– Stefan, o que você está fazendo aqui? – Elena perguntou claramente surpresa.

   Na verdade, todos os vampiros que estavam ali estavam surpresos. Stefan, um humano, estava parado na entrada do bar olhando para todos como sempre havia olhado. Os seus olhos dele estavam misteriosos e inteligentes enquanto olhava para cada pessoa lá dentro. Ele ainda demonstrava poder como quando era o Estripador. Caroline o olhou como se algo realmente tivesse mudado nele. Ele não parecia o mesmo humano de sempre.

   – Na verdade, não sou o Stefan. – ele sorriu e caminhou até Elena. – Muito prazer, Elena Petrova. Sou Silas.

   O nome de Silas provocou uma reação em todo mundo. Damon puxou Elena para trás e se colocou na frente dela, um gesto protetor. Katherine levantou as sobrancelhas e deu dois passos para trás. Rebekah avançou para Silas com um pedaço de madeira (Caroline imaginou sendo uma perna quebrada de uma cadeira), mas Elijah a segurou antes que ele se aproximasse dele. Caroline olhou para Silas e andou até ele. Silas lhe deu um sorriso debochado e ela levantou a palma da mão, dando um belo tapa no rosto dele. Todo mundo que estava perto, prendeu a respiração enquanto olhavam para os dois.

   – Como você ousa aparecer aqui? – Caroline disse para ele com raiva.

   – Ouvi dizer que o pequeno híbrido Original está em uma armadilha das bruxas. – Silas disse enquanto tinha um sorriso no rosto olhando para Caroline. – Puxa você é forte.

   – Onde você ouviu isso? – Rebekah disse.

   – Ora, meu amiguinho aqui contou. – ele disse enquanto fazia um gesto para alguém se aproximar.

   E lá estava Stefan, com as mãos amarradas e um pano na boca que o impediam de falar qualquer coisa. Ele olhou para Elena e imediatamente uma chama se acendeu nos seus olhos assim como um pedido de socorro quando ele viu o irmão. Caroline teve vontade de bater em Silas novamente por ter pegado Stefan que estava indo embora novamente.

   – E então... Eu quero ajudar você. – Silas disse caminhando até Stefan e passando o braço em volta dos ombros de Stefan – E o nosso querido Stefan também quer ajudar. Não é?

   Stefan revirou os olhos e acabou concordando com o que Silas disse. Caroline cruzou os braços e olhou para os dois juntos. Eles eram realmente idênticos, mas a aura que cada um liberava era muito diferente. Silas era puro poder e confiança. Stefan era apenas uma pessoa que transmitia calma e uma insegurança.

   – E o que você quer em troca? – Caroline perguntou.

   – Vamos dizer que eu apenas odeio bruxas e quero-as mortas o mais rápido possível.

   Caroline ficou com medo do cemitério que entrou. Não era nada parecido com aquela que Klaus e ela estiveram duas vezes. Era muito mais escuro e tinha mais uma aura de poder do que ela podia imaginar. Logicamente Klaus tinha que estar ali. Elijah era o “guia” do cemitério. Parecia que ele conhecia muito bem o lugar onde todos estavam agora. Parecendo que lia os pensamentos de Caroline, Elijah se virou para ela e disse calmamente enquanto ainda caminhavam pelos túmulos:

   – Sim, eu já estive aqui antes, Caroline. Quando eu fui dar a notícia para Niklaus que ele seria pai. Sophie me trouxe aqui, mas eu nunca imaginaria que ela um dia poderia transformar a caverna em uma espécie de palco para um sacrifício.

   Caroline perdeu o ar.

   – Irmão, não fale assim para Caroline. – Rebekah disse tocando o seu braço de leve.

   – Oh, eu sinto muito se lhe atingi, Caroline. Não foi minha intenção. – Elijah disse dando um sorrisinho para ela. – Bom, já estamos chegando. Vamos colocar o plano em prática, Silas?

