Filho Da Caçada escrita por BlindBandit


Capítulo 6
Capítulo 6 -Uma caçadora esquentadinha me enfrenta




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Eu sabia que não conseguiria dormir mais nada, acordara cedo naquele dia, as  duas semanas começaram a voar quando eu estava no acampamento, e eu sentia que aquele era o meu lugar, já que o dia começava a amanhecer. Então decidi dar uma volta pelo acampamento. Passei no meu chalé e peguei as flechas, as mesmas que eu havia usado na Manticora. As mesmas que por acaso, ninguém me explicara como fora parar lá. Provavelmente algum presente de minha mãe.

Eu caminhei até a beira da praia, onde haviam alguns alvos, cerca de meia dúzia. Eu me posicionei bem distante deles, peguei uma flecha e a encaixei no arco, eles eram feitos um para o outro, e agora faziam parte de mim, podia sentir uma certa eletricidade correndo pelo meu corpo quando eu disparei. Ela acertou com precisão no meio do alvo, e foi assim com todos os outros. Depois de acertar a ultima flecha, ouvi uma voz atrás de mim dizer.

- Boa pontaria rapaz – eu me virei, e um homem, com cerca de quarenta anos, me sorria amigavelmente. Ele tinha cabelos negros, e grandes olhos verdes, os mesmos de Sam. Eu sabia exatamente quem ele era.

- Obrigada – eu respondi, posando o arco de lado.

- Se bem que, de um filho de Artemis, isso era de se esperar. – ele disse sorrindo. 

- Você já conheceu algum outro filho de Artemis ?  - eu perguntei.

- Ah sim – ele disse – Quando eu era jovem, eu sai em algumas missões com as caçadoras, as melhores eram sempre filhas de Artemis, mas isso era um segredo muito bem guardado, se não fosse por Thalia, eu nunca saberia.

- Thalia? – eu perguntei – Quero dizer, a menina do pinheiro?

- Sim – ele disse. – Thalia é uma grande amiga minha, ela se juntou as caçadoras no passado, mas ainda mantemos uma amizade.

- Parece que todas as historias incríveis que eu ouço, são sempre sobre você – eu disse rindo, e ele se juntou a mim.

- É, o grande Percy Jackson! – ele riu – Sabe garoto, eu era meio otario, bem desajeitado e muito divagar, eu realmente não sei como fiz tudo isso, mas na época, não era grande coisa, era mais como “ Mais uma missão, mais uma chanse de ser insinerado, amordaçado, transformado em porquindo da  índia... entre outros “ as pessoas cantam minhas vitorias, mas na verdade, eu me encrenquei muito para resolver o problema os deuses.

Um trovão chicoteou ao longe, mas Percy deu de ombros. Eu estava me familiarizando com ele. Percy Jackson não era um cara metido e arrogante como eu imaginara, mas um simples cara, que por um acaso foi escolhido para resolver muitos problemas, e ele soube superar todos eles.

-  Você virou um porquinho da índia?! – eu perguntei gargalhando.

- Ei, é serio! – ele gargalhou – se não fosse por Annabeth, eu ainda estaria lá, enjaulado.

- Mas agora tenho algo serio para te falar – ele disse. – Quiron acabou de me falar que as caçadoras descobriram ao seu respeito, e elas estão vindo para cá.

Eu engoli seco.

- Elas costumam ficar no chalé de Artemis, e eu acho que você não gostaria de ficar lá com elas, vá por mim. O sofá da casa grande não é o lugar mais confortável do mundo, então, sinta-se a vontade para passar alguns dias na minha casa até as caçadoras irem embora – ele disse. – quero dizer, se elas não cortarem sua garganta antes.

Eu me arrepiei inteiro.

- Relaxa cara, estou brincando. Peça a minha filha Samanta levar suas coisas para nossa casa – ele disse se levantando para ir embora. – Estaremos te esperando, e não se preocupe, vai dar tudo certo, acredite em mim, sei bem como é ser filho de um Deus que tecnicamente não deveria ter nenhum filho.

Então ele saiu, me deixando sozinho na beira da praia, pensando o que seria da minha vida quando as meninas armadas chegassem.

