Nocturna - Fic Interativa - escrita por Elora


Capítulo 18
Vaga-lumes prateados


Notas iniciais do capítulo

Peço-lhes desculpas,por erros de gramatica,caso houver.Eu escrevi o capítulo nessa tarde,num calor infernal :/
Agora,eu irei escrever um capítulo de Chá da meia-noite.
Beijos!



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Um dia, alguém me mostrou pensamentos.

Os seus sentimentos.

A mente humana pode transmutar qualquer lembrança, quando lhe cabe atiçar um pavio incendiário. Por um instante, permiti-me deslizar pela linha débil da amarga insanidade. Agarrei-me, a qualquer ilusão tola, eu precisava disso. Porque, hoje, não teria volta. Seria eu. Ou eles.

Fechei os olhos.

Inspirei fundo. Prendendo a maior quantidade possível do oxigênio, nos tanques dos meus pulmões. Eu necessitava de um incentivo. Uma alucinação pueril engatilhou em meus pensamentos, uma enxurrada de palavras e imagens multicoloridas, que se alternavam em focos distorcidos: As lágrimas trilham pelas maças de sua face, a canção favorita ressoava entre os fios esbranquiçados, fazendo o mundo serpentear num silêncio absoluto e mergulhar num caos de notas musicais.

Você disse uma vez: – Ao despontar do alvorecer, você estará salva. Mas, os pesadelos sempre estarão à espreita, nas sombras. Onde as garras afiadas do obscuro medo à espera unirem-se a sua centelha.

Fugir é um erro.

Principalmente, quando a luz cálida aquece sua fé dentro de ti.

Você sabe que desistir é algo impensável.

As baladas ritmadas dos tambores dentro de sua cabeça, a faz pensar: – Ele não pode ser aquele que vai salvá-la.
– Apenas feche os olhos – Jeremy disse. A sua voz anestesia as suas perdas e o medo que a domina. – Tudo ficará bem.

Por um minuto, o novelo de suas vidas trágicas é esquecido dentre as palavras não ditas pelos os seus olhos.

O mundo pode ser cruel.

As pessoas perigosas e ruins. Palavras podem aderir aspectos ácidos, caso não sejam ditas a quem lhe convém. Os atos imprudentes podem nos levar a lugares magníficos.

Abri os olhos.

Os atos imprudentes podem nos levar a lugares magníficos – repeti, pela milésima vez.

Hora do show.

As folhas ressecadas chocalharam convulsivas nos galhos ocos, a energia transcendente marchava intensa em minhas correntes sanguíneas, a ventania entrelaçada numa névoa espessada inundou a clareira silenciosa. O primeiro esquadrão avançou cauteloso entre a fresta enevoada, eu conseguia vislumbrar as figuras fantasmagóricas de Viktor, Nicholas e Austin, contudo o tempo deslizou imparcial entre nós.

Os sons ensurdecedores dos tiros sucumbiram o ambiente, alguém deu gritos de guerra, que transbordou nas vozes dos presentes. Em seguida, projétil que pareciam vaga-lumes prateados flutuando, em espaços aéreos aleatórios encarcerados, numa lentidão incomum. Quando foquei a minha visão, num vaga-lume prateado desgarrado, eu fiquei sobressaltada. Era uma bala. Não vaga-lumes esquisitos. Um bando de balas prateadas.

– Vamos.

Disse o Neon.

Eu o encarei assustado. Eu tinha banido a ideia de sua presença, ali comigo. Os seus olhos heterocrômico, o seu olho vermelho inundava a sede de sangue e o castanho de tom amadeirado exibia seriedade e exaustão; a sua musculatura definida sob a camisa escura,demarcava os seus músculos trabalhos em academia.Sob a cintura duas armas pretas estavam transpassadas na calça,ele me flagrou o analisando o seu pequeno arsenal,logo encarei o chão decrépito em silêncio.

– Essa é todinha sua – ele articulou, tirando uma das armas da cintura e depositando em minha mão.

– Não preciso de arma.

Eu disse.

– Tudo bem.

