Libération escrita por Bells


Capítulo 1
Daughter Of Sadness


Notas iniciais do capítulo

No one care, but i'm broken '-'

Eu espero que vcs gostem...

I hope that i survive



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–Faça algo útil além de chorar o dia inteiro – A suposta mãe da garota chutou um balde de água até ela, que soluçava no chão – Não tenho culpa de você ter nascido essa aberração. Agora procure ser menos inútil.

A mãe fechou a porta da casa em um estrondo, ela sentiu como se fechassem as portas do mundo para ela, e ela não sabia se era isso que queria. Toda aquela relação que deveria haver entra mãe e filha, uma linha mais forte que aço, foi cortado com uma tesoura, porque não passava de um fio quase invisível.

Olhou para o balde e o ignorou, se arrastou até o espelho, não tinha forças para levantar, estava fraca de tanto vomitar. Quando chegou ao espelho, apoiou sua mão nele e encarou o seu reflexo, tão novo e já tão estragado.

Chamaram-na de horrível tantas vezes que passou a acreditar. Antigamente se sentia linda, principalmente antes de seu pai morrer.

Cabelos pretos caiam ondulando até abaixo de seu busto, pele branca estava manchada de rímel, os verdes claros chorosos a encararam de volta, ela era tão magra e não percebia, via uma mão rechonchuda, um rosto de bolacha e um corpo enorme. Ela nunca seria bonita.

Ela soluçou e apertou a mão contra o espelho, sentiu que ele lhe rasgou a pele, então retirou a mão, encarou o sangue que ficou no espelho e depois tocou o machucado na mão, aquilo era tão atraente. Ela limpou seu sangue o sugando e depois se encarou novamente, limpou as lágrimas e decidiu que nada mais importava.

Ela não viveria mais assim, ela não viveria mais. Hoje seria seu último dia, ela faria o que nunca havia feito.

Entrou no banheiro e lavou-se, trocou a roupa amassada por uma calça jeans e moletom, botou uma mochila nas costas e pulou da sacada, sem esquecer-se de antes chutar o balde inundando o recinto.

Não precisou caminhar muito para chegar no destino almejado, entrou na loja e pegou das prateleiras sprays com tintas de várias cores, jogou o cartão de crédito que a mãe deixava na gaveta para emergências.

–Apenas esses? – O atendente perguntou com sarcasmo.

–Sim... – Respondeu tímida. Depois levantou a cabeça e o encarou, seus olhos verdes antes magoados, agora eram gélidos, prontos para magoar – A não ser que tenha alguns a me dar de graça.

Ele sorriu atrevido com a atitude. Era assim que gostava uma mulher de personalidade.

Ele anotou algo em um papel e entregou junto com a sacola. Então piscou:

–Te encontro hoje de noite.

Ela pensou em recuar, depois sorriu de canto e encarou o papel e o colocou no bolso.

–Com uma condição. – Ela quis provocar e o encostou na parede, aproveitou para usar as unhas afiadas ao arranhar o peito pouco coberto dele.

Ele encarou a mão dela e então seu olhar subiu para seus olhos.

–Qualquer uma.

–Que seja você um dos homens na minha cama.

–Isso não é uma condição, isso é uma das minhas regras.

Ela se afastou e ergueu uma sobrancelha.

–Eu não recebo regras, eu não as sigo. Eu as dou e eu as ignoro.

Ela virou as costas, pronta para se afastar, ele segurou o pulso dela e a trouxe de volta a ele.

-Posso saber seu nome?

Aproximou-se do ouvido dele, mordeu sua orelha, então sussurrou:

-Carmen.

Ela o deixou depois disso, então voltou para casa, ignorou a porta da frente, escalou as trepadeiras até a sacada do quarto de sua mãe, retirou a primeira lata de spray, e vandalizou o quarto dela. Deixando claro o quão inútil ela era.

Depois do serviço feito em toda a casa ela deixou as latas de spray jogadas no chão, abriu o armário da mãe ao ver que anoitecera e jogou tudo para fora.

Procurou roupas que certamente não serviam mais na mãe, mas nela serviriam. Retirou um sutiã de renda vermelha que vinha em conjunto com uma calcinha e os botou ficando seminua em frente ao espelho e negando-se a olhar sua imagem. Botou uma meia calça arrastão e calçou uma bota de couro até o joelho, na bota guardou um punhal, e o usaria depois.

Então por fim vestiu uma mini saia jeans e um top vermelho, entrou no banheiro e só saiu depois de ter uma grossa camada de cílios feitos com rímel e uma fina camada de delineador, com um batom vibrante vermelho.

