Eu imediatamente levei minha mão até a boca para tentar abafar um grito, eu simplesmente vi uma criatura extremamente alta, com um corpo que se parecia com de um esqueleto, sem falar de seu rosto, seu “cabelo” era curto, nas raízes brancas e nas pontas um tipo de lilás, ele tinha apena um olho amarelo com um risco preto á mostra, o outro estava escondido atrás de bandagens.

–O-o quê é isso? – Eu perguntei tremulamente.

–Isso é um shinigami – Beyond respondeu ainda um pouco surpreso.

Shinigami? Como deuses da morte? Isso não existe, certo? Isso é apenas história para crianças japonesas dormirem... Certo?

–Sh-shinigami? Vo-você quer dizer... Um deus da morte? – Eu perguntei ainda assustada.

Beyond apenas concordou com a cabeça, sei que não deveria estar tão surpresa, já que sei da “habilidade especial” de Beyond, mas ver um shinigami pessoalmente é algo... Surpreendente para dizer no mínimo.

L finalmente se levantou e olhou com curiosidade para o Shinigami.

–Aonde conseguiram esse caderno e o shinigami, Near? – L perguntou ainda olhando atentamente o shinigami.

– Kyosuke Higuchi – Near disse simplesmente.

–Isso quer dizer que ele é Kira -L disse para si mesmo.

–Exatamente, mas... Mesmo depois da morte de Higuchi as mortes continuaram – Near acrescentou.

–O segundo Kira... – L murmurou com um olhar pensativo.

–Isso mesmo, agora tudo que nós resta é saber quem é ele – Near respondeu.

–As coisas não são tão simples assim, Near... Se Kira conseguiu de alguma forma passar o seu poder pra uma pessoa ele pode passar para mais uma, o caso não está tão perto de acabar – L disse pressionando o polegar no lábio.

–Enfim... Você pode nós dizer alguma coisa sobre o caderno, senhor Shinigami? – L perguntou ao ser na sua frente.

–Se você está tão interessado no caderno o leia, e meu nome é Remu – O Shinigami respondeu com frieza.

–Tudo bem...- L suspirou.

–Yagami-kun, Yukki-chan, vocês devem estar cansados da viagem, pode descansar se quiserem... Yagami-kun eu sugiro que você vá visitar a Amane-chan... Ela deve estar sentindo sua falta – L disse calmamente.

Raito concordou com a cabeça e se abaixou para pegar o caderno que eu havia deixado cair.

Ele ficou alguns segundos com o caderno na mão e devolveu para L com um pequeno sorriso.

–Bem, eu vou indo – Raito disse entrando no elevador.

–Ryuuzaki, quando você pretende chamar a policia para levar esse cara daqui? – Mello disse olhando com raiva para Beyond.

L encarou Beyond algum tempo, e Beyond também o encarou com um sorriso astuto.

–Nós não vamos chamar a policia, Beyond pode ser muito útil por algum tempo... – L disse sem expressar muita emoção como de costume.

A expressão de todos foi uma só: extrema confusão. Até Beyond parecia um pouco surpreso.

–O quê? Você não pode estar falando sério, Ryuuzaki! Esse cara... Esse cara matou pessoas inocentes, quase matou uma criança, sequestrou a Yukki e eu tenho certeza que no menor descuido vai tentar te matar também – Mello gritou indignado.

–Mello, por favor... Eu sei o que eu estou fazendo – L disse sem dar muita importância para a raiva de Mello.

Mello cerrou os punhos, mas logo cedeu soltando um suspiro.

–Ryuuzaki... Você sabe que eu te admiro muito, mas isso que você está fazendo é loucura, você está colocando a vida de todos nós em perigo... Eu odeio ter que dizer isso, mas... Eu realmente acho que você não sabe o que está falando pela primeira vez – Mello disse em um tom um pouco mais calmo.

L olhou para ele com uma expressão vazia por alguns segundos, e em seguida foi até os computadores.

–Se você realmente não concorda com meu meio de trabalhar e pensar, eu sugiro que você abandone essa força-tarefa – L disse monotonamente, focado em um dos computadores.

Uau, ele não está pra brincadeiras hoje...

Mello olhou para ele surpreso e em poucos segundos voltou com sua expressão irritada.

–Ótimo - Ele murmurou antes de sair da sala.

–Eu acho melhor eu falar com ele – Matt disse seguindo o amigo loiro.

Eu apenas fiquei ali parada por um tempo, tentando processar tudo o que aconteceu até agora.

–Ei, Ryuuzaki – Beyond chamou o detetive.

L apenas virou a cadeira para olhar para ele.

–Você disse que eu seria útil, me explica isso melhor – Beyond disse erguendo uma sobrancelha.

