Polissuco escrita por Érika


Capítulo 2
"Utreshniya den"


Notas iniciais do capítulo

Pelo jeito vocês gostaram da fic, então vou postar regularmente!
Aline, muuuuuuiiitooo obrigada pela linda recomendação! Mal posso acreditar que ganhei uma recomendação NO PRÓLOGO! *Dança de alegria*
Espero que gostem do capítulo!
(Sim, eu mudei o "meu nome")



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Academia de Magia de Durmstrang, Domingo, 16 de julho de 1995.

Vitor releu a carta mais uma vez, apenas para ter certeza de que viu a hora e a data certa.
Ela está atrasada, pensou, ela não vem, ela preferiu o Potter e o Weasley! E desabou num banco, frustrado.
Mas antes que o bruxo chegasse a sentar no banco, viu uma menina de cabelos castanhos e ondulados correndo desajeitadamente enquanto puxava uma mala trouxa. Ele abriu os seus braços enquanto a menina corria em direção a um longo abraço. Ele inspirou profundamente, tentando guardar o seu cheiro para sempre. Tentando absorver esse momento para sempre.
Como Karkaroff podia acreditar na possibilidade de ele se unir ao partido anti-trouxa?
–Pensei que você não viesse. -Sussurrou Krum ao ouvido da moça, que ficou arrepiada ao ouvir sua voz áspera. Ela se afastou dele.
–Eu... Eu..-Ela começou, mas então sacudiu a cabeça, tentando espantar um pensamento que acabara de lhe ocorrer. -Aah qual é, você realmente acha que eu me daria o trabalho de escrever uma carta mentindo pra você, além de pesquisar um hotel por perto só para te enganar? -Perguntou a garota se recompondo, com uma sobrancelha erguida e as duas mãos na cintura.
Krum aproximou-se mais uma vez da garota, segurou suas duas mãos, olhou em seus olhos e, com o seu sotaque forte, disse:
–Pensei que alguma coisa ruim tivesse acontecido a você.
O olhar da menina vacilou por um segundo, então ela tirou suas mãos das dele. Ele endireitou sua postura e se afastou.
Lembre-se de Hogwarts, Krum, apenas amigos, só isso e nada mais, lembrou-se o garoto.
Hermione quebrou o silêncio.
–Olha, Vitor, eu realmente preciso ir para a pousada deixar as coisas e ajudar os meus pais a desfazer as malas. Tem um restaurante ao lado da pousada, a gente pode se encontrar lá as sete, ok?
Ela tirou um cartãozinho com o endereço da pousada do bolso, subiu na ponta dos pés e deu um beijinho em sua bochecha, então o entregou o cartão e saiu correndo. Mas não foi rápida o suficiente. Krum captou o rubor no seu rosto e, começou a rir bobamente, mesmo quando a garota já estava fora do alcance de sua vista. Por mais que agora fossem só amigos, eles nunca superariam seja lá o que aconteceu em Hogwarts.
O sino tocou doze vezes, acordando Vitor do seu transe. Meio dia. Ele olhou para o cartão que a morena o entregou e escreveu "19h" para não esquecer, e guardou o cartão no bolso do casaco.
Vitor Krum acreditava que o destino tinha planos pra ele nesse verão. Ele só não sabia que, pela primeira vez em anos, a lição não seria para ele.


***

–Hãã, Vítor? -Perguntou Draco, colocando a cabeça pra fora do deposito.
–Oi? -Perguntou Krum, sem se virar para o garoto Malfoy, extremamente concentrado no pedaço de papel em suas mãos.
–Será que você pode pegar esses balaços pra mim, por favor? Não sou alto o bastante!
–Não sei se você está lembrado, mas existe uma coisinha chamada magia. -Respondeu Krum impacientemente, mas levantou-se e foi em direção a Malfoy. Ele não costumava a agir assim, alguma coisa está mexendo com ele, pensou Draco, deve ter alguma relação com aquele bilhete.
–Ah, é que eu sou menor de idade e não posso usar magia ainda. -Respondeu Draco, não que lhe tivessem feito uma pergunta, ele só se justificou para não parecer suspeito.
–Mas nós estamos em uma escola de magia! Como você acha que nós praticamos?
–Aah, é verdade, -Malfoy fez-se de bobo -Então deixa comigo, eu posso... ESTUPEFACA!
Antes que Krum pudesse raciocinar o que estava acontecendo, o raio vermelho já o atingira, e o pobre Vítor caiu no chão como um boneco.
–Longisticus! -Disse Malfoy, apontando a varinha pro Krum. Esse feitiço era de sua própria autoria e consistia basicamente em magia negra. Draco passou boa parte do seu tempo livre em Hogwarts tentando criar um feitiço que aumentasse a duração de outros feitiços e finalmente conseguiu, mas não o havia aprimorado ainda, seu efeito nunca durava o tempo esperado.
O loiro cortou um pouco do cabelo negro de Krum e colocou no frasco de poção polissuco. Prendendo a respiração, ele deu um longo gole na poção, mas ainda dava para sentir o gosto de xixi de gnomo. Não que ele já tivesse provado urina de gnomo.
Seu nariz começou a crescer, a pele a escurecer e o cabelo parecia ser puxado para dentro da cabeça. Draco sentiu uma sensação estranha, como se sua pele fosse uma luva de silicone e estivessem colocando uma mão enorme dentro dela. Quando a transformação finalmente acabou, Dracou sentiu um alívio profundo. Seu rosto estava coberto por uma fina camada de pelos grossos, bem diferente da "barba" fina e loira que Malfoy dizia ter desde os 14 anos. Apesar de continuar praticamente com a mesma altura, Draco sentia-se mais largo e forte. Onde antes ficavam seus braços finos e compridos, agora estavam braços fortes e definidos, resultado de anos de quadribol. Aquele não era Draco Malfoy, era Vitor Krum.
Ao ver que o sobretudo preto estava muito apertado em seu corpo, ou melhor, no corpo de Krum, Malfoy tirou o casaco do Krum desacordado e vestiu o mesmo. Um cartãozinho caiu do casaco e nele estava escrito "Utreshniya den - 19h".
Draco conhecia o lugar, era um restaurante ao lado da pousada onde ele se hospedara durante as primeiras semanas na Bulgária. Deve ser lá que ele vai se encontrar com o Karkaroff, pensou Draco, e foi para o vilarejo, visto que já eram 18:30h.

***
–Vítor! -Gritou Hermione quando o jogador passou por ela e não a viu. -Aqui!
Malfoy, ou melhor, Krum, virou-se esperando ver alguma fã descontrolada, mas viu Hermione sentada calmamente a uma mesa no pequeno restaurante. Seus cabelos estavam trançados de lado e ela vestia roupas trouxas.
–Granger. -Rosnou Malfoy, mas então lembrou que ele não era Draco Malfoy, ele era Vítor Krum, o super astro do Quadribol e aluno favorito de Karkaroff. Ele abriu um sorriso falso. -Her-mi-o-nini!
Ela sorriu e Draco ficou feliz com o resultado de sua imitação. Ele passou boa parte do ano anterior com os alunos de Durmstrang, mas Krum não costumava andar com eles, Krum estava sempre na biblioteca ou treinando para o torneio tribruxo.
Hermione sorriu e seu rosto se iluminou ao ver Krum.
Ela devia sorrir mais, pensou Draco que logo afastou tal pensamento, ela é a Granger, afinal.
–Não esperava vê-lo aqui tão cedo. -Disse Hermione e Draco percebeu que o cartão não era sobre uma reunião com Karkaroff ou os comensais da morte, era um encontro com Hermione Granger. Ele sabia que havia alguma coisa entre Granger e Krum em Hogwarts, mas depois de ler o artigo de Rita Skeeter sobre Hermione estar usando Vítor e Harry, ele pensou que ela nunca havia gostado de Krum, e que se houve alguma coisa entre eles, Krum teria acabado o relacionamento assim que soube das verdades escritas por Rita.
Um garoto alto com cabelos encaracolados e olhos extremamente azuis aproximou-se da mesa. Uma pena e um bloco de notas flutuavam ao seu lado.
–Bem-vindos ao Utreshniya Den, que significa "O dia de amanhã" em búlgaro, nosso restaurante foi fundado pela própria Astrid Solace, uma das maiores videntes da história. Dizem que a nossa comida não é apenas divina, como ela também tem o poder de mudar completamente o seu destino. Ao comer aqui, hoje, nunca se sabe o dia de amanhã. Meu nome é Timoty, e serei seu garçom essa noite. Qual prato vai mudar a vida de vocês? Digo, o que vão querer?
–Paz. -Respondeu Hermione, que estava distante, olhando para os próprios pés, em uma voz baixa.
–Perdão, senhorita? -Disse Timoty, arregalando seus olhos azuis, acordando Hermione de seu transe. Hermione corou e Malfoy soltou um risinho debochado. Paz? Sério mesmo? Ele sabia que a Granger era uma espécie de certinha riponga ridícula, mas não a esse ponto.
–Digo, um pudim de carne e uma salada de batatas -Disse Hermione, recuperando-se. Malfoy esperava que ela pedisse uma espécie de comida trouxa, como macarrão com almondegas, não o seu prato predileto.
–E o senhor?
–O mesmo, por favor.
O jantar passou rápido e Draco se esforçou ao máximo para não xingar a Granger. Ela ficava falando sobre coisas trouxas como cinema e um tal de ca-ra-o-quê (ao menos foi isso que Malfoy entendeu). Sem contar que ela não parava de reclamar sobre os direitos dos elfos domésticos, ridículo, pensou Draco mas não falou nada, apenas concordou com a cabeça. Eles também conversaram sobre literatura bruxa, e por mais que Malfoy não admita, ele gostou de encontrar alguém que lesse os mesmos livros que ele. Mas é a Granger, lembrou-se Malfoy, ela só leu esses livros porque ela lê todos os livros!
No final da noite, Draco levou Hermione até a pousada em que ela estava hospedada, ele estava interpretando Krum, claro. Durante o jantar ele percebeu que havia alguma coisa entre Hermione e Krum, não só pelo fato de que Krum olhava intensa e ansiosamente para o cartãozinho com o horário e local do encontro, antes de ser estuporado, mas porque Hermione se soltava com ele, ela não pensava duas vezes antes de falar, e Draco a lançava vários olhares incrédulos a ela, sem acreditar que A Hermione Granger, uma sangue-ruim, podia agir assim, como uma pessoa normal. Ao perceber os olhares que Krum, ou Draco, a lançava, Hermione ruborizava, o que só provava que definitivamente havia acontecido alguma coisa entre Granger e Krum.
–Foi ótimo revê-lo, Vítor.
–Foi um prazer revê-la, Mione.-Disse Malfoy com a sua melhor imitação do Krum. Suas mãos estavam suadas e tremiam, ele não sabia o que fazer. Como Krum ele devia fazer alguma coisa, mas Malfoy jamais tocaria em uma sangue-ruim! Seria mais fácil admitir que eu não sou o Krum, pensou Malfoy, afinal, que mal faria se a Granger soubesse? Isso seria melhor do que tocar uma sangue ruim. Draco Malfoy recusando uma bela dama? Riu uma voz em sua cabeça, se ela descobrisse, ela contaria pro Krum, que contaria pro Karkaroff, que mandaria o Malfoy para a Inglaterra outra vez, sem que ele descobrisse e evitasse o "Plano Anti-Malfoy", ninguém vai saber que você tocou a Granger, até porque agora você é o Krum. E ele resolveu ouvir essa voz, afinal não tinha nada a perder.
Draco só não sabia que essa era a voz do destino, sussurrando em seus ouvidos, colocando seu plano em prática.
Ele se aproximou dela, colocando os braços ao redor da sua cintura, e inclinou-se para beijá-la. Com os olhos fechados -Para não ver que era a Granger que estava beijando, de acordo com Malfoy -Tudo o que ele pôde sentir era o seu hálito, quente contra a sua pele. Então ela recuou.
–Olha Vítor, eu.. eu... - Ela hesitou, então respirou fundo e disse:
–Lembra daquela conversa que nós tivemos antes de você voltar para a Bulgária? Eu continuo achando melhor sermos apenas amigos. O que nós vivemos foi legal, mas eu não consigo fazer isso, eu já lhe expliquei meus motivos e realmente espero que entenda.
Draco, que tinha todas as sonserinas aos seus pés, havia levado um fora? E da Granger? Tudo bem, tecnicamente quem levou o fora foi o Krum e isso foi mais um lembrete de uma conversa cuja existência Malfoy mal sabia. Mas mesmo assim, quem ela pensa que é pra dar um fora em Vítor Krum, o herói do Quadribol Búlgaro? Uma sangue sujo metida, e nada mais.
Malfoy sentiu as tortinhas de abobora que ele comeu de sobremesa voltando, ele estava prestes a beijar a Granger? Como chegou a esse ponto?
Rapidamente, ele a soltou e encarou as próprias mãos, que nunca pareceram tão interessantes. Ele não podia olhar para ela, não conseguia encará-la, não depois do que quase fez. Então ele percebeu que suas mãos estavam desbotando. O efeito da poção estava chegando ao fim. Ele desejou um "Boa noite" apressadamente enquanto desaparecia no corredor, correndo o mais rápido possível.
Quando Draco chegou em Durmstrang, Vítor ainda estava desacordado. Bendito seja esse feitiço prolongador! Malfoy deitou o corpo estuporado de Vítor em seu beliche e dormiu no de cima, visto que estava muito cansado para levitar o corpo de Krum e depositá-lo na cama de cima.
Naquela noite Draco não pode acreditar no que havia acontecido. Ele levou um fora da Granger? Ele já a odiava antes, mas o que sentia agora era bem pior, ele fervia de raiva, com uma sede de vingança que o devorava por dentro. Ele tinha que mostrar para a Hermione Granger onde era o seu lugar, no chiqueiro, junto com os outros trouxas imundos.
À medida que Draco fervia de raiva, o destino ria às suas costas. Não podia acreditar que as coisas estavam dando certo, e ninguém suspeitava de nada!


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Notas finais do capítulo

Hummm, ta aí! O primeiro capítulo!
Eu sei que as coisas estão acontecendo muito rápido na fic, mas eu precisava deixar o Draco com raiva e precisava mostrar que seja lá o que aconteceu entre Hermione e Krum é passado.
Comentários/Críticas/Sugestões/Elogios/Perguntas são mais que bem vindos! Gostaram da nova capa?
O próximo capítulo vai ser postado no máximo do máximo semana que vem!



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