Sangue. Muito sangue. Também havia dor. E gritos. Mas não conseguia entender o que diziam. E vários vultos, formas indefinidas que se moviam apressadamente. E, do nada, escuridão. E mais nada.

Estou morta. Foi a primeira coisa que pensei quando acordei. Não estava em lugar nenhum. Tudo ao meu redor era branco. Não havia mais nada, era como se eu estivesse parada no ar, sem nada sobre o qual eu me apoiasse. Não estava frio nem calor e o ar estava totalmente parado.

Depois de passado algum tempo que não sei ir dizer se foi muito ou pouco, comecei a ver algumas cores ao longe. Tentei me aproximar, mas não consegui me mexer. Porém essas cores começaram a tomar formato. Eram pessoas, mas diferentes.

Alguém pode me dizer onde estou? gritei. Ou quis gritar, mas a voz não saiu.

As pessoas continuavam se aproximando. Do nada, uma luz muito forte surgiu entre eles, ofuscando minha visão. Podia ver o rosto de um deles. Falava rapidamente, mas eu não conseguia ouvir. O outro parecia não concordar com o que ele dizia, mas eu podia ver apenas um lado do seu rosto. Todo o resto estava fora de foco, mas eu sabia que tinham mais pessoas.

Me foquei na primeira pessoa. Seu cabelo loiro era cortado curto. Possuía os olhos azuis muito claros e uma pele absurdamente branca. Seus lábios eram de um vermelho forte e seus dentes eram perfeitamente brancos. Se mantinha firme no que dizia, apesar do outro negar insistentemente.

Uma sensação ruim tomou conta de mim. Eu não devia estar aqui. E, a qualquer momento, poderiam notar a minha presença e não sabia o que podia acontecer. Infelizmente, no instante em que este pensamento passou pela minha cabeça, o primeiro rosto olhou diretamente para mim. Um calor subiu pelo meu corpo e tudo sumiu.