   – Sim. Claro que vamos. Damon, Katherine e Elena, vocês sabem o que fazer.

   Elena não se sentiu a vontade com a ideia de trabalhar com Katherine, mas teria que fazer o seu melhor já que se Klaus morresse todos ali morreria também. Katherine era apenas um detalhe que a estava incomodando que ela poderia muito bem ignorar. Lidaria com ela outra hora, outro dia e em outra situação.

   – Barbies, não nos deixem morrer, por favor. – Katherine disse antes de desaparecer.

   – A ideia é muito boa. Por favor. – Damon disse e puxou Elena para perto dele. – Vamos lá, baby.

   Então Rebekah e Caroline se encararam. Quatro vidas, ou até mais, estavam nas mãos delas e elas precisavam fazer tudo certo para não matar ninguém. Damon, Elena e Katherine iriam distrair as bruxas que provavelmente iria lançar um daqueles seus feitiços que faziam que a cabeça das pessoas quase explodisse de tanta dor neles. Então esse seria a hora de Caroline e Rebekah atacarem elas e matarem. Duas para cada uma e do jeito que Caroline estava com raiva poderia matar as duas, mas era realmente muito arriscado. Não queria acabar com a cabeça explodindo que nem os outros.

   Quando elas ouviram os gritos dos três, Silas olhou para elas e disse:

   – Hora de vocês acabarem com aquelas bruxas malditas.

   Klaus estava tonto e cansado quando sentiu alguma coisa que segurava seu braço arrebentar e alguma quase atingir o seu rosto que fez o levantar o braço e descobrir que realmente estava liberto. Então ele sentiu uma dor imensa em sua cabeça que fez com que ele gritasse e ficasse deitado enquanto a dor o consumia e o desgastava mais ainda. Ele estava a beira de já desejar a morte quando a dor parou de repente e ele sentiu cheiro de sangue. Quando seus olhos se abriram novamente e conseguiu localizar o foco, Klaus viu duas figuras loiras paradas uma em cada canto da caverna. Quatro bruxas estavam no chão e três delas estavam perto da que tinha o cabelo loiro curto e ondulado. Caroline. Klaus olhou com mais foco ainda para ela e suspirou quando viu a boca dela cheia de sangue e os olhos ferozes.

   – Sweet. – ele disse.

   Os olhos claros de Caroline imediatamente foram ao encontro com os de Klaus e ele viu imediatamente a mudança neles. Eles suavizaram-se e brilharam com o que parecia ser saudades. Caroline andou rapidamente até Klaus e envolveu os braços em volta dele, puxando-o para um abraço apertado. Os lábios dos dois se encontraram no caminho e o beijo que eles trocaram foi apaixonado e com gosto das lágrimas salgadas que Caroline derramava.

   – Ah Klaus. – ela suspirou enquanto o apertava mais forte. – Eu nunca mais deixo você ir a qualquer lugar sozinho. Deus! Que saudades de você.

   – Perdão, amor. Perdão. Eu devia ter ido embora quando vi em que estava me metido. Acho que a ambição de ter Marcel morto me deixou cego do perigo que eu estava correndo.

   – De nada, Nik. – Rebekah disse enquanto limpava a boca com a mão. – Caroline, pensei que você ia me deixar com mais diversões.

   – Desculpe Rebekah. Mas vamos embora. Esse lugar está me dando arrepios. – Caroline disse enquanto terminava de soltar Klaus das amarras.

