Burlesque escrita por Gabi Ramos


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Com vocês, Burlesque!



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Bella caminhava confiante pelos corredores do Sweet Sin, seguia rumo a seu camarim a fim de se trocar para sua apresentação. A agitação dos bastidores deixava a garota relaxada, em meio a penas, paetês e corsets a frágil Bella Swan se transformava na sensual e confiante Anne Marie L’amour que com o olhar penetrante e voz melodiosa deslumbrava a todos nas noites de Chicago.


Quem assiste as apresentações da bela morena mal sabe os caminhos tortuosos que a levaram até os palcos, ninguém adivinharia como ela se tornara uma dançarina burlesca. É uma história um tanto quanto triste, mas que sempre é ignorada e hoje não será uma exceção.


Bella deu uma olhada em seu relógio e tratou de se apressar, tinha apenas 30 minutos para se aprontar sozinha. Ela fazia questão de não ter companhia, pois era em seu camarim que ficava realmente sozinha e também era lá que ela não precisava ser uma cadela sem coração.


Quando a bela morena alcançou a porta e a abriu empalideceu de imediato, toda sua animação se esvaiu no momento em que ela avistou o homem que a esperava em seu camarim.


Bella o observou e tentou camuflar, sem sucesso, o nervosismo que começa a lhe dominar.


– O que faz aqui? – ela perguntou desconfortável.


O belo homem estava recostado próximo ao espelho com olhos arrependidos e suplicantes, ele carregava sobre suas costas todos os pesadelos de Bella e quem o olhasse de relance nesse exato instante jamais cogitaria tal possibilidade.


– Bebê, me perdoa. – ele disse com ar sincero.


A garota não esboçou nenhuma reação, estava habituada desculpas esfarrapadas, o homem viu o silencio como incentivo e prosseguiu:


– Não devia tê-la tratado daquela maneira, por favor, me perdoa. – ele se aproximou e a puxou pela cintura, começando a brincar com seus longos cabelos castanhos.


“Quantos pedidos iguais ainda terei de ouvir” Bella pensou amarga, eram incontáveis as vezes que isso ocorria, que ela precisava ouvir e aceitar desculpas vazias.


– Não vou fazer o que você quer. – ela disse segura de que havia decidido.


Se o homem não tivesse mantido seu rosto na curva do pescoço de Bella, a mesma teria notado a mudança em seu semblante, agora realmente sabe-se que o arrependimento era fingido, a expressão magoada deu lugar a uma de pura fúria e o carinho que fazia na morena foi substituído por movimentos bruscos e amedrontadores, ele deu um forte puxão no cabelo dela mantendo-a um nível abaixo de si.


– Você não tem uma escolha. – ele disse enquanto aumentava a intensidade com que segurava os fios.


– Está machu...


– Calada. Você me deve Bella, eu quero que faça isso por mim. – quando terminou um brilho doentio jazia em seus olhos e o medo tomava conta da garota.


– Você se esquece de onde te tirei? Eu salvei você de uma vida medíocre, te transformei em uma estrela e a única coisa que peço é obediência. É assim tão difícil, Isabella? Se lembra como era bom viver ao lado do seu papai? – ele finalizou em tom de ironia.


A garota ao ficou momentaneamente abalada ao ser lembrada do pai – um monstro, devo ressaltar. Bella lutava internamente tentando verbalizar a resposta, as lágrimas rolavam por seu rosto sem que percebesse e o homem, seu algoz, aguardava um pouco impaciente.


– Eu vou fazer o que me pediu e não vou te desapontar.


Ao ouvi-la o homem lhe lançou um sorriso doce e transformou seu puxão em um carinhoso afago, sua explosão de raiva cessara com a mesmo rapidez que havia iniciado.


– Eu sabia que você não iria me desapontar, você nunca desaponta. O problema é que você já devia ter percebido que não existe uma escolha pra você. Você é minha! – disse aproximando seus rostos e unindo seus lábios.


Ele parecia de fato satisfeito e seu beijo era como uma reverência, era certo que de uma maneira doentia ele a venerava, a garota por sua vez parecia um tanto quanto relutante. Mas cedeu sem demonstrar insatisfação, porque apesar de contestar sabia que realmente não tinha uma escolha.


Um calafrio percorreu sua espinha quando se entregou ao beijo e concluiu que selava com os lábios um trato com a morte.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? A podridão é infinita ou vale a pena ler?

Comente deixando sua opinião, seja ela boa ou ruim, para eu ter ciência de onde posso melhorar.

Beijos e até a próxima...