May - Parte VI escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 4
Retrospectiva


Notas iniciais do capítulo

Parece que encontrar Max não será tão fácil. O jeito é passar pelos lugares que o "pequeno" conhece, quem sabe ele pode estar naquele bar onde um dia ele nasceu?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/366270/chapter/4

O vento bate em meus cabelos, claro, eles vão ficar puro nó em algum momento, mas eu não me importo. Continuo na estrada a procura do meu filho, Max. Perdê-lo seria o maior tormento para mim. Mas infelizmente, essa viagem não está sendo tão boa quanto eu queria que fosse, afinal, Logan está me seguindo. Diz ele que está me ajudando, eu dispensaria fácil a sua ajuda.

Ainda dirigindo, fui para um lugar que acharia pouco provável Max estar por lá. Passamos perto de uma pracinha, com crianças brincando, correndo para todos os lados, subindo em todos os playgrounds possíveis. Mas não era ali que eu iria parar, era num lugar próximo.

Esperei até a noite chegar, enquanto isso, rondei pelos arredores daquela cidade, passei em frente a casa de uma mulher que um dia convidara a mim e Max para o aniversário de sua filha, da qual não me recordo mais o nome. Fiquei parada em frente a casa, recordando os acontecimentos daquele dia em que me senti um pouco... humana. 

Logan não falava e nem pensava nada. Isso era reconfortante, era como se ele não estivesse ali. E foi então que me lembrei que saí daquele lugar por ele ter tentado atacar meu pequeno Max, o que é mais uma das coisas imperdoáveis que Logan fez comigo.

Assim que a noite chegou, fui até uma porta de bar, ela estava exatamente do mesmo jeito de quando eu morava aqui. Estacionei a moto e entrei. Logan bem atrás de mim.

Ao passar pela porta, percebi que tudo estava muito diferente por dentro. As pessoas eram diferentes, os rapazes não estavam mais ali a jogar e, claro, Remi também não estava mais ali, divertindo-se com as cartas. Foi então que finalmente encontrei alguém que conhecia. Me aproximei da bancada do bar.

- Olá Nick! - disse animada.

- Não acredito - ele disse animado e eu sorri. - May?

- Sim, sou eu.

Nos abraçamos por cima do balcão.

- Nossa, é muito bom vê-la outra vez - ele disse.

- Eu também acho Nick.

Nick não estava muito diferente, só engordara um pouco graças a sua idade.

- E então, o que a trouxe aqui? - ele perguntou parecendo saber a resposta. - E esse aí? Vai dar problema? - ele se referia a Logan e o olhava com desdém.

- Não, dessa vez ele não veio brigar. Na verdade, eu nem sei pra quê ele veio.

Nick deu uma risada ao ver o quanto eu o estava desprezando também.

- Nick, por acaso Max passou aqui?

- Max? Não, não passou... e falando nele, como vai o garotinho?

- Na verdade, ele não é mais um garoto. Um rapaz feito. Charmoso, elegante, muito atraente, como o pai - sorri.

- E o que aconteceu com ele?

- Ele sumiu - suspirei triste.

- Como assim, May?

- Acordei e ele não estava em casa. Ele não estava em lugar nenhum. Estou procurando-o por aí...

- Decidiu seguir o exemplo da mãe?

Eu sei, Nick disse aquilo sem más intenções, mas me afetou grandemente. Todos estavam fazendo o mesmo julgamento. Max não fez isso, não é o estilo dele sair assim sem mais nem menos e não falar comigo. Então para não render o assunto, decidi mudá-lo.

- Então, obrigada Nick, vou continuar a minha busca.

- Acho que você pode falar com alguém antes de ir...

Ele olhava para um copo que ele limpava continuamente. Em seguida olhou em meus olhos e depois para a direita. Segui seu olhar e vi um homem charmoso no meio de muitas garotas, meu corpo esquentou ao vê-lo, não sei dizer se estava envergonhada pelo que fiz ou por outras razões.

Engoli em seco.

- Ele está ocupado, eu...

- May, ele foi o que mais sofreu com sua partida. Ficou triste durante dias, Gambit brigou com ele por ter te entregue a moto e deixado você ir. Claus sofreu muita coisa por sua causa e você não vai cumprimentá-lo?

Fiquei olhando para Claus enquanto levava o sermão. Então decidi ir até lá. Caminhei por entre as pessoas devagar. Claus estava sentado numa cadeira, rodeado por quatro garotas vulgares e turbinadas. Uma de cada lado, uma sentada na mesa de frente pra ele e outra atrás grudada em seu pescoço. Claus estava simpático como sempre fora.

- Claus? - o chamei.

Ele olhou para mim, não pareceu surpreso, virou a cara e continuou a conversar com a garota à sua esquerda. Era impressão minha ou ele fingiu que não me viu?

- Claus? - chamei de novo, sem entender seu comportamento.

Ele novamente não olhou. As garotas olharam para mim.

- Claus!

- Me diz uma coisa, tem uma garota parada bem ali? - ele apontou pra mim, mas falava com a garota da esquerda.

Ele me olhou meio estranho.

- Tem - ela respondeu.

- E como ela é? Tipo... cabelos castanhos, calça de couro, camiseta branca, jaqueta....

- Isso - ela respondeu sem entender os motivos.

- Pode perguntar a ela o nome dela, por favor?

- Por que você mesmo não pergunta? - ela perguntou a ele de cara ruim.

- Por favor...

Ela revirou os olhos e olhou pra mim.

- Qual o seu nome? - ela parecia sem paciência.

- May - respondi.

Os olhos de Claus ficaram bem abertos, agora sim ele parecia surpreso.

- May - disse a garota sem emoção.