–Você vai me ajudar no caso Kira – L disse simplesmente.

Beyond ajudando no caso? Eu estou começando achar que o Mello tinha um pouco de razão...

–Eu? Ajudar você? – Beyond perguntou com um riso sarcástico.

–Isso – L respondeu com a mais pura calma.

–Como você sabe se eu concordaria com isso? Se eu seria leal á você? E o mais importante, como você sabe se eu não tentaria te matar como seu amiguinho disse? – Beyond perguntou com um sorriso sarcástico.

–Porque você não vai, se você fizer o que eu te digo, você vai receber uma recompensa, muito generosa eu diria – L respondeu ainda calmo.

–Estou ouvindo – Beyond disse com um seu sorriso se alargando.

–Se você seguir com o plano... Digamos que eu vou esquecer boa parte do você fez até agora e você vai fugir de mim sem que eu perceba, pra muito longe, temos um acordo? – L perguntou com um pequeno sorriso.

–Eu não acredito nisso, o idolatrado L está pedindo ajuda para um assassino sem honra, parabéns, você consegue me surpreender cada vez mais – Beyond sorriu maliciosamente.

–Não me irrite, você concorda ou não? – L perguntou um pouco irritado.

Beyond soltou uma curta risada ao ver a expressão de L.

–Me implore, eu só irei concordar se eu ouvir você me implorando, L – Beyond disse com um pequeno sorriso enfeitando os lábios.

Ok, você já está querendo demais, não acha, Beyond?

L apenas ergueu uma sobrancelha para ele.

–Bem, tentar não mata ninguém, não é mesmo? Tudo bem, eu vou te ajudar se é isso que seu coração deseja, grande L – Beyond disse rindo.

–Ótimo – L sussurrou.

–Mas escute bem, L, se você pensar em armar contra mim, eu corto sua garganta – Beyond disse totalmente sério.

L apenas deu-lhe um pequeno sorriso.

–E aonde eu vou ficar? Você cuidou disso especialmente pra mim, não é? – Beyond perguntou com um sorriso.

–Esse prédio tem mais de quinze andares, acha um quarto vago e fique com ele – L disse voltando sua atenção para o computador.

–Yukki-chan, eu pensei que estivesse cansada, por que não vai dormir um pouco? – L perguntou para mim.

–Hein? Ah, sim, eu... Eu já... Ia indo - Eu disse indo para o elevador.

Antes que eu pudesse entrar no elevador alguém me segurou pelo pulso, eu me virei para ver o rosto sorridente de Beyond.

–Querida, não ande por aí sozinha, eu ouvir falar que L está deixando um psicopata andar nesse prédio, é perigoso andar sozinha – Ele disse com um sorriso sarcástico.

–Psicopata? Não se preocupe, esse psicopata só tem fama, não assusta tanto como dizem, acredite em mim – Eu respondi com um pequeno sorriso.

Ele deu um pequeno sorriso.

–Oh, minha querida, se eu fosse você não acreditava tanto nisso, sabe dizem que os assassinos não mostram sua verdadeira natureza – Beyond disse ainda sorrindo.

Eu apenas lhe dei um sorriso torto e entrei no elevador com Beyond me seguindo, antes que as portas do elevador se fecharem eu olhei para atentamente para o Shinigami, o que eu não espera é que ele olhasse diretamente pra mim. Era de dar medo.

Assim que as portas se fecharam eu soltei um suspiro.

–Esse Shinigami é de dar medo – Eu sussurrei me encostando em uma das paredes de metal do elevador.

–Não se preocupe, ele não vai te matar ou coisa do tipo... Você não vai morrer tão cedo... – Beyond disse dando os ombros.

–Você fala isso com uma tranquilidade, como pode? – Eu perguntei.

Beyond soltou uma curta risada.

–Eu já estou acostumado – Ele respondeu com um pequeno sorriso.

Beyond... Você com certeza não é nada fácil de ler...

–Ei, quando nós chegamos você estava olhando assustado para onde o Shinigami estava, você consegue ver Shinigamis sem tocar no Death Note deles? – Eu perguntei curiosa.

–É o que parece, mas eu não sabia disse até hoje – Beyond respondeu calmamente.

–Então como você sabia que era um Shinigami? Quando eu perguntei você foi o primeiro á responder – Eu disse erguendo uma sobrancelha.

–Simples, eu nunca tinha visto uma coisa tão feia antes – Beyond respondeu entre risos.

–Você está de bom humor hoje, hein? – Eu perguntei com um pequeno sorriso.

–Eu tenho minhas razões, L está me protegendo e eu vou poder passar mais tempo com você, querida – Ele respondeu com um sorriso inocente, mas ao mesmo tempo malicioso.

