Ao Despertar escrita por httpsdiamandis


Capítulo 7
Capítulo 07 - Massacre




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–Oi Sarah, é um enorme prazer conhecê-la – Nathan beijou minha mão me causando arrepios.

–Nathan, nada de bancar o Incubus hoje ok? – Anne falou. Nathan então só ficou ao meu lado, me analisando com seus olhos verde-claros.

Olhei para Anne confusa. Incubus?

–Olá Sarah – Selena sorriu educadamente para mim e foi para o lado de Anne.

Os dois tinham a voz abafada que todos os vampiros que conheci até agora tem.

–Olá. – Nikolaos sorriu educadamente, ele tinha a voz abafada também, mas era tão dominador que eu quase desmaiei. É sério, não estou sendo dramática. – Liam nos falou muito sobre você, my sweet Sarah.

–Oi – foi só o que consegui dizer, estava intimidada demais perante o vampiro mais antigo do mundo.

–Você é um grande mistério, a única vampira no mundo com essas marcas, e, pelo que sei não teve nenhum...Problemas com uma vrăjitoare.

Franzi a testa. Que diabos era “vrăjitoare”? Eu precisava de muitas aulas com Liam sobre essas coisas que Nikolaos falava, e esse pensamento me causou arrepios na nuca.

–É o que sempre quis s-saber – gaguejei enquanto Nikolaos tocava minhas tatuagens.

–Tudo bem, onde está Mathew? – Selena olhou em volta. Ela tinha uma certa preocupação de mãe, o que a deixava mais “humana”.

–Ele está se divertindo por ai com uma amiga de Sarah – Liam deu de ombros.

–Tudo bem, só não o deixem fazer muita bagunça como naquela vez em Detroit.

–Bagunça? – perguntei desconfiada.

–Sim, não queremos assassinatos essa noite, ouviram? – ela olhou para seus “filhos”.

–Ah, não, Tessa não! – gritei desesperada, procurando por eles dois.

–Fala ai pessoal, e ai mãe – Mathew apareceu do nada.

–O que você fez com a Tess? – perguntei, sentindo a raiva tomar conta de mim.

–Liam, acalme a Sarah – Nathan falou baixo. Senti Liam me prendendo para que eu não avançasse em Mathew.

–Nada, nós só estávamos por aí na festa, porque, era para ter feito algo? – ele perguntou inocente.

–Não, ah, desculpa – suspirei voltando ao normal.

–Novatos – Nathan revirou os olhos.

Olhei para ele, ainda com as presas e tudo mais.

–Não a insulte Nathan, você sabe como são os vampiros novos – Liam disse.

–Tudo bem, divirtam-se, én gyermekeim, e sem exageros, não irei citar nomes, Mathew. Nathan, procure não chamar a atenção, isso serve para você também Anne. Liam, cuide de Sarah, mantenha-a sob controle. – Selena falava como se estivesse levando os filhos para o primeiro dia de aula.

–Tudo bem – Liam disse em uma voz séria.

–Bom, não iremos monopolizá-la, au o noapte buna dragul meu. – Nikoalos continou falando naquela língua desconhecida, então pegou a mão de Selena e eles foram caminhar na floresta.

–No começo você os acha bem bizarros, mas depois você se acostuma – Mathew disse. –Então, divirtam-se – ele riu e se distanciou.

–Ei, conde Drácula, espere por mim – Nathan gritou. – A noite é uma criança. Aqui em Richlands há...Belas mulheres – ele olhou para uma mulher que reconheci como a caixa do mercado, que assim que o viu ficou vermelha.

–Ok, preciso tomar conta daqueles dois –Anne suspirou. – Divirtam-se – ela lançou um olhar especulativo para Liam.

–Ah Anne, por favor, não deixe que eles toquem nos humanos de Sarah -Liam falou.

–Tudo bem – ela se abanou com seu leque e foi atrás de Nathan e Mathew.

–Isso foi estranho – falei depois de um momento.

