Ao Despertar escrita por httpsdiamandis


Capítulo 6
Capítulo 06 - primeiro beijo




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A cidade estava inteiramente decorada com coisas de Halloween. Estava incrível, ainda mais com o crepúsculo no céu.Quando eu, Tess e Hilary chegamos, a festinha no mini parque já estava cheia. Ficamos de encontrar os garotos em frente á roda-gigante (não tão gigante assim).

–E ai garotas? – Tom surgiu do nada ao lado de Hilary. Ele estava fantasiado de zumbi, com sangue falso e tudo mais.

–Oi – Hilary sorriu e deu um beijo nele.

–Me poupem dessa cena – Riley apareceu vestido de zorro, franzindo e cara para os dois.

–E ai – eu o cumprimentei, olhando em volta. Procurando David – mas parte de mim sabia que na verdade eu estava procurando o clã de Liam...E bem,o próprio Liam.

–David chega daqui a pouco – Connor deu uma gargalhada, caminhando em minha direção, fantasiado de “cientista maluco” ou alguma nerdisse do tipo.

–Obrigada – eu sorri, mas ainda estava tensa. Primeiro:Porque, como já venho falado, hoje vou encontrar mais vampiros, que podem ou não ser amigáveis. Segundo:Porque eu iria ver David, e como as coisas andam indo, é provável que aconteça algo mais hoje. E terceiro: eu estava com muita sede.

–Relaxa Sarah! – Tessa murmurou, mas ela estava pior do que eu, olhando cada canto da festa.

–Olha quem fala – balancei a cabeça.

Foi ai que Stacy veio rebolando em minha direção ladeada pelas suas vadias de compania. Stacy estava vestida de princesa, com vestido rosa acima dos joelhos, parecendo uma bela adormecida prostituta. Elizabeth estava vestida de “anja” ou sei lá oque, com uma asa branca que esbarrava em todo mundo. Jessica estava vestida de vampira também, só que uma vampira que provavelmente foi Stacy que arranjou aquele vestido roxo e preto(e vulgar) para ela.

–Eba! – Tessa bufou.

–Olá garotas, espero não estar interrompendo nada, sabe, vocês duas...Agora três – ela deu uma risadinha, que foi acompanhada pela de Elizabeth.

–Ah Stacy me desculpa mas aqui não é a esquina, parece que você errou o caminho – falei delicadamente, e os garotos abafaram o riso.

–Olha aqui sua vadizinha,você não sabe com quem está mexendo, ou quer que aquilo aconteça outra vez? -ela ameaçou. Todos meus amigos me olharam confusos.

–Eu é que sugiro que você cale essa sua boca que sabe lá Deus onde esteve, senão você é quem vai acabar mal desta vez, e, acredite, não é uma ameaça –minha voz tornou-se cruel e eu soltei um grunhido que parecia de um animal.

Stacy engoliu em seco e, depois de uns segundos o escárnio voltou aos seus olhos:

–O que você vai fazer? Mandar sua namorada me bater?

–Se eu fosse você tomaria cuidado – Tessa falou, mas não era uma ameaça, porque ela sabia sobre meu segredo.

Stacy riu.

–Tudo bem, já chega – grunhi, tentando não virar o monstro com presas. Em um movimento considerado rápido para um humano, agarrei os cabelos loiros de Stacy e sussurrei em sua orelha:

–Se eu fosse você não ficaria andando por ai sozinha.

Depois virei de costas e meus amigos me seguiram.

–Uau! Ah cara, porque vocês duas não brigaram? Briga de gatas! Uou! –Rileu disse.

–Cala a boca Riley – todos os falamos ao mesmo tempo. Eu ri, já mais calma.

Tom e Hilary foram andar por ai. Riley foi atrás de uma “fada”, que eu reconheci da aula de biologia.

–E ai Sarah – David me abraçou por trás.

Connor dei um sorriso malicioso e saiu.

–Que ótimo Connor. Me deixa aqui mesmo segurando vela! – Tessa revirou os olhos.

–E ai vampirinha – David riu.

Tessa mostrou as presas para ele. Me encolhi. Tessa percebeu e sussurrou “desculpa”.

Virei para trás.

–Ei! Nós combinamos! – eu dei uma risada. David estava fantasiado de chapeleiro maluco, só que não do Chapeleiro Maluco/Jonny Deep. Era o tradicional, da Disney, mas ao invés da roupa verde, a dele era preta.

–Você está uma gata – ele sorriu e me girou.

