Saudades...

É tão difícil dizer adeus, tão difícil assumir a si mesmo que você não verá mais aquela pessoa tão especial, no meu caso, ainda vejo.

Sempre, mas há quilômetros de distância nos separando. Eu sentado no meu sofá lamentando minha própria existência (por motivos diversos) e ela na tela da TV, brilhando em mais uma novela, vendendo mais uma marca em um comercial, cada dia mais linda.

Cada dia menos minha.

Não que ela tenha sido minha um dia, quer dizer, acho que ela foi minha sim, minha amiga, minha companheira e várias vezes minha principal razão para seguir em frente.

E eu sei que ela tentou não sumir da minha vida e ainda tenta, mas os telefonemas raros são sempre tão vazios, como se ela se sentisse obrigada a ligar.

A vida dela está uma correria e quanto mais perto de seus sonhos ela chega, mais longe de mim fica.

E não era para ser assim, estávamos lado a lado, de mãos dadas e, agora, por mais que tente, não consigo descobrir em que momento nossas mãos se soltaram e tomamos caminhos opostos.

Ela sabe que pode correr para os meus braços sempre que precisar, mas eu sinceramente não sei se os braços dela estarão abertos para mim se acaso eu precisar.

Não por culpa dela, mas... Ah! Eu não sei como devo pensar, não quero culpá-la de nada e mais uma vez me odeio por quase fazer isso.

Abri mão de tantas coisas por ela, mas nunca disse nada porque não queria que parecesse uma cobrança, mas hoje percebo que talvez tivesse sido melhor se eu tivesse dito, os telefonemas raros de agora podiam ser visitas raras, o que me faria muito feliz, pois nada me faz tanta falta quanto o abraço dela.

Bom, minha amiga, você me perguntou se eu estava bem e posso dizer que estou sim, apesar de tudo, mas se acaso encontra-la, pergunte como está a outra metade de mim que dei a ela.

Um abraço.

FIM