   Rebekah foi a primeira sair enquanto Damon ajudava Elena e Katherine a se levantar. Caroline passou o braço de Klaus em volta do pescoço dela e o ajudou a levantar. Ele estava sem camisa e todo cortado pelo corpo. Caroline sentiu mais raiva ainda das bruxas que tinha acabado de matar. Ela teria que ajudar Klaus de algum jeito antes que ele desmoronasse em cima dela e ficasse mal. Caroline encontrou uma faca em algum lugar pelo chão e a viu suja de sangue, mas ignorou o fato de aquele ser o sangue de Klaus para que sua raiva não a afetasse. Pegou um dos copos onde estava uma vela e cortou o pulso. Deixou escorrer uma boa quantidade de sangue e entregou o copo a Klaus com uma ordem para que ele bebesse. Todos ali estavam encarando o casal. Klaus colocou o copo nos lábios e estremeceu todo quando o sangue passou pela sua garganta. Ele estava bem de novo e graças a Caroline.

   – Obrigada, Caroline. – Klaus disse.

   – Eu devia essa para você. – a loira disse com carinho e deu um beijo rápido nos lábios de Klaus.

   Katherine foi na frente, Damon e Elena atrás dela e por último ficou Klaus e Caroline. Katherine teve a ajuda de Elijah para sair de dentro da caverna o que fez que um sorriso aparecesse no rosto sempre irônico dela. Quando todos estavam do lado de fora foi que tudo começou. Silas de repente pareceu se revoltar contra todos e segurou Rebekah pelo braço e mostrou uma estaca de carvalho branca para todos. Caroline sentiu que Klaus ficou imóvel e a tensão dominou o corpo de Elijah.

   – Vocês realmente acharam que eu apenas queria as bruxas mortas? Bom, primeiro as bruxas mais poderosas do mundo. Agora os vampiros Originais. Se tiver que ter um imortal vivo e comandando tudo, esse imortal sou eu.

   Caroline sentiu cheiro de sangue fresco e olhou ao redor. Stefan estava deitado com os olhos abertos e encarando o nada enquanto dava para ver claramente que havia um profundo corte em seu pescoço. Stefan estava morto. Caroline olhou para Silas e se pergunto uma pessoa poderia ser como ele.

   – Silas, o que você está fazendo? – Damon perguntou com cuidado.

   – Estou destruindo qualquer possibilidade de alguém querer se vingar de mim pelas coisas que eu vou cometer.

   Em um movimento rápido, Silas enfiou a estava de carvalho do coração de Rebekah e a jogou no chão. O corpo dela começou a pegar fogo ardentemente.

   – Não! – Klaus gritou.

   Aquele foi um grito claramente um grito muito poderoso carregado de ódio e de dor. Caroline se encolheu de medo. Até Silas ficou com medo e saiu correndo. Katherine e Damon apagaram o fogo do corpo de Rebekah enquanto Elijah caía ajoelhado ao lado da irmã morta. Klaus se juntou a ele e juntos eles choraram pela perda da irmã. Katherine ficou a distancia deixando que eles sofressem juntos, deixando a família sozinha. Caroline sentiu um aperto no coração ao se lembrar de Matt e começou a chorar baixinho e de cabeça baixa.

   – Sweet. – Klaus chamou Caroline.

   Caroline correu para os braços aberto de Klaus e eles deram um grande abraço apertado enquanto ambos buscavam a boca um do outro. Klaus começou a chorar e Caroline segurou o rosto dele enquanto tentava fazer que aquela dor não o consumisse por inteiro. Todos estavam abalados pelas perdas que ali estavam acontecendo.

   – Eu sinto muito, amor. – Caroline sussurrou.

   – Não se preocupe comigo, sweet. Eu estou bem agora. Graças a você e a minha irmã. Obrigada. – Klaus suspirou e encostou a testa na de Caroline. – Vamos embora agora.

   – Eu queimei a casa onde a gente estava. – Caroline disse meio culpada.

   Ela sentia que agora as atenções estavam sobre ela e ficou envergonha como sempre ficava antes.

   – Posso saber o que aconteceu para você fazer isso? – Klaus perguntou com as sobrancelhas levantadas.

   – Tyler. – ela deu de ombros.

   – Tyler? – todos disseram juntos.

   – Longa história. Esperem pelo filme. – Caroline suspirou e abraçou Klaus mais uma vez.