Ele se aproximou mais um passo de mim. Meu coração estava acelerado, mas não era por felicidade. Era um misto de dor, sofrimento, raiva.
– Luke, não se aproxima de mim.
– Por que, Anne?
– Por favor. Não faz isso.
– Só me responde o porquê. Só isso, por favor, eu preciso saber o que eu te fiz.
– Nada, é sério, você não fez nada. É só que... Eu não sei mais o que eu sinto por você. É ódio, disso eu tenho certeza. Mas você não fez nada. Não que significasse algo pra você pelo menos, mas pra mim sim. E... Nada. Nada mesmo.
– Anne, eu gosto muito de você, pô, de verdade. Você sabe disso. Eu demonstro isso.
– Esse é o problema. Você demonstra Luke. Demonstra até demais, e isso dói, dói muito. Porque eu sou sua. Mas eu não quero ser. Porque sou só mais uma pra você. Eu gosto de você Luke, mas você não é meu. E por mais que você também goste de mim, é da mesma forma como gosta de outras. Eu posso ser diferente, como você diz. Mas é claro, ninguém é igual a ninguém. E você sabe muito bem que não sou a única na sua vida, passo longe de ser. E Luke, eu só quero ser a única de alguém, entende? A gente não pode continuar, eu não quero me apegar mais a você.
– Me desculpa. – Ele abaixa a cabeça, e quase parecia que ele ia chorar ali mesmo. – Eu não queria que fosse assim. Mas você tem razão, você merece alguém melhor que eu. Que dê valor pra menina perfeita que você é. Não vou mentir pra você, não quero te fazer sofrer mais do que já fiz. Então, tudo bem, a gente para por aqui. Mas eu continuo me importando com você, então, podemos ser amigos, Ann?
– É claro, vai ser ótimo ter alguém tão legal como você como amigo. – Eu sorri em meio as lágrimas. Isso podia me machucar por um tempo, ser amiga do menino que meu coração aparentemente ama e odeia ao mesmo tempo. Mas eu não queria dizer adeus pra ele. Eu iria me acostumar.