- Como é que é? Você vai embora de novo? – Ela disse deixando cair a bolsa.

- Não é isso que você está pensando.

- Então é o que, em?

- Espera ai Alice – Tentei me aproximar, mas ela me empurrou e se afastou.

- Não toque em mim.

- Alice me escuta. – Tentei me aproximar de novo.

- Eu não quero escutar mais nada, já ouvi o suficiente.

Ela disse pegando a bolsa toda desajeitada e saindo pela porta da sala.

Eu não tive muita escolha, então pedi licença ao pessoal e sai correndo atrás da Alice, que eu por sinal tinha perdido de vista.

POV. Alice

Eu não sabia para onde eu ia, estava andando sem rumo. Minha vontade era de sumir, então tive a ideia de ir para a casa de campo dos meus avós que ficava alguns quilômetros da cidade. Refugiei-me lá por um tempo, mas o suficiente para por as informações recentes no lugar. Eu tomei um banho que me fez relaxar, mas como estava muito quente fui para a sacada. A porta da sacada da para o quarto em que eu me instalei. Uma vez lá, me apoiei na grade e fiquei olhando para o céu, que por sinal estava todo estrelado. Para ondeolhava eu pensava em tudo em que estava vivendo e nas coisas que eu já vivi. A sensação do passado, que a muito tempo eu não sentia, estava vindo a tona depois de muito tempo. Posso dizer que não desejo isso a ninguém e eu não queria que acontecesse novamente isso. Depois de período viajando em pensamentos, eles interrompidos por um barulho.

- Quem está ai? – Gritei

- Ei, não tenha medo de mim – Era só o Souma me procurando.

- Não tenho – Falei fria fechando a cara e me virei para entrar com brusquidão.

- Espera – Ele pulou pousando na sacada e pegou meu braço me fazendo olhar para ele – Por que você está fugindo de mim? Por que não quer escutar o que eu tenho para falar?

- Porque eu não quero escutar você dizer que vai embora. Que vai me deixar sozinha... – Senti os meus olhos se enchendo de lágrimas, e logo as senti cai pelo meu rosto. Eu cai no choro e comecei a gaguejar. – Eu... eu não quero – Ele me abraçou.

- Eu não vou te deixar. Nunca. – Ele passou a mão no meu cabelo.

- Eu não sei. Estou confusa demais. – Continuei chorando.

- Eu imagino o que você está sentindo e pensando, mas não fique pensando nisso.

- Sério? – Virei-me olhei confusa.

- Sim. Eu nunca te deixarei. Confie em mim. – Falou levando a mão em meu rosto e enxugando algumas lágrimas que ousaram cair.

 Ele me beijou e acabei me entregando. Não pude resistir àqueles olhos castanhos mel e aquela pele morena que me deixa louca.

Amanheceu e o Souma ainda estava dormindo, quando eu desci e comecei a arrumar o café da manhã. Logo ele desceu e percebei que estava me olhando.

- Você está linda hoje.

Eu estava com a minha blusa de moletom bege, uma calça simples e um tênis.

- Que isso – Disse tentando esconder um pouco a vergonha.

- Você está mesmo – Ele me virou, fazendo- me olhar para ele.

- Souma...

Os beijos do Souma sempre são quentes e cheios de desejo, o que faz eu me encantar cada dia mais por ele. Naquele momento eu já tinha me esquecido um pouco que eu estava chateada com ele, mas de repente as lembranças me invadiram e me fez para o beijo.

- Ei – O empurrei levemente e voltei ao que eu estava fazendo.

- O que foi Alice? – Ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço.

- Eu ainda estou meio confusa em relação se você vai mesmo ou não – Confessei.

- Alice, você é bem cabeça dura, em. Eu já não disse que não vou te deixar. -  Ele me fez olha-lo de novo – Meu amor, eu nunca vou te deixar. Eu sei que você está preocupada, mas não precisa.

- Não sei se posso confiar em você -  Acabou saindo sem querer.

- Espera ai. Você não confia em mim? – Ele falou incrédulo.

- Em partes – Olhei para o chão.

- Como assim em partes? – Retornei para o seu olhar.

- Como assim...você me deixou sozinha por uma semana e meia, fora que eu fiquei igual uma louca te procurando em tudo em que era lugar, na esperança de te achar. E outra, você depois aparece do nada, na cara de pau, agindo como se nada tivesse acontecido– Senti que me exaltei, então tentei me aclamar indo para a sala e me sentando no sofá.

- Desculpa – ele veio por trás tentando me abraçar.

Fiquei pensativa por um longo momento, percebendo que eu também tinha errado e precisava também pedir desculpas a ele.

- Eu também te devo desculpas. Eu acabei me exaltando e gritei com você.

- Esquece isso – Ele me virou me fazendo olha-lo – Ei, eu não aguento mais essa situação, esse clima ruim entre nós.

- Eu sei, e eu também sinto isso, mas não muda o fato que eu estou mal, e o meu coração esta me dizen-

- Não ouça essa coisa ruim que o seu coração esta dizendo. Não fique preocupada com isso. Eu já enfrentei muitas batalhas e sai vivo. Então porque me preocupar?

- Mas e se essa você não sair vivo? O que eu vou fazer? Eu não quero perder novamente a pessoa que eu amo.

- Como assim Alice? Você está me escondendo algo?

Ele fez uma cara de espanto e eu tinha que concordar com ela. Eu sabia tudo sobre a vida do Souma, mas ele não fazia ideia da minha.

-Souma eu tenho que te contar algo. Algo muito importante sobre mim.