–Ei Tessa, vim te salvar – uma voz abafada surgiu das sombras.

–Mathew! – Tessa exclamou animada.

Mathew saiu da sombra. Ele estava vestido de Drácula(irônico nem um pouco né...).

–Ei – ele bateu com a mão na de David.

–E ai – David deu uma risada. A mão esquerda na minha cintura.

–Liam não vai gostar nem um pouco - Mathew sussurrou tão baixo que até eu com minha super audição quase não consegui ouvir.

–Com licença – ele pegou o braço de Tessa e os dois foram andar pela “festa”.

–E ai... – David coçou a cabeça.

Fiquei olhando para os dois lados, como se fosse pegar um trem.

–É verdade que...L-liam te levou para casa? – seus olhos castanhos brilhavam de irritação.

–Sim, mas foi só isso... – dei uma risada maliciosa. – Porque, você está com ciúmes?

David suspirou.

–É claro...É claro que eu estou com ciúmes Sarah! – David se aproximou, colocou a mão esquerda na minha cintura e a esquerda no meu rosto. –Não seja covarde – ele murmurou para si mesmo.

Engoli em seco. David suspirou e então beijou. Seus lábios eram quentes no meu, e, antes que eu desse por mim, havia o arrastado para as sombras, para as árvores que ladeavam o parque.

Senti a queimação familiar na minha garganta com o cheiro de sangue tão perto. Eu estava fazendo um esforço sub-humano para não mordê-lo arruinar o momento.

– Deus, como você cheira bem – David murmurou contra minha pele , pressionando seu nariz meu pescoço(mais precisamente na minha tatuagem mágica e bizarra, que ele provavelmente não via) e inalando profundamente.

Eu não tinha certeza do porque estava reagindo assim a ele. Meu lado sensível argumentava que era porque vampiros novatos tem um senso de emoções muito forte. Esse era um sentimento novo, e ele foi altamente agravado por meus sentidos vampíricos.

–Hmmm – um sussurrou escapou por entre os meus lábios. E, antes que eu me desse conta, David me beijou outra vez, e dessa vez, sem hesitação.

Aquela onda de emoções extremas cresceu dez vezes mais. Me confundiu, embaralhou meu cérebro. Não podia pensar, não conseguia responder. Só percebi vagamente que eu o estava beijando também.

Só haviam ele e eu no mundo agora; ninguém mais importava. Os nervos sensíveis nas minhas bochechas sentiram a brisa gelada de outubro acariciando, mas eu não percebi. Eu não podia nem lembrar meu nome a essa altura. Essas novas emoções eram assim de tão esmagadoras. Á aquela altura eu não sabia se estava daquele jeito porque sonhara com aquele momento desde a primeira que vira David há alguns anos atrás, ou porque seu sangue era um convite quase irresistível.

Lentamente sua boca se tornou mais insistente, quando ele sentiu que eu estava também respondendo, sua língua traçando meus lábios levemente. Aquilo era tão natural, que quando dei por mim estava sugando o sangue dos lábios de David. Quando percebi o que havia feito pulei para trás como se tive levado um choque.

Ele me olhou confuso, depois seus olhos se arregalaram. Antes que David pudesse gritar, ou ter um ataque de pânico, ou sei lá oque, eu me aproximei de David, que estava limpando o sangue em sua boca com a manga da blusa, e sussurrei:

–Eu só te mordi um pouco forte, só isso, esqueça da última parte.

Limpei o sangue de minha boca no avental branco da Alice.

David ficou confuso por alguns momentos, e então voltou a ser o David de sempre:

–Ei, vem, vamos nos divertir – ele deu aquele sorriso de garotinho de sempre e me puxou de volta para as luzes laranjas e roxas.

Fomos em todos os brinquedos. David havia se esquecido do “acidente”, aos poucos fui me esquecendo também.

–Ah mais que droga! – David grunhiu depois de tentar pela 5ª vez acertar uma bola de tênis em uma pilha pequena da latas.

–Deixa eu tentar – sugeri dando uma risadinha.

–Não sei não...Talvez você n...

Mas antes que David terminasse de falar eu já havia derrubado a pilha.

–Temos uma vencedora – o professor de cálculo anunciou, caçoando de David. – Qual prêmio você quer? – ele gesticulou para a prateleira cheia de bichos de pelúcia.

–Aquele- apontei para o maior de todos, um urso branco quase do meu tamanho.

Sr. Johnson suspirou e me deu o urso.

–Cara, como você vai conseguir andar por ai com esse troço? – David perguntou cutucando o nariz do meu urso gigante.