Eu estava na aula de esgrima, tinha perdido feio para um menino do chalé de Ares ( porque será?) então eu estava sentado na arquibancada, com um gelo no meu braço. Nalu e Luca também estavam lá.

- Então, vocês também são filhos de meio-sangues? – eu perguntei. – Como Samanta?

- Sim – Nalu respondeu, tirando o cabelos dos olhos. Seus cabelos castanhos lisos eram repicados na altura dos ombros, da mesma cor de sua pele, o que destacava os olhos azuis elétricos no rosto indígena. – Minha mãe é filha de Afrodite, e meu pai, filho de Jupter, a versão romana de Zeus.

- Pera, seus pais são gregos e romanos? – perguntei, tentando imaginar a cituação.

- Sim, os meus também. – Luca se pronunciou, ele estava até então montando uma florzinha de engrenagens. – Meu pai é filho de Hefesto, e minha mãe, filha de Plutão, a versão Romana de Hades.

- É, nossos pais eram uns dos sete meio sangues da grande profecia. – disse Nalu. – Onde os gregos e romanos tiveram que se juntar contra a Deusa Gaia.

- Sam é a única que mora no acampamento – completou Luca. – Meus pais e os pais de Nalu, mesmo que tentassem, não se sentiam confortáveis vivendo no acampamento de um outro, então, eles decidiram se mudar para fora deles, em uma cidade próxima.

- E nós vemos para cá todos os verões. – completou Nalu.

Nossa conversa foi interrompida por uma garotinha, ela não devia ter mais do que oito anos, tinha cabelos loiros lisos caindo pelos ombros, olhos azuis e faltavam alguns dentes na sua boca. Ela me Fez lembrar de Willow, o que fez um aperto no meu coração.

- Elas chegaram! – a menininha disse, meio sem fôlego, entre as respirações. Ela tinha as bochechas vermelhas pela corrida. – As caçadoras, elas chegaram! – ela disse, e saiu da arena correndo, com todos os campistas atrás dela.

Nalu e Luca me olharam, sorrindo, me encorajando.

- Relaxa, vamos lá ver – disse nalu, ela me tomou pelo braço e caminhamos até onde os campistas se aglomeravam.

Quando me falaram sobre as caçadoras, eis a imagem que veio na minha cabeça. Meninas grandes, troncudas, braçudas, com a cara amarrada,  cabelos sujos e empoeirados, cheias de calo, arranhões, feridas e queimaduras. Olhares rabugentos e nervosos.

Bem, eu estava muito errado.

Com exceção, é claro, aos olhos rabugentos e nervosos.

As meninas que eu vi chegando, não eram nem de longe feias, na verdade, eram todas lindas, cada uma delas. Vai ver era por isso que os meninos estavam mais perto, enquanto varias das garotas estavam atrás, com olhares invejosos.

Elas a maioria tinha os cabelos longos, trançados com fios de prata, que brilhavam, sob o fino diadema em suas cabeças. Usavam roupas simples, marrons, de tecido firme, mas que acentuavam bem suas curvas, todas elas estavam armadas, a maioria com flechas. Mas haviam algumas com espadas e lanças.

Uma das garotas, a primeira que chegou, desceu do cavalo rapidamente. Ela tinha os cabelos curtos, como os de um menino, não que isso a deixasse um pouco menos esplêndida. Sua pele era branca, pintada por sardinhas, e seus olhos brilhavam em um azul elétrico. Como os olhos de Nalu. Eu sabia de onde vinham aqueles olhos hipinotizantes. Zeus.

A menina correu em direção a Percy e Annabeth, se jogando em seu abraço. Ela tinha lágrimas nos olhos. As outras caçadoras a olhavam a distancia, evitando o contato com os campistas, mas ela não parecia se importar.

Ela então caminhou em minha direção, seus olhos examinando os campistas, todos eles. Seus olhos passaram por mim, ela se demorou um pouco mais, torcendo os lábios, mas logo seguiu em frente. E parou na frente de Nalu. Um grande sorriso branco apareceu no rosto da jovem filha de Zeus.

- Nalu! –ela exclamou sorrindo e abraçando-a. – Da ultima vez que eu te vi, você batia nos meus joelhos! Está tão parecida com sua mãe! E como vai meu irmão?