Claus olhou para mim devagar. Ele se levantou e por um momento parecia que as garotas não existiam mais. Ele se aproximou de mim, pegou em meus braços e parecia sorrir.

- May? É você...?

- Sim, sou eu Claus - sorri.

Nos abraçamos momentaneamente. Foi um abraço longo e duradouro. Sem parar o abraço, Claus começou a dizer:

- Pensei que nunca mais te veria. Você não tem ideia de quantas vezes imaginei esse momento.

- Pensou que era outra alucinação? - dei uma breve risada e ele me acompanhou.

- Pensei sim - ele se afastou e olhou pra mim, ainda perto o suficiente para tocar meu rosto. - Como é bom te ver de novo May.

- Eu também acho bom te ver de novo Claus - sorri.

- E o Max? Veio com você?

- Não... na verdade, ele sumiu - suspirei.

- Sumiu? Ele... foi embora?

Era incrível como ninguém se surpreendia quando eu falava isso. Acabei de perceber o quão estúpida eu sou, o quanto de sofrimento eu trago para aqueles que deixei pra trás sem nenhuma explicação.

- Melhor não falarmos sobre isso agora.

Pousei minhas mãos sobre o peito de Claus. Ele pegou minhas mãos e as envolveu nas suas e antes de ele começar a falar algo, ele olhou para minha mão esquerda rapidamente.

- O que é isso? 

- Claus...

- Você...

- Claus!

- Você se casou? - ele perguntou meio nervoso, olhando diretamente em meus olhos.

- Claus, eu posso explicar... eu...

Claus jogou minhas mãos para longe dele, como se fosse algo contagioso e começou a subir as escadas nervoso. Pensei em ir atrás dele, mas poderia parecer outra coisa. Seria melhor ir embora agora e deixar ele me odiar, assim seria mais fácil me esquecer e seguir a vida. Quando me virei para ir embora, Nick apareceu na minha frente, me impedindo de prosseguir. Ele estava de cara fechada e braços cruzados.

- O que foi? - perguntei meio nervosa.

- Você não vai deixá-lo assim, não é mesmo? 

- Nick eu...

- May, se um dia você considerou a amizade de Claus, ou o que ele sente por você, você vai lá em cima e vai dar um jeito de deixá-lo feliz. Pense bem no tanto que ele esperou para te ver de novo e quando vê acaba nessa decepção, você quer vê-lo triste para o resto da vida? Vai lá agora e resolva isso.

Nick estava muito sério. Respirei fundo e decidi ir até Claus. Subi as escadas e quando olhei para trás, Nick ainda estava lá, me olhando seriamente e de braços cruzados. Continuei subindo, subindo, subindo, até que finalmente cheguei ao quarto dele. Respirei fundo e bati a porta duas vezes.

- Claus?

Não obtive resposta. Bati novamente.

- Claus, eu sei que você está aí, eu te escuto e sinto seu cheiro.

Novamente ele não disse nada.

- Cualé Claus, vamos resolver as coisas.

Escuto ele se aproximar da porta, ele a abre nervoso.

- O que você vai me dizer? Qual a desculpa esfarrapada que vai me dar?

- Claus, você não entende... John estava comigo num momento em que precisei mu...

- Ah claro, porque ele esteve ao seu lado quando você estava grávida, ele estava ao seu lado quando você caiu no meio do bar, ele te carregou até o quarto enquanto você estava gritando de dor, claro, claro, porque eu estava bebendo e me divertindo transando muito com muitas mulheres - ele falava alto e com raiva. - Claro que foi ele quem te deu a única moto que tinha para que você fosse embora salvar seu filho, foi ele que guardou o segredo de sua partida e acabou perdendo um grande amigo. Sim claro, tudo foi seu querido maridinho e o Claus aqui foi um nada pra você!

- Aí que você se engana Claus, sua moto está muito bem guardada, eu não troquei os motores dela porque achei que ia perder a essência dela, que é você. Achei que se a modificasse ela não seria algo seu que eu tenho comigo. Você é muito importante pra mim Claus...

- Então porque não quis ficar comigo May? Por que? - ele me olhava nos olhos.

- Eu não ia ficar com ninguém Claus. John aconteceu. Max me queria ver junto com o pai do coleguinha...

- ...e aí você decidiu ceder aos prazeres do seu filho?

- Não! John me chamou para sair e acabamos nos conhecendo e anos depois que fomos nos casar. Não fiquei com John só por causa de Max. Foi porque finalmente conseguiria viver uma vida sem mutações, sem bares e com amor verdadeiro. Eu poderia ter a vida que sempre sonhei Claus.

- Você acha mesmo que moraríamos num bar? Eu...

- Claus, eu não vim aqui pra brigar, só quero consertar as coisas. Quero que você entenda...

- Eu entendi, May, entendi muito bem. Você não me ama, nunca me amou. Poderia ter dito isso antes sabia? Seria muito mais reconfortante.

- Aaarg, Claus! - comecei a ficar nervosa pela teimosia de Claus.

Ele fazia eu me sentir péssima pelas coisas que fiz, coisas que eu queria esquecer. E agora eu não saberia responder. Será que algum dia, alguma vez, eu realmente amei Claus? E se não amei, por que eu nunca lhe disse isso?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

VOLTEI MEUS AMORES!!
Quanta saudade eu senti de narrar a história da May pra vocês *-* Afinal, ainda temos que saber o que houve com o Max, certo? Também senti falta dos comentários de vocês, da interação e tudo o mais. Bom, agora eu volto com tudo, escrevei capítulos diários durante a semana, espero que continuem acompanhando e gostando das loucuras da May :3
Um grande abraço !



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "May - Parte VI" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.