — poderíamos alongar a noite, que tal um jantar no Becky House?

Quando John perguntou isso, minha cabeça deslocou-se de mim, me vi nas nuvens, “Lena, volte para terra já!“, pensei.

— Lena? — disse John em busca de uma resposta.

— Bem, você pode esperar alguns minutos? — disse já me levantando.

John me olhou e fez um curto geste com a cabeça que confirmava o que perguntei. Andei em direção a meu quarto e abri meu armário:

— Por que não comprei dois vestidos mais cedo? — Perguntei a mim mesma.

Eu estava bonita, poderia ir assim mesmo, mas meu orgulho feminino não me permitira. Escolhi então um vestido clássico e fino, na altura do joelho com mangas de renda e inteiramente na cor azul royal. Não podia demorar, ele estava me esperando na sala, fui até o banheiro, retoquei meu batom e arrumei um pouco meu cabelo. Em seguida andei até a sala, ainda no meio do corredor minha voz soou fraca:

— Estou pronta, John!

— Foi rápida! — disse ele com tom de elogio.

— Praticidade! — completei com bom humor.

Assim que cruzei o portal do fim do corredor, John levantou-se sorrindo. Fui até as  janelas da sala, fechei-as e em seguida as cortinas.

— Vamos? — perguntou ele erguendo o braço para a porta.

Assim que John ergueu os braços, andei em direção à porta e o esperei sair, tranquei-a e andamos pelo longo corredor do nono andar até o elevador. O carro de John estava parado logo a frente de meu prédio, ele insistiu que fossemos no dele, mesmo descontente, aceite. O restaurante era a alguns quarteirões dali, em curtos quinze ou vinte minutos nós chegamos. John desceu do carro primeiro, e aligeirou-se para abrir a porta para mim.

— Obrigada! — agradeci com delicadeza.

Andamos em direção à porta do local, John pediu uma mesa com vista para o lago, o metre no acompanhou até lá e conosco deixou um cardápio e a carta de vinhos. Ligeiramente escolhi meu pedido e fiquei atenta a o de John, escolhi um medalhão de frango ao molho madeira, logo em seguida ele escolheu seu prato e o garçom anotou o pedido. Em meio a espera conversamos como velhos amigos, John era de fato o homem que eu estava procurando. Ao chegar o pedido:

— Está ótimo! — comentou ele sobre a lagosta que estava saboreando.

— Excelente, — completei — e o vinho... Perfeito! — terminei sorrindo.

— Tivemos um ótimo dia hoje, Lena! — Disse John.

Olhei rapidamente para ele e não o respondi.

— Gostaria que pudéssemos ter mais noites agradáveis como essa... — disse ele tocando sua mão sobre a minha mão.

Olhei timidamente para os olhos de John, e completei:

— É, é claro! Já está tarde, vou indo! — antes que ele pudesse sequer responder, levantei-me e de fundo ouvi John dizer “Mas Lena!”.


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