–Vou deixar na barraca de tia Juliet, ainda não a vi. – olhei para os dois lados, procurando por minha tia, não a achei, então decidi usar meu poder vampírico e louco de super olfato. – Ela está ali – apontei para uma multidão no leste.

–Como você está vendo ela? – ele estreitou os olhos procurando os familiares cabelos vermelhos enrolados de minha tia.

–Só...Me segue – comecei a abrir caminho em meio á multidão, usando meu urso como escudo.

–Oi Sarah! – tia Juliet se desviou de uma conversa com um cara estranho para me cumprimentar.

–Oi tia, uau, você parece mesmo uma...elfa – franzi o cenho. Mas era verdade, ela estava mesmo meio “mística”.

–Obrigada – ela sorriu, - Ah, oi David – ela sorriu para ele.

–E ai tia – David veio caminho para perto de nós duas, e, talvez semi-inconsciente, entrelaçou seus dedos nos meus.

Tia Juliet olhou para nós dois de mãos dadas, riu e disse:

–Eu sabia que este momento iria acontecer, mais cedo ou mais tarde – ela deu outra risada.

Olhei para ela, esperando levar uma bronca, mas ela só ria. Havia algo diferente nela, ainda tinha o mesmo cheiro de rosas e tudo mas, porém, ela estava mais,sei lá, cheia de vida.

–Ah, é, hmm, olá – uma mão apareceu do nada.

Olhei para cima, para um cara que tinha cara de bibliotecário(ai você se pergunta: como é um cara com cara de bibliotecário?....É tipo um nerd, só que velho). Ele era até que bonitinho, para uma coroa, é claro. Tinha cabelos lisos e castanhos um pouco claros, olhos castanho escuros, e usava óculos. Estava fanstasiado, advinhe......De Luke Skywalker, de Star Wars. Como uma ex-nerd(antes de virar vampira eu era oque pode se dizer formada em nerdisses). Sorri para ele e apertei sua mão:

–Olá, m-meu nome é Philip... Philip Walker – ele deu uma sorriso meio desageitado.

–Oi, meu nome é Sarah...- olhei confusa para tia Juliet, que por sua vez me olhava como uma criança que comera todo o pudim da geladeira.

–Este é, meu...Namorado – ela contornou o balcão da barraca e segurou no braço de Philip.

–Bom... Philip, quais são suas intenções com a minha tia? – uni as sobrancelhas, tentando parecer uma mãe furiosas que acabara de conhecer o namorado da filha.

–As melhores possíveis – ele olhou para tia Juliet que sorriu para ele como...Sorria para o falecido tio Monroe.

–Bom, já que estamos com apresentações...Sarah...Tem algo para me contar? – ela tentou desviar a atenção para mim, olhando para minha mão entrelaçada na de David.

–Ah...É....B-b-b-bem... – David coçou a cabeça, algo que fazia quando estava nervoso.

–Tudo bem tudo bem, já entendi... – tia Juliet riu, tentando aliviar a tensão. – Só...Toma conta da minha garotinha.

–Tia! – senti meu rosto ficar vermelho. Eu estava com vontade de correr para casa, deitar no piso de madeira escura do meu quarto e ficar lá, já que não podia enterrar minha cabeça dentro da terra.

–Claro – David riu, já aliviado.

–Tudo bem então – Philip disse balançando os braços, e então, do nada, voltou de onde quer que tinha vindo. Ele tropeçou nos próprios pés no caminho.

–Estranho... – murmurei, tia Juliet me olhou, erguendo a sobrancelha. –foi mal – eu ri me desculpando.

–Olá- a voz de Liam surgiu atrás de mim me fazendo pular. David estreitou os olhos para Liam e me apertou junto ao seu corpo.

–Ora ora, Sarah demora anos para conseguir um namorado, e quando consegue são quase dois – tia Juliet resmungou, riu e voltou para a barraca(e guardou o meu urso).

–Oi – dei um sorriso duro.

Os olhos de Liam dispararam para o meu avental de Alice, ensanguentado(ele já estava ensanguentado antes do “acidente”, mas agora tinha sangue de verdade) e depois para minha boca, com um pouco de sangue seco.

–Os outros estão te esperando. – seus olhos dispararam para David.

Ah esqueci de mencionar o quanto Liam estava...Lindo. A minha sorte era que ele não podia ler a minha mente, nem a de ninguém. Ele estava vestido com uma armadura medieval, o que eu achei um grande exagero em uma feste de cidade pequena como aquela.

