Depois de dois minutos de silencio, uma voz fraca, abafada e muito familiar sussurrou:

–Yukki...

Antes mesmo que eu pudesse responder o telefone foi desligado.

Nick... Onde você está?

–Merda... – Eu murmurei para mim mesma.

Eu joguei meu celular na cama e me arrumei rapidamente, coloquei meu celular na minha bolsa, antes de sair apressadamente do quarto.

Assim que sai do quarto dei de cara com Watari.

–Senhorita Scarllet, você está bem? Você parece um pouco abatida – Watari disse preocupado.

–E-eu estou bem, você pode dizer para Ryuuzaki que eu tive que sair, por favor? – Eu perguntei, tentando sorrir.

Watari me olhou por alguns estantes, mas logo acedeu.

–Claro, eu já estava indo para o quarto dele de qualquer maneira – Watari respondeu calmamente.

–Obrigado, até mais, Watari – Eu disse com um sorriso, e entrei no elevador.

Assim que as portas do elevador se abriram eu rapidamente saí do hotel para a rua de alta classe.

Depois de andar por alguns quarteirões, eu finalmente encontrei um ponto de ônibus.

Para minha sorte o ônibus que eu precisava não demorou muito a passar, eu me sentei em um banco perto da janela, e soltei um longo suspiro.

Aquele cara que me ligou... Com certeza é o Albert, apesar de ele distorcer a voz claramente é ele, não tem como ser outra pessoa... Eu provavelmente deveria dizer isso á L, ele poderia rastrear o telefone, em falar em L... Não tem como se lembrar da “cópia” dele, Beyond... O que diabos ele tinha na cabeça ontem? Por que diabos ele me beijou?... Es-espera aí!!! Ele ia falar mais alguma coisa antes do Raito chegar... “Você não consegue entender mesmo, não é? Eu sei que parece estúpido, mas eu realmente te a...” te a... Aprecio? Agradeço?... Te amo?...Não... Ele é um serial killer, ele não consegue sentir essas emoções, ele só foi feito pra matar, certo?... Francamente, esse cara me dá um trabalho... Eu vou ter uma conversa extremante séria com ele mais tarde.

Fui tirada dos meus pensamentos quando o ônibus parou no meu ponto, eu rapidamente desci do ônibus.

Depois de dez minutos andando finalmente cheguei ao meu destino, a minha antiga delegacia.

Eu entrei na delegacia que estava parcialmente cheia.

–Olha aqui, meu senhor, quantas vezes eu vou ter que te dizer? O senhor só tem direito de fazer uma, uma ligação! Agora o senhor espere o que o delegado vai decidir, eu pessoalmente acho que o senhor vai ser preso, porque eu não sei o senhor sabe, mas você foi encontrado ás 4:00 da manhã com drogas e muito dinheiro, acho que se você assimilar tudo isso, vai saber da onde o senhor tirou esse dinheiro, não é mesmo? – A voz extremamente irritada da recepcionista chamou minha atenção.

Eu lentamente caminhei até a recepção.

–Bom dia... Vick – Eu disse hesitantemente.

–Pelo amor de Deus, será que só tenho eu nessa recepção? Olh... – Ela parou de falar assim que virou e me viu, ela rapidamente abriu um sorriso.

–Yukki! O que você está fazendo aqui? Era pra você estar no Japão, não me diga que você já resolveu o tal do caso Kira? – Ela perguntou surpresa.

–É... Não – Eu respondi calmamente.

Ela olhou para mim confusa, mas logo soltou um suspiro.

–É por causa do Nicollas, não é? – Ela perguntou hesitantemente.

Eu apenas concordei com a cabeça.

–Você não deveria ter voltado, o delegado está cuidando pessoalmente do caso, e se eu o conheço bem, ele com certeza vai achar o Nicollas – Vick disse com um olhar de compaixão e um sorriso caloroso.

–Eu sei que ele vai, mas eu só quero conferir de perto, além do mais eu tenho uns assuntos pra resolver aqui...- Eu disse pensativamente.

Ela me observou por um momento e soltou uma pequena risada.

–Tudo bem, eu vou avisar para o delegado que você quer falar com ele, um momento, por favor, senhorita – Ela disse sorrindo.

Vick pegou um telefone que estava sobre balcão e pressionou um botão por alguns segundos.

–Delegado tem uma bela mulher querendo falar com o senhor – Ela disse animadamente.

Depois de um momento ouvindo o que o delegado falava, ela abaixou o telefone do ouvido e o colocou de volta na base.

–Vem, eu sei que você sabe o caminho da sala dele, mas eu realmente não quero ficar aqui, então eu vou com você pra fugir um pouquinho do trabalho – Ela sussurrou, piscando.

Eu apenas ri um pouco.

Vick saiu do balcão e pegou minha mão me arrastando pela delegacia, até chegarmos na sala do delegado.

Vick bateu duas vezes na porta e a abriu lentamente.

–Delegado aqui está ela – Vick disse me empurrando para sala.

O delegado olhou para um tanto surpreso para mim.

–Victória, nos deixei a sós – O delegado disse calmamente.

A loira fez uma careta para o nome, mas deixou a sala.

–Yukki, você ficou sabendo sobre o desaparecimento do Nick, não é? – O delegado perguntou seriamente.

Eu soltei um longo e passei a mão pelos meus cabelos.