–Você precisa dar aulas á eles de como se comportarem como humanos – Liam riu.

–Eu tenho uma pergunta.

–Vamos continuar aquele interrogatório da tarde? – ele sorriu, talvez se animando com a idéia.

–Talvez, hmm...Em que língua Nikoalaos e Selena estavam falando?

–Nikoalos estava falando romeno e Selene húngaro. Eles deixam algumas frases escaparem ás vezes.

–Ah...E...Porque Anne falou alguma coisa sobre, sucubus?

–Incubus – ele me corrigiu. – Nathan é responsável por uma...Lenda de vampiros.

–Me fale sobre oque é – pedi, irritada.

–Não, é...Chocante demais.

–Fala, por favor...

–Argh...Incubus é...Bom, ele entra nos sonhos das mulheres...Faz sexo com elas...E drena as energias das mulheres – ele examinou minha expressão, que desmoronou. – Ei, não me olhe assim, foi você quem pediu.

–Tudo bem...Talvez eu nunca mais o veja de mesma forma – suspirei.

Liam riu. – Tudo bem, está pronta para o lanche? – ele olhou em volta, para a festa ao ar livre cheia de humanos.

–O que? Mas... não, aqui... Ah Deus – coloquei a mão na testa.

–A qual é Sarah! Você está faminta, precisa se alimentar urgentemente!

–Mas... e se eu... sei lá, me descontrolar, matar a cidade inteira? – perguntei em desespero.

–Você não vai disimar a cidade Sarah, sabe porque? – a pergunta era retórica. –Porque eu sou o melhor professor de todos – ele sorriu.

Revirei os olhos incapaz de não sorrir também.

–Tudo bem, o que eu tenho que fazer?

–Escolha um humano – nós começamos a andar pela festa, examinado os humanos.

–Aquele ali tem um cheiro bom – inclinei a cabeça em direção á um garoto.

–Tudo bem...Você não quer problemas com seu namoradinho humano, então...Sei lá, passe por ele, você é uma garota, se insinue para ele e vá para o meio das ávores.

Franzi a testa. –Além de ser uma vampira vou ter que ser uma vampira vadia agora também?

–É só uma isca, você nunca foi pesar? É quase a mesma coisa – ele deu de ombros.

–Tudo bem.

–Vai lá, olha para ele e vai até as árvores – ele repetiu.

–Tá boom... – grunhi e fui até onde o cara estava. Era um desses caras que repetem umas 13 vezes o 6º ano ou sei lá oque.

Olhei para ele, pisquei e fiz oque Liam mandou. Os amigos drogados gritaram para ele,incentivando e ele me seguiu. Fiquei escondida atrás de uma árvore.

–Ei, cadê você gata? – ele balbuciou, obviamente bêbado.

Sai do meu esconderijo, os olhos brilhando, focalizando seu pescoço. Pude sentir até o veneno na minha boca.

–Fica quieto – ordenei.

Antes que o cara pudesse falar alguma coisa eu já havia mordido seu pescoço. O gosto era mil vezes melhor que o cheiro. Felizmente ele não gritou.

Alguma coisa mudou naquele instante. Tudo o que eu queria era sangue e mais sangue. Limpei a boca e em um movimento rápido puxei uma garota para a floresta. Seu sangue acabou antes que eu pudesse perceber, e, com raiva, rasguei-lhe a garganta e estripei-a*. Tudo oque eu me lembro é que muitas pessoas morreram. Por minha causa. Mas eu não conseguia controlar meus instintos. Eu desejava sangue cada vez mais.

(Estripar= arrancar os órgãos)

********

–Joe! – alguém gritou.

Larguei o tal Joe no chão, ainda sem responder por mim mesma. Quem estava chamando era uns um dos amigos dele, que, assim que me viu, começou a correr e gritar. Em velocidade muito acima do normal eu corri atrás dele, dei um salto derrubando-o no chão e mordi o seu pescoço. Não sei o que aconteceu comigo naquele momento, só sei que, quando dei por mim, Liam estava tentando me tirar de cima do cara.