– Boa sorte! – eu exclamei, mas a voz não parecia ter cruzado os meus lábios. Uma explosão nos despertou para ação, sequências de bolas fumegantes eram lançadas, pela parte de traseira do casebre. Uma figura sob as sombras noturnas expelia bolas de fogos sobre a extremidade da clareira; rapidamente adquiriu cores alaranjadas de um tom vermelho vivo. Nicholas parecia ter entrado em ação, porque riscos luminosos de eletricidade desciam pelas nuvens, eram direcionados para acertar os arredores da casa minúscula.

As árvores centenárias queimavam depressa, os estalos agudos, pareciam ruídos de ossos sendo quebrados, a fumaça sufocante devastava tudo e as chamas desenfreadas consumiam a vida do lugar. Precisávamos agir. Eu precisava agir. Bem rápido. Concentrei-me, no vento frio ejetado do leste, as árvores chamuscadas e as folhas queimadas tremeluziram, os galhos e destroços espalhados levitaram na adjacente a casa,não demorou muito para formar um ciclone esfumaçado da flora da região: pedras, galhos partidos, pedaços de musgos e restos de folhas incendiadas.

Os atos imprudentes podem nos levar a lugares magníficos

O redemoinho improvisado produzia estrondos de restos colidindo um nos outros, eu queria esbravejar, mas a minha voz tinha esquecido os comandos do meu cérebro; o suor gotejante da minha nuca fez uma trilha distorcida em minhas costas, a adrenalina jorrava em meu ser, eu estava cedendo todo espaço dentro de mim, ao poder que aflorava em explosões incessantes. Eu precisava resgatar essa criança.

Eu ordenei o ciclone desajeito em direção a casa, logo as madeiras frágeis desprenderam dos seus alicerces e os raros utensílios domésticos aglomeraram-se aos destroços, em seguida.

Os filetes elétricos entrelaçados aos escombros do redemoinho sobrenatural, os sons agourentos distinguidos ao longe, entre os sons retumbantes de armas de fogos; Neon continuava ao meu lado fazendo disparos às cegas entre os homens desorientados que saiam do casebre e os “vagalumes” foram direcionados para retornaram aos seus mandantes, o que os pegou de surpresa.

Corri desesperada pela clareira adentro, os meus pulmões trabalhavam frenéticos para fornecer oxigênio ao meu corpo eufórico, as minhas pernas mal sentiam o impacto com a vegetação, a atmosfera enevoada a minha espreita. As sombras com rostos desfigurados surgiram sorrateiramente a minha esquerda, seus gritos agonizantes impregnando a noite transformando a floresta em um cenário de maligno, enquanto o céu preguiçoso salpicados com pontos luminosos.

– Eu vou salvar você – eu pensei me agarrando ávida a imagem reluzente da menina.

De súbito, um golpe alojou em meu rosto, a voz dissimulada de Jeremy atravessou os meus ouvidos: – Concentre-se. Encarei o sujeito a minha frente, ele deveria ter 1,75m de altura, tom de pele pálido, com as feições do rosto incisivas e com uma expressão enraivecida.

Rapidamente, passei uma das pernas sob os seus pés, o que fez perder o equilíbrio e ir ao chão; chutei as suas costelas e rolei no terreno rasteiro, fiquei agachada por um ou dois minutos, tentando recuperar as minhas forças. Distraída, não percebi que o individuo havia se erguido na minha dianteira e arremessou com toda força o pé em meu rim; o sabor de ferrugem mesclado de sal se apoderou em minha boca.

Estendi a mão, reunindo todas as energias, um pulso magnético o atingiu em cheio no peito e o jogou para a extremidade da clareira; um projétil zumbiu estridente nos meus ouvidos, um gemido engasgado brotou atrás de mim e me virei a tempo de ver a vida se esvaindo do corpo de um homem meio obeso no chão. O sorriso convincente de Neon chamou a minha atenção, fiz um gesto de agradecimento, com a cabeça.

Ao longe, uma das figuras sombrias, que continuava a espreita entre as árvores, encontrou os meus olhos,uma expressão sádica permutada com o prazer dominou em seu rosto,o objeto ocultado pela noite me atingiu num movimento só. O ardor misturado com a dor escaldante prevaleceu em meu corpo, então a escuridão usurpou os meus sentidos.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!



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