Polissuco escrita por Érika


Capítulo 3
Gwenevere


Notas iniciais do capítulo

Tá ai, o 2° Capítulo da fic!
Eu acrescentei uma personagem à família Greengrass, a Gwen. Espero que gostem dela!



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Academia de magia de Durmstrang, 18 de julho de 1995

–Granger. -Rosnou Malfoy. Mesmo no escuro ele reconhecia a sangue-ruim dentuça.

–Malfoy? O que você está fazendo aqui? -Perguntou Hermione, surpresa.

–O que você está fazendo aqui? -Perguntou Draco, mesmo sabendo a resposta.

–Eu vim visitar o Vítor, e você?

–Isso é sério? Depois de ler todos aqueles artigos no profeta Diário você ainda dá uma chance à Granger? -Perguntou Malfoy ao Krum, ignorando a pergunta da morena.

–Depois de ler todo aquele lixo você ainda acredita no que a Skeeter diz? -Respondeu Krum no mesmo tom de Malfoy.

Nos últimos dois dias Draco seguiu Vítor para cima e para baixo, tentando testemunhar um encontro com Karkaroff, mas isso não aconteceu. Vítor não fazia nada de interessante, quando não estava lendo, estava treinando. Vez ou outra ele se livrava de Malfoy e ia ver Hermione, quando isso acontecia, Draco ia a procura de Karkaroff para checar se ele não estava conversando com Vítor ou colocando o "Plano Anti-Malfoy" em prática, mas isso também não aconteceu.

Tedioso. Era essa a palavra que Malfoy estava procurando para definir a sua missão infrutífera. Mas o destino não concordava. Essa parecia uma missão chata que não levaria a lugar algum, mas era apenas o inicio da história de um grande bruxo.

–Hãã... Vamos, Vítor? –Hermione quebrou o silêncio.

–Ah, sim, claro! –Disse Krum, colocando uma mão em seu ombro e guiando-a em direção a saída.

–Você vai me deixar aqui para sair com a Granger? –Perguntou Malfoy. Krum era o mais próximo de um amigo que ele tinha na Bulgária. Além disso, ele não suportava a ideia de que a sangue-ruim ainda tivesse coragem de falar com ele ou com o Krum, depois de chutá-los. Tecnicamente ela chutou o Vítor, não você, disse uma voz em sua cabeça, e aquilo não foi um fora, foi um lembrete amigável de uma conversa anterior. Mas ele nem mesmo deu atenção a essa voz. Qualquer um que defendesse a sangue-ruim não merecia sua atenção.

–Você até que é bonitinho, Malfoy, mas não faz o meu tipo. –Disse Krum, arrancando uma gargalhada de Hermione. –Esteja no quarto ás onze horas e não se preocupe se eu não voltar!

Draco apenas acenou com a cabeça e seguiu a direção oposta.

***

Enquanto caminhava pelo vilarejo, Draco tentava organizar seus pensamentos e prioridades. Seus dias na Bulgária foram os mais tediosos da sua vida. Se em uma semana ele já queria voltar para a Inglaterra, como seria ter que passar o ano aqui? Seu pai queria que ele estudasse em Durmstrang para aprender a Arte das Trevas, mas agora aprender magia negra não parecia nada interessante. Não nesse lugar tedioso.

Um grito agudo o despertou Draco de seus pensamentos. O grito vinha dos fundos do Utreshniya den, o restaurante onde ele, ou melhor, Krum, havia jantado com a Granger.

Draco correu em direção aos fundos do restaurante, mas encontrou o portão trancado.

–Alohomora!

E o portão se abriu com um click.

No chão do quintal, estava uma menina que gritava e se debatia de dor. Seus olhos verdes inundados em lágrimas, seus cabelos loiros sujos com a lama do chão, sua pele clara coberta com sangue. Em pé, com a varinha apontada para ela, estava Timoty, o simpático garçom que servira Hermione Draco duas noites antes.

Por um segundo, o olhar da garota encontrou o de Malfoy e ele pôde ver a súplica em seus olhos, por favor, me ajude! Timoty, por outro lado, não pareceu notar a presença do Sonserino, pois um minuto depois tornou a gritar:

–Crucio!

