Tudo estava conforme o Normal, Victor voltava do intercâmbio nessa semana, meu pai viajaria em "Lua de mel" logo que meu irmão chegasse. Eu estava feliz. Apenas feliz.

Era uma segunda, dia lindo, calor de 35 como sempre aqui no Rio de Janeiro. Me levantei eram quase 2 da tarde e eu ja estava de férias, segui em direção ao banheiro apenas pensando em quanto o dia seria cansativo. Tomei um banho frio e me arrumei.

Ouvi apenas a campainha tocando e a voz fina da minha Madrasta. Concentrei em minha roupa, e ouvi o barulho de alguém batendo na porta do meu quarto.

- Ta encostada!

- Hannah, seu irmão me ligou avisando que ja chegou aqui no rio de Janeiro, pediu para irmos busca-lo... você vem? - eu sorri.

- To indo, só vou terminar de me arrumar Jess... - respondi.

Desci sorridente, fazia exatamente 2 anos que não via Victor, será que ele havia esquecido de mim? Como que ele reagiria ao meu encontro... Estremeci só de pensar na hipótese... Evitei. Seguimos até o carro e passei quase todo o trajeto até o aeroporto quieta.

- Hannah? Você ta bem? Ta tão quietinha, você não é assim. - Meu pai protestou

- Eu só to nervosa pai...

Ele riu e eu voltei aos meus pensamentos confusos.Chegamos e logo avistei meu irmão, ele havia mudado tanto.... ele tava com um pouco de corpo, não muito... ele nunca foi de malhar era muito preguiçoso pra isso, seus cabelos estavam mais curtos, seus olhos, ah! eram lindos, mesma cor que os meus, cor de mel. Ele me viu e seguiu correndo até mim. Seu sorriso estampado no rosto me fez perder a consciência por alguns segundos, sentir seu braço me envolvendo era tão nostálgico. ficamos ali por alguns segundos, até meu pai dar sinal de vida e voltar-mos a realidade. Victor seguiu até meu pai e deu um abraço no mesmo.

- Tava com saudade! - meu irmão afirmava me envolvendo em seus braços novamente. meu pai nos interrompeu.

- Victor...

- oi? - ele continuava com a sua mão na minha cintura e nesse momento meu cérebro ja estava dando tilte.

- Essa é sua Madrasta, a Jessica. - ele mostrou a nossa nova "mãe" para que meu irmão supostamente aprovasse. E o Victor apenas respondeu com um sorriso forçado. Meu pai não percebeu.

- Bom vamos? - falei puxando Victor que se desdobrava pra pegar as malas. E logo meu pai levou as inúmeras malas do meu irmão até a mala do carro.

Entramos no carro e seguimos em silêncio, apenas com trocas de olhares, e pelo visto meu irmão não havia mudado, nem arrumado uma namorada... ou havia? eu ja estava confusa e entrando em desespero. Chegamos e eu segui na frente abrindo a casa e levando meu irmão para ver a nova decoração da casa e que pelo visto, como eu ele desaprovara. Entramos no seu quarto e eu fui diretamente indireta.

- Victor?

- hum? - ele balbuciou algumas silabas.

- Cê ta namorando? - me arrependi.

- ... - O silêncio dele me incomodou e ele voltou a arrumar suas coisas no novo quarto.

- Você não me respondeu... - Eu tentei novamente e em seguida me arrependendo de novo.

- Hannah.... - ele disse meio triste

- Não precisa responder, eu ja sei a resposta - sai do quarto e segui até o meu. Quando menos percebi ele estava la me vendo chorar.

- Pequena.... - ele parecia triste, culpado.

- Não vem com essa... Não sou sua pequena Victor, ela é - Me referi a ela sem mesmo conhece-la e exatamente sem conhece-la eu a odiava. sentimento um pouco forte né? mas sim eu odiava.

- Não fala assim Nana.... - e ele me chamou da mesma forma que me chamava quando eu era criança. 

- Acho que to sendo infantil...

- Você ta sendo a Hannah que eu conheço.

- Me chamou de criança foi? - ele riu e eu apenas sorri.

- Você sabe que é a minha bebê... 

- exatamente por isso...

- Por ser minha bebê?

- sim. e querer algo além - fui la lata, e como sempre me arrependi, falo sem pensar, erro meu.

- Han... - eu o interrompi.

- Victor desculpa. 

- Hannah... - ele me puxou pra mais perto dele e selou apenas um selinho nos meus lábios, meus braços no automático seguiram até o cabelo dele, cabelo sedoso, macio e que eu sentia falta, muita falta, o selinho passou a um beijo de língua e por ai foi até eu o repreender.

- Victor... - falei em meio a beijos

- Desculpa pequena - ele se afastou.

- Por?

- Por isso - ele me deu outro beijo e saiu. me joguei na cama e fiquei ali apenas relembrando a cena. 

Na terça feira seguinte, eu acordei exausta, passei a noite sonhando acordada, sofrendo calada. O barulho da porta me assustou.