–Sarah não! – ele grunhiu e conseguiu me jogar para longe. Dei um salto no ar e voltei para onde os dois estavam.

–Me deixe! Ele é meu... –sibilei e mostrei meus dentes.

–Ei, fica calma – ele colocou as mãos no alto, como se estivesse se rendendo.

Depois de alguns momentos consegui voltar ao normal.

–Melhor? – ele me perguntou, cauteloso.

–Sim, o que...O que houve? – perguntei unindo as sombrancelhas e então olhei para o chão do bosque, onde um homem estaava todo ensanguentado e com a barriga cortada. – Não... – arfei.

–Ei, calma Sarah, foi só um acidente – ele colocou a mão no meu ombro, tentando me acalmar. Mas eu recuei sentei no chão, longe do cadáver e comecei a chorar.

–Q-quantos eu... quantos humanos eu matei? – solucei.

–Só alguns h...

–QUANTOS. EU. MATEI?- grunhi entre lágrimas.

–14 – ele disse baxinho.

–Não! Não! – comecei a soluçar cada vez mais.

–Sarah, kedvesem , é normal nos descontrolarmos um pouco no início de nossa nova vida – Selena apareceu no nada, esfregando meu braço, numa tentativa falha de me reconfortar.

–Droga, ela superou minha chacina em Detroit. – Mathew bufou.

–Mathew! – Nikolaos grunhiu, fazendo Mathew recuar de medo. – Sarah, está tudo bem, mas tente se controlar mais... – ele me reconfortou.

Eu estava com tanto repúdio de mim mesma que me dobrei para frente e, sem poder evitar, vomitei mais sangue do que poderia imaginar. Quando terminei me sentia extremamente fraca e frágil.

– O que aconteceu? – alguém, talvez Anne, perguntou alarmada.

–Precisamos tirá-la daqui! Ela eliminou todo o sangue que havia em seu corpo – Nikolaos disse em voz baixa e, em seguida alguém me tirou da cena sanguinolenta, me carregando em seus braços e de repente eu estava voando.

Com o maior esforço do mundo, consegui abrir os olhos.

–Não se esforce, estou te levando para minha casa – Liam disse.

Não estávamos voando, afinal, estávamos correndo(ele estava correndo) com os Underworld nos seguindo. Então, antes que eu pudesse falar, a escuridão se fechou em minha volta, exatamente como na vez em que Liam me mordeu, mas dessa vez a escuridão era mais profunda, me empurrando em direção á inconsciência.

******************

No meu sonho, eu não estava mais frágil, e andava por uma floresta em que o chão era repleto de folhas vermelhas e uma neblina fraca, as arvores eram quase negras. Estava á noite e não havia lua. Eu não tinha qualquer senso de para onde estava indo, quando uma voz de mulher me chamou.

–Sarah, venha até mim, e juntos iremos nos vingar dos vampiros, que nos aprisionam e tentam deter nosso poder, mas nós somos mais fortes.

–Quem é você, que lugar é esse? – gritei para as árvores, tentando localizar a mulher.

Meu nome é Aislin, sua ancestral, o lugar eu não posso lhe revelar ainda – eu senti a voz da mulher atrás de mim, e, por instinto me virei.

A mulher tinha os traços muito parecidos com os meus, os mesmos lábios cheios, o mesmo cabelo grosso, mas os dela eram castanho-claros e eram abaixo da cintura, decorados com flores vermelhas. Aislin tinha os olhos verde-claros, que, á medida que ela me avaliavam, ficavam alaranjados e depois voltavam ao verde. Ela usava um vestido preto e longo,parecido com o da mortiça(sim, é um momento sério, mas qual é!).Ela um colar com um pingente enorme de um pentagrama.

Você é uma bruxa? – perguntei sem pensar.

Sim, minha querida,uma Wicca, assim como você – seus lábios vermelho-escuros sorriram para mim.