E a menina voltou a debater-se de dor. Draco, sem pensar duas vezes, apontou a varinha para o garoto e gritou:

–Expelliarmus!

Timoty mergulhou para pegar sua varinha e, antes que Malfoy pudesse fazer qualquer coisa, desaparatou.

–Você está bem? –Perguntou Malfoy à menina no chão sem ao menos perguntar se ela falava inglês.

–Depois do que ele fez comigo você realmente espera que eu esteja bem?

–Ele vai pagar pelo que fez, você sabe, é contra a lei usar uma maldição imperdoável.

–Você não me parece do tipo que se importa com a lei. –Disse a menina com um meio sorriso no rosto.

–Você está muito engraçadinha para alguém que acabou de ser torturada. – Observou Malfoy secamente e a menina fechou a cara. Ela não parecia ter mais de 18 anos.

Draco ajoelhou-se ao seu lado e examinou seus machucados.

–O que você quis dizer com aquilo? –Perguntou o menino, depois de um longo silêncio.

–Aquilo o que?

–Que eu não sou do tipo que se importa com a lei.

–Simples. Você usou o Alohomora e o Expelliarmus sem pensar duas vezes, e você é claramente um menor de idade, a lei o proíbe de usar magia fora da escola.

Isso era verdade. Draco sempre usou magia fora da escola. Seu pai sempre disse que o ministério nunca descobriria, e se descobrisse não faria nada.

–Você percebeu isso enquanto estava sendo torturada?

A menina assentiu.

–Uau.- Disse Malfoy, e voltou a examinar os ferimentos da loira.

–Você consegue mexer esse braço? –A voz de Malfoy agora era um sussurro, não parecia o sonserino arrogante que todos conheciam.

A menina fez que não com a cabeça.

–Accio maleta.

Uma maleta voou direto para as mãos de Draco. Ele a abriu e examinou seu conteúdo, era lá que ele guardava seu material para fazer poções. Ele misturou alguns ingredientes em um frasquinho e o entregou á menina.

–Prenda a respiração e beba tudo de uma vez. –Recomendou com a voz mais suave que conseguia. Esse é mesmo o nosso Draco Malfoy? –Vai acabar com a dor por um tempo. Eu vou ter que levá-la ao hospital. Espero que a poção dure até lá.

Esse é definitivamente o Malfoy errado!

–Accio Vassoura! –A nimbus de Malfoy surgiu em meio às casas. Ele ajudou a garota a montar na vassoura e subiu logo em seguida, partindo em direção ao hospital mais próximo.

–Desculpe a pergunta, mas como isso aconteceu? –Perguntou Draco depois de muito silêncio.

–Não, tudo bem, você tem, todo o direito de saber. –Disse a menina. –Quando o Timmy, digo, Timoty começou a me torturar, eu caí de lado e acho que quebrei o braço.

–Não, não isso. Eu quis dizer, por que ele a torturou?

A garota adquiriu uma expressão sombria.

–Eu conheci o Timoty ano passado, na copa de Quadribol, nós nos demos bem automaticamente, mas nós achamos que nunca mais nos veríamos. E estávamos super enganados, já que alguns meses depois ele foi a Hogwarts com outros alunos de Durmstrang para o torneio tribruxo. Desde então nós namoramos, ou melhor, namorávamos. Eu vim para a Bulgária para passar um tempo com ele. Ontem Timoty sugeriu que nos casássemos logo, já que com os trouxas cada vez mais presentes no mundo bruxo, logo não haveria mais sangue puro. E disse que não estava pronta para um compromisso e que essa coisa de sangue puro realmente não importa que os nascidos-trouxas são tão bruxos quanto nós. Não sei se o que despertou sua fúria foi o fato de eu recusar a sua proposta ou eu ter defendido os trouxas, tudo o que sei é que ele me chamou para conversar essa manhã e... e... –A garota sussurrava e tremia enquanto falava. Ela não precisava continuar, Draco presenciara o final dessa história.

Ele queria parar a vassoura naquele momento e mandá-la descer, ou levá-la para o Timoty voltar a torturá-la. Como alguma puro-sangue em sã consciência pode defender os trouxas? Quem ela pensa que é para dar o fora no cara? Ela era apenas uma mulher iludida e nada mais. Mas os gritos da menina ainda ecoavam em seus ouvidos, a imagem dela gritando, coberta de sangue e lama não saia da sua cabeça. Ninguém merecia aquilo.