–Ah, sim, Dave, tenho que ir – soltei a mão dele e fui para o lado de Liam.

–Ei ei, vou com você – ele olhou feio para Liam.

–Argh, humanos – Liam disse baixinha e revirou os olhos. – Quer fazer as honras? – ele olhou para mim.

Suspirei. – David, tudo bem, eu vou sozinha – eu fiz o abacadabra que conseguia graças á minha aparência.

–Claro, claro – ele deu de ombros a foi andando até onde Connor estava.

–Vem – ele puxou meu braço até um lugar nas sombras onde não havia quase ninguém.

–Onde está sua...Família? – perguntei olhando para as árvores atrás de mim, procurando o cabelo loiro quase branco de Anne e a capa preta de Mathew.

–Estão vindo, mas o que quero te perguntar...Você mordeu o garoto? – ele olhou para meu avental outra vez.

–Foi um acidente. Ei, porque ele não virou um vampiro?

–Não é assim que as coisas funcionam, a vitima precia tem que estar morrendo. De onde você acha que surgiu a expressão “mortos-vivos” ? – ele explicou como se aquilo fosse óbvio até para um criança.

–Porque?

–Não sei, mas é mais fácil. Assim você pode se alimentar sem matar ninguém –ele deu de ombros.

Então uma figura pálida chamou minha atenção. Anne Underwolrd. Dizer que ela estava bonita era uma grosseria. Ele estava tão linda que me fez querer pular da ponte outra vez. Anne estava fantasiada de Maria Antonieta, os cabelos quase brancos elaborados naqueles penteados loucos e antigos.

–Olá Sarah -ela sorriu balançando seu leque rosa claro e florido.

–Parece que todos aderiram á fantasia da época da morte – Liam revirou os olhos.

–Menos Mathew. Ele não era o “conde Drácula” quando foi mudado – Anne riu e revirou os olhos também.

–Isso é verdade. Ele era...O que mesmo? – Liam lançou para Anne um olhar questionador.

–Um adolescente comum -Anne riu como se aquilo o fizesse alguém ruim.

–Ei – protestei.

–Desculpe – Anne riu e corou. Um garoto que sentava perto de mim na aula de cálculo encarava Anne de boca aberta.

–Então... – recomecei procurando por três figuras pálidas em meio á festa.

Foi ai que os achei. Por onde passavam as pessoas saiam do caminho, intimidadas. A mulher, Selena(óbvio) era ainda mais bonita do que Anne(se é que isso é possível). Ela era extremamente branca como os outros, ela era quase da minha altura, tinha olhos azuis extremamente claros, quase brancos e cabelos castanho claros extremamente lisos e longos que eram pouco abaixo da cintura( o velho padrão das vampiras. Eu me incluo nesse padrão, talvez). Sua fantasia era parecida com a de Anne, mas os vestido longo era verde escuro, me lembrava aqueles vestidos do filme “A outra”.

O homem da esquerda era lindo. Devia ter uns 25. Seguia o mesmo padrão de todos os vampiros. Os cabelos eram um pouco mais compridos que os de Liam. Ele era mais forte que Liam e Mathew, e tinha um sorriso meio debochado. Seus cabelos eram castanhos , e ele tinha olhos verde muito claros, e a pele era meio azeitonada. Estava fantasiado como esses caras antigos, acho que de mil oitocentos e alguma coisa.Ah, ele tinha muitas tatuagens, meio místicas, que desciam do pescoço e vinham até a palma da mão, elas estavam cobertas por maquiagem, mas eu com minha super visão conseguia ver um pouco as tatuagens. As tatuagens dele eram parecidas com as de Mathew. Castigo por mexer com uma bruxa, dissera Liam. Pensei que ele era o tal Nikolaos, mas estava enganada.

O homem do meio é que devia ser o Nikolaos, estava de mãos dadas com Selene, então...Fui pela obvidade.

Nikoalos se parecia muitíssimo com Liam, tinha os mesmo cabelos escuros, lisos e compridos, as feições eram bem parecidas. Mas ele tinha o rosto meio amargurado, triste, e ele tinha barba. E tinha olhos cor de caramelo. As tatuagens dele estavam cobertas por maquiagem, obviamente.Ele estava vestido com um nobre antigo também, e parecia emanar poder.

–Sarah, estes são Nathan, Selena e Nikolaos Underworld. –Liam disse á meia voz.


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Notas finais do capítulo

comenteeeeeeeeeeem



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