"A vida é cheia de segredos. Não se pode aprender todos de uma vez só.". (O Código da Vinci)

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Meus Amigos, Nossos Amigos

Gray estava sentado encima de um barril e Erza estava admirando uma espada quando Natsu os viu. Gray estava usando seu habitual casaco branco, que simbolizava sua posição como capitão, mas também usava roupas de marinheiro que, aliás, eram bem parecidas com as que Natsu usava naquele momento. Mas haviam claras diferenças entre os dois. Gray tinha um enorme sorriso no rosto, ao contrário de Natsu, que deixava bem visível que queria ir embora o mais rápido possível, e o azulado conversava com uma garota de cabelos azuis enrolados nas pontas. Ambos pareciam bem entretidos na conversa, além de lançarem olhares carinhosos um pro outro, concentrados somente na sua conversa, tanto que Gray demorou a notar Natsu. Já Erza usava um vestido curto, roxo com detalhes em dourado, que batia em seu joelho. Na verdade, era um vestido longo comum que ela própria parecia ter rasgado pra deixar mais confortável. Realmente, era algo que ela faria. Ela estava completamente concentrada na espada, afinal, pelo que Natsu sabia, Erza amava armas, e simplesmente adorava testá-las (principalmente se a cobaia fosse Natsu, diga-se de passagem). A espada que ela tinha em mãos era simples, com um cabo preto com detalhes em dourado. Era uma arma realmente bonita, e deveria dar bons golpes se usada corretamente.

Natsu estava perplexo. Que motivos aquela loira potencialmente maluca teria pra sequestrar o capitão da terceira divisão do exército Dragneel e a princesa do reino Scarlet? Enquanto isso, a loira ao seu lado olhava a cena como se a presença deles fosse a coisa mais normal do mundo.

–Gray, Erza, vocês foram sequestrados também? - perguntou Natsu, perplexo.

–Na verdade não. - disse Erza.

–Viemos por conta própria, Natsu. - disse Gray. Natsu ficou ainda mais surpreso com o que eles disseram do que com a presença deles ali. Ele arregalou os olhos e disse:

–O que raios vocês vieram fazer aqui por vontade própria?!

–Ora, viemos visitar uma amiga. - disse Gray. Natsu estava prestes a perguntar quem era a tal "amiga", Gray abriu um sorriso ainda maior e disse: - Lucy!

–Gray! - gritou Lucy, animada, ao lado dele. Ela correu até Gray e se jogou nos braços dele, enquanto ele a embalava num abraço.

–Mas o que...? - disse Natsu, surpreso. O melhor amigo dele conhecia, ou melhor dizendo, era amigo da garota que o raptou? Como assim? Desde quando? Então, Erza se levantou e foi até ela, abraçando-a também.

–Estou tão feliz em te ver, Lucy! - disse Erza.

–Pois é. Fazem... o quê? 13 anos? Ou será que é menos, ou talvez mais? - disse Lucy. Espera, se eles se conheciam há mais de 13 anos, então... Eles deviam se conhecer desde a infância! Mas... Como...?

–Epa, epa, parou, parou. O que raios está acontecendo aqui? - perguntou Natsu, visivelmente confuso e levemente irritado. Gray e Erza desanimaram-se. Eles se entreolharam como se perguntassem um ao outro "Devemos contar a ele?". Lucy direcionou um olhar chateado pro chão, mas alguns segundos depois, ela sorriu e disse:

–Isso, meu caro Natsu, é segredo. Não se meta em assuntos que não são da sua conta. - e deu uma cutucada delicada no nariz de Natsu. Ele fez uma careta e cruzou os braços. Ele deveria estar casado naquele momento, aliás, já deveria estar sendo coroado rei, libertando seu pai do fardo de comandar o reino pra que ele finalmente descansasse. Mas não, ele estava num navio pirata, com uma capitã quase que completamente pirada acompanhada de diversos piratas que poderiam arrancar-lhe a cabeça com um só golpe. Ótima situação.

–Vamos, rosinha. Vou te apresentar a minha tripulação. - primeiro Lucy levou Natsu, que estava sem a mínima vontade de ser legal naquele momento, até a garota que falava com Gray. Ela usava uma blusa vermelha xadrez e calças pretas, com botas marrons. Ela tinha cabelos até os ombros, enrolados nas pontas e tinha uma expressão simpática no rosto, o que o fez querer sorrir e ser legal com ela, por mais irritado que estivesse.

–Natsu, esta é Juvia. Juvia, este é Natsu Dragneel, noivo da Lisvaca e príncipe do reino Dragneel. - disse Lucy.

–Olá, Natsu! É um prazer conhecê-lo. - disse Juvia.

–O-Oi. - disse Natsu, meio de má vontade.

–Nossa, que apresentação mais animada! - disse Lucy, em tom irônico, recebendo logo um olhar reprovador de Natsu. Ela suspirou e deu de ombros, seguindo até o próximo pirata. Era o garoto de cabelos azuis, tatuagem e que tocava violão. Ele percebeu que o cara lançava olhares pra Erza, como se... Como se eles se conhecessem. Pelo canto do olho ele olhou pra Erza. Ela agora lançava olhares pro cara também. Será que Natsu devia...? Não, não devia. Perguntar algo pra Erza se tornaria algo perigoso se ele o fizesse de maneira "ofensiva".

–Este é o Jellal. Ele é o sub-capitão do Princess Elizabeth, junto com a Levy. Temos 3 pessoas prontas pra comandar, dependente do problema. Estratégico, Defensivo ou um Ataque puro. - explicou Lucy. Jellal fez um aceno de cabeça e Natsu não se moveu. Lucy o apresentou a mais alguns piratas, como Cana, a bêbada, e Wendy, a pirata mais jovem da tripulação juntamente com Romeo, da mesma idade que ela.

–Lucy, precisamos conversar. - disse Erza, com Gray ao seu lado. Ambos tinham expressões sérias, e com isso o sorriso de Lucy diminuiu até não existir. Ela assentiu e chamou Wendy.

–Wendy, será que podia mostrar o navio pro Natsu? Eu tenho que resolver uns assuntos com meus amigos recém-chegados. - disse Lucy.

–Claro, Lu! - disse Wendy, sorrindo. Ela pegou a mão de Natsu e disse: -Me siga, Natsu.

–Tá...? - murmurou Natsu, só pra si, seguindo-a. Ele olhou pra trás e viu a expressão de Lucy. Preocupação e... Tristeza? Então, só por um momento, ele quis dar meia volta e consolá-la, como se uma força maior, no fundo do coração dele se importasse com ela. O que não fazia sentido algum. Por quê ele iria querer que a sua raptora ficasse feliz? Por mais que ele se contestasse, a sensação continuava lá. Mas quando ele ía abrir a boca pra falar, os 3 entraram numa sala e a porta bateu com força, deixando um Natsu preocupado e confuso pra trás.