Eu sinto muito, ele quis dizer. Mas não podia, ele não sentia. Tampouco sentia raiva. Ele simplesmente não sabia o que sentir.

–Hãã... Então você estuda em Hogwarts? –Perguntou Draco afinal, sem saber o que falar.

–Estudava. Acabei a escola agora.

–Aaahh... E você era de qual casa?

–Corvinal. E você?

–Vou começar meu quinto ano agora. Sou da Sonserina.

–Aaah. Minhas irmãs mais novas são Sonserinas, assim como toda a minha família. Eu sou a “ovelha negra” da família, a primeira a quebrar a tradição em gerações. Mas tradições foram feitas para serem quebradas, não?

Essa menina é louca! Não há outra explicação! Quem é ela afinal?

–Ah, sim, sou Gwenevere Greengrass, mas me chame de Gwen, eu odeio esse nome. Desculpa por não ter me apresentado mais cedo. –Falou a menina, como se pudesse ler a sua mente.

–A irmã da Daphne? –Perguntou Draco, lembrando de uma ex-namorada, se é que ela chegou a ser sua namorada.

–Sim, sim. Sou a irmã mais velha da Daphne e da Astoria. Aquela de que todos da família tomam um cuidado especial de nunca mencionar. A traidora.

Além de defender os trouxas e dar um fora no Timoty ela ainda quebrou a tradição da família? Draco tinha motivos suficientes para jogá-la da vassoura. Mas as memórias da garota sendo torturada o impediram.

–Chegamos. –Disse em um tom seco enquanto pousava a vassoura.

–Obrigada, Draco! –Disse a garota. Ele a olhou espantado. Como essa garota sabe o meu nome?

–Quando você estava com a Daphne ela não parava de falar em você. Eu e a Astoria não aguentávamos mais. Ainda bem que vocês terminaram! –Explicou Gwen rindo. –Mais uma vez, muito obrigada! Você seria um ótimo curandeiro!

–Disponha. –Respondeu Draco com o tom mais frio que pôde. Então montou na Nimbus outra vez e partiu em direção ao castelo de Durmstrang.

(Gwen Greengrass)

***

Já era quase uma hora da manhã e Vítor ainda não tinha voltado, O que será que ele e a Granger estavam fazendo? Draco logo afastou o pensamento. Tomara que o Krum esteja com a Granger, não conversando com o Karkaroff, pensou Draco. Mas uma pequena parte de si, tão profunda e escondida que nem o próprio Malfoy sabia que existia, não queria que ele estivesse com a Granger. Eu só não quero os dois juntos porque é um absurdo a Granger voltar pro Krum depois de dar o fora nele, repetiu Draco para si mesmo, só isso, não há nenhum outro motivo.

Afastando o assunto Granger e Krum de sua cabeça, Malfoy tentou dormir. Quando Malfoy finalmente fechava os olhos, os gritos agudos de Gwen o acordavam, as imagens dela sendo torturada pareciam estar impressas em suas pálpebras e ele não sabia se as apreciava ou repudiava. O encontro com Gwen realmente o confundira. Ele sentira simpatia pela garota e antipatia pelo seu modo de pensar. Ele sentiu pena dela e ao mesmo tempo ficou feliz por ela ter recebido o que merecia. Mas que diabos estava acontecendo com ele?

Se dormir significava trazer essa enxurrada de memórias e sentimentos confusos, era melhor não dormir tão cedo. Decidido a encontrar Krum, Draco vestiu-se e saiu do quarto. Afinal, o que ele tinha a perder? Ele ainda não era um aluno de Durmstrang, as regras não se aplicavam a ele! Além disso, ele só queria ter certeza de que Krum não estava com Karkaroff, conversando sobre o plano Anti-Malfoy.

Não, isso não tem nada a ver com a Granger, lembrou-se Malfoy. E saiu em direção ao desconhecido. As palavras de Gwen ecoando em sua mente. Tradições foram feitas para serem quebradas, não?


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?
Críticas, dúvidas, elogios, perguntas são aceitos ^^
Vou tentar postar o próximo capítulo o mais rápido o possível, mas para isso a minha criatividade tem que colaborar.



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