–Como?Isso não faz sentido nenhum, eu sou uma vampira! E, além do mais, Liam me disse que bruxas não são confiáveis – dei dois passos para trás.

Ah, os vampiros, sempre espalhando mentiras pela terra – ela revirou os olhos.

–Ei, eu também sou uma – uni as sobrancelhas, confusa com tudo aquilo.

–Não, você é uma híbrida. A única híbrida metade vampira e metade bruxa de toda a história. – ela se aproximou de mim e desenhou alguma coisa na minha testa com a ponta do dedo.

Ei ei, eu não estou entendendo nada – balancei a cabeça.

Quando chegar a hora você entenderá, você vai fará um papel muito importante em nossa história, será uma Mór Ríogain...Agora desperte, e não se esqueça do que você é – ela sorriu para mim e então eu pisquei os olhos, e quando os abri estava em um lugar totalmente diferente.

Meu corpo inteiro doía e eu não conseguia mover um músculo. O quarto em que eu estava era enorme, cheio de móveis antigos de madeira escura. Demorei um pouco para reconhecer Nikolaos sentado de um lado e Liam de outro da cama.

–Ela acordou? – Alguém abriu a enorme porta.Anne.

–Sim, acabou da abrir os olhos, mas ao que parece está em estado de choque e...-Nikolaos não terminou a frase, tentei ao máximo falar, mas não consegui proferir uma sílaba sequer.

–Oh, Deus, olhem o estado dela, ela está no último estágio de abstinência por sangue.

Liam olhou para Anne, que sussurrou “me desculpe” e em um segundo(literalmente) já estava de volta com Selena, as duas carregavam uma caixa de plástico azul.

–Sarah,você, precisa se alimentar,só assim irá se recuperar. – Liam tocou meu rosto.

Olhei para ele alarmada, eu não iria beber sangue humano outra vez, depois do que acabar da fazer na festa. Mas antes de eu pudesse protestar, Selena rasgou a bolsa de sangue e colocou na minha boca. É claro que não pude resistir, lutei com todas minhas forças para poder beber o sangue da bolsa, que acabou rápido demais.

Agora eu já podia sentir levemente meus braços e pernas. Virei minha cabeça, e meu olhar foi de encontro com o da mulher do espelho. Ainda era eu,mas a garota estava visivelmente doente, com os ossos do rosto, pernas e braços aparecendo. Eu estava com olheiras enormes, e a minha pele estava visivelmente estranha, como se estivessem quase saindo do meu rosto. Eu não estava mais com a minha fantasia, e sim com um vestido branco. Cara, eu parecia uma assombração.

–Aqui, olha,mais – Liam pegou outro bolsa, colocou minha cabeça no seu colo e me deu a bolsa com a mão.

É claro que acabou antes de minha sede.

–Sente-se melhor Sarah? Já consegue falar? – Nikolaos tocou o meu braço.

–Aislin – sussurrei com uma voz fraca, mas foi a 1ª coisa que me veio em mente.

Nikolaos arfou e deu um pulo.

–Como ela...? – ele olhou para os outros.

Não diga nada á eles. Uma voz sussurrou em minha mente.

–Ela deve estar delirando, ou Aislin está lá do outro lado tentando nos confundir por Sarah ser...Especial – Anne falou.

Nikolaos relaxou e se sentou outra vez. Tomei mais uma bolsa de sangue. Finalmente consegui me levantar.

–T-tia Juliet, ela está bem? – tomei fôlego. Eu me sentia completamente frágil.

Todo trocaram olhares outra vez.

–Ela... – Liam começou a falar.

–Não conte nada, senão ela vai demorar mais para se recuperar – Mathew falou pela primeira vez, ele estava sentando na janela, fechada por cortinas grossas. Deduzi que já era dia, com todo esse lance de Nikolaos queimar na luz do Sol.