–Delegado... Eu sei o quanto o senhor se esforçou para que eu pudesse entrar no caso Kira, mas o Nick é meu irmão, eu não ia conseguir trabalhar lá pensando nele, além do mais tem alguém tentando me matar, e por isso eu preciso saber... O Albert ainda está preso? – Eu perguntei calmamente.

Antes que ele pudesse responder, o som vindo do notebook do delegado nos chamou a atenção.

–Ora, ora parece que um amigo nosso quer falar conosco – O delegado disse com um pequeno sorriso.

Eu lentamente me aproximei do notebook e olhei para a tela cuidadosamente, para minha surpresa eu vi um “L” no meio da tela.

–Como vai, L? – O delegado disse alegremente em inglês olhando para a tela.

–Eu estou bem... Oh, você está aí, Yukki-chan, Watari me disse que você havia saído, mas eu já imaginava que você estaria aí – Uma voz distorcida respondeu no mesmo idioma, obviamente eu já sabia que era L.

Eu apenas concordei com minha cabeça.

–Então, ao que devo o prazer da lição, L? – O delegado perguntou calmamente.

–Como o senhor já deve saber a Yukki-chan, está sendo ameaçada de morte, depois do que ela me contou sobre seu último caso há 97% de chances que Albert Thorsten seja o mandante – L disse calmamente.

O delegado soltou um longo suspiro.

–Sim. Você está certo... Aquele desgraçado só ficou preso por uma semana, ele pagou finança com o dinheiro das empresas dele... Mesmo depois de solto nós continuamos mantendo o olho dele, conseguimos infiltrar um homem nosso no grupo dele, Ele ganha dinheiro e em troca ele precisa buscar informações da policia sobre a Yukki, ele quer ela morta pelas suas próprias mãos, e como ela estava no Japão ele precisava de um plano para trazer ela de volta para o Brasil, e bem... Sequestrar o irmão dela foi o mais fácil – O delegado disse seriamente.

Então foi ele...

–Entendo... Vocês já tem algum plano para prender ele? – L questionou pensativamente.

–Infelizmente não, para ser honesto, eu nem sabia que a Yukki estava no Brasil – O delegado respondeu calmamente.

–Eu vejo... Bom, você já sabe que pode contar com minha ajuda, na verdade eu também estou no Brasil – L disse.

–Claro, eu realmente aprecio sua ajuda L, assim que tivermos tudo pronto te avisamos, tenha um bom dia, L – O delegado disse educadamente antes de fechar o notebook.

–Albert está com ele... Minha mãe não está sabendo disso, não é? – Eu perguntei hesitantemente.

–Não, ela acha que ele só está desaparecido... – O delegado respondeu.

Antes mesmo que eu pudesse falar novamente, a porta da sala foi aberta bruscamente.

–Delegado! O senhor não vai acreditar! – O homem moreno entrou na sala, eufórico.

–A Yukki! Ela voltou pro Bra... Oh, oi Yukki- Ele me cumprimentou sem jeito, assim que me viu.

–Oi, Bruno – Eu o cumprimentei com um sorriso.

Ele abriu um pequeno sorriso e fechou a porta atrás de si.

–Ah, eu já vi que o senhor sabe que ela já chegou... – Bruno disse olhando para o delegado.

–Sim, Yukki acredito que você já conhece o Bruno, ele foi o homem que se infiltrou no grupo do Albert – O delegado disse com um pequeno sorriso.

–Você se infiltrou? Vo-você viu o Nick? Como ele está? – Eu perguntei apressadamente.

–Ca-calma aí, Yukki, eu não vi o Nicollas, afinal ninguém pode ver ele, a não ser por dois seguranças do Albert, eu só converso com o Albert, o cara realmente acha que eu estou traindo a delegacia por alguns milhões – Bruno respondeu com um sorriso nervoso.

–Me desculpe... É só que eu realmente estou muito preocupada com ele – Eu admiti olhando para o chão.

–Eu entendo, acredite em mim eu sei exatamente o que você está passando, mas vamos esquecer isso um pouco, ok? – Bruno perguntou com um sorriso solitário.

Eu apenas dei um pequeno sorriso em resposta.

–Ótimo, você não tomou café ainda, não é? Porque eu não tomei e eu estou morrendo de fome – Bruno disse esfregando o estômago.

–Eu também estou morrendo de fome – Eu disse sorrindo.

–Isso mesmo, é assim que eu quero, sorrindo, você fica linda quando sorri – Bruno disse piscando para mim, fazendo com que eu corasse.

–Agora, vamos – Bruno disse agarrando minha mão.

–Obrigado e até mais, delegado – Eu consegui dizer antes que Bruno me arrastasse pra fora da sala.

–Eu preciso resolver umas coisas, me espera lá fora – Bruno disse antes de sair pelo corredor.

Eu fiquei esperando Bruno do lado de fora da delegacia, até que ouvi meu celular tocando, eu instantaneamente o atendi.

–Alô? – Eu disse esperando pacientemente a pessoa do outro lado responder.

–Então você foi correndo para o delegado, não é, Yukki Scarllet? – A mesma voz distorcida da última ligação perguntou.

–Como diabos você sabe onde eu estou? – Eu perguntei irritada.

A voz riu com divertimento.

–Ah, minha querida, não acredite em tudo que os policiais dizem – A voz disse seriamente antes de desligar.

O que ele quis dizer com isso...

Fim do capitulo 20!!!