Eu já podia sentir meu rosto se aquecer. Para meu alivio as portas se abriram e eu saí do elevador juntamente com Beyond.

–Bem, esse é meu quarto, você pode dormir nesse quarto da frente se quiser, eu acho que ninguém dorme lá de qualquer maneira – Eu disse pegando a chave do meu quarto dentro da mala.

–Você está sugerindo que um assassino durma em um quarto em frente ao seu? – Beyond perguntou com um sorriso malicioso.

–Sim, e não tente nada de engraçado, entendeu? – Eu perguntei seriamente.

–Claro, como você pode pensar uma coisa dessas sobre mim, isso me deixa muito chateado, querida – Beyond disse com um tom dramático.

Eu revirei os olhos com um pequeno sorriso.

–Espero que não, Até mais – Eu disse entrando no quarto e fechando a porta.

Eu olhei em volta do quarto, tudo estava exatamente como eu havia deixado.

Depois de arrumar as coisas que estavam dentro de minha mala, eu decidi tomar um banho, peguei algumas roupas e uma toalha e fui para o banheiro.

Assim que acabei o banho, coloquei uma blusa preta e uma calça jeans e saí do banho.

Quando entrei na sala eu tive a surpresa de ver um certo homem pálido, de cabelos pretos e olhos vermelhos sentado no sofá com um sorriso estampado nos lábios.

–Sério isso, Beyond? – Eu perguntei irritada.

–Hum? Oh, desculpe, querida, mas aquele quarto estava trancado, então eu pensei em te fazer companhia – Beyond disse com um riso inocente se levantando do sofá.

–Eu realmente admiro sua intenção, mas eu estou muito cansada, por que você não procura a chave do quarto com L? – Eu disse sarcasticamente.

De repente Beyond me olhou de uma forma estranha.

–Cansada? Será que você precisa de ajuda pra dormir, querida? – Ele perguntou com um sorriso malicioso.

–Fr-francamente, Beyond, você não tem jeito mesmo, agora saia logo – Eu disse com meu rosto em chamas, enquanto o empurrava para a porta.

–Tudo bem, tudo bem, mas não se envergonhe se precisar me chamar – Ele disse rindo, antes de eu fechar a porta na cara dele.

Eu soltei um longo suspiro e tranquei a porta.

Logo em seguida fui dormir.

Eu acordei com o som do meu celular tocando, eu rapidamente o peguei.

–Alô? – Eu disse ainda um pouco sonolenta.

–Ei, Yukki, já chegou? Tá tudo bem? – Eu ouvi a voz do Nick perguntar.

–Sim e sim – Eu respondi com um sorriso.

–Que bom, ah, antes que eu me esqueça, eu passei na delegacia pra ver se o delegado tinha achado o assassino do Albert – Nick disse calmamente.

Por favor, não, por favor, não...

–E a Vick me pediu pra perguntar se um tal de Benjamin tinha falado dela – Nick disse entre risos e me acalmando muito.

–Ah, o Benjamin... Fala pra ela que... Que... Que ainda não falei com ele – Eu disse nervosamente.

–Ok, eu só te liguei pra saber se estava tudo bem, então... Se cuida, Agora eu tenho que ir, tô atrasado pra ir à faculdade, depois te ligo – Nick disse apressadamente.

–Ok, até mais – Eu disse e desliguei o telefone.

–Acho melhor eu descer – Eu murmurei para mim mesma.

Tranquei meu quarto e peguei o elevador para descer.

Para minha surpresa na sala de investigações só estavam Beyond, L e bem... O Shinigami.

Assim que perceberam minha presença os dois homens e o Shinigami olharam para mim.

–Desculpe, eu não queria atrapalhar – Eu disse maio sem jeito.

–Não se preocupe, venha, sente-se, assim pelo menos eu não vou ter que aguentar Beyond sozinho – L disse com um suspiro.

Eu ri levemente e me sentei ao lado de L.

–Então, o que vocês estavam fazendo? – Eu perguntei curiosamente.

Antes que L pudesse responder o som das portas do elevador se abrindo nos chamou a atenção. Nele estavam Matt com um olhar preocupado e Mello um pouco irritado.

–Ryuuzaki, eu tomei uma decisão – Mello disse firmemente.

–Mello, não faça isso, pense bem – Matt disse colocando uma mão no ombro do amigo.

–Matt, não se meta – Mello resmungou afastando-se do ruivo.

O que diabos está acontecendo?

–Ryuuzaki, a partir de hoje, eu estou deixando a força-tarefa – Mello disse com determinação.

O quê?

Fim do capitulo 32!!!