- Ele está ótimo- ela disse – Nos mudamos para Hollywood mês passado, você deveria ir nos visitar, papai fala muito de você.

- Ah, eu sinto tanta falta de Jason  - ela disse. – Passamos tão pouco tempo juntos... prometo que vou tentar visitá-los quando eu sair em alguma missão. 

Nalu assentiu, abraçando sua tia, e então ela voltou para as outras caçadoras.

- Vocês devem estar cansadas da viajem – disse Quiron – Samanta, por favor, leve as caçadoras até o chalé delas.

- Agradeço – disse uma das meninas, ela aparentava seus desesseis anos, tinha a pele branca, e seus cabelos eram longos e trançados,  de um castanho claro, quase ruivo. Seus olhos eram amarelados, um pouco esverdeados e salpicados de marrom, iguais aos olhos que eu via todos os dias no espelho. – Mas precisamos resolver um assunto de estrema urgência, boatos chegaram a nossos ouvidos. Boatos um pouco, atordoantes, posso dizer. De que um filho, homem, de Artemis, foi reclamado no acampamento.

Todos fizeram silêncio, a menina era amedrontadora.

- Se esses boatos forem verdadeiros, que o filho de Artemis se apresente, pois precisamos ter uma longa conversa, que decidirá seu destino.

- Melanie, porque não resolvemos esse assunto mais tarde – disse Percy, dando uns passos a frente para firmar sua posição.

- De maneira alguma, filho de Poseidon – ela disse com certo desprezo, como se cuspisse a palavra. – Eu quero ver o garoto, e quero ver agora.

Eu senti olhos pesando sobre mim. Fechei os meus e respirei fundo, antes de abrir os olhos e dar um passo a frente, atravessando a multidão, que abria caminho para mim e murmurava.

- É comigo que você quer falar – eu disse em uma voz clara e cheia da calma, que eu nem acreditei pertencer a mim, uma vez que meu corpo inteiro tremia.

Melanie se aproximou de mim a passos lentos, me examinando e me medindo com os olhos. Ela veio dos meus pés, e parou em meus olhos, eu mantive seu olhar firmemente.

- Hmmm – ela disse em quanto me examinava. Ela pegou meu colar entre os dedos, examinando o pingente, seus olhos se arregalaram.  – Onde você conseguiu isso.

- Foi um presente – eu disse, quase como um rosnado, eu definitivamente não gostada da maneira que essa garota tratava a todos como seus inferiores.

- Você não é digno de usar isso – ela disse, puxando do meu pescoço e arrebentando a corda, depois jogos no chão, e pisou em cima.

Todos estavam em completo silêncio, como se a mínima respiração, pudesse explodir todo o acampamento.

- Você, não determina o que eu sou ou não sou digno de usar – eu disse, pegando o colar do chão e andando em direção a ela, com os olhos cheios de raiva. – Isso foi um presente, um presente de minha mãe, e eu não admito o seu comportamento mesquinho diante de mim e de varias outras pessoas.

- Sua mãe? Que engraçado – ela disse sorrindo com deboche. – A mesma mãe que te largou e nunca te visitou? Me desculpe te contar isso querido, mas nossa mãe, não tem muito amor pelo sexo masculino, mesmo por seus filhos, vai ver foi por isso que ela te abandonou.

Meu sangue fervia, eu não conseguia respirar nem pensar com clareza. “ Nossa mãe “ ela havia dito. Essa garota é minha irmã.

- O que ela fez ou deixou de fazer comigo, não lhe diz respeito. Isso é um assunto meu e da nossa mãe – eu disse. – Agora se você me der licença, eu tenho mais o que fazer do que ouvir desaforo de alguém que se sente muito superior a outros. Passar bem caçadora, podemos conversar mais tarde, quando eu estiver disponível, e você, um pouco menos irritadinha.

Então virei as costas para ela e sai a passos lentos, todos os olhos em mim. A expressão de Melanie ea de puro choque e desgosto, o que fez com que Nalu começasse a bater palmas, seguida por Luca, Sam, Percy, Annabeth... então todos riam e assobiavam. Enquanto Melanie e varias outras caçadoras, ferviam de raiva. Thalia não se pronunciou, mas tinha um leve sorriso no rosto, marcando triunfo.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado!



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