Dessa vez saiu pela porta da frente e com o batom na mão escreveu um recado na parede de entrada.


Quando chegou ao endereço rabiscado no papel o atendente da loja já estava lá, com um cigarro na boca que acabara de acender, quando a viu ajeitou sua postura, ela sorriu e se aproximou dele.

–Achei que não viria – Disse ele.

Ela arrancou o cigarro da boca dele, apreciando ele em sua própria boca.

–Por quê?

–Está atrasada.

–Você está adiantado.

–Não combinamos um horário.

–Então não estou atrasada.

Ele a prensou na parede, ela se viu sem reação, mas não temeu. Ele acariciou os lábios dela com sua mão, ela retirou o cigarro da boca e aguardou a próxima atitude dele, como esperava ele se inclinara para beijá-la e quando ele chegou perto o suficiente, ela negou aquele beijo, pondo seu dedo para impedir.

–O que está fazendo?

Ele sorriu de canto.

–Eu sei que você quer.

–Eu farei como eu quero, e agora não é o que eu quero...

–E o que quer?

Ela voltou a fumar e o empurrou para trás.

–Aonde vai me levar?

–Para um lugar onde boas moças não devem ir.

Ela jogou a cabeça para trás e gargalhou.

–Então você não pode ir.

Ele soltou uma risada rouca e baixa, quando ela não estava previnida, ele a pegou pelos joelhos, ela poderia ter caído se ele não tivesse a puxado para o colo dele.

–E então? Surpresa? – Ele perguntou.

Ela raspou as unhas no rosto dele.

–Surpreenda-me mais.

Ele a jogou para o lado e ela acabou montada em uma moto monstruosa, era enorme, ele sentou-se a frente dela e ela agarrou sua cintura.

–Sabe? – Ela sussurrou no ouvido dele – Você é melhor que um príncipe em um cavalo branco.

Ele riu ironicamente e partiu.


–Já fez uma tatuagem? Ou tem um piercing? – Ele perguntou quando chegaram a o lugar mais barulhento que alguém poderia conhecer, e ela gostou. Principalmente quando recebeu um copo de vodka com limão e ele desceu queimando sua garganta.

–Não... Mude isso.

Eles entraram em uma sala particular e ela se deitou em uma poltrona. Ele pegou um aparelho e ela ouviu seu zunir.

–Onde? – Ele perguntou.

Ela sorriu maliciosamente e retirou o top vermelho, então soltou o sutiã, deixando a amostra seus seios. Ela tocou em cada um deixando um arranhão.

Ele riu e não conseguiu desviar o olhar, sentou-se em cima dela, impossível era não notar o volume em suas calças.

–O que quer?

–Sadness Daughter

–Não faço ideia do que isso significa.

–É o primeiro francês que eu ouço dizer isso.

–Saia com caras espertinhos?

Ela riu e inventou uma mentira.

–Eu não ouvia o que os outros caras diziam.

Ele a encarou malicioso e escreveu em seu primeiro seio Sadness, ela ficou calma enquanto ele a tatuava, e depois foi a vez dela deitar em cima dele e escrever um recado a ele.

Born to die.

–O que significa? – Ele perguntou encarando a tatuagem em seu lugar particular.

Ela o jogou de volta para a cadeira e deitou-se por cima dele, aproveitando para lhe roubar beijos selvagens e maliciosos, ele mordeu seu lábio e ela deitou embaixo dele, então o empurrou.

–Quero meu piercing.

–Onde? – Ele arriscou um olhar para a minissaia dela, ela riu e deu leves tapas no nariz.

–Uma argola.

Em um minuto ele furou o nariz dela, em outro lhe prendeu uma argola, em outro ele estava tirando a minissaia dele e ela a blusa dele, e nos próximos vinte ela abusou de um poder que não sabia que tinha, um poder sexual. Em mais quinze minutos ela o sedou, e retirou o punhal pronta para desenhar na pele dele.

Desenhou um pássaro e embaixo dele escreveu “libération” em baixo dele, então se afastou, desenhou o mesmo em seu corpo, mas mais fundo, deixou o sangue correr, então deixou a faca no chão e largou do recinto.

Correu para fora da boate, pingando seu sangue onde passava, pois deixaria uma trilha para aqueles que queriam descobrir o caminho para a liberdade.

Então quando alcançou seu destino abriu os braços, como se fossem asas enormes e tomou impulso para pular do penhasco, agora ela era o pássaro, e agora ela havia encontrado...

– Libération.



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Notas finais do capítulo

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