–O que aconteceu? – tentei levantar, mais Liam me segurou, me colocou outra vez em seu colo e me deu outra bolsa de sangue.

Aquilo era bem bizarro, há um ano atrás eu jamais poderia imaginar que uma di estaria tomando uma bolsa de A positivo deitada no colo de um vampiro que era até que bem bonitinho. Ok. Admito. O cara mais lindo que eu já vira na vida.

–Uma hora ela teria que saber, é melhor contarmos – Nikolaos olhou para Mathew, que olhava para o céu com uma expressão amargurada.

–Então, o que tem tia Juliet? – recomecei, minha voz já voltara ao normal, mas eu ainda parecia uma caveira, mas evolui para caveira bem nutrida. Também me sentia forte o bastante para me sentar.

Liam colocou um dos vários travesseiros espalhados pela cama para eu me sentar.

–Ela... Meio que... – Liam começou a falar, depois me analisou. Eu com certeza não estava nada atraente.

Terminei outra bolsa. Dentro da caixa de plástico por sinal havia sangue para todos os vampiros do mundo, e eu estava sozinha acabando com tudo.

–A barraca em que ela estava pegou fogo – Liam disse tudo de uma vez. – Mas ela sobreviveu, está impossivelmente bem para um incêndio daquele tamanho.

–Onde ela está? – eu me sentia mais forte.

–No hospital – Liam disse devagar, tentando me acalmar.

–Preciso ir até lá – me levantei em menos de uma segundo, minha força e velocidade já voltando ao normal. No espelho eu parecia a mesma garota de antes, mas precisava de uma belo prato de comida. Meu estômago roncou alto.

Como se fosse a deixa um cara enorme abriu a porta, e uma garota entrou com um prato de comida na mão.

–Como? – coloquei a mão na cabeça e olhei para a garota.

–Sarah esta é Mary, ela veio nos visitar e, ela,vê....Coisas – Nikolaos sorriu.

–Tipo uma vidente? – olhei para a garotinha loira, obviamente mais nova do que eu.

–Uma bruxa foi generosa comigo – ela sorriu e me deu o prato.

Estranho. Ela parecia feliz da vida ao me entregar o prato e depois ficou me analisando.

–Então é verdade – ela sussurrou.

–O que? – comecei a olhar minhas pernas para ver se eu não tinha criado patas nem nada do tipo.

–Suas tatuagens – ela respondeu.

–Ah – fiquei sem graça, mas tirei o cabelo da frente para a garota ver.

–Uau... Ah, me desculpe, você precisa comer - ela riu sem graça. – Com licença – ela saiu do quarto.

–Com o tempo você se acostuma com todo mundo olhando suas tatuagens – Mathew fez menção á si mesmo, que tinha o corpo coberto por tatuagens místicas. – Minha mãe me amaldiçoou quando nasci – ele deu de ombros como se aquilo não tivesse importância.

–Ah, eu sinto muito – olhei para Mathew, sentindo pena dele.

–Não sinta, eu nem me lembro mais dela – ele deu de ombros.

Continuei olhando para ele. Será que o que Aislin me disse era verdade? Ou ela só estava tentando me jogar contra os vampiros?

Terminei a sopa com uma rapidez incrível, e fui em direção á porta.

–Aonde pensa que vai? – Liam chegou na porta antes de mim.

–Preciso ver tia Juliet – respondi e me olhei no espelho, feliz por ter voltado ao normal.

–Deixe-a ir Liam, nós iremos com você, Anne, dê alguma coisa para ela vestir – Nikolaos disse. A voz dele era baixa e abafada, mas soava tão poderosa que ninguém o questionava.

Anne me deu um sorriso e me tirou do quarto. Guardando a porta haviam dois caras, obviamente vampiros. Ah, eles eram enormes, um era negro e parecia ter ficado o dia inteiro na academia, e o outro era branco, mas tinha a pele azeitonada e parecia ser tão forte quanto o amigo.

–Cameron, Henry – Anne acenou com a cabeça para os dois armários, que acenaram de volta.

Anne me levou por um corredor com piso de madeira escuro de paredes bege, com pinturas antigas, castiçais de bronze e algumas portas duplas enormes.

–Que lugar é esse? Quem eram aqueles caras? – perguntei á Anne.

–Aqui é minha casa, aqueles “caras” – ela sorriu para mim, era bem estranho ouvir Anne falando gírias. – São nossos... Digamos... Guardas.

–Guardas? Porque...? – comecei, mas fiquei em silêncio imediatamente.

–Por Nikolaos ser a origem de nossa espécie, sabe, os vampiros... Muitas criaturas, vampiras ou não, vem nos visitar, mas algumas não são lá muito amigáveis. Eles nos veem como uma espécie de realeza – ela revirou os olhos, dando pouco crédito á história.

–Ah... – fiquei em silêncio.

Anne parou em uma das portas duplas enormes de madeira.

–Bem-vinda á melhor parte da casa – ela deu uma risadinha e abriu as portas.

O quarto de Anne era quase tão grande quanto o outro, as paredes era claras e a cama era dessas antigas, também branca. Haviam rosas em vasos de cristais por todos os lados, assim como móveis antigos e claros. As janelas estavam abertas, mostrando um lindo dia ensolarado. Um galho de uma árvore quase entrava na janela. Havia uma lareira com um quadro enorme, no qual havia uma mulher, uma nobre francesa.

–Aquela é você? – apontei para a pintura.

–Sim... Ah, aqueles tempos eram tão bons, mas só para os nobres, a maioria da população passava fome – ela balançou a cabeça. – eu os ajudava em segredo sabe? Em uma das noites um dos revolucionários me pegou andando pelas ruas de Páris e me espancou. Ele estava indignado com todo o sofrimento da população e descontou em mim. Por sorte Selena me achou, e ela, Nikolaos e os outros são minha família desde então – ela sorriu para mim e foi em direção á uma das duas portas do quarto.

Me sentei na cama enorme olhando o imenso quadro, tentando imaginar como eram as coisas quando Anne era humana. Haviam VÁRIAS cartas, em papel antigo e escrita com aquelas letras das pessoas do séc. xx, ou sei lá oque. Tentei ler, e percebi, surpresa, que eram cartas românticas. Ela voltou alguns segundos depois com uma calça preta e uma blusa de mangas de algodão bege.

–Aqui, você e eu temos quase o mesmo corpo – ela disse e antes que eu respondesse Anne tirou minha túnica branca e me vestiu.

–Hm, obrigada, mas eu já sou capaz de me vestir – dei uma risadinha.

–Desculpe, é que Liam estava tão louco que acho que passou essa loucura para mim – ela colocou um scarpin preto no meu pé. – Prontinha.

Franzi o cenho mais não discuti. Eu não me importava com a roupa, tudo o que eu queria era ver minha tia, minha única família no momento.

–Não se preocupe, ela saiu quase ilesa, foi como um milagre,acredite – Anne disse enquanto escovava o meu cabelo e passava maquiagem em mim.

–Ok, vamos – levantei da cama e abri a porta em um centésimo, louca de ansiedade. – Anne, que horas são? – perguntei enquanto tomávamos outra direção, oposta ao quarto em que acordei.

–Já são 10 da manhã, Nikolaos precisa ficar aqui... - ela foi incapaz de dizer que ele morreria, e abaixou a cabeça.

O corredor nos levou á uma escada de marmore preta imensa, que descemos em um segundo(literalmente), onde todos já nos esperavam.

–Sarah, por favor, tente não parecer chocada pelo o que verá a seguir na cidade – Liam sussurrou e me guiou até a porta da saída.

–ok - eu respondi, enquanto outros dois vampiros abriam as gigantescas portas bege que levavam á saída.


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Notas finais do capítulo

gente, o cap. 08 ainda não está pronto, então esperem só alguns dias, ok? e comenteeem please! ...



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