Anna E O Renascer Dos Mortos Vivos escrita por Robert Julliander


Capítulo 29
Cochichos


Notas iniciais do capítulo

Em meios a tantos cacos no meu tempo,
juntei alguns e voltei aqui.
Espero não demorar tanto...
aqueles que acompanham, muito obrigado!



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Nos  corredores, pátio da escola, irmandade, ruas, sala de aula, refeitório. Não importava onde a jovem Anna passasse, as pessoas a seguiam com olhares curiosos. Incomodada ela tentava não encarar alguns, mas já se tornara impossível, por mais que evitasse, todos cochichavam em meio a pequenos risos maldosos. 

— Vai ficar tudo bem. — repete Gabriella pela milésima vez.

— Não tenho certeza, — Anna abaixa a cabeça, enquanto elas entravam na irmandade — é como se eu fosse uma aberração ou algo do tipo. As pessoas me olham e falam de mim pelas costas, como se eu tivesse um chifre no meio do rosto. 

— Isso seria bem estranho. — Fala Suaila imaginando Anna com um chifre prateado no meio da testa, como um unicórnio. Ela sorri sozinha. 

— Eu meio que não deveria ligar, — Reflete a garota do campo com uma expressão nada feliz — o que quero dizer é, o Stevan tentou me avisar. Meio que eu deveria estar preparada.

— Anna, — Gabriella fala sincera e apenas de uma vez — não existe estar preparada contra isso. As pessoas são idiotas, sempre foi assim. — As três entram no quarto de Anna e Gabriella.

— O que trouxeram pra mim? — Pergunta o gato acima da cama lambendo sua pata.

— O que você acha de patê de rato? — Gabriella sorrir maldosa.

— Pode ficar pra você, — o felino para de se lamber — aparentemente você consegue ser mais animal que eu. 

— Noturno! — Anna o repreende.

— Ela que começou. — Ele se espreguiça. Anna retira da bolsa uma grande coxa de frango, que estava enrolado num papel parecido há um guardanapo. — Agora estamos conversando como gente civilizada. 

— Seu gato é engraçado. — Rir a elfa acariciando as orelhinhas pontudas do bichano, que lambia a pele assada da coxa antes de devorá-la.

— Mal educado seria a palavra certa. — Diz a índia olhando o felino com desdem. O gato no entanto fingiu que não ouvira, estava ocupado demais saboreando seu presentinho. 

— Será que a Gerla achou alguma coisa sobre a profecia? — A garota do campo pensa alto. 

— Não sei, — fala a morena pensando junto com a amiga — ela parecia bem ocupada na biblioteca, preferi não atrapalhar. 

— Deveríamos estar ajudando ela. — Anna senta na cama impaciente.

— Até poderíamos, se as pessoas parassem de te encarar e deixar o ambiente desconfortável. — Gabriella senta em sua própria cama, enquanto Anna assente. Infelizmente para todas, por serem amigas de Anna, também eram alvos de comentários maldosos. 

— Hoje de manhã uma bruxa veterana, me perguntou se eu tinha sido amaldiçoada e se a maldição poderia ser contagiosa. — Comenta a garota do campo com um olhar triste.

— Isso nem foi nada, ontem o boato é que você é uma filha das sombras. — Suaila afirma ainda alisando o gato.

— Tente não alisar minha barriga querida, por favor. — Ele reclama antes de cravar mais uma vez os dentes em sua iguaria.

— Filha das sombras? — Anna pergunta assustada. 

— Sim, — Suaila para de alisar noturno e se junta as amigas, sentando na cama ao lado de Gabriella. — Diz a lenda, que as sombras já andaram em carne e osso por este continente. Um ser de puro mal e desgraça, criou seres humanos como se fossem seus filhos. Os filhos tiveram mais filhos. Até que hoje em dia, ninguém sabe quem são realmente os filhos ou filhas das sombras.

— Eu não sou isso não! — Anna diz quase chorando. 

— Claro que não! — Afirma a índia consolando a amiga — Essa elfa que é maluca.

— Não falei nada de mais, — ela fala desconfiada — eu só contei como a lenda é.

— Eu achei bem informativo, — diz Noturno de boca cheia — só acrescentando. Os filhos ou filhas das sombras, estão destinados a acordarem seu pai, com o sangue de infortúnio daqueles que sucumbirem a sua ira. 

— Noturno para. — Anna implora. 

— Vocês são muito medrosas, são apenas lendas. — Ele volta a saborear sua comida. 

— O importante agora é focarmos na profecia. — Diz Gabriella calmamente. 

— Concordo com a Gabi. — A garota do campo engole seco. 

— Eu concordo com o gato — Suaila olha para suas amigas, a encarando — tudo bem, eu não concordo com o gato. — As três sorriem.

— É aí que a garota sem dons dorme? — O trio ouviu algumas garotas falando por trás da porta. Anna fica triste instantaneamente.

— Sim infelizmente, — uma outra voz diz maldosa — todas as garotas da Serenite estão fazendo um abaixo assinado, precisamos tirar esse mal presságio daqui. 

— Concordo! — Uma terceira voz afirma, até alto de mais. 

— Dá pra vocês serem desprezíveis em outro corredor? — Diz Gabriella abrindo a porta. As garotas a olham de lado e dão um sorrisinho perverso. 

— Já sei amigas, por que não fazemos um abaixo assinado pra essa daí também? — Dito isso, elas saem rindo do corredor. 

— Garotas estupidas. — A índia fecha a porta indignada — Não liga pra elas Anna.

— Tudo bem Gabi, obrigada por me defender. — A garota do campo dá de ombros. 

    O quarto fica quieto, os únicos sons presentes são o de Noturno mastigando sua coxa de frango, Ágnis limpando suas penas dentro da gaiola e Belah, varrendo o chão de um jeito lento e frenético. Era evidente a tristeza de Anna e era evidente, que suas amigas não podiam ajudar muito sobre isso. Os cochichos, fofocas, apelidos e suposições erronias sobre a pobre garota continuariam. Um alvo foi posto em suas costas, sua auto estima não estava compadecendo da situação e se esconder, aparentemente era o mais seguro. 

— Pessoas são más! — deita a garota quebrando o silêncio, enquanto tentara segurar as lágrimas, espremendo seu rosto num travesseiro. Gabriella e suaila sentam ao lado dela, a observam por um tempo e então, abraçam forte a amiga.


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Notas finais do capítulo

Meio triste ver nossa garotinha tão infeliz né?
Vamos torcer por ela ^^ :3



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