Little By Little escrita por Stardust
Notas iniciais do capítulo
Mais um, desculpem a demora!
Naquela noite, dormi nos braços de Jeremy sem ter a necessidade de tomar um banho quente ou até mesmo me secar. Com ele, o chão que me sujava de terra era mais confortável do que uma cama quente e seca.
– Bom dia. - disse abrindo os olhos com dificuldade. O sol das seis horas me aquecia timidamente.
Observei Jer abrir os olhos devagar. Estava em uma posição desconfortável e notei que ao se mexer, suas costas doíam. Não disse "bom dia" e nem mesmo me beijou, apenas ficou me olhando como se eu fosse uma obra de arte.
Abriu a boca para dizer algo.
– Donna... - sua voz era doce e calma. - seu cabelo está parecendo um ninho de pássaros.
Começou a rir ao mesmo tempo que eu tacava uma galho em sua cabeça.
– Cale a boca, imbecil.
– Imbecil? - disse se levantando e saindo correndo para perto de um lugar onde havia inúmeras árvores.
Segui atrás dele, mas o perdi no meio de tantas árvores. De repente avistei um coelho e logo me lembrei de Alice no País das Maravilhas. "Não, eu não posso cair em um buraco e voltar para o meu século.", pensei ao mesmo tempo que ria da loucura que passou pela minha cabeça. Bem, não era loucura. Talvez essa história toda de País das Maravilhas, Nárnia e Hogwarts fosse realmente verdade. Se era possível passar para um século do passado... não duvidava de mais nada.
– Donna? - ouvir Jeremy gritar. - Já desistiu de me procurar?
– Não. Só estou te dando um tempo de vantagem.
Continuava andando por entre as árvores. Como na cidade, o chão estava coberto por flores coloridas. Além do vento, comecei a ouvir o barulho de água. Parecia ter um cachoeira por perto. Desviei de uma árvore e cheguei perto de onde a cachoeira caía. Jeremy estava sentado em uma pedra olhando para a água completamente limpa.
– Até que enfim! - gritou ao me ver.
– Nunca mais te chamo de imbecil. - eu ri.
– Mas vai dizer que não gostou do lugar?
Olhei em volta. Alguns pássaros voavam por perto acompanhando borboletas azuis.
– Meu Deus! - disse quando uma borboleta azul apousou no meu dedo. - Ela é linda.
Jeremy riu do meu encantamento pela borboleta. Mal sabia que nas cidades do meu século já não se achava mais daquelas.
– Quer voltar no castelo hoje?
Olhei para ele.
– Quero. - disse lembrando da vez que havia estado naquele lugar.
Jeremy confirmou com um sorriso e senti um tom de mistério.
*
Jeremy dirigia o carro para o castelo. Quando toquei sua mão, notei que estava gelada e ele mal conversava.
– Você está bem?
Apenas assentiu com a cabeça, enquanto parava o carro na estrada.
*
– Espere um pouco aqui na porta. - me pediu.
– Por quê?
– Não posso te contar.
– Jeremy... o que está aconte...
– A propósito, você está linda. - me cortou, entrando no castelo.
Olhei para meu vestido. Havia escolhido um bege de renda que me deixava confortável e dessa vez havia prendido minha franja fazendo com que meus cabelos não ficassem tão bagunçados.
Fiquei imaginando o que Jeremy estava aprontando.
– Posso entrar agora? - gritei.
– Sim! - ouvir a voz rouca de Jeremy.
Abri a porta e percebi quanto o lugar estava iluminado por velas. Não encontrei Jeremy na sala, então continuei andando em direção das velas.
– Parece um caminho. - sussurrei sozinha.
Segui pelo caminho que as velas faziam. Subi as escadas e mais escadas e mais escadas. Já estava ofegante quando cheguei na mais altas das torres e me surpreendi com o que vi. O lugar cheirava a canela e havia obras por todos os lados, como de costume naquele lugar, mas o que me surpreendeu foi ver Kath, Dave, Jeremy e um homem com uma roupa comprida branca que logo julguei ser um padre.
A torre estava pouco iluminada o suficiente a ponto de permitir que a gente visse morcegos passando pela janela. O céu estava estrelado e a lua parecia mais perto do que de costume.
Quase corri para perto de Jeremy, que vestia um terno preto que o deixava mais atraente, mas Kath me impediu.
– Calma Donna, tem o véu ainda. - colocou uma tiara brilhante no meu cabelo que tinha um véu enorme e me entregou um buquê de flores azuis do campo.
– Vocês planejaram um casamento? - ri.
– Sim. E você está incrível! Agora ande, Jeremy está te esperando. - correu novamente para perto de Dave que segurava um violino e tocava a clássica marcha nupcial.
"Foi o melhor que consegui.", consegui fazer leitura labial em Jer. Ele ria como uma criança.
– Está perfeito. - disse ao me aproximar.
Entreguei o buquê para Kath e peguei na mão de Jeremy.
– Você é louco. - sussurrei.
– Por você. - completou me beijando.
Olhamos para o padre que sorria. Parecia ser tão jovem quanto a gente.
– Estamos aqui nessa noite... - começou.
– Está bom Carl. - Jeremy disse rindo. - Pode pular essa parte.
– Ok. - virou a página da bíblia. - Jeremy, quer se casar com Donna?
– Sim.
– Donna, quer se casar com Jeremy?
– Sim. - tive vontade de chorar, mas apesar da emoção, aquela situação estava engraçada. Era óbvio que o padre era uma fraude.
– Então eu os declaro...
Não precisou terminar a frase. Já estávamos nos beijando.
– As alianças! - Dave gritou.
– É mesmo. - Jeremy tirou uma caixinha vermelha de dentro do terno, abriu-a e colocou uma aliança de ouro grossa no meu dedo e me entregou a outra para colocar em seu dedo.
– Eu te amo, Jeremy. Mesmo sendo desastrado e esquecendo as alianças. - ri.
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