Love's To Blame. escrita por Anne


Capítulo 2
Portland.




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— Anne! — Ouço a voz doce e calorosa do meu pai me chamar, e assim que o avisto, corro até ele. Ele me envolve em seus braços para um abraço convidativo, e cheio de saudades. Meu pai é uma das únicas pessoas do mundo que consegue fazer com que eu me sinta completamente amada. — Como eu senti sua falta, minha filha.

— Eu também, pai. Não imagina quanto.

E ele não imagina mesmo. Tudo que fiz morando esses dois anos com a minha mãe foi sentir a falta dele. Do meu pai, doce, amigável, que me entende, que me ajuda, me apoia e que demonstra que me ama, que tem orgulho de mim. Ao contrário de minha mãe, totalmente o contrário. Não sei porque escolhi ficar com ela aquele tempo ao invés dele. Talvez porque não conhecia o lado dela que conheci nesses anos, e porque sentiria falta dela. E também pelo fato dela ter feito minha cabeça, inventando mil bobagens. Mas isso não vem ao caso, não agora, não mais. Estou finalmente no lugar certo. Em Portland. Com meu pai.

Assim que chegamos em casa, meu pai vai até a cozinha preparar o jantar e pede pra que eu ajeite minhas coisas, depois de mostrar meu quarto. O mesmo de antes, só que agora com cortinas e colcha de cama diferente. Mas plenamente confortável, como sempre.

Depois de tudo estar arrumado e no lugar, vou até a cozinha, e encontro a mesa carne de churrasco, arroz e uma salada.

— Como andam as coisas com sua mãe, filha?

— Bem... Na medida do possível, você me entende pai.

— Entendo, e como. Eu te matriculei numa escola, a mesma que você estudava antes de ir embora. Tudo bem pra você?

— Tudo, é claro.

Ou não. Nunca tive amigos naquela escola, mas eu não sou lá muito de fazer amizades mesmo, não é a escola que eu estudo que vai mudar isso. "Talvez tivesse me esquecido da escola pai, e queria que você também esquecesse. Acabei de chegar, né." Foi o que imediatamente pensei e o que queria dizer, mas eu não iria desapontá-lo.

— Então você já começa amanhã.

— Amanhã?

— Sim.

— E que horas são?

— Dez. Seu material está dentro do seu guarda-roupa, na parte que ainda esta vazia, caso não tenha visto.

— Bom, tudo bem então, acho que vou dormir, né. — Digo assim que termino de comer, e me levanto da mesa em seguida.

— Tudo bem filha, deve estar cansada. Boa noite. Durma com Deus.

— Boa noite, pai.

Assim que entro em meu quarto e me deito, pensamentos começam invadir a minha mente e espantar o sono que eu já nem estava, de qualquer forma. Coisas como: "Por que você fez isso comigo, mãe?" É